Charlotte
Nossas pequena férias de fim e começo de ano haviam acabado de acabar, não que eu estivesse realmente feliz com isso, mas Harry ajudou bastante. Ainda não caiu minha ficha de que estamos namorando, tudo parece irreal demais, nem Holly me tirou tanto do sério e olha que pra isso ela não precisa fazer muito mais do que respirar. Ele passou praticamente todos os dias de nossas “férias” aqui em casa, vinha de preferência quando os dois imbecis não estavam em casa, pra evitar qualquer conflito entre eles três e piorar ainda mais a minha vida, quando eles ficavam em casa eu acordava com ele dormindo ao meu lado ou me esperando no quarto depois do jantar, apenas trocando beijos e carícias, eu ainda não estava preparada para que ele me tocasse outra vez de forma íntima, mas eu queria e como isso estava me matando, eu não tinha coragem de dizer isso para ele, como devo dizer ao meu namorado que quero que ele me toque se estou com medo disso?
Hoje já voltamos aquele inferno, não que eu esteja realmente animada, percebem a ironia? Harry daqui a pouco aparece para vir me buscar e confesso que gosto quando ele faz questão de me levar, odeio ir andando até a escola, pra ele não se gabar eu finjo que não estou realmente não preciso da sua carona, mas eu adoro.
Me levanto, a merda do despertador toca tão irritantemente que eu o jogo no chão com raiva, espero ter quebrado essa porra. Troco de roupa rapidamente e desço silenciosamente, pra variar May está de plantão novamente no hospital e não vai chegar tão cedo, ouço a voz estridente de Holly na sala e me apresso para sair. Assim que saio o vento bate e faz meu cabelo esvoaçar, no segundo seguinte Harry já está parado em frente à casa com seu carro vermelho, eu rio com a pose que ele faz e desço as escadas até ele, que sorri e abre a porta pra mim, passo direto, mas ele me puxa e me beija devagar, talvez eu nunca me canse dele, não sei, está difícil pensar agora ou todas as vezes que estou perto demais dele.
Me afasto dele ainda rindo e entro no carro, ele revira os olhos e entra também.
(...)
As aulas se arrastam e eu só queria dormir um pouquinho...
- srt. Gardner! – levanto a cabeça rapidamente, assustada olho para a sra. Bingley - seria pedir muito que acordasse? Ou terei que pedir que se retire? – cruza os braços abaixo do peito e me olha severamente.
- desculpe – murmuro envergonhada e ela franze os lábios, continuando sua aula irritantemente chata. Ouço um risinho e olho para o lado, o babaca do Harry estava rindo de mim. Aproximo minha mão cautelosamente e dou um tapa em sua coxa, ele me olha indignado e eu encolho os ombros cinicamente.
- será possível Gardner? Mesmo depois de ter chamado sua atenção continua importunado minha aula? – engulo em seco e a olho, seu rosto vermelho de raiva.
- desculpe, não vai se repetir...
- não mesmo, porque a senhorita pode se considerar fora da minha aula – olho chocada para ela – agora – diz calmamente e entendo que qualquer coisa que eu disser só vai piorar minha situação.
Me levanto sentindo todos os olhares sobre mim, um nervoso começa a se apoderar de mim, então me apresso e saio da sala, suo frio e respiro irregularmente, escuto a porta ser aberta e uma mão segura meu pulso, abro meus olhos e vejo Niall em minha frente:
- você está bem? – ele ergue as sobrancelhas e me olha quase que clinicamente.
- sim, estou, só preciso ficar um pouco sozinha, okay? – ele assente e me segue com o olhar enquanto ando pelo corredor. Ele estava sendo um bom amigo durante esses dias, mas no momento eu não queria conversar com ninguém.
Me apresso pelo corredor e saio pela porta principal, me apoiando em meus joelhos, era como se eu tivesse corrido uma maratona, atravesso o estacionamento rapidamente, parecia que eu estava sendo seguida ou algo parecido. Alcanço a rua e suspiro profundamente, minhas mãos tremem de nervoso e olho a rua vazia, sinto um medo maior quando vejo que estou completamente sozinha. Ando de cabeça abaixada pela calçada enquanto o vento bagunça todo o meu cabelo, paro num canto da rua e espero um táxi passar, vou para o único lugar que já me deixou calma nesta vida.
Harry
Quando finalmente a aula termina saio correndo da sala, precisava saber se ela estava bem e onde havia se metido, já que já tinha ligado e mandado milhares de mensagens e não tive nenhuma resposta. Louis me chama pelo corredor, e como não tenho falado com ele 8ultimamente não posso simplesmente passar reto:
- e aí? – digo disfarçando e dando um sorriso, espero não parecer ancioso, ele franze o cenho e dá risada.
- ta tudo bem? Parece que viu um fantasma – ele ri, sorrio sem graça e balanço a cabeça – é a Gardner, não é? – ele ergue as sobrancelhas com um sorrisinho de lado, franzo o cenho – qual é? Tá mais que na cara Harry, e só quero dizer que não me importo, ela parece ser uma garota legal – olho entediado e ele ri de novo.
- estamos juntos, mas ela não quer que todos saibam – encolho os ombros e suspiro frustrado, ele ri.
- não é como se todos já soubessem? – pergunta rindo erguendo as sobrancelhas.
- pois é, mas ela prefere assim e não vou contar nada sem a vontade dela – ele balança a cabeça, como se tivesse entendido – você a viu por aí?
- eu tava na aula de química – ele revira os olhos – mas a vi passando pelo corredor, ela parecia com pressa – diz incerto, franzo o cenho – mas não vi pra onde ela foi, desculpa cara – dou um tapinha em seu ombro e sorrio.
- tudo bem, já ajudou – suspiro e ele me olha, parecendo pensar.
- o que aconteceu? Vocês brigaram? – balanço a cabeça e vejo Violet passar junto com Holly e suas seguidores, em direção ao ginásio, eu não suporto nem mais olhar pra cara dessa garota, desvio o olhar e volto minha atenção para o Tomlinson.
- não, aconteceu uma coisa na aula e a Bingley a botou para fora – Louis faz cara de nojo, dou risada – mas ela não lida muito bem com esse tipo de coisa, e eu posso ter sido o culpado disso – balanço a cabeça e Louis apenas me olha tentando entender a situação.
- aquela mulher é uma bruxa, não deve ter sido tão grave, ela deve estar bem – assinto, Louis não a conhecia como eu, sei como pôde ser para Lottie lidar com uma situação dessas, ela não está acostumada a passar por isso e a culpa é toda minha.
- vou dar uma olhada no estacionamento e ver se a encontro – digo e ele sorri.
- você mudou, nunca se importou tanto assim com alguém, a não ser com Gemma – dá uma risadinha, franzo o cenho novamente – gosto da Lottie, ainda tô esperando você me apresentá-la – dou risada e balanço a cabeça.
- qualquer dia desses – sorrio – pode deixar e não esqueça de chamar... – ele ri e nos despedimos.
Passo pelos portões, é claro que ela não estaria no estacionamento Lottie não era burra, mas também não faço a mínima ideia de onde vou poder encontrá-la. Resolvo sair, a procurar aqui por perto talvez seja a melhor ideia no momento.
(...)
Rodo o bairro inteiro, não a encontro em lugar nenhum, talvez ela tenha ido para casa...Não, lá seria o último lugar em que ela iria. Pego meu celular e ligo para ela, cai na caixa postal várias e várias vezes, então ligo para May, sua tia, nem me lembro de como seu telefone foi parar em minha lista telefônica, ela atende rapidamente e responde meu oi envergonhado, ela diz que Lottie ainda não havia chego, que ainda estava na aula e para ela não ficar preocupada digo que não fui a escola e não havia falado com Lottie, ela fica mais calma, me despeço e suspiro pesadamente, para a casa ela realmente não foi, para onde mais ela iria? Uma ideia me ocorre, era o único lugar em que ela poderia estar. Volto ao estacionamento e pego meu carro, acelerando o máximo que posso nessas ruas de merda. O trajeto é longo, mas não muito demorado.
Estaciono o carro no lugar de sempre e desço, já estava um pouco mais quente, mas não me atrevi a tirar a blusa de frio. Ando devagar pelo caminho e a avisto de longe, sentada num canto de frente para o mar, ela me escuta e se vira para mim, assustada, sorrio levemente e ela franze o cenho como se tentasse entender o que eu fazia ali ou como descobri seu esconderijo. Me sento ao seu lado, ainda em silêncio, ela suspira baixo e me olha:
- como sabia que eu estava aqui? – pergunta baixinho, sua voz é de quem chorou muito.
- eu só... – encolho os ombros - sabia – me viro a olhando, ela baixa o olhar para seu colo, tempo suficiente para eu ver seus olhos vermelhos.
- desculpa sumir assim – morde as bochechas nervosa – eu não sabia mais para onde ir...
- não tem problema, só fiquei preocupado, mas de alguma forma sabia que a encontraria aqui – sorrio levemente e ela ri baixo.
- não precisava vir, eu estou bem – força um sorriso olhando em meus olhos.
- para com isso – digo calmo e ela morde o lábio – você não está bem, não precisa fingir pra mim, já devia saber – falo baixinho e seus olhos se enchem novamente.
- desculpa – seus lábios tremem – é que...tudo isso é demais pra mim – ela me olha – sei que parece exagerado tudo o que eu fiz, mas eu surtei, não podia ficar ali mais nem um minuto, precisava ficar longe de tudo...Até de você – ela baixa a cabeça.
- hey, levanto seu queixo e olho em seus olhos – as vezes nem eu me aguento – ela ri e sorrio por isso – não tem problema, okay? Eu entendo você, sei que esse tipo de situação não te deixa confortável, me desculpe...A culpa é toda minha – ela franze o cenho e enxuga as lágrimas com o punho da blusa.
- não, não se culpe Harry, eu sou a problemática aqui, eu não deveria me afetar por uma coisinha dessas, uma coisa tão boba...
- mas eu provoquei, se não fosse por mim você não estaria aqui e nem desse jeito, me desculpa Lottie – ela balança a cabeça e me olha, me abraçando apertado em seguida, seguro sua cintura e a abraço de volta, deitando com ela na areia.
Não temos pressa em ir embora, passamos o resto do dia ali, sem nenhum problema Ou preocupação, o que era muito raro no seu dia a dia, mas ela estava feliz por me ter ali e isso era tudo o que me importava.
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