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História You're My Dream - A Nossa Versão de Ohana


Escrita por: lady_ellye

Capítulo 42 - A Nossa Versão de Ohana


Fanfic / Fanfiction You're My Dream - A Nossa Versão de Ohana

Eu já sabia que te amava naquela época

Mas você nunca saberia

Porque eu me calei com medo de perder

Eu sei que eu precisava de você

Mas eu nunca demonstrei

Mas eu quero ficar com você

Até que nós fiquemos bem velhinhos

Apenas diga que você não vai embora

~ Say You Won't Let Go. James Arthur


O dia de sexta passou literalmente voando. Na parte da manhã acordei cedo e corri atrás de tudo que precisaríamos. Comprei uma barraca, dois colchões infláveis e mais algumas coisas básicas. Zain disse que era para eu deixar o mercado para ele porque queria ir junto, então não me opus. Nós avisamos Emma e Charlie que ficaram mais do que felizes e se arrumaram em tempo record e depois fomos para o mercado, onde Zain, exageradamente comprou mais do que devia.

– Você está exagerando. – aviso ao ver a quantidade de coisas dentro do carrinho, inclusive cadeiras de praia, espreguiçadeira e guarda-sois. 

– O que? Claro que não. 

– Você encheu dois carrinhos de comida entre outras coisas, então sim, está exagerando. – ele apenas deu uma risada antes de dar de ombros e me ignorar. 

Nós passamos tudo no caixa, e devo dizer a dificuldade que tivemos para fazer cabelo no porta malas de seu carro – isso que ele era muito grande. Algumas malas teriam que ir nos bancos de trás junto com as crianças, mas nós decidimos resolver isso em sua casa com calma.

Já havia passado das 22 horas e Charlie se esbaldava na sala de jogos de Zain enquanto Emma ficava ao lado do irmão e também parecia se divertir. 

Nós já havíamos arrumado tudo, faltava apenas colocar as malas onde estavam as coisas que usaríamos pela manhã no carro. Zain disse que iria tomar um banho então fiquei com as crianças na sala de jogos até decidir deixá-los se divertirem com um pouco mais de liberdade. 

Saio pelas portas de vidro que davam acesso à grande piscina e observo a visão. Que era uma das mais lindas de  Londres eu já sabia, mas hoje parecia ainda mais especial. Olhando daqui, as luzes da cidade pouco abaixo do monte repleto de mansões não pareciam ter fim. Me sento em uma espreguiçadeira próxima a piscina e simplesmente aproveito o momento de tranquilidade sozinha. Isso até ouvir passos se aproximarem e sentir meu coração palpitar no peito.

– O que faz aqui fora? – ele pergunta e se senta na espreguiçadeira ao lado, de frente para mim. 

– Só estava olhando. – me viro, ficando de frente para ele também. Seus cabelos estavam bagunçados e molhados, e ele usava uma calça de moletom e uma jaqueta também de moletom cinza. – Não devia estar aqui fora. Acabou de tomar banho e está frio. – ele dá de ombros. 

– Você também não deveria estar. – esfrego as mãos nos braço. 

– Só queria respirar um pouco. Emma e Charlie pareciam tão bem e fiquei com medo de… – engulo em seco – transparecer preocupação. 

– Você vai passar o fim de semana todo com eles, é melhor não pensar nisso. 

– É difícil. – confesso. Mas ele sabia que era. Zain estende um dos braços e toca o meu gentilmente me puxando para frente e me envolvendo entre os seus. Repouso a cabeça em seu peito apenas apreciando a proximidade e suas mãos acariciam meus braços. 

– Não esqueça, então. Apenas não pense muito nisso. – assinto com a cabeça.

– Tudo bem. – neste momento, a voz de Charlie gritando meu nome é ouvida de dentro da mansão e me coloco de pé imediatamente. 

Entro na sala acompanhada de Zain já preparada para qualquer coisa. Como um pedido de socorro dizendo que Emma estava passando mal. Mas suspirei aliviada ao ver a garota tranquila ao seu lado. 

– Estão bem? Querem alguma coisa? – pergunto. 

– É que… Emma está com fome. 

– Seu bobo, é você que está com fome! – grita Emma para o irmão que arregala os olhos.

– Não sou não. – mas qualquer um teria percebido suas bochechas corarem com vergonha causando uma pequena risada.

– Tudo bem, vamos fazer assim: vocês vão para o banho enquanto Zain pede uma janta para nós, ok? – Charlie assente quase que de imediato e Zain ri.

– Quando estiverem com fome é só falarem. Somos amigos, não somos? 

– Somos. – respondem eles. 

– Então ok. Para o banho! – dei duas palminhas apontando para os quartos. 



Ajudei Emma a tomar banho e quase me parabenizei por não ter sentido tanta agonia dos tubos, furos e cortes no corpo da garotinha. Mas aí lembrei: é o mínimo que eu poderia fazer.

Em quis ficar sem a peruca e logo depois de comermos ela foi para a cama. Perguntei se queria dormir sozinha, mas ela pediu para ficar com o irmão e sorri de imediato, percebendo o quanto são apegados, e depois senti dor, por saber o quanto Charlie sofreria se algo acontecesse. 

Eu ainda tinha esperanças.

A medicina vive em evolução e ainda podemos ter alguma chance. 

– Estarei no quarto ao lado se quiserem. – avisa Zain.

– E Barbie? – pergunta Charlie. 

– Também estará. – quase arqueio as sobrancelhas, mas tento permanecer neutra. Como assim eu também estaria?

– Boa noite, Emma. Charlie. – deixo um beijo na cabeça dos dois e deixo a luz de uma luminária em modo baixo antes de sair. 

– Estarei no seu quarto, é? – pergunto assim que o moreno fecha a porta atrás de mim e ri.

– Achei que seria melhor para as crianças. 

– Sua cara de pau é fascinante. – acuso e entro em seu quarto.  

– Não é como se nunca tivesse acontecido. – reviro os olhos – Pode tomar um banho. Vou pegar suas coisas.

– Não precisa. – mas ele já tinha saído, e quando voltou eu estava sentada em sua cama pensando seriamente em ir para um quarto de visitas. 

Zain segue caminho até o banheiro e ouço o chuveiro ser ligado. 

– Eu poderia ter feito sozinha. – aviso e tiro a bota do pé.

– Eu sei. – ele se aproxima rápido e me pega no colo.

– O que está fazendo? 

– Ajudando você. Seu pé está machucado. – assim, ele me coloca sentada na privada.

– Sabe que me virei sozinha na última semana e vai continuar assim, não sabe?

– Não se não quiser. – do que ele está falando? 

– O que? 

– Eu poderia cuidar de você. 

– Está brincando?

– Não. Poderia ficar aqui em casa. 

… Não, obrigada. 

– E porque não? 

– Porque eu não preciso que alguém cuide de mim. – sou sincera e ele coloca as mãos nos bolsos.

 – Deixar alguém cuidar de você não te deixa menos independente. – não respondo nada e ele sai do banheiro.

Talvez tivesse razão.

A realidade é que me acostumei a viver sozinha. 

… Você poderia sair do quarto? – mordo os lábios. É estranho pedir que alguém se retiro do próprio quarto. – Seu banheiro é completamente de vidro, não me sinto… Confortável. Eu também poderia ir para um quarto de hóspedes se quiser. 

Mas ouço a porta bater o que mostra que ele saiu. 

Sem dizer uma palavra. 

Porque? 

Depois de cerca de quinze minutos saí do banheiro já vestida, dessa vez, com um pijama um pouco mais confortável. Era um tipo de cropped preto de alças e uma calça de cetim preto com vermelho em xadrez.

Com ajuda das muletas abri a porta e quase dei de cara com Zain segurando duas tijelas nas mãos.

– O que é isso? 

– Achei que gostaria de sorvete. 

– No frio? 

– Sempre faço isso. – solto uma risada e volto para o quarto me sentando na cama confortável. Zain me entrega uma das tijelas e retira as muletas escoradas sobre a cama colocando-as na parede ao lado. 

– Quer assistir alguma coisa? – pergunta e olho para a tevê. 

– Não, porque já é meia noite e levantaremos as três e meia. – ele concorda e se deita na cama com sua tigela em mãos. 

– Acho que vai ser divertido. – ele diz após um dez segundos. Concordo com a cabeça levando mais uma colher do sorvete de chocolate a boca. – Você pode ficar sem a bota?

– O médico disse que posso tirar pra dormir. – ele arqueia as sobrancelhas. 

– As bolhas já não doem? – se aproxima bruscamente e toca meu pé que não estava machucado, além das bolhas. Eu teria respondido que já estavam cicatrizando se seu contato não tivesse me causado cócegas e me feito derramar sorvete em mim mesma. 

Oh, droga. – resmungo colocando o pote de vidro sobre o criado mudo. Com o dedo tiro um pouco do chocolate da zona pouco abaixo do pescoço, mas percebo que precisaria de um paninho. Acabo por rir – Um pouco atrapalhada, talvez. – ironizo. Zain se remexe na cama e por segundos pensei que ele iria atrás de algo para me ajudar, mas mais uma vez ele me surpreende se aproximando de mim e abaixando o rosto até onde estava sujo e limpando - com a boca. 

Respiro fundo arqueando as costas e engulo em seco. Ele não pode fazer esse tipo de coisa.

Sinto sua língua macia quase descendo a abertura entre os seios e mordo o lábio inferior. 

– A...acho que já está limpo. – digo entre gaguejadas. Droga. Não poderia ter gaguejado. 

– Acho que ainda não. – murmura sem afastar a boca de lá e desce ainda mais os lábios, forçando o tecido mais para baixo. 

Merda

Eu queria mais disso.

Bem mais disso.

Quase inconsciente, levo minha mão a sua cabeça e passo os dedos por entre os fios cedosos, implorando silenciosamente para que continuasse. 

Quando - talvez - se deu por satisfeito, ele se reergueu encontrando meus olhos e minha respiração acelerada.  

– Acho que agora está. – diz com um sorriso malicioso. Parece que ele sabia exatamente a hora de parar: na hora em que eu suplicaria para que continuasse.

Não tenho certeza. – respondo e junto nossos lábios. Porque eu disse isso? 

Zain não demora a corresponder e com uma veracidade afável, sua língua entra na minha boca. Suas mãos apertam minha cintura e as minhas sua nuca. Por deus.

Isso é bom demais. 

Gemo contra seus lábios assim que suas mãos descem um pouco mais e me sento em seu colo com ajuda de um impulso e suas mãos fortes. Quando o ar nos falta, os lábios de Zain descem ao meu pescoço. Ele sem dúvidas percebeu o quanto sou sensível nesse ponto. 

– O que quer, Barbie? – pergunta após eu arquear as costas ao seus toques. Não respondo e ele se afasta. 

Não

Não se afaste. 

Tento juntar os lábios mais uma vez e Zain apenas morde o meu inferior, puxando para sí.

– Está me torturando. – resmungo e ele ri. 

– Então o que quer? – aperto os dedos em seus ombros. Se eu dissesse, provavelmente morreria de vergonha, mas se não, ele pararia agora. 

E eu não podia permitir que parasse.

Mais. – é tudo que digo deixando beijos urgentes em sua boca – Quero mais. 

Jurei tê-lo sentido sorrir antes de devolver meus beijos e delicadamente me deitar sobre a cama. 

Eu não sabia o que ele queria fazer. 

Desde que não parasse, eu faria qualquer coisa. E esse pensamento quase me assustou se não se tratasse de Zain Javadd Malik. 

Suas mãos apertaram minha cintura desnuda antes de descer os beijos. Mas desta vez não ficou apenas no pescoço. Senti uma eletricidade percorrer o mesmo caminho que ele percorria. E por onde ía, suas mãos acompanhavam. 

Seus lábios ultrapassaram toda a zona dos seios por cima do tecido, mas ainda não tocou onde eu queria, e mesmo assim, segurei um gemido. E quanto mais sua boca descia mais eu me sentia inerte do mundo real. Ele fez menção de parar assim que chegou na barra da calça, mas uma das mãos continuou. Percorrendo a perna, subindo até a coxa e adentrando a parte inferior delas. Quase não me movi em expectativa para o que poderia vir, mas quanto mais sua mão subia mais minha pernas faziam menção de fechar-se, e não sei se era para impedir ou para prendê-la ali. Zain voltou com os beijos e eu não sabia em qual toque prestava atenção, no entanto, logo descobri. Meu corpo involuntariamente focou em seu dedo quando ele definitivamente me tocou. 

Gemi alto. 

Gemi com apenas o toque fraco lá embaixo. 

Gemi e arquei as costas. 

Zain. – chamei. Ele subiu ainda mais a mão e quase choraminguei por não ter continuado. Mas aí senti sua mão entrar devagarinho por dentro do moletom e então, descer de novo. 

Achei que poderia desmanchar simplesmente ao sentir seu dedo lá dentro, – mesmo que um tecido ainda o separava de mim. Involuntariamente abri mais as pernas e seu dedo começou a deslizar para frente e para trás por toda a extensão. Seu dedo apertou como se fosse entrar, mas eu sabia que o tecido impediria.

– Como eu imaginei. – diz olhando em meus olhos – Está molhada pra cacete

Suas palavras me fazem engolir em seco e jogar a cabeça para trás. 

Continue

Por favor, continue. 

Ele pareceu entender, porque seu dedo afastou o tecido fino para o lado e quando senti o contato único entreabi os lábios. Seus dedos começaram a brincar, formando círculos e deslizando. Achei que não poderia ficar melhor até seus dedos subirem mais e tocarem uma área erógena.

Zain! Zain! – Era meu pedido para ficar ali. E ficou.

E foi a melhor sensação que já senti.

Devagar.

E rápido.

E devagar. 

E quando decidiu acelerar realmente senti todo meu corpo se contrair.

Arqueei completamente as costas e implorei para que continuasse. 

Mas ele parou. 

Parou pouco antes do que eu sabia que seria a melhor parte. 

– Zain! – repreendi.

Ele soltou uma risada enquanto eu tentava recuperar o fôlego. Sem pensar desci minha mão, eu queria mais, mas ele me impediu, segurando meu pulso.

Ei! – engulo em seco. Ele apenas riu antes de roubar meus lábios, arqueei o quadril tentando qualquer tipo de contato e suas mãos desceram de novo pelas laterais do meu corpo. — Você quer mais, não quer? — murmura e assinto com a cabeça 

Por favor.

Ele arrasta a calça xadrez para baixo até ela não estar mais em mim em uma lentidão torturante. Zain se posicionou entre minhas pernas e foi descendo a trilha de beijo mais do que eu esperava. Até me tocar lá embaixo. Ele arrastou a última peça para o lado e seus dedos novamente estavam lá. 

Tentei me manter em silêncio mas tudo se tornava difícil. 

E o dificil tornou-se impossível quando senti seus lábios. 

– Zain! – chamei, na verdade, quase gritei. Zain ergueu a cabeça sem tirar o sorriso malicioso dos lábios. 

– Emma e Charlie estão no quarto ao lado. Deveria não traumatizá-los. 

Idiota. – acuso e ouço sua risada.

Não sei quanto tempo fiquei sentindo sua boca, mas sabia que não precisaria de mais nada para definitivamente explodir.

– Oh, meu Deus. – eu apenas sabia que não aguentaria muito tempo. 

E não aguentei. 

Meu corpo imediatamente começou a se contrair.

– Zain… Eu vou… – mordo a mão para me impedir de gemer alto demais. Meu corpo foi submerso em espasmos, e por segundos achei ser capaz de não sentir mais nada. Zain continuou por mais alguns segundos e em todos os lugares que me tocava parecia haver correntes elétricas em forma de inúmeros choquezinhos. 

Minha respiração era descompensada e eu não sabia mais como normaliza-la. Apenas deitei a cabeça no travesseiro e me concentrei em voltar ao normal. 

O moreno subiu, se aproximando de mim. Seus olhos pareciam mais escuros que o comum ou talvez fosse a luz, mas o sorriso de canto nos seus lábios era perceptível.  

– Tudo bem? – pergunta ele. 

Então isso é um orgasmo? – pergunto de volta e ele solta uma risada. 

– É, acho que sim. – mas com "acho" ele queria dizer com certeza. Senti minhas bucherras enrubescerem ao tomar mais consciência do que tinha acontecido e não ousei encará-lo nos olhos. Imediatamente fechei as pernas e travei o maxilar. Ótima hora pra ficar tímida, Barbara. – Você gostou?

– Não pode perguntar isso. – desvio o olhar e não ouço mais nada dele, então, arrisco encará-lo. 

Seus olhos percorriam meu rosto com traços de preocupação. 

Parecia quase… Inseguro?! 

Não. 

Isso é impossível para Zayn Malik. 

– Está arrependida? – franzo o cenho. Se não o conhecesse, realmente diria que estava inseguro. 

E por algum tipo de instinto, eu senti que precisava dizer alguma coisa. Levo minha mão a sua bochecha e acaricio abrindo um sorriso fraco antes de tocar meus lábios aos seus. 

– Claro que não. Eu… – eu amo você. Meu peito ardeu. Ardeu ainda mais do que a segundos atrás. 

Eu nunca deixei de amar você. 

E agora estou morrendo de medo de não poder ter você para sempre, porque amo você, mas… Nunca acabamos juntos. 

As palavras me faltaram então apenas deixei outro selinho e um sorriso. 

Zain retribuiu, parecendo aliviado e se deitou, com o braço em cima de mim e sua boca em meu pescoço. Mas não de um jeito ardente. 

De um jeito terno. 



"– Onde você está? Tenho uma sessão de fotos agora de manhã, mas poderíamos fazer algo a tarde".


"– Não estou em Londres. Viajei com Zain, Charlie e Emma."


"– Sério? Para onde?"


Tem certeza que não estamos perdidos? – Charlie pergunta alto demais e por isso solto uma risada divertida. Termino de responder Taylor rapidamente e largo o aparelho.

Já estávamos a mais de duas horas na estrada e o sol estava nascendo deixando um ar ainda mais aconchegante. Era 6h40min porém estava fraco, provavelmente seria um dia nublado. Emma dormia no banco de trás enquanto Charlie acordou a poucos minutos.

– Claro que tenho. Fica tranquilo, Lie. – Zain assegura e ele assente, voltando para seu banco. Já estávamos na estrada de chão, o que mostra que estamos perto.  

Aliás, pela velocidade que Zain dirigia, não me surpreenderia chegarmos antes do horário previsto.  

E demorou apenas cerca de dez minutos até chegarmos ao tal camping, era bem afastado da cidade, mas a visão que preencheu nossos olhos tornou-se deslumbrante. 

Era um lago gigante. Muito, muito gigante. Seu fim era descoberto apenas pelos altos montes que se formavam no fim dele, e as nuvens de encontro aos picos pareciam mostrar a melhor pintura do mundo. 

Zain estaciona pouco mais distante, no entanto não havia muitas pessoas, então duvido que seria descobertos. Na verdade, ele queria pagar para fechar todo o lugar para nós, tornando um fim de semana longe de qualquer possível loucura, mas eu o impedi alegando que usar o dinheiro para mudar coisas tão naturais não era justo. 

Pessoas em família poderiam estar esperando férias a meses e não aceitaria que pudéssemos estragar isso. 

Ele aceitou por fim.

Em meia hora tiramos boa parte das coisas do porta malas, começando pelo barraca – que devo dizer, o trabalho para montá-la não foi nada como esperávamos.

Assim que Zain terminou, depositou as mãos na cintura e encara a mesma parecendo indignado. 

– O que foi? 

– Você comprou uma joaninha para ficarmos dentro.

– O que? Claro que não. As medidas eram de 2,40 por 2,40. Bem recomendada para esse tipo de viagem. 

– Da próxima vez eu cuido disso. – reviro os olhos. 

– Vai fazer que nem as comidas? – me refiro a quantidade exagerada e ele apenas faz menção de rir, entortando os lábios.

– Talvez. 

– Pense pelo lado bom, Zain. – Emma interrompe. 

– E qual seria? – pergunta.

– Quanto menor a barraca mais juntos ficamos. – o brilho de alegria em seus olhos era contagiante e me obriguei a apertar suas bochechas e deixar um abraço apertado na garotinha. 

Depois me aproximei de Zain novamente tentando – inutilmente –, ajudar a encher o colchão inflável. 

– Eu consigo sozinho. – reviro os olhos e murmuro um "teimoso".

Com a bomba de ar, ele encheu em cerca de sete ou dez minutos, isso porque o colchão era alto e largo. Peguei pelo menos as cobertas e travesseiros do carro jogando-as na barraca e sorri, feliz por esse momento. 

Sinto me empurrarem e caio deitada de bruços no colchão dando um gritinho assustado. 

– Zain! – repreendo o moreno que ria enquanto estava deitado ao meu lado com o braço envolta do meu corpo e os pés para fora.

– Sabe, acho que Emma está certa. – franzo as sobrancelhas esperando que continue – Quanto mais perto melhor. 

Bobo. – acuso com um sorriso mais bobo do que o apelido no rosto. Ele apenas sorri antes de tocar nossos lábios. 

Calmo

E tranquilo.

Até vozes fazer com que nos afastassemos. 

– Vocês são casados? – pergunta Emma. Arregalo os olhos. 

– O que? 

– Charlie disse que vocês são casados. – ela responde e minha atenção recai sobre Lie, que encarava a irmã com uma careta que dizia que não era para ter o entregado. 

– E porque você acha isso Charlie? – perguntei. 

– Bom… Eu… – ele gagueja timido chutando alguma pedrinha invisível, já que só havia grama – Tia Karen disse que casais moram juntos. E vocês moram juntos, não moram?

– Hmm… Não

– Mas dormiram juntos ontem! – Emma parecia surpresa.

Oh, meu Deus. 

– Não dormimos não. – minto, mas rapidamente Charlie diz:

– Zain disse que estariam no quarto ao lado. – penso em uma resposta, porém nenhuma aparece. Ótimo, duas crianças me deixaram sem fala. 

– Eu dormi no chão. – Zain mente também, finalmente se manifestando.

– Não foi ruim, Zain? – pergunta a garotinha preocupada. 

– Não. Estava muito gostoso. – dou um beliscão nas costas de Zain. 

Seu idiota.

Se eu pudesse daria um soco bem agora. 

– Vocês namoram, então. Estavam se beijando. – Charlie era tímido, mas sempre dizia o que tinha vontade. 

Eu ainda não sabia o que dizer, então olhei para Zain que tinha o olhar fixo no chão sem expressão alguma no rosto.

Se ele não sabia responder, como eu saberia? 

– Nós… Er…

– Não acham que são muito novinhos para pensar nesse tipo de coisa? – corta ele e se coloca de pé – Vamos ao que interessa, quem vai me ajudar a procurar lenha pra fogueira. Charlie imediatamente grita "eu" e Emma vai atrás, mas é impedida por Zain que pede para ela descansar, mas com seus olhinhos pidonhos e triste ele acaba aceitando. 

Assim que os três se afastam me ajeito melhor no colchão, ficando apenas sentada e apoio as mãos nos joelhos. 

Eu sei que não estamos namorando.

E eu acho realmente cedo já que terminei meu namoro a pouquíssimo tempo, mesmo assim, a experiência de ontem a noite foi algo mais íntimo que jamais vivi antes. 

Isso não era exatamente surpreendente. 

Zain foi meu primeiro beijo. 

Foi a primeira pessoa a me fazer sentir sensações estranhas. 

A primeira pessoa a me fazer desejar coisas não tão decentes aos olhos da sociedade e o primeiro a realmente me proporcionar isso. 

É incrível como o tempo para nós parece algo relativo. 

Poucos meses pareceram uma vida inteira a anos atrás e agora parece uma outra. 

É como se já tivessemos vivido quatro. 

Antes de conhecê-lo.

O tempo que ficamos juntos.

O tempo depois disso com toda a turbulência de carreira.

E… Agora

Não sei exatamente o que eu queria. 

Só tinha certeza de uma coisa,

Estava morrendo de medo.



O dia foi mais que divertido. 

Zain voltou com as crianças com mais que lenha, seja lá como conseguiu, voltou com um barco inflável; um bote. E eu juro que dei altas risadas com a sua falta de talento para encher aquele negócio. 

Depois de quase uma hora ele conseguiu, e enquanto isso eu preparei alguns pedaços de carne para assar na pequena churrasqueira que disponibilizaram para a gente. 

Não havia como cozinhar macarrão, arroz ou qualquer outro tipo de comida, então coloquei mais alguns salames e pedaços de frango para comermos com pães. Enquanto assava, nós brincavamos de pega pega pelas redondezas da proximidade da barraca. 

E eu não conseguia parar de pensar o quanto parecíamos uma família. Como se fôssemos a nossa própria versão de Ohana.

– Você nunca vai conseguir me pegar! – grita Charlie pela milésima vez e Emma sai às pressas atrás do irmão. Dou a volta em uma árvore tentando me esquivar, e logo percebo Emma cansar e deminuir a velocidade. É onde Zain a pega no colo, alegando que a ajudaria a pegar Charlie, no entanto, de última hora seus planos mudam e ele vem atrás de mim com a garota nos braços. 

Era difícil segurar gritinhos de esteria, e quando alcancei Charlie tentei descaradamente colocá-lo entre mim e os "pegadores". O mesmo não gostou nada nada o que me fez rir alto. 

– Não vale, Barbie! – ele grita e já que foi pego corre atrás de mim. Eu era ridiculamente devagar com as muletas, e quase trupiquei incontáveis vezes.

A brincadeira continuou até a hora de almoçarmos, e depois brincamos de mais algumas coisas pra aproveitar a sombra das árvores, já que não podíamos entrar na água com sol forte.

Quando deu dezoito horas, depois de um dia mais que cansativo e Zain deu por satisfeito que os raios solares já não estavam tão fortes, ele aceitou que estreassemos o bote. Com condições, claro.

Emma, coitada, foi obrigada a passar mais de um quilo de protetor solar até os olhos quase lacrimejarem. 

Eu disse que era exagero. 

Ele nem ouviu. 

E sua preocupação era fofa. 

Depois ela colocou um pequeno chapéu rosa que Zain deu à ela e uma sombrinha. Eu quase riria se não lembrasse a real gravidade da situação. 

Depois que nós quatro estavamos dentro do bote, só piorou

Zain e eu pegamos cada um, um dos dois remos, mas a coisa não estava dando certo. Quando ele remava o bote virava para um lado, e quando eu remava virava para outro. Ficamos mais de meia hora nessa dancinha em meio a crises altas de gargalhadas e comentários do tipo "não saímos da berada". E realmente não tínhamos saído. O bote era azul e pequeno. Devia ter pouco mais de dois metros de comprimento e 80 centimetros de largura e nos sentávamos todos um na frente do outro, era para ser fácil movimentá-lo de forma correta.

Até que, depois de um longo tempo, eu dei a ideia de uma pessoa apenas tentar, e foi onde deu certo. 

A real é que a sincronização nunca daria certo se fosse duas pessoas tentando remar em ritmos diferentes. 

Zain bufou irritado, mas estava estampado no seu rosto o quanto estava de divertindo. Quando finalmente saímos das margens, ajeitamos os coletes salva-vidas ansiosos para chegar o mais longe possível. 

Pelo relógio no pulso do moreno já havia passado vinte minutos, e nós estávamos bem, bem longe da margem. 

– Acham que aqui esta bom? – ele pergunta se virando para olhar a distância que percorremos. Mais de 700 metros, sem dúvidas. 

– Está. – Emma se coloca de joelhos, apoiando as mãos nas laterais do bote e observando a água da grande lagoa. – Aqui é fundo, não é? 

– E tem muito tubarões. – Charlie tenta assustá-la e ela mostra a língua. 

– É sim, Em. 

– Quanto? 

– Uns quarenta metros ou cinquenta, talvez. – ela franze as sobrancelhas. 

– O que são cinquenta metros? – mordo o lábio tentando pensar em como contaria até olhar para o moreno que parecia intrigado, ansioso por uma resposta minha também.

– É tipo… trinta Zain's um em cima do outro. – ele solta uma risada alta diante da minha explicação e joga o corpo pra trás. Por cerca de cinco segundos me desliguei do mundo todo ao ver sua risada e quanto seus olhos, que pareciam mais claros que o habitual, se franziram.

– Uau. É fundo mesmo. – assinto com a cabeça. 

– É. – Zain concorda se colocando de pe. – Vamos ter certeza. – em um impulso ele se joga na água dando um belo mergulho. 

– Ele está sem colete, Barbie! – grita Em e sinto meus músculos enrijecerem. 

O que?! 

– O… – me aproximo das laterais – Zain! Ai, meu deus. Zain?!  – grito de novo e estava pronta para me jogar atrás se ele não tivesse emergido bem à nossa frente, com os cabelos molhados e o semblante mais pleno do mundo. 

Seu idiota. 

E mais idiota foi eu,  de nem ter pensado direito. É claro que ele sabia nadar. 

– Como consegue ficar sem colete, Zain? – ela pergunta. 

– Ele sabe nadar, né, Em. – responde Charlie. 

– Posso tentar também? – ela abre um sorriso largo. 

– De jeito nenhum. – Zain responde – Está frio. 

Ele parecia irredutível e os olhos da menina enchem de lágrimas. 

– Mas eu nunca nadei em uma lagoa antes. – choraminga e os olhos de Zain recaem em mim. 

Dou de ombros discretamente para que soubesse que ele deveria decidir. Ele bufa.

– Você quer muito vir? – ela assente instantaneamente e ele suspira derrotado. – Tá. Mas isso aí tem que estar bem amarrado e tem que me prometer que se sentir frio vai pedir imediatamente pra sair. – novamente ela assente e ele se aproxima mais do bote. 

– Vem, deixa eu ver, Em. – confirmo todos os inúmeros nós que Zain deu - os quais, era impossível de soltar -, e assinto para que ela se aproxime dele. Zain ergue as mãos colocando a garotinha na água gelada. Ela arqueia as costas, mas o sorriso foi um dos mais lindos que já vi. 

No segundo seguinte, Charlie se jogou atrás, restando apenas eu no bote. 

Depois que Zain garantiu que ambos os coletes realmente estavam os mantendo submersos ele voltou a me olhar. 

– Não vem? – apoio as mãos na lateral.

– Não. Está frio. – aperto os lábios. Sim, eu perderia para Em. 

– Estava mais frio em Bradford. – involuntariamente meu sorriso se abre por lembrar do beijo e depois se fecha por lembrar da traição. 

– Eu sei. Mas estou bem aqui. – ele move a cabeça para os dois lados e confere de novo as crianças antes de olhar para mim e com uma grande velocidade puxar minha mão. Solto um gritinho e me desprendo caindo sentada no barco. – Seu idiota. – dou risada. – Não conseguiu também! – desdenho e em um impulso - que eu não sei de onde saiu -, se apoia nas bordas e sobe para dentro. – Zain! Está encharcando tudo! – grito e ele ignora. Pra variar. Depois que está dentro percebo seu intuito. 

Oh, não. 

– Não ouse! – ele se coloca de pé, se equilibrando com dificuldade já que o bote era feito com uma lona que tornava-se bamba. Faço o mesmo. – Não! Fica longe de mim! – grito assim que ele avança e tento correr, porém, não tem pra onde correr, e só me dou conta assim que tropeço e ía em direção a agua. No entanto, os braços de Zain envolvem minha cintura e ele pula do bote – comigo

Eu usaria a desculpa da bota segundos antes se tivesse tido oportunidade.

A água era ainda mais gelada do que eu esperava e senti todo meu corpo congelar. Assim que imergimos olho para as crianças e aperto os braços do moreno com as unhas. 

– Não tinha nada que ter feito isso. – ele ri e desce o olhar para meu colete. 

– Não sabe nadar? 

– Um pouco. Me garanto um pouco apenas. Não sou muito boa nisso. – suas sobrancelhas se franzem. 

– Mas você se jogou em Bradford. – ele parecia confuso e eu solto uma risada. 

– Eu não disse que não sei nadar. Disse que não me confio muito. 

– E porque se jogou então? – mordo o lábio.

– Porque você estava lá. – seus lábios se curvam em um sorriso lentamente. 

– Agora também estou aqui. – senti a necessidade de ouvir que sempre estaria, no entanto, disfarço.

– Mas agora tem mais duas crianças para ficar de olho. – ele ri, assentindo e tirando os braços de entorno de mim.

Senti falta. 

Oh, merda. 

Eu estava ficando viciada nele. 




Notas Finais


Oiee... Como estão? Espero que bem!

Esse capítulo teve um 🔥 e também 😇, haha, eu confesso que adorei escrever ele❤

Provavelmente todos conhecem a palavra "Ohana", mas caso alguém não saiba, é uma palavra havaiana que ficou conhecida por um filme, e eles costumam dizer: "Ohana quer dizer Família, e família significa nunca abandonar ou esquecer!". Eu nunca assisti, mas essa frase mexe comigo em todos os aspectos♥

Me contem o que acharam do capítulo♥

Beijos, se cuidem😊😘😘


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