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História Your Omega - Capítulo 20 - Parte I


Escrita por: Anniex2000

Notas do Autor


Já fazia 84 anos que eu não postava, jesus
Porém vortei né minha gente, apareceu a margarida
Primeira parte focado em titia Dara e Jack, pra depois a gente assar os pães de Kiribaku e Tododeku né non
Até lá embaixo, aproveitem e desculpem os erros!
PS: Quero agradecer a Subaro-Kun por sua ideia genial e a todos vocês que ajudaram a formar essa ideia.

Capítulo 21 - Capítulo 20 - Parte I


- Cara, já não tenho mais ideia do que a gente pode fazer. -- Deku disse sentado em uma das mesas da cafeteria da tia. -- Tudo que a gente tentou deu errado. -- Todos na mesa suspiraram com ele.

O negócio era o seguinte, já fazia um mês que eles estavam na missão cupido e fazia um mês que essa missão só fracassava. 

A primeira opção foi a mais clichê e romântica, dada pela Uraraka, foi trancar Jack e Dara num cômodo vazio. 

Flashback

- Okay pessoal, tia Dara já está na cozinha do café. Kacchan, já fez sua parte?

- Não acredito que me juntei a vocês nessa merda.

- Tá bravo só porque o tio do Shouto vai comer sua tia? -- Kaminari tem coragem só não tem senso. 

- Mais respeito seu arrombado, já tranquei tudo, só falta a porta da frente, manda esse merda entrar logo.

Izuku e os outros nunca se sentiram tão espiões como agora, estavam no andar de cima do café, mais precisamente no escritório da tia, onde tinham as imagens de todas as câmeras de segurança. Foi uma luta passar pela loira e pegarem as chaves sem serem vistos, resultou em adolescentes escondidos de baixo de mesas e um galo na cabeça de Todoroki -- ele bateu a cabeça no pé de uma cadeira numa tentativa falha de se distrair invés de ficar encarando Midoriya como um louco.  

Jack estava nervoso, se sentia com 17 anos de novo, menos babaca talvez. Não levaria flores ou nada do tipo, ele só queria ficar nem que fosse um pouquinho mais perto daquela ômega, então só respirou fundo e passou pelo sobrinho loiro da Carter -- este que o olhava com uma expressão séria que dizia "não faz merda" -- ouvindo a porta de entrada para cozinha ser trancada.

Se ele tinha pensado em não fazer merda antes, agora tudo foi por água abaixo. Jesus, aquela mulher era demais pro seu coração desde sempre mas parecia que ela só havia ficado mais bonita com o tempo, vê-la com uma bacia na mão provavelmente batendo a massa de alguma coisa com um sorriso leve no rosto o fazia arrepiar. O cheiro dela era tão bom que o fazia viajar na maionese, então só se deu conta que o sorriso da loira deu lugar a uma carranca quando ele estava a um braço de distância dela.

- Mas eu posso saber que merda você pensa que está fazendo? 

- Vim te ver. -- Falou a primeira, e verdadeira, coisa que veio na cabeça. 

- Jack, eu realmente não tenho tempo pra você e seu romantismo barato, me dá licença. -- Bateu a bacia na mesa, revirando os olhos ao passar pelo ruivo, este que sorriu maroto quando Dara simplesmente não conseguiu abrir a porta. Passou por ele de novo, dessa vez em direção aos fundos. Fechado mais uma vez. -- Isso é algum tipo de brincadeira? -- Virou pro alfa, colocando as mãos na cintura.

- Talvez seja, meu amor. -- Deixou que um cheiro mais dominante e gostoso saísse de si, cheiro que avermelhou as bochechas da Carter.

- Então você quer brincar, Jack? -- Assim como o alfa, ela deixou um cheiro sensual e cremoso sair de si, se aproximando em passos lentos, tão delicada quanto um felino. Chegou perto do Todoroki mais velho, sua mão subindo pelo bíceps. -- Fecha os olhos. -- Sussurrou nos ouvidos do Lúpus que, bom, esperava um beijo ou até coisa melhor.

O que na realidade ele sentiu foi a sensação gelada e melequenta da massa de bolo caindo por sua cabeça. Não parecia ser possível porém era: Dara jogou a massa nele. Limpou o rosto em silêncio enquanto via a mulher sorrir de modo lindo demais pra quem havia acabado de fazer uma sacanagem daquelas. 

- Eu tenho uma chave reserva, meu amor. Não se preocupa com a sujeira no chão, vou fazer questão de limpar depois. -- Caminhou bem plena para os fundos, abrindo a portinha onde estavam algumas cartas e tirando uma chave, destrancando a porta. Estava quase fechando quando colocou só a cabeça dentro do cômodo. -- Ah, Jack! Eu tomaria um banho o mais rápido possível se fosse você, isso ai era bolo de nozes.

No final das contas, Jack acabou se coçando o dia todo graças a sua alergia a nozes.

Fim do Flashback

A segunda ideia foi dada por Kaminari, uma semana depois do "acidente" do bolo e a pele do Lúpus estar normal, essa eles tinham certeza que ia funcionar.

Flashback 

- Não acredito que vocês me arrastaram para cá, eu já estou velha meninos, não aguento ficar o dia todo em fila não. -- Dara reclamava a cada segundo que eles caminhavam pelo parque, fazendo Bakugou se arrepender amargamente de ter dado ouvidos ao Kaminari. 

- Você fica o dia inteiro de salto andando por aquela joalheria e café, para de ser fingida, você só quer voltar pra casa e dar uma de babá pra cima do tio Levi. -- Midoriya respondeu, quase tão arrependido quanto o irmão. -- O homem não te aguenta mais, tia.  

- Os enjoos dele começaram, gravidez de ômega homem é difícil e vocês sabem o quanto ele é cabeça dura quando briga com o Eren, não vai deixar aquele idiota o ajudar e- A loira não terminou a frase já que um ombro forte e grande bateu no seu, quase a derrubando. -- Inferno, olha pra onde anda... Shouto? Kirishima?  

Quando ouviu a tia chamar o nome do ruivo, Katsuki cerrou os olhos para Izuku. Que merda era aquela? Não estava nos planos Kirishima estar ali, já que Midoriya tinha uma leve ideia que alguma coisa "ruim" havia acontecido entre seu irmão e o amigo. 

- E ai tia Dara. -- O bicolor sorriu pequeno pra mulher que não retribuiu, só levantando uma sobrancelha, cruzando os braços e batendo o pé no chão. Ata, claro, ele não pediu desculpas pelo esbarrão. -- Desculpa por quase derrubar você, hehe. -- Olhou de lance pros amigos que bateram na própria testa, Todoroki realmente não tivera ideia melhor do que esbarrar nela? 

Okay, ela não estava tão mau humorada assim por causa de um esbarrão, na verdade, ela estava envergonhada e irritada: logo atrás do bicolor estava Jack. Hoje não tinha saltos, joias ou maquiagem para deixa-la mais adulta. 

Por um instante Jack achou que estava de volta em 1998. O que ele via agora era a garota que chamou sua atenção: o cabelo loiro estava em rabo de cavalo, o rosto com algumas sardas douradas que só apareciam quando o sol refletia, jeans, camisa branca e um tênis baixo. Ela sempre fora assim, o impressionava ela não ter mudado muito além do cabelo curto, este que batia na cintura antigamente.

Dara sabia o que ele via, não gostava de andar assim, preferia estar em um dos seus Louboutin e roupas mais sociais. Tudo o que Jack via agora era a ômega de 17 anos que estudava numa cidade pequena do Texas desde os 10 anos, simplesmente por ser quem ela era e não aceitar as regras da sociedade. 

- Que coincidência encontrar você aqui, cabelo estranho e pavê caro amigo. -- A frase sarcástica de Bakugou foi o suficiente para que Dara despertasse do seu transe, deixando de encarar o Lúpus mais velho e simplesmente começando a caminhar na frente, o cheiro doce sendo substituído por um azedo de raiva. -- Não sei que merda você fez pra Dara, velhote, mas eu acho bom concertar tudo. 

Jack suspirou: - As coisas são complicadas entre nós... -- Ficou encarando o caminho por onde a loira tinha ido. -- Mas eu preciso me aproximar dela e eu vou conseguir, eu esperei tempo demais para isso. 

Com essa frase, Shouto olhou para Midoriya. A Carter era parceira de seu tio, tudo que sabia era que o próprio havia complicado as coisas entre os dois e eles ficaram separados por anos, sem sequer saber noticias um do outro. Todoroki não tinha coragem de fazer nenhum movimento sobre Izuku, agora que sabia de tudo o que ele havia passado com um de sua classe, tinha medo de afastar completamente o menor mas e se ele acabasse como seu tio? Já havia visto de perto as reações que ficar separado de seu parceiro causava num Lúpus e só agora entendia.

Bakugou tinha os olhos perdidos em qualquer coisa que passava a frente para evitar olhar Ejirou, de certa forma, a frase dita pelo mais velho o afetava também. As coisas estavam complicadas entre ele e Kirishima, não se falavam como antes apesar do ruivo tentar disfarçar quando estavam todos juntos, tudo parecia diferente. Ele estava mais consciente do que acontecia a sua volta, principalmente quando Ejirou estava por perto, podia ver os rápidos e intensos olhares que o colega lançava sobre si enquanto achava que Katsuki não estava olhando. 

E ai estava o pior: Bakugou fazia o mesmo que ele. Fazendo questão de expandir suas narinas quando sentava próximo ao alfa apenas para captar o cheiro forte e alegre, prestando atenção demais no movimento dos lábios dele mesmo que muitas vezes nem ouvisse o que ele dizia. Bakugou não era assim, isso ia contra a natureza de alfa dele... mas então por que queria Kirishima daquele jeito? Ele não sabia, na verdade, só podia estar louco. 

-Kacchan? Ei, Kacchan, tá me ouvindo? -- Midoriya acenava na frente dos olhos do alfa que só bufou e saiu atrás da tia. -- Por isso essa família me estressa, eu preciso lidar com esses dois malucos todo dia, tem noção disso? -- Virou para Shouto e os outros dois que sorriram, devolvendo com um sorriso aberto e alegre. -- Vamos tentar curtir esse dia, sim?

E Dara iria, ela estava puta, havia saído da sua casa pra torrar a cabeça naquele sol desgraçado que fazia e ainda teria que aguentar Jack, okay, já que seria assim então ela iria se divertir do jeito dela. Esperou os mais jovens e o encosto -- vulgo Jack --e quando eles chegaram perto ela sorriu apontando para uma das várias barracas ali, mais especificamente a de tiro. 

Chegaram na barraca cheia de bichinhos de pelúcia e coisas que fariam garotas se derreterem.

- Os jovens vão tentar a sorte comigo hoje? -- O funcionário disse, dando um sorriso galanteador para Deku e Dara, que se olharam com as sobrancelhas levantadas e um sorriso, assentindo. -- Então tá, o negócio é o seguinte: vocês terão seis chances para acertar os patinhos ali. -- Mostrou os patos de madeira. -- O verde vale 10 pontos, o vermelho vale 50, o amarelo vale 100 e só tem 3 patos dourados, esses valem 1000 pontos e, claro, eles estarão em movimento. Se fizerem pelo menos 300 pontos podem levar uma pelúcia. Então, quem vai participar?

Antes mesmo que Dara ou Izuku falassem alguma coisa, os três ruivos ali levantaram as mãos e pelo mesmo motivo: se exibir. 

Isso mesmo, Kirishima queria se exibir pro Katsuki e ele nunca se sentiu tão másculo do que quando segurou a espingarda de brinquedo nas mãos. Shouto e Jack até estufaram o peito.

Aquilo seria como nos tempo antigos, os alfas se mostrando para os seus ômegas -- bom, para alfas loiros e fofos demais quando faziam a cara mais debochada que tinham também, droga, Eijirou tava ferrado.

Beleza, patinhos se mexendo, aquilo seria fácil.

Ou não. 

Puta merda, acho que se contar os patos que todos os três acertaram não daria nem 100 pontos. O próprio funcionário balançava a cabeça desacreditado, como eles puderam errar tanto? 

- Deem licença para os profissionais, eu hein, não to gastando meu tempo pra ver vocês e sua mira de mer-

- Sabe tia, é por sua culpa que o Kacchan fala tanto palavrão. -- Midoriya revirou os olhos, era o único educado daquela família, pegando uma das espingardas do balcão.

- Eu falo palavrão, você sai chutando sacos por ai. -- Izuku deu o dedo do meio pro irmão. -- Mexe esse pato logo. -- Bakugou mirou.

C.A.R.A.L.H.O

O que aquela família tinha? Eram algum tipo de super dotados? Serem ricos, bonitos e talentosos era uma afronta ao equilíbrio do universo. 

Dara acertou três patos: um dourado e dois amarelos.

Deku acertou quatro patos: um dourado , dois vermelhos e um verde.

Bakugou acertou quatro patos: um dourado e três vermelhos. 

De boca aberta, os três ruivos viam cada um dos vencedores escolherem suas pelúcias. No final, eles escolheram: uma bomba, um coelho e um unicórnio enorme. Jack tentou ser gentil, vendo que o unicórnio de Dara era quase do seu tamanho, se fosse móvel ela podia até montar nele.

- Quer que eu leve pra você?

- Nah, o peso de ser horrível de mira já deve ser muito grande. -- O alfa respirou fundo, okay, deixaria pra lá. Assim que pensou nisso, a loira enfiou o cavalo na sua cara, dando uma gargalhada alta e real. -- Eu to brincando, anda logo, deve ter mais lugares aqui.

A partir daí, o dia foi legal, eles foram em vários brinquedos -- na verdade em todos, aqueles três tinham muito fôlego -- comendo algumas besteiras que vendiam pelo parque já que Izuku (que esqueceu do plano e só queria se divertir) não queria parar só para almoçar. Beleza, faltava apenas uma atração: a casa do terror.

- Okay, nessa atração a gente precisa estar em duplas, eu vou com-

Dara foi interrompida, mas que mania do caraio desses moleques.

- Eu vou com o Midoriya! -- Shouto levantou a mão como uma criança, já grudando no esverdeado.

- Bakugou, você vem comigo. -- Kirishima grudou no braço do loiro que se arrepiou inteiro, só rezando pra não ficar vermelho que nem uma garota. 

- Beleza, então eu vou sozinha. -- Dara deu de ombros. 

- Eu tô bem aqui. -- Jack olhou chocado pra ela. -- Eu vou contigo, vai precisar de alguém pra te proteger. - Sorriu galante.

Tá bom, a Carter daria essa chance, o dia havia sido divertido, Jack fora decente sem tentar chegar perto demais e dando o espaço que ela precisava para começar a se acostumar com a presença dele- quer dizer, não que ela fosse se acostumar com nada, o que ela tava pensando?!

O lugar parecia um tipo de mansão mal-assombrada, paredes cheias de tinta que parecia lodo preto e uma mistura de cheiro de vela, flores e perfume de gente velha, era mais como um filme com baixo orçamento, não era realmente assustador. Pra Dara, pelo menos. 

Jack tava até suando, pelo amor de Jesus, que lugar era aquele, tinha cheiro de enterro, ele queria sair dali o mais rápido possível mas esse troço tava só no começo então do nada um dos atores apareceu no canto de uma parede, um som de choro ecoando pelo lugar e nesse momento o Todoroki mais velho estava parecendo o Chaves no episódio da bruxa do 71. No meio do caminho Jack já tinha soltado mais peidos do que um fusca e Dara já tava com a barriga doendo de tanto rir, ela ria tão alto que, sem brincadeiras, os quatro atrás de si podiam ouvir e achavam que o Coringa estava na atração também.

Só tinha um mísero problema para Dara.

Haviam três portas para seguir, réplicas de portas do filme It: A Coisa dizendo "pouco assustador", "assustador" e "muito assustador" e ai a Carter travou. Aquele foi o único filme que a assustou -- merda de medo de palhaços. Dara só foi direto para o "muito assustador", não tomara nenhum susto até agora e nem achava que ia tomar -- provavelmente era apenas uma pegadinha -- nem vendo se Jack estava a seguindo. 

Ela fez merda.

Aquilo era um tipo de réplica inteira do filme, tinha estátuas de palhaços com máscaras assustadoras por todo o lado, além do cheiro de alguma coisa podre, agora era ela que tava assustada até os ossos. Só foi caminhando entre aquelas coisas, cantando Aline Barros bem baixinho, até que ouviu um barulho atrás de si. Virou com tudo, mas não viu nada, devia ser um dos atores então só cantou "Eu escolho ser amigo de Deus" bem alto -- vai que não era um ator -- e continuou seu caminho. 

Respirou aliviada quando viu a saída, ainda bem, sem atores vestidos de palhaço pelo menos. Então uma mão pesada caiu no seu ombro, o som de uma voz rouca falando "buh" em seu ouvido fez seu coração alavancar.

A reação foi instantânea: deu um murro na cara de quem quer que fosse. Se fosse um fantasma então ela ensinou uma boa lição, se fosse um ator ia receber um belo processo.

- Puta merda Dara, você é louca, porra. -- Ouviu a voz abafada de Jack e passou de assustada para irritada, que droga foi aquela? Ele realmente havia camuflado seu cheiro para aquilo?! -- Você mete a porrada em qualquer um ou o quê? 

- Eu meto a porrada em qualquer filho da puta, principalmente se for você, tu tentou me assustar! -- Bufou raivosa, só indo logo para saída e encontrando os quatro jovens os esperando. Quando o ruivo apareceu, os quatro fizeram a cara mais surpresa que tinham.

Foi só um susto mas não para ela. Para Dara, aquilo foi estar vulnerável e sozinha num lugar escuro, exatamente como na época do colégio...

- Eu acho que você quebrou meu nariz. -- Shouto foi para perto do tio que tirou a mão do nariz , este que escorria um filete de sangue, pra ver o estrago. -- Era uma brincadeira, você não precisava fazer isso! -- Apesar da voz meio estranha, era possível sentir a atmosfera ficando mais densa, o peito de Jack se estufando, se mostrando dominante.

Alfas não gostavam de ser machucados por ômegas. Assim como seus antepassados, era uma reação comum querer punir a fêmea que o machucou.

- Vai se ferrar Jack e é melhor você diminuir essa presença ou eu vou quebrar mais do que seu nariz. -- Dara estufou o peito como uma alfa, dando um passo mais perto do Lúpus (apesar de ter que olhar pra cima para ver seu rosto).

Repetindo a ação, como o alfa que tentava não ser, Jack chegou bem perto, sua presença ficando maior: - Eu quero ver você tentar.

- Ei, ei, ei, saí de perto dela. -- Deku e Bakugou se enfiaram entre os dois o que automaticamente cortou a tensão, fazendo os ombros do alfa relaxar assim como os da ômega, que só balançou a cabeça, bufando uma risada.

- Você ainda é o mesmo, mas eu não. -- O Todoroki desviou os olhos, havia exagerado. -- Pra mim chega, eu vou pra casa. Aproveitem o resto do dia. -- Deu as costas a todos, só saindo. 

Fim do Flashback

 Depois daquilo eles deram um tempo, Midoriya havia dito que Levi estava mais para doente do que grávido, mal conseguia manter alguma coisa no estômago além de chá. A gravidez de um ômega macho era rara, apesar de terem nascido com um útero, sua fisionomia ainda era de um homem. Todas as mudanças hormonais e corporais era difíceis de passar e, em muitos casos, a gravidez acabava sendo interrompida naturalmente.

 E claro que Dara e todos estava arrancando os cabelos com isso. 

Ela sempre fora assim, tinha a mania de colocar todos a sua frente, ainda mais quando se tratava de sua família. Então não foi surpresa para os meninos quando acordaram -- com os sons do Ackerman passando mal e jogando o pouco da janta que conseguiu engolir para fora -- levantando e saindo de seus quartos em direção ao quarto da tia.

Gravidez era realmente um bagulho muito louco. Quer dizer, quando, me diga quando Jesus, o grande -- e sim, isso foi bem sarcástico -- Levi Ackerman pediria pra dormir com a loira? Só enquanto ele estivesse brigado com o marido, era óbvio. Levi havia virado uma mistura de pinscher tremendo de ódio com um fofo pug que só quer carinho. E Eren virou um stalker do próprio marido, olhando toda e qualquer respiração mais forte que o menor dava, pulando da cama e correndo para a porta do quarto da Carter toda vez que havia-- ou só quando ele imaginava ter ouvido mesmo -- o som dos vômitos de Levi.

Passaram-se alguns minutos até que a porta fosse aberta, vendo agora o Ackerman sentado na cama com as pernas cruzadas vestindo uma camisa grande -- que o Yeager reconheceu como a dele -- com uma toalha na cabeça, Dara usando seus bons jeans, moletom e tênis ajudava o mais velho a secar o cabelo. 

- Os meninos vão fazer chá de camomila, okay? -- Falou para o menor que assentiu. -- Eu vou na farmácia  24h aqui perto comprar alguns remédios e vitaminas para você comer melhor, eu já volto. 

- Vai dirigir a essa hora tia? São quase 1 da madrugada. -- Deku perguntou enquanto Katsuki só desceu para cozinha. 

- Eu vou a pé, não se preocupe.

- Ir a pé é pior ainda!

- Eu vou com você. -- Eren disse, só agora parando de olhar para Levi. 

- Hey, eu volto em alguns minutos, não se preocupem. -- Caminhou para perto do alfa, sussurrando sorrateiramente. -- Toda vez que ele sente seu cheiro o enjoos melhoram, fique aqui e ajude ele a secar o cabelo. -- Sorriu e saiu do quarto, assentindo para Midoriya que só suspirou e assentiu de volta, voltando para seu próprio quarto. 

Ao descer as escadas viu que Bakugou estava a olhando da cozinha e sorriu cansada, a verdade é que não tinha dormido bem esses dias, não por causa do Ackerman -- talvez um pouquinho -- mas sim porque não conseguia esquecer o episódio do parque. Saiu de casa com a cabeça nas nuvens. 

Não era somente a briga que estava em sua cabeça, mas o tempo que eles riram juntos, como brincaram e se divertiram como dois adolescentes de novo havia lhe trazido lembranças agridoces. 

As ruas estavam vazias mas o clima estava bom, não estava tão frio mas tinha um ventinho gelado batendo em seu rosto que refrescava sua mente. Suspirava a cada dois segundos enquanto pegava as vitaminas e remédios que estavam nas receitas do amigo. 

Não queria e nem deveria estar pensando nisso, não era mais uma adolescente, o que aconteceu era passado e ela devia seguir em frente certo? E ela tinha seguido. Tinha sua vida do jeito que queria, tinha amigos apesar daqueles que perdeu, tinha sua própria família. Dara estava completa, sabia disso. Essa sensação de que havia um vazio dentro si que Jack trazia era um reflexo da adolescência que logo mais passaria.

A farmácia não era longe da sua casa, talvez 30 minutos de caminhada, o normal para ela. Fazia caminhadas cedo antes de todos acordarem e por isso estava acostumada a andar pelas ruas de madrugada, mas claro que alguma coisa ia acontecer quando estivesse confiante demais.

- Ei bonitinha! -- Ouviu atrás de si junto de umas risadas,só revirou os olhos e continuou a andar, sentia cheiro de alfa e provavelmente estavam bêbados. -- Você mesma loirinha, não vai dar atenção?

"Ignore Dara, só ignore" pensava.

- Tá surda vadia?!

E foi ai que ela se virou, raiva percorrendo seu corpo. 

- Me chamou do que?

- Oho, parece que ela ficou ofendida. -- Dara podia ver três homens; a esquerda que estava falando era um loiro alto e esguio, podia sentir a presença de alfa; o do meio era negro e atarracado, apenas um pouco maior que ela, alfa também; o da direita não tinha presença, um beta, um jovem moreno que obviamente não queria estar ali mas só seguia o ritmo das coisas. -- Eu estava de olho em você desde a farmácia, mas não se preocupe. -- Quando o aloirado deu um passo a frente, a Carter só se pôs em posição de defesa, colocando a sacola com comprimidos no bolso do moletom, não fez Krav Maga por quase 10 anos de brincadeira, iria derrubar aqueles caras se eles chegassem mais perto. -- Só queremos nos divertir.

Eles avançaram, mas antes que pudessem chegar até ela, um punho foi de encontro ao rosto daquele alfa idiota (qual é, por que só acontecia isso com a família dela?), uma presença forte e cheia de raiva amarga de um Lúpus fez com que os outros dois recuassem rápido, deixando o amigo loiro caído no chão e correndo para longe.  

Só sentiu sua mão sendo agarrada, deixando-se ser levada enquanto a adrenalina ainda pulsava em seu corpo, só reparando em quem a levava depois de alguns segundos. 

Correram por alguns minutos, até estarem ofegantes e com algumas gotas de suor brotando na nuca, Dara não sabia para onde estava indo mas se deixou ser guiada pelo alfa com cheiro protetor, estava agitada e assustada, talvez precisasse disso. Entrou no elevador do prédio onde chegaram, ainda segurando forte a mão do Todoroki mais velho. Entraram no apartamento dele e foi só ai que a Carter se tocou onde estava.

- Hey, Dara, você tá bem? Aqueles caras te machucaram? -- O maior começou a toca-la, as mãos passando por seus braços e subindo para seu rosto. -- Você está pálida, Dada.

Na hora que ouviu o antigo apelido saiu do estado meio em choque que estava, se desvencilhando dos toques e dando um passo para trás.

- Eu ia me livrar daqueles idiotas sozinha, acha que eu sou mole assim? -- Soltou um "rá" alto, sua voz saia alta e meio esganiçada. -- Eu não precisava da sua ajuda. 

Jack sentiu o coração acelerar de raiva, só balançando a cabeça descrente daquilo, Dara sempre fora assim, ela não cresceu muito depois do colegial isso era óbvio, só queria uma conversa normal.

- Espera, como você... Por que estava ali? -- Voltou os olhos verde azulados para a ômega, não respondendo. A verdade era que recebeu uma mensagem do sobrinho loiro da mesma, dizendo onde ela provavelmente estaria e decidiu ir dar uma olhada para que ela voltasse segura. -- Você não pode-estava me seguindo Jack? -- Lançou um sorriso torto para a mesma, sentia certa vergonha ouvindo isso em voz alta. 

A Carter parecia chocada. 

- Mas é claro, eu devo ter ficado distraída demais com Levi e não notei; vocês estavam armando tudo aquilo e quando eu digo vocês é óbvio que Katsuki e Izuku estavam nessa, sabia que deveria ter desconfiado desde o encontro na cozinha... -- Dessa vez foi a vez da loira balançar a cabeça em descrença. -- Ele só são crianças então não vou puni-los, mas eu quero que você diga a eles que desistiu de seja lá o que for que estava pensando quando começou com isso. Me deixa em paz, Jack.

Mais uma vez Dara iria passar reto por ele e ir embora, parecia até mesmo um déjà vu.

Não, seria diferente daquela vez.

Agarrou o braço esquerdo da mulher, a puxando mais uma vez para perto de si, ele sabia como ela ia reagir. Chega de agir como se esperasse uma reação adulta, a única que ele via era a adolescente violenta então ele reagiria a altura. Segurou a mão direita fechada em punho da ômega, enrijecendo o corpo enquanto Dara se balançava para sair do aperto, grunhindo com raiva e frustração. Deixou que ela se mexesse até cansar e sua respiração estar ofegante de novo, a fazendo andar para trás até que suas costas estivessem na parede, enfiando uma de suas pernas entre as dela, forçando sua pélvis para frente para a imobilizar. 

Estavam próximos, seus narizes quase se tocando enquanto suas respirações batiam rapidamente no rosto um do outro, tão próximos que Dara sentiu um cheiro doce de excitação sair de si, desviando os olhos para qualquer coisa que não fosse os grandes azuis de Jack. 

- Eu posso sentir. -- O Lúpus manteve a voz baixa. -- Posso sentir o cheiro. -- Abaixou a cabeça, ainda mantendo os braços da menor bem presos sob suas mãos, enfiando o rosto na pele clara do pescoço, deslizando a ponta de seu nariz ali. Se antes ela estava ofegante, agora sequer soltava o ar, o coração acelerado como se tivesse corrido uma maratona. A ômega virou o rosto para o lado quando o Todoroki levantou a cabeça para lhe olhar mais uma vez, a boca entreaberta. -- Você é minha parceira, Darael. -- Num arquejo, a Carter virou o rosto dessa vez para olhar dentro dos olhos de Jack em pura surpresa. -- Nós não precisamos de uma marca. Porra, o seu corpo sabe, seu coração sabe, eu sou seu parceiro.

Estavam pressos nos olhos um dos outro, o azul da noite com o azul do mar. Sem saída, ela não podia fugir daqueles olhos, da verdade que eles expressavam, assim como não pode fugir da investida dele, dos lábios grudando-se aos seus de forma bruta. Suas mãos foram soltas mas sua cintura fora agarrada, estavam tão próximos que pareciam um único corpo; bocas se movendo com raiva, frustração, saudade e qualquer merda que ela sentia esses dias, não ligando se seu pescoço doía de ficar naquela posição olhando para cima ou do descontrole das suas mãos que iam para a camisa de Jack, agarrando a barra e a forçando a subir.

As mãos de Jack faziam o mesmo, abrindo o moletom de Dara, usando os poucos segundos que seus lábios se separavam para puxar oxigênio, se afastando alguns centímetros para terminar de tirar sua camisa, a jogando com força sobre o pequeno criado-mudo, não ligando quando o porta retrato ali caiu, sequer ouvia algo além dos suspiros e ofegos da Carter enquanto infiltrava a mãos dentro da camisa da mesma, tocando sua barriga com a ponta dos dedos.

- Tio, tá tudo... -- Shouto esperava qualquer coisa, sério, qualquer coisa mesmo: seu tio passando mal pela distância de sua parceira (já havia acontecido antes), ele bêbado ou até algum bandido. Tudo. Menos a cena de Tia Dara e Tio Jack agarrados, o mais velho sem camisa e a loira com só um dos braços dentro da blusa de frio, se beijando loucamente. Demorou um segundo até que eles notassem sua presença no cômodo, Dara empurrando o arruivado o mais longe que seus braços sem força conseguiam. -- An, okay, ué ta tarde ó, vou voltar a dormir. -- Sorriu amarelo para os dois, dando meia volta bem rápido, sumindo de vista. 

Jack sequer teve tempo de pensar no que dizer. Dara pegou rapidamente a sacola com vitaminas que caíra de seu bolso, correndo porta a fora, nem ligando pro elevador e descendo as escadas o mais rápido possível, deixando um Lúpus meio ofegante e sorridente para trás e, claro, um adolescente digitando ferozmente no celular contando tudo que tinha visto, formando o plano perfeito. 


Notas Finais


Tentei usar um pouco das ideias de todos pessoal, também decidi que duas partes seriam melhor pra não ficar tão cansativo, então até mais xuxus.


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