História Yours, beautiful - Vkook - Taekook - XXXII: Superando

No dia seguinte, alguma coisa amanheceu diferente. Estava flutuando, e enquanto levava Jeongguk pra conhecer os principais pontos turísticos de Daegu, antes de almoçarmos com alguns amigos meus, algo sobre suas lentes fotográficas em mim e em todos os lugares que pisava me fez pensativo.

Tínhamos dois dias restantes na minha cidade natal. Pelo menos dois deles não pudemos desfrutar de absolutamente nada. No início, pensava que meu pai seria o problema, mas o problema acabou sendo nós. E falando sobre meu pai, preferi o mais velho calado do que falando besteiras por aí. Terminei as fotos, e agora teria que ir lá pela tarde para ver um resultado preliminar antes de lançarem a promoção para o próximo mês.

E voltando sobre meu dia ter amanhecido diferente, eu estava inspirado. Inspirado a observar os casais héteros andando de mãos dadas livremente pelo parque, e mirando alguns suspeitos casais homossexuais recearem tocar na mão do outro. Pensei novamente no assunto que me intrigava todos os dias da minha vida quando era adolescente, como podemos viver num mundo tão cruel?

Está tudo errado, bagunçado. Por que expressar amor deveria ser limitado a certas pessoas? Suspirei chateado, e virei o pescoço finalmente de um provável casal de mulheres para Jeongguk.

A inspiração bateu com força e me deu vontade de fugir com o moreno.

Resmunguei com o calor na minha barriga e minha inconsequência, quando cheguei no pé do mais novo pousando minhas mãos em seu peito, e lhe dizendo as palavras seguintes.

"Vamos fugir, Guk" murmurei sugestivo para a expressão confusa na minha frente, que logo abriu um sorriso divertido.

"Para onde, precioso?" largou a câmera pendurada no pescoço, e segurou minha cintura me observando curioso.

Pensei na sua pergunta. Uma ideia brilhante me veio à mente. Observei Jeongguk esperançoso para que dissesse sim imediatamente.

"Meus pais tem uma casa de campo que visitam no Natal, teríamos ela só para nós esses dias" meus olhos brilharam e Jeongguk sorriu.

"E quando iríamos?"

Um sorriso dominou meu rosto pensando que ele considerava a ideia, e me afastei um passo empolgado pensando em todas as coisas legais que poderíamos fazer.

"Hoje mesmo - comecei a fazer um plano numa velocidade impressionante na minha cabeça, e meus dedos se fecharam com a exceção do indicador, enquanto expunha meu plano - Almoçamos com meus amigos, vou até a empresa ver o resultado, daí vamos para a casa, arrumamos nossas coisas e em menos de duas horas estaremos lá" sorri empolgado, e os olhos de Jeongguk encontraram os meus com um sorriso diferente que não soube decifrar "Vamos, Jeongguk? Por favor" implorei me aproximando do último, que ainda tinha uma expressão desconhecida "O que foi?" mordi o lábio envergonhado, desviando os olhos e entrelaçando seus dedos nos meus.

Seus olhos queimaram no meu corpo todo, e Jeongguk levantou nossas mãos colocando meus braços em seu pescoço. O olhei.

"Existe uma coisa que ainda não sei o nome que emana de você como uma aura" murmurou, usando uma das mãos para ajeitar meu cabelo na testa. Observei-o curioso "Já vi isso uma vez em você, e por mais que não saiba o nome, sei o que significa" examinou meu rosto parecendo distante.

"E o que é?" mexi na gola de sua camiseta branca por trás de seu pescoço, e o sorriso diferente se intensificou. Senti minhas borboletas voltarem com força, e me perguntei se um dia elas cessariam toda vez que seu sorriso aparecesse.

"Você vai saber um dia" desceu os dedos por um dos meus braços, e franzi as sobrancelhas decepcionado.

"Isso é injusto" ouvi sua risada, e seus lábios encontraram minha bochecha antes de me envolver num abraço.

"Tudo tem seu tempo, Tae" sussurrou, e pousei meu queixo no seu ombro, observando indiferentemente as pessoas que passavam, e eram tudo menos educadas com nossa situação. Falta amor em vocês.

"Você já deve ter percebido que nosso tempo cronológico é diferente dos outros casais, Guk" sussurrei de volta, e suas mãos se firmaram na minha cintura transmitindo segurança e conhecimento do que falava.

"Sim, Tae. Nosso mundo é lindo por isso" continuei vendo as pessoas mal-amadas, e então meus olhos caíram no mesmo casal de mulheres, que agora tinham as mãos dadas e exalavam paixão.

Mas amor temos de sobra.

-

Coloquei as malas que faltavam no carro de Jeongguk, fechando o porta-malas, e antes que me virasse senti braços abraçarem minha cintura por trás.

Sorri segurando seus braços contra mim, e pousei minha cabeça em seu ombro encarando o céu.

"Eu sou muito apaixonado por ti, já disse isso?" ouvi sua voz, e sorri virando o rosto pra enterrá-lo em seu pescoço e sentir seu cheiro.

"Adoraria que dissesse de novo" sussurrei contra sua pele, e Jeongguk virou seu pescoço, fazendo com que virasse meu corpo na sua direção, para que ficássemos cara a cara.

"Kim Taehyung, eu te amo" pousou as mãos em minha cintura me puxando pra mais perto, e abracei seu pescoço sorrindo com sua declaração.

Seus olhos cintilaram sob os meus, transbordando veracidade, beleza e adoração. Suspirei acabando com a distância entre nós e encontrando seus lábios num beijo.

Jeongguk envolveu seus braços nas minhas costas, e segurei seu rosto enquanto nossas línguas se tocavam num beijo calmo e intenso.

Ouvimos uma garganta ser limpada, e nos afastamos para nos virar pro dono do barulho.

"Seu pai mandou te entregar" vi Minho me entregar um envelope, e lambi os lábios pegando-o confuso.

"O que é?" franzi a testa sentindo a mão de Jeongguk se prender na minha cintura, e revirei os olhos internamente pra possessividade do moreno enquanto abria o envelope.

"Disse que é o mínimo que pôde fazer pelos últimos meses" arregalei os olhos vendo a quantia exagerada no envelope, provavelmente pelas fotos que tirei. Meus ombros caíram chateado, e suspirei desapontado com meu pai. Claro que a solução é dinheiro.

"Certo" murmurei, sentindo a mão de Jeongguk subir pro meu ombro e lhe apertar suavemente demonstrando apoio.

"Vão agora?" vi Minho forçar um sorriso, e lambi os lábios assentindo "Boa viagem" se referiu a mim e Jeongguk nos lançando um olhar.

Sorri genuíno agradecendo, e assenti apertando a mão de Jeongguk, me virando para ir até a porta do passageiro.

Jeongguk entrou do lado do motorista, e coloquei um pé no chão do carro, antes de me virar pra Minho que tinha uma mão no queixo, outra na cintura, e parecia se debater se chorava ou não.

"Minho" chamei, e seus olhos caíram em mim surpresos e molhados. Suspirei "Sinto muito se te dei falsas esperanças alguma vez" dei um meio sorriso, e vi Minho me forçar outro antes de desviar o olhar pro chão, mordendo os lábios numa expressão angustiada.

Observei a cena mais um segundo antes de entrar no carro, fechando a porta sem dizer nada, nem Jeongguk. E sentia que mais uma das nossas dificuldades tinham sido superadas. E sabia que era um bom começo.