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História Your Heart - Vkook II Taekook - - Sonho -


Escrita por: Sweet_Kpopper

Notas do Autor


Boa Leitura! ^^

Capítulo 23 - - Sonho -


Fanfic / Fanfiction Your Heart - Vkook II Taekook - - Sonho -

“Meu grito de socorro está se calando, porque ninguém o escuta!”Marina Muller

Taehyung P.O.V’s

Sabe aquele momento onde você se vê preso dentro de seu próprio corpo? É exatamente assim que me encontro agora. Ouço tudo e a todos em minha volta, faço esforço para me mover, mas nem um músculo se move do lugar. Nem sequer consigo dizer uma palavra, é como se estivesse virado de fato uma estátua. Uma situação desesperadora que não desejo nem ao meu pior inimigo, acompanhar o sofrimento das pessoas que amo e não poder fazer nada é como estar em uma tortura, meu inferno particular.

Ao meu redor ouço vozes e choro, sinto alguém segurando minhas mãos, e pelo toque suave e aquele perfume marcante eu já sei bem de quem se trata aquela mão, nem sequer preciso ouvir seus lamentos. Não faço ideia de que horas são, quanto tempo se passou desde que perdia a consciência na frente de minha casa. Quanto ao clima, será que a chuva finalmente cessou? Daria tudo para sentir novamente os pingos batendo contra minha pele, e o vento soprando trazendo consigo o frio. O barulho daqueles aparelhos fazia minha cabeça latejar, porém, a dor não era tão incômoda quanto a que estava em meu peito, naquele momento sentia a mesma pressão de como se houvesse alguém de pé sobre meu corpo.

– Amor, sou eu... Não sei se você consegue me ouvir, mas... – sua voz foi interrompida por um suspiro. – Eu sinto muito. – Jungkook chorava desesperadamente, e sentindo suas lágrimas tocarem minha pele, apenas desejei ter forças para abraçá-lo. Queria poder dizer que tudo vai ficar bem, mas neste momento está difícil acreditar até mesmo em minhas esperanças. – Mais uma vez fui um inútil, meu anjo. Não consegui fazer muito, eu...

Por que senti que suas palavras soaram como uma despedida? Eu sou quem deveria estar dizendo isso, estando praticamente morto, me sinto o único inútil em toda essa história. Então senti algo molhando minhas bochechas, e segundos depois meus lábios foram selados brevemente. "Ei, amor! Ainda estou aqui. Me escuta, eu ainda sou o seu bebê.". As palavras ecoavam apenas em minha mente, e morriam em minha garganta sem forças para serem proferidas em um tom mais alto. "Kookie, onde estamos? Está frio. Por favor, me abrace e leve-me para casa.". Mais um comando que meu corpo não obedeceu, qualquer esforço é em vão.

– Eu te amo, Taehyung. Espero que possa me perdoar um dia. – disse ele deixando um rápido selinho em minha testa.

"Ei que história é essa de perdão? Por que está se afastando? Não me deixa aqui sozinho, meu amor. Sinto que vou congelar.". Meu pedido de socorro não foi ouvido, não importa o quanto me esforce, parece ser apenas um desgaste de energia. Então Jungkook se afastou, me fez sentir um frio ainda mais severo, além do enorme vazio que restou em meu peito. Estará Jeon me abandonando quando mais preciso dele? Espera, ele jamais faria isso. Não depois de tudo que vivemos, e principalmente depois de ter colocado meu coração em suas mãos.

– O que veio fazer aqui? – ouvi a voz de meu pai carregada de ódio. – Já disse para não se aproximar de meu filho.

– Senhor Kim, eu... – meu namorado tentava de alguma forma esclarecer aquele mal entendido.

"Não briguem, por favor. Eu preciso dos dois. Não me façam escolher apenas um.".

– Rapaz, se afaste dele. Não serei tão cordial se precisar pedir outra vez. – diante desta situação a única coisa que tento entender é o motivo de meu pai ter tanto ódio.

– Desculpe senhor, não serei mais um problema. – Jungkook disse com um tom de voz completamente abalado. – Me desculpe por tudo.

"Não, meu amor. Papai, não faça isso, por favor. Eu amo ele.".

Senti meu coração acelerar e meus pulmões arderem, e como esperado não consegui controlar. A única coisa que denuncia meu mal repentino é o barulho do aparelho ao meu lado, o que está de fato me incomodando desde que voltei a consciência.

– Viu o que você fez? – meu pai elevou a voz dentro do ambiente.

"Não, papai. Não foi ele, seu filho que é um fraco.".

– Me desculpe, senhor. – Jungkook disse mais uma vez, então aos poucos voltei a perder a consciência ao sentir minhas veias queimarem.

•••

Um dia belo, o sol aquecendo a faixa de areia limpa, as ondas quebrando bem aos nossos pés. Crianças correndo para todos os lados, brincando entre si ou até mesmo com a água salgada. Não é um local estranho diante dos meus olhos, apesar de que inicialmente não consigo reconhecê-lo. Consigo sentir os grãos finais embaixo dos meus pés, nem sequer consigo descrever a sensação maravilhosa que me dominou. Liberdade, a vontade de correr, gritar e sorrir. Longe da dor, porém, sinto um vazio no peito, como se este só pudesse ser preenchido por uma pessoa.

– Cuidado, Tae. – ouvi a voz clara de Namjoon. Meu irmão estava correndo em minha direção, gargalhando com uma garotinha em seus braços.

– Cuidado com o que, hyung? – sorri novamente, mas não sabia de qual perigo ele tentava me alertar.

– Aqui, meu anjo. – alguém disse atrás de mim, nem sequer tive tempo de correr.

No momento em que meu corpo foi erguido do chão senti o vazio em meu peito se preencher. Levantei meu rosto para enxergar quem havia me pegado, e ali encontrei os olhos escuros que tanto aprendi a amar. Sua pele clara contrastando com seus cabelos negros, o sorriso marcante que tanto marcou meus dias, e é incrível como um simples gesto ainda faz meu coração se acelerar. Consegui sentir o contato de nossas peles apenas por estarmos em roupas de banho, mas aquilo era o suficiente para me conectar a ele. Jungkook aparenta estar mais velho, porém, apesar de tudo seu físico permanece da mesma forma.

– Kookie, o que vai fazer? – indaguei ao vê-lo se aproximar um pouco mais do oceano.

– Espero que não tenha medo de água, bebê. – disse deixando uma risada baixa escapar por sua garganta.

Nossos corpos se afundaram em meio à água, e assim que voltei à superfície senti suas mãos firmes em minha cintura, foi quando Jungkook se aproximou selando nossos lábios. Senti a paixão que exalava de tudo aquilo, o amor que nos envolve e parece nos levar a outra dimensão. Jeon está feliz, parece despreocupado com tudo. Então ele afastou nossos lábios deixando nossas testas ainda coladas, e ele sorriu ao ter seu olhar fixo no meu.

– Eu amo você, Taehyung. – foi tudo o que ouvi antes de ser beijado outra vez.

O mundo parece não ter importância quando estamos juntos, soa como se fôssemos a prioridade ou a cura um do outro. Não entendo como tanto tempo se passou desde que me lembro, apenas sei que pareço estar preso em um sonho, infinitas voltas no relógio sem saber como e quando esses planos aconteceram. Talvez seja essa minha forma que o futuro encontrou para vir até mim e me consolar, a única diferença é que não quero acordar para a realidade.

– Papai! – virei meus olhos em direção à faixa de areia, encontrando a mesma garotinha que estava com Namjoon. Desta vez ela nos gritava, chamando com suas mãozinhas repletas de areia. – Me leve até vocês.

– Estamos indo, meu amor. – disse Jungkook mantendo um sorriso fofo no rosto. – Nossa filha é linda, não é?

– Nossa filha? – fiquei terrivelmente confuso ao não me recordar da garotinha.

– Adotar SoHyun foi difícil, mas conseguimos. – Jungkook olhava para a mais nova com um brilho orgulhoso no olhar. – Temos uma bela família, meu bem.

– S-Sim, nós temos. – o abracei tentando esconder meu olhar ainda marejado. – Obrigado, Kookie.

– Eu que devo agradecer, meu anjo. Obrigado por aparecer em minha vida. – senti meu corpo ser apertado com forçar em mais um de seus abraços.

•••

Abri meus olhos e fui “castigado” por uma terrível dor de cabeça graças a iluminação do ambiente. O aparelho voltou a apitar ao meu lado, mas desta vez consegui mexer os dedos da mão direita. Senti meu corpo fraco, porém, meu foco foi todo para a pessoa que apareceu em meu campo de visão. As lágrimas borravam a imagem da mulher em minha frente, não conseguia ver ao certo quem era, apesar de sentir que seu perfume também é conhecido por mim.

– Filho?! Taehyung, você está me ouvindo? – disse minha mãe em total desespero. – Espere, vou chamar alguém.

Ouvi o barulho da porta sendo aberta, e não demorou para a maca ser cercada por uma equipe de enfermeiros. Alguns checando o monitor, outros aplicando remédios em minha veia, conseguia sentir mais uma dose de remédio sendo administrado no acesso de soro ligado ao meu braços. Me pergunto se tantos medicamentos são realmente necessários, talvez estejam apenas me mantendo imóvel para não haver mais danos. Por que não me deixam morrer de uma vez?

– Jun-Jungkook... – tentei chamar por ele, a verdade é que neste instante nenhuma destas pessoas me importam.

– Ele está acordando, deem um tempo. – disse uma das enfermeiras parada ao meu lado. – Chame a doutora Im, ela vai querer saber que o paciente dela está recobrando a consciência.

"Espere. Doutora Im?! Meu médico se chama Jeon Jungkook.". Acho que minhas palavras não foram ouvidas novamente, como sempre não tiveram forças para irem além de meus pensamentos. Então tudo foi se acalmando, as pessoas pareciam ter saído do quarto, o que tornou novamente a ser um ambiente de paz. Fui piscando levemente os olhos, sentindo as forças voltando aos poucos para meus músculos, até finalmente meu olhar ficar nítido, me dando a visão daquele teto branco.

– J-Jungkook... – mesmo minha voz estando fraca, consegui pronunciar o nome de quem mais desejo ver agora.

– Meu filho, eu estou aqui. – disse minha mãe se aproximando da maca, aquele sorriso de alívio era a clara intenção de me fazer mudar o foco. – Como está se sentido, meu príncipe?

– Jungkook, onde... – suspirei pesadamente tentando reunir forças. – Onde ele está?

– Em casa, meu anjo. Ele precisava descansar um pouco. – sua voz vacilou, um claro indício de que estava manipulando sua resposta.

– SoHyun?! Onde está SoHyun?! – indaguei vendo sua expressão ficar ainda mais confusa.

– Quem, meu querido? – a mais velha perguntou checando minha temperatura com uma das mãos.

– Minha filha. A garotinha que Jungkook e eu adotamos. – encarei a mesma, logo percebendo uma pequena lágrima escorrer.

– Meu filho, SoHyun não existe. Você ainda tem dezoito anos. – então essa foi a minha vez de chorar.

Era um sonho. Tudo aquilo foi a droga de uma alucinação, trabalho da mente de alguém a beira da morte. Com muito esforço consegui levar as duas mãos ao rosto, não me importei com o soro conectado em uma delas, e foi assim que cobri os olhos me permitindo chorar ainda mais. No entanto, acabei me lembrando de algo que aconteceu antes de tudo apagar de vez, uma briga entre meu pai e Jungkook, episódio em que apenas ouvi e não pude fazer absolutamente nada.

– Mamãe. – chamei a mulher que logo me deu atenção. – Diga a verdade sobre Jungkook. Ele... Ele me abandonou, não foi?

A mais velha continuou com os olhos fixos em meu rosto, pareceu procurar as palavras certas para me dizer aquilo. Porém, minha mente só girava em uma possibilidade, mesmo que doa eu sempre soube que um dia isso iria voltar a acontecer. Meu receio de me entregar a ele era por essa razão, medo de me apegar e ser abandonado no final, exatamente como Hoseok fez.

– Por que estou sobre os cuidados de uma médica agora? Por que Jungkook não está aqui? Ele deveria estar ao meu lado. – várias perguntas sendo regadas pelas inúmeras lágrimas de um choro intenso.

– Jungkook não tem culpa, meu anjo. Ele foi forçado a se afastar. – disse minha mãe em um tom firme. – Seu pai não reagiu de uma forma boa, não tivemos tempo para prepará-lo, ele... – a mais velha suspirou parecendo arrependida. – Doutor Jeon será demitido, e logo processado por assédio. Seu pai está conversando com os advogados neste momento, ele acredita que a relação de vocês iniciou quando você ainda era menor de idade. Tem ideia das complicações?

As palavras me atingiram como um tiro, e naquele momento preferi estar morto do que ver uma pessoa perder tudo por minha causa. Jungkook se arriscou sabendo do perigo que corria, agora corre risco de perder aquilo que dá sentido à sua vida, tudo isso por nosso amor. Estranhamente consigo sentir ódio além do desespero, mas tal sentimento negativo está todo direcionado a uma pessoa apenas, meu pai.

– Ele acordou. Meu filho, você está bem? – meu pai veio correndo em minha direção, mas foi ignorado em razão a raiva momentânea que estou sentindo. – Taehyung, sou eu. Por favor, olha para mim.

Eu não queria encará-lo, não havia nem sequer a vontade de lhe direcionar um sorriso. Meu pai se tornou a pessoa que acabou com minha vida, ou melhor, com tudo o que fazia sentido dela.

– Ele não vai falar com você. – disse minha mãe com toda convicção. – Sabe que Jungkook se afastou por sua culpa. Parabéns, senhor Kim. Acabou de perder o seu filho.

Minha mãe tem razão, e apesar de serem palavras duras, o mais velho precisa entender que minha vida não gira mais conforme suas decisões. No meio de tudo isso meu pai precisa saber que não há espaço para guerra, e que suas atitudes realmente estão me machucando. Minha dúvida é: terei algum momento de paz em minha vida?


Notas Finais


Beijos e até o próximo capítulo! <3


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