História You're my Magic - Marinette - Triwizard Tournament

Eu tinha meus momentos. Ser carregada por um gato preto até a torre de Astronomia não era um deles. 

-Sabia que eu consigo correr sozinha? - perguntei.

-Ah, claro, princesa, mas por via das dúvidas nós não podemos correr o risco.

-Você, - me inclinei para trás - está adorando isso, não está?

Chat riu, mas não respondeu. Eu olhei para baixo e o pátio de Hogwarts estava um pandemônio, os outros super-heróis tentavam conter as vítimas de Love Promisse, o novo akuma, mas tudo em vão. Estávamos ferrados!

Chaton me pôs sobre o telhado e se estendeu três metros no ar com  o seu bastão, eu me agachei no telhado fingindo ser útil. Sem varinha, sem transformação.

-Vamos voltar pra Sala de Poções, Chat, eu preciso da minha varinha. 

-Desculpa, Marinette, mas eu tenho que te manter protegida é… - eu o interrompo. 

-Eu não sou frágil nem nada eu… CUIDADO!

O empurro e acabamos por parar um em cima do outro. Meu coração acelerou. Ele me ajuda a levantar.

-Sabe, eu estou acostumado com garotas se jogando em cima de mim, mas um aviso faria bem.

-Seu idiota!

Eu apontei para trás dele, onde Love Promisse tinha acabado de aterrisar. Ela tinha dois coques que formavam o formato de um coração e uma roupa de bailarina, ela apontava a varinha para o rosto do loiro.

-O amor é lindo, mas a dor, ah, ela não deve ser sentida! 

A akumatizada recitou e pulou para fora do telhado, Chat Noir caiu de cara nas telhas e logo começou a se levantar devagar e me encarou, não com seus olhos verdes, eles estavam cor-de-rosa. 

Ele me agarrou pela cintura e continuou a traçar seu caminho para a Torre de Astronomia, lá ele me pôs sobre a parede, nossos rostos a poucos centímetros.

-Para com essa idiotice, Chat, você é um super-herói, é mais forte que isso - disse batendo em seu peito, tentando me libertar. 

-A dor não deve ser sentida, Marinette. - Ele disse, seu tom de voz era robótico. - A rejeição, um coração partido, eles estão no caminho do amor - ele investiu para um beijo.

-NÃO!

Eu me abaixei e passei por baixo de suas pernas, já ele beijou os tijolos da parede. Corri para trás, jogando prateleiras de livros e cadeiras no caminho, mas parecia que quanto mais eu quisesse ele longe de mim, mais forte ele ficava.

Foi quando um livro caiu sobre minha cabeça. Aberto na página marcada, estava escrito:

“A dor não deve ser ignorada. Ela é a maior fonte de inspiração, ela é sua nova chance de consertar o passado.”

Chance de consertar o passado. Aquele trecho podia se referir a mim de diversas maneiras: a morte do meu avô, mas, naquele momento, ela se referia a dois anos atrás, quando eu rejeitei Adrien Agreste. 

Tínhamos acabado de descobrir nossas verdadeiras identidades, cheguei à conclusão que ele estava apaixonado por Ladybug e não por mim. Não queria que nenhum de nós sofresse, mas eu apenas atrapalhei mais ainda as coisas. 

Era isso! Eu sabia o que fazer, foi minha vez de colocá-lo contra a parede quando Chat chegou perto de mim. Ele parecia surpreso, eu determinada. Agarrei a cara dele e pressionei meus lábios contra os dele. O que era um simples beijo se tornou apaixonante e durou mais do que o esperado, até que eu senti o peso de seu corpo contra o meu e eu o deixei cair. Seus olhos meio abertos mostravam que o encanto estava acabado. 

Olhei para fora e toda a bagunça também tinha sido limpada, me senti horrível por fazer minha mestra Tikki limpar toda a bagunça e ainda purificar o akuma. 

Eu o esperei acordar.

———

-Marinette? Está me escutando? - Chloé estalou seus dedos no meu rosto me acordando dos meus devaneios. - O que aconteceu hoje na Torre pra você não conseguir nem escutar nenhum xingamento meu?!

-Foi mal, Chloé. Volte a me xingar amanhã, por favor - ironizei.

O jantar tinha chegado rápido. Todos cochichavam sobre a estrutura sob o pano no meio do Salão, alguns tentando adivinhar outros tentando espiar e falhando, mas eu focava em Adrien e o quão tranquilo ele parecia. 

Claro, ele não se lembrava do beijo, mas eu sim. Ficava vermelha se alguém comentasse o akuma, a Torre de Astronomia e até mesmo o loiro, mas eu me concentrei no diretor da Escola, Mestre Fu, quando ele começou a falar. 

-Saudações, meus alunos. Não tive tempo de expressar minha gratidão de terem voltado para mais um ano, mas espero que tenham tido um bom começo letivo. Madame Pollen…

O Diretor deu a palavra para a Professora Pollen de Herbologia e de Runas. Ela se levantou e fez sua famosa ordem: arrumou o vestido amarelo, passou a mão pelos olhos para arrumar a maquiagem e afofou os cachos loiros do cabelo. 

-Boa noite, minhas crianças. É uma hora estar encarregada desta novidade! - Ela deu um piscadinha para nós. - Há muitos anos, um torneio amistoso entre as escolas europeias de mágica foi fundado, o Torneio Tribruxo! Após reverificarmos suas normas, decidimos que seria ótimo para vocês, alunos, essa experiência! Por favor, bruxos e bruxas, conheçam-os!

As portas foram abertas sozinhas e delas entraram meninos e meninas em uniformes azul-bebê. Eles estavam acompanhados de borboletas azuis. Era a Academia Beauxbatons. Na frente do grupo, uma garota italiana que mandava beijos para todos os garotos. 

Outro grupo entrou, mas nesse tinha apenas meninos corpulentos e musculosos com capas de pele e uniformes vermelhos. Instituto Durmstrang. 

-A partir de hoje, garotos e garotas, acima de quinze anos, de todas as escolas podem pôr seus nomes no Cálice - ela mostrou a estrutura que teve seu manto retirado. - Até o final do mês, o nome de um aluno de cada Escola será sorteado. Que comecem os jogos!

Aquilo era problema e eu era o maior imã de problema.