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História You're the color of my blood - Capítulo 5


Escrita por: Cinaediorem

Capítulo 6 - Capítulo 5


O olhar de Dumbledore se dirigia ao teto, contemplando o encantamento para que o mesmo se iguala-se ao céu do lado de fora, os dedos longos apoiando seu queixo, como se estivesse perdido em pensamentos. Harry seguiu o olhar do diretor, avistando o aspecto tempestuoso do feitiço que pairava sobre as cabeças das centenas de alunos que se encontravam enfileirados nas quatro mesas longas do Salão Principal.

O garoto mal tinha baixado o olhar e as portas do salão se abriram, dando passagem a McGonagall, que era seguida por uma longa fila de alunos do primeiro ano aguardando a cerimônia de seleção. Os novatos pareciam ter feito a travessia do lago a nado, ao invés dos pequenos barquinhos, pois todos tinham os rostos pálidos e deixavam uma enorme poça de água para trás. 

Os primeiranistas alinharam-se enfrente a mesa dos professores, de costas para as quatro casas, e aguardavam tensos enquanto a professora McGonagall dava início à longa lista de nomes.

- Quando eu chamar seu nome, ponha o chapéu e sente-se no banquinho. – Explicou aos novos alunos. – Quando o chapéu anunciar sua casa, sente-se a mesa correspondente.

- Ackerley, Stuart!

Um menino baixinho andou rapidamente em direção o chapéu, parecendo estar à beira de um desmaio.

- Corvinal!  - Anunciou o chapéu.

A mesa da Corvinal prorrompeu em aplausos, no entanto, Luna Lovegood parecia distraída demais lendo uma revista de cabeça para baixo, para notar o alvoroço feito ao seu redor.

- Baddock, Malcolm! – Disse a professora McGonagall, sua voz sobressaindo-se ao dos alunos corvinos.

O garoto de pose altiva destacou-se do grupo de novatos e marchou em direção ao pequeno banquinho. Harry sorriu de canto, tudo no pequeno moreno parecia gritar sonserina.

- Sonserina!

A mesa do outro lado do salão encheu-se de vivas, por um momento seus olhos encontraram os de Malfoy, mas o sonserino não sustentou o olhar por muito tempo. O moreno suspirou cansado, pelo visto ele havia mesmo magoado o loiro.  

Ao fim da cerimônia, McGonagall retirou o banquinho e o chapéu com um aceno de varinha, e o diretor Dumbledore se levantou.

- Só tenho duas palavras para lhe dizer: Bom apetite!

Harry segurou ao impulso de revirar os olhos e forçou um sorriso de satisfação ao som de surpresa dos novos alunos quando as quatro mesas do salão encheram-se com comida.

- E aí, Harry! – Fred sentou-se ao lado do garoto e passou o braço pelos seus ombros.

- Fazendo um bom proveito do nosso presentinho? –Jorge roubou uma salsicha de seu prato e sorriu-lhe maroto.

- Jamais poderei agradecer devidamente a vocês dois pelo mapa. – Harry disse com sinceridade. - Principalmente depois de descobrir ter pertencido ao meu pai.

- Ah, Harry... – Fred suspirou falsamente. – Seu pai é como um espelho para nós!

- Ficamos felizes de poder dar continuidade ao ‘’trabalho’’ dele!

Harry sentiu-se com sorte ao ter um objeto como o mapa do maroto em mãos, o mesmo permitiria que o garoto vigiasse a toda Hogwarts sem ser percebido, e mais importante que isso, permitiria que ele acompanhasse todos os movimentos do velho diretor.

- Oh, Hermione, não vi você ai. – Jorge virou-se para a garota sentada a seu lado. – Ouvi dizer que o Roniquinho anda sonhando com você, não é, Fred?

- Isso mesmo, Jorge! 

Os quatro rostos olharam em direção ao Weasley mais novo, que se encontrava a apenas algumas carteiras de distância. Ao notar os olhares sobre si, o ruivo corou fortemente e pareceu ainda mais concentrado em seu próprio prato.

Durante todo o jantar a chuva castigava as janelas, e as trovoadas se tornavam cada vez mais altas. O som do vento sobrepondo-se ao falatório incansável dos alunos, enquanto as sobremesas desapareciam pouco a pouco das longas mesas. Ao recolher do último prato, Dumbledore tornou a levantar-se de sua cadeira, e o silêncio no salão foi quase instantâneo.

- Agora que todos já comemos e estamos saciados, preciso mais uma vez ressaltar alguns avisos. – O diretor olhou ao redor das quatro casas, para se assegurar de que todos lhe davam a devida atenção. – O Sr. Filch, pediu-me que comunique a todos que a lista de objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu, passando a incluir ioiôs-berrantes, frisbees-dentados e bumerangues-de-repetiçâo. A lista inteira pode ser conferida na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la.

Os cantos da boca de Dumbledore tremeram ligeiramente em um sorriso forçado, que fez o estômago de Harry revirar o jantar.

- Como de costume, lembro-lhes que a floresta é terminantemente proibida a todos os alunos, e, tenho o doloroso dever de informar que este ano não será realizada a Copa de Quadribol entre as casas.

Ouviu-se um protesto geral, Fred e Jorge levantaram-se de seus lugares praguejando e xingando ao diretor. Harry, no entanto, não se manifestou, estupefato demais para isso. ‘’Deve ser sobre o que Tom havia dito. ’’ Mas o que estaria para acontecer que impediria as casas de disputarem no quadribol? Podia ser apenas um esporte, mas era uma das poucas coisas que Harry realmente gostava em Hogwarts, que o faziam sentir livre.

- Isto se deve a um evento que começará em outubro e se estenderá por todo o ano letivo, mobilizando muito tempo e energia dos professores e participantes, mas, tenho certeza em dizer que o apreciarão tanto quanto a Copa de Quadribol anual. – Continuou. – Tenho o grande prazer de anunciar que este ano Hogwarts será...

As portas do Salão Principal escancararam-se subitamente e silenciaram o diretor. Parado a porta estava um homem, apoiado em uma bengala e envolto em uma capa de viagem negra, que abaixou o capuz revelando uma cabeleira descuidada e grisalha.

O estranho começou a caminhar em direção à mesa dos professores, acompanhado pelo ruído metálico de seus passos. Ao dirigir-se a Dumbledore, um raio cortou o céu e suas feições tornaram-se momentaneamente visíveis. Seu rosto era macabro e de aspecto retorcido por dezenas de cicatrizes horrendas, com um olho falso que girava para todos os lados, como se avaliasse cada um dos presentes. O diretor apertou a mão do homem, que era igualmente coberta por cicatrizes, e fez ao homem diversas perguntas inaudíveis a Harry. O homem balançou a cabeça e dirigiu-se ao lugar que antes pertencia ao professor Lupin, e isto foi o suficiente para que o garoto tomasse consciência de que, aquele homem estranho e de aparência grotesca, seria seu novo professor de defesa contra as artes das trevas.

- Gostaria de apresentar-lhes, o novo professor de defesa contra as artes das trevas, professor Moody. – Dumbledore parecia animado em meio ao silêncio.

Os alunos e demais professores pareciam distraídos demais com a aparência do homem para que aplaudissem sua chegada, de modo que apenas Dumbledore e Hagrid ousaram aplaudi-lo.

- Este é Olho-Tonto Moody? – cochichou Hermione para os gêmeos ao seu lado.

- Deve ser. – Fred sussurrou em resposta.

- Vocês o conhecem? – Harry perguntou.

- Ele é só um velho biruta que vive se metendo em confusão. –Jorge explicou. – Noite passada ele pensou que havia intrusos na casa dele e pulou da cama berrando maldições, nosso pai foi convocado para ‘’resolver’’ a situação.

O diretor pigarreou.

- Como eu ia dizendo, este ano teremos a honra de sediar um evento muito grandioso, e que não é realizado há um século. Tenho o enorme prazer em dizer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts.

- O velho só pode estar brincando. – Harry já havia lido a respeito do torneio na biblioteca dos Malfoy, mas nunca chegou a cogitar a ideia de que este poderia ser o grande evento que aconteceria na escola.

- Isso é insano! – Exclamou Hermione. – Ele tem noção do por que o torneio deixou de ser realizado? O risco que isso representa aos participantes?

- O Torneiro Tribruxo foi criado há setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria. Um campeão é eleito para representar cada escola e os três campeões competirão em três tarefas mágicas. As escolas se revezavam para sediar o evento a cada cinco anos, pois todos concordavam que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades. – Dumbledore fez uma pausa, sorrindo minimamente aos alunos. – Até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido.

Harry rosnou perante o cinismo do diretor, e olhou ao redor, notando como os alunos murmuravam entre si, parecendo em grande maioria, excitados.

- Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o torneio, nenhuma das quais foi bem sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que desta vez, tudo corra dentro dos conformes. – Com um risinho, o diretor continuou seu monólogo. – Os diretores das escolas de Durmstrang e Beauxbatons chegarão com a lista final de competidores de suas escolas em outubro e a seleção dos três campeões será realizada no dia trinta e um de outubro.

-Estou nessa! – Rony Weasley berrou para Neville, parecendo estar coberto de animação perante a ideia de participar do torneio.

- Os dirigentes das escolas participantes bem como o Ministério da Magia, decidiram impor uma restrição de idade aos participantes. – O salão se aquietou perante as palavras do homem. – Somente os alunos do sétimo ano terão a permissão de participar do torneio, em vista da dificuldade das tarefas, e do perigo que elas possam representar para alunos até a sexta série, mesmo com todas as precauções tomadas.

Pela segunda vez na noite, o estardalhaço dos alunos foi ouvido, protestando contra as medidas tomadas. Quase toda a mesa da Grifinória parecia discutir em voz alta com o diretor, enquanto os alunos mais velhos se contentavam em dar risadas.

- As delegações das demais escolas participantes chegarão em outubro e permanecerão conosco pela maior parte do ano letivo. Tenho certeza que estenderão suas boas maneiras aos nossos convidados e demonstrarão hospitalidade em seus salões comunais.  E agora que já está ficando tarde, vamos andando!

Dumbledore pôs-se a falar novamente com o novo professor e o som de arrastar de carteiras fez se presente no salão. Hermione passou o braço no de Harry e eles saíram em direção a Torre da Grifinória, com os gêmeos Weasley em seu encalço.

- Senha? – A mulher gorda perguntou-lhes quando pararam em frente ao buraco do retrato.

- Asnice. – Jorge disse quando Harry já estava praguejando. – Eu perguntei para um monitor lá em baixo.

Os quatro passaram pelo buraco na parede, e Hermione despediu-se com, indo em direção ao dormitório das meninas, sendo seguida por seu gato ruivo. Ao subirem as escadas, foi a vez dos gêmeos se despedirem, e Harry finalmente entrou em seu dormitório.

Dino Thomas e Simas Finnigan berravam em uma partida de xadrez bruxo contra Rony Weasley, e Neville Longbottom roncava a plenos pulmões em sua cama. Quando a porta se abriu, os rostos dos garotos acordados se viraram para o menino na porta, gritaram um ‘’Oi, Harry’’ e continuaram sua partida furiosamente.

Ao cair em sua cama de dossel, Harry revirou os olhos para o estardalhaço, fechou as cortinas sobre a cama e murmurou um feitiço silenciador. Finalmente estava fora do alcance de Lucius Malfoy, mas para isso terá de ficar sobre os olhos de Dumbledore, seria melhor ter ido para Durmstrang, como Narcisa havia sugerido anos atrás, mas já era demasiado tarde para mudar de opinião. Deixando sua mente vagar pelos acontecimentos recentes e pela descoberta do torneio que em breve será realizado na escola, pensou em avisar a Tom sobre a natureza do evento, mas a essa altura ele provavelmente já estava ciente.

E, chegando a cogitar a ideia de fazer uma visita a Nagini na floresta, o garoto manteve a capa de invisibilidade em mãos, porém, depois de pensar melhor, decidiu que estava cansado demais para caminhar tanto agora, e assim, ainda com a mente no discurso do diretor, adormeceu.



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