1. Spirit Fanfics >
  2. Your Heart - Vkook II Taekook >
  3. - Garoto Idiota -

História Your Heart - Vkook II Taekook - - Garoto Idiota -


Escrita por: Sweet_Kpopper

Notas do Autor


Boa Leitura! ^^

Capítulo 3 - - Garoto Idiota -


Fanfic / Fanfiction Your Heart - Vkook II Taekook - - Garoto Idiota -

“Eu aprendi, que tudo o que precisamos, é de uma mão para segurar e um coração para nos entender.” William Shakespeare 

Taehyung P.O.V’s 

     Ouvindo suas palavras me sentia como um condenado na cadeira elétrica, minha vida parou de fazer sentido no momento em que aquele médico me dispôs uma lista de regras a ser seguida, isso se eu quiser viver por mais alguns míseros anos.  

     – Resumindo tudo isso. Eu vou morrer, é isso que o senhor quer dizer, certo? – disse tentando controlar minhas lágrimas.  

     Minha mãe não aguentou ficar ali, acredito que para me poupar de ver suas emoções a mais velha deixou o quarto, em minha frente só restou aquele que de alguma forma tentava me ajudar, mas para mim nada mais tinha sentido. Só queria que tudo isso não passasse de um pesadelo, ter minha vida normal de volta, andar de skate, ir para a escola, rir de tudo e brigar com meu irmão mais velho por conta do computador, uma vida simples para um jovem de dezoito anos.  

     – Não, você não vai morrer. – disse doutor Jeon com seus olhos ainda em minha direção. – Ao menos não enquanto eu for o seu médico.  

     – O que disse é certo, mas o senhor é médico e não Deus. – rebati sendo um pouco rude, talvez isso o livre de tal obrigação. 

     – Não costumo desistir de meus pacientes. – seu olhar era o típico de uma fera, alguém que acabou de ser desafiado. 

     – Acho bom desistir de mim então. – digo me virando para o canto. – Não poder levantar e seguir com minha vida é o mesmo que estar morto. 

     – Aish! Quanta teimosia. – pelo canto dos olhos pude ver o mais velho sorrir um pouco debochado. – Sinto lhe informar, mas eu sou persistente. Então se insistir nessa ideia de não querer o tratamento, basta uma conversa com seus pais e volto a lhe aplicar um sedativo.  

     – O senhor não pode fazer isso! – voltei a me sentar sobre a maca, um pouco indignado com sua atitude.  

     – Oh! Eu posso e vou, apenas pense em negar esse tratamento. – disse ele com a voz cheia de sarcasmo.  

     – Faça o que quiser, vou acabar morrendo mesmo. – logo desisti de ficar rebatendo, isso não iria me levar à local algum.  

     – Foi bom negociar com você. – disse meu médico em um tom divertido. – Passo aqui mais tarde, antes de encerrar meu plantão.  

     Suspirei assim que o médico passou pela porta, aquele homem é bem prepotente, literalmente alguém que gosta de ter o controle sobre absolutamente tudo à sua volta. No entanto, uma coisa sou obrigado a admitir, doutor Jeon é um pedaço de mau caminho. Sim, sou bissexual assumido, sinto atração por ambos os sexos, apesar de ter mais sucesso com garotos. Minha família sempre soube de minha orientação sexual, e até mesmo me apoiam, entretanto sentem medo dos preconceitos que existem na sociedade em que vivemos.  

     Meu último relacionamento durou pouco mais de um ano, Jung Hoseok era muito divertido e amoroso, um ótimo namorado. No entanto, nossa relação terminou quando sua família teve de se mudar para o exterior. A despedida foi um pouco complicada, ainda nos amamos muito, mas da bela história só restou boas lembranças e uma amizade bem forte.  

     – Filho, como está? – disse minha mãe fazendo-se presente naquele cômodo.  

     – Acho que bem... – peguei meu celular que estava em uma mesa próxima. – Na verdade ótimo para quem está morrendo.  

     – Kim Taehyung! Me responda direito ou vai levar uns tapas. – disse a mulher completamente irritada.  

     – Desculpe, omma! – falei um pouco envergonhado. – Acho que estou bem.  

     – Tem alguém querendo lhe ver.  

     – Quem? – não tinha animação alguma para receber visitas.  

     – Senhora Jung está na cidade e soube de seu incidente. – desse a mais velha sorrindo abertamente, ela e minha ex-sogra são quem mais nos apoiava. – Hoseok te mandou um presente.  

     – Woah! Peça ela para entrar, Omma. – me sentei já animado, sim ao menos aquela notícia me trouxe um pouco mais de felicidade.  

     A mulher finalmente entrou, conversamos por alguns minutos e descobri que Hoseok estava em um novo relacionamento. Fiquei feliz por ele obviamente, mas senti sim um pouco de ciúmes por ainda amá-lo como antes. O mais velho havia realmente virado um escritor, então o tal presente que havia me enviado era seu primeiro lançamento, que por sinal ainda está em pré-venda. Senhora Jung ficou por quase uma hora ali comigo, e quando teve de ir embora me desejou melhoras além de pedir para mandar notícias.  

     Passei o resto do dia preso em meu celular, respondendo algumas mensagens e preso em um jogo de luta que baixei dias antes do mundo desabar. Pelo visto devo me adaptar a essa vida monótona, ficarei muito tempo preso no hospital tendo que limitar minhas ações, uma vida bem difícil para quem só fica quieto para dormir.  

Jungkook P.O.V’s

     Era só o que me restava, agora virei babá de um garoto prepotente e teimoso. Tive que usar a psicologia invertida, burlar um pouco minha ética com ameaças para convencê-lo a aceitar o tratamento. Será mais difícil do que pensei, mas gosto de desafios. Depois que consegui minha resposta positiva saí daquele quarto e fui direto para a cafeteria, precisava de algo forte para me animar durante o resto do plantão.  

     – Soube de seu novo paciente. – disse Yoongi em seu tom de provocação, me fazendo revirar os olhos pela falta de paciência.  

     – Nem me fale, um completo idiota. – peguei um café expresso e me sentei junto a ele.  

     – O que ele fez para te tirar do sério? – meu amigo sabia que para me irritar basta apenas me rebater ou me contrariar sobre uma opinião formada.  

     – É teimoso e língua afiada. – suspirei bebericando um pouco do café ainda quente.  

     – Hum... Boa sorte com o pirralho. – sua atenção foi voltada para o celular. 

     – Notei que chegou de mau humor. Jimin tomou sua noite?  

     – Minha vida pessoal não é da sua conta. – ele suspirou me encarando. – No entanto, preciso de ajuda. Passamos a noite inteira discutindo. 

     – Minha ajuda? Tenho cara de conselheiro matrimonial agora? – me levantei com certa raiva, sei perfeitamente quando é hora de sair de cena.  

     – Jungkook, me desculpe pela resposta. – Yoongi se levantou me seguindo. – Jimin conseguiu me tirar do sério com essa história de adotarmos uma criança.  

     – Nem se casaram e já querem filhos?  

     –Conhece ele, quando quer algo não há quem o faça mudar de ideia. – o mais velho estava realmente chateado.  

     – Compre um cachorro, quem sabe funciona? – tive essa idéia maluca já que muitas pessoas têm animais de estimação como filhos.  

     – Ótima ideia! Vou conversar com ele sobre isso.  

     Voltei para meu consultório para atender alguns pacientes, Seokjin finalmente liberou parte de minha agenda depois que aceitei o caso do garoto, isso para mim já é parte da recompensa. Por falar em meu chefe, discutimos quase uma hora a respeito do garoto e sua recusa com tratamentos, afinal não posso correr riscos de tentar algo sem antes deixar seus familiares cientes da situação.  

     Entre toda essa correria ainda tive uma cirurgia de emergência no pronto socorro, um policial baleado com o projétil ainda alojado há dois centímetros de seu coração. Depois da cirurgia o estabilizei, apesar de seu estado grave o homem ainda tem grandes chances de sair dessa com vida, o terrível será explicar aos seus superiores a falta do colete a prova de balas durante a operação que participava. Sua família me agradeceu imensamente, mas diante de tudo isso não consigo sentir todo esse orgulho sabendo que grande parte do milagre veio de cima, fui apenas um mero instrumento nas mãos dele.  

     Depois de passar no quarto do garoto eu poderia finalmente encerrar meu dia, ir para casa e descansar um pouco antes de voltar à dura rotina na manhã seguinte.  Deixei sua última medicação por conta da enfermeira, mal vendo à hora de chegar ao meu apartamento, tomar meu banho quente e finalmente me entregar as poucas horinhas de sono, poucas e necessárias devo ressaltar. Finalmente poderei deitar a cabeça no travesseiro, e tirar da consciência a culpa de lhe negar atendimento, fiz o que estava ao meu alcance.  

     Dirigi por alguns minutos, tomando cuidado com o trânsito e as ruas escorregadias por conta do gelo, também havia a parte da segurança se levar em conta que já saí do hospital por volta de onze da noite, no entanto, morar em um condomínio fechado já me deixa mais aliviado e longe de perigos. Cheguei em meu apartamento sendo acolhido pelo silêncio, há exatos doze anos morando sozinho, na verdade, morei por um tempo com meu irmão mais velho, antes de ele decidir se alistar e servir ao exército para fugir de responsabilidades maiores.  

     Desde a morte de nossa mãe, JungHyun e eu fomos deixados à própria sorte por assim dizer, nosso pai se mandou e hoje nem mesmo sabemos onde ele está, vemos isso como alívio graças ao tratamento duro que recebemos durante grande parte de nossa infância e adolescência. Minha única companhia até então tem sido Henry, um gato branco manhoso e velho. O resgatei em condições precárias, mais um abandonado assim como eu. O pequeno me ajudou a fugir da solidão, me fez companhia nas madrugadas em que virei à noite estudando, realmente alguém que me entende.  

     A faculdade de medicina tomou totalmente minha juventude, mas no fim valeu à pena. Cada noite mal dormida, cada dor no corpo, cada lágrima é recompensada com todas as vidas que até hoje ajudei a salvar. Lamento por não ter conseguido ajudar minha mãe, mas hoje sei que apesar de ela não estar aqui, com toda certeza a mais velha se encontra cheia de orgulho em qualquer lugar que esteja.  

     – Oi, campeão! – me assustei assim que Henry pulou em minhas pernas. – Venha! Vou lhe colocar um pouco de ração.  

     Caminhei até a cozinha enchendo sua tigela com ração fresca, em seguida repus a água em outra tigela vazia e para mim coloquei alguns legumes e macarrão cozinhando a fogo baixo. Aproveitei os poucos minutos para tomar um banho e vestir algo mais leve, apenas uma boxer como de costume, andar seminu enquanto estou sozinho em casa é o auge de minha liberdade. Independente se o dia estiver frio ou quente, me mantenho protegido alternando entre aquecedor e ar-condicionado.  

     Após o jantar escovei rapidamente meus dentes e me deitei, acabei adormecendo na tentativa falha de concluir a leitura de um livro. Acreditei que fosse conseguir descansar, até ser acordado com o barulho ensurdecedor de meu aparelho. As poucas horas de sono faziam minha cabeça latejar, no entanto, meu descanso acabou ali com uma chamada do hospital. Pensei em xingar até a última geração do filho da puta que ousou me acordar, mas me arrependi ao ouvir tanto desespero.  

– Call On –  

     – Olha, aqui. Se estiver me ligando atoa a essa hora da madrugada. Eu espero que você...  

     – Jungkook, precisamos de você aqui no hospital. – a voz de Seokjin denunciava o quanto ele estava abafado.  

     – O que houve? – pulei da cama a procura de roupas limpas e um jaleco para colocar na mochila.  

     – O garoto. Taehyung precisa ser operado com urgência. – sua fala estava desconexa, quase sem entendimento. – Você é o único cirurgião cardiovascular mais próximo.  

     – Espera aí! O que ele aprontou? – me sentei para calçar rapidamente meus sapatos, acreditei fielmente que havia o deixando estável quando saí.  

     – Senhora Kim se descuidou dele por alguns instantes. Ele... O garoto usou um pedaço de espelho para se cortar. Estou tentando controlar a hemorragia. – o mais velho disse gritando. – Por favor, venha rápido.  

     – Inferno! Não lhe aplique um anticoagulante, pode ser perigoso. – peguei minha mochila e a chave do carro. – Chego aí em três minutos.  

– Call Off –  

     – Pirralho idiota! – murmurei dando partida no carro.  

     Agora será preciso dirigir como nunca, em ruas escorregadias colocando minha vida em risco por conta de um capricho. O que a medicina por amor não significa? Isso só piora a situação do mesmo, que depois deste episódio terá também de ser acompanhado por um psiquiatra para tratar esse grau de ansiedade ou pânico que sua mente criou.  

     Boa, Jungkook! Que belo desafio você tem agora.  


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...