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História Youth - Blue


Escrita por: vkookflows e kthuke

Notas do Autor


Falei que voltava hoje e cumpri eeeeeeeeeh!
O capitulo de hoje vai mostrar mais o lado do Jeongguk, sei que muita gente ainda tem raiva dele, então achei que ele precisava se explicar, não é mesmo?

Capítulo 8 - Blue


Fanfic / Fanfiction Youth - Blue

   Taehyung sempre foi um garoto forte, sempre sorrindo pro mundo, mostrando como a vida poderia ser boa com coisas simples, ah, disso ele entendia. Sempre conhecido por ter muitos amigos, e fazer amizade até com quem antes não gostava de si. E isso era uma das coisas que Jeongguk mais admirava nele.

 Porém ali, com tantos equipamentos ligados a si, com tantos machucados, pela primeira vez Jeongguk pode ver como ele era sensível. Sempre sentiu inveja de como o mais velho sabia lidar com todas as situações, ele poderia ser fisicamente mais forte, mas nunca teria a força que Taehyung tinha, ao menos era isso que pensava. E agora, em pé ao lado daquela cama de hospital onde o mesmo se encontrava, desejou que fosse ele ali, que Taehyung estivesse bem e sorrindo como sempre, espalhando felicidade por aí.

 Os pais dele já haviam sido informados e estavam vindo até Seul o mais rápido possível, do mesmo modo que eles fizeram. O manager estava uma pilha de nervos, pensando em como faria para que as notícias não se espalhassem.

 O comeback dos meninos já estava agendado, e a bomba de que um dos membros estava hospitalizado, desacordado, era ótimo para a mídia.

 Jeongguk levou sua mão até o rosto com alguns machucados e fez uma leve carícia, sentindo o quão quente era a pele. As lágrimas já haviam parado de cair, mas seu coração ainda apertava, como se estivesse sendo esmagado por algo, pela culpa de não ter ficado com Taehyung, mesmo estando com um pressentimento ruim desde aquele dia.

— Jeon… – Duas batidas leves foram ouvidas e o moreno apenas virou  a cabeça ao ouvir a voz de SeokJin. — Os pais do Tae não vão poder vir hoje, só conseguiriam comprar as passagens para o vôo de amanhã, e também já está tarde… Vamos pra casa.

— Eu não posso sair daqui e deixar ele nesse estado, não vou. – Falou pela primeira vez desde que receberam a notícia, sua voz mais rouca que normal, denunciando a falta de uso. — Pode ir, hyung. Eu vou ficar bem.

 Seokjin sabia que nada adiantaria se ele insistisse, Jeongguk era difícil, e sabia que tirar ele dali naquele momento era um tanto cruel, Taehyung gostaria da presença do mais novo ali e era isso que ele iria ter.

— Tudo bem, amanhã cedo eu venho ver você. – Jeongguk apenas afirmou com a cabeça, antes de ouvir a porta se fechar novamente.

 Pegou a mochila que havia trazido consigo e se sentou na poltrona que havia ao lado da cama, tirou seu caderno e um lápis de lá de dentro, precisava se distrair, pensar em Taehyung não estava lhe fazendo bem.

O médico tinha dito que não havia previsão para que ele acordasse. Poderia ser em um dia, uma semana, um mês, um ano, ou talvez nunca. E só de pensar na possibilidade de nunca mais poder ver Taehyung, ele ficava desesperado.

 Taehyung era diferente de todas as pessoas que já havia conhecido em sua vida. Jeongguk sempre foi uma pessoa muito fechada, quase não teve amigos. E achava que iria continuar assim até conhecer os membros, em especial um, que lutou por sua amizade todos os dias, sendo perfeito e maravilhoso sempre, ao ponto de o fazer questionar sua sexualidade, e perceber que não era bem aquilo que imaginou durante toda sua vida.

 Afinal, as pessoas nascem ou se tornam homossexuais? Ah quem diga que ela escolhe, que ela tem poder sobre o seu destino. Mas não é bem assim.

  Durante toda a sua vida Jeongguk tentou negar o que sentia, sabia que era “diferente” dos outros garotos perante os olhos da sociedade, mas será que era mesmo tão diferente assim? Foi ensinado na escola, por seus colegas que garotos que gostam de outros garotos e garotas que gostam de outras garotas, são nada mais nada menos que aberrações. Na rua não era diferente, homossexuais nunca foram bem vistos na Coréia, e ele começou a achar aquilo errado também, era muito pequeno para tirar suas conclusões e acabou crescendo com aquilo na cabeça, com um sentimento reprimido. Ele não queria ser anormal.

Quando conheceu Taehyung, sabia que sua vida iria mudar completamente. O sorriso quadrado o chamou a atenção, a pele acobreada que normalmente não entraria nos padrões pareceu tão perfeita para si, juntamente a pintinha que havia na pontinha do nariz do mais velho, coisa que o deixava extremamente adorável.

 Taehyung ultrapassou suas barreiras com tanta facilidade, e ele não reclamou. Por isso, achou que já estava na hora de ter uma namorada. Quando se bateu novamente com Sunhee, viu nela a oportunidade de esquecer Taehyung, esquecer toda essa loucura de gostar de outros garotos, e se odiava por ser canalha ao ponto de usar ela. Sunhee era maravilhosa e tinha ela como uma irmã, e a conversa que tiveram quando foi esclarecer as coisas a ela ainda rondava em sua cabeça. Talvez ela estivesse mesmo certa.

— Porque se força tanto, oppa? Sabe que não é de mim que gosta... Naquele dia em que vimos o Taehyung, você pareceu tão vidrado, seus olhos brilhavam de olhar para ele, e eu não senti nojo como imaginava, eu me senti bem por você. Não vou mentir e dizer que prefiro você com ele do que comigo, porque afinal, eu sou sua e completamente apaixonada por você. Mas naquele dia, eu vi que não importava o sexo da pessoa por quem você está apaixonado, e sim o sentimento. – Ela sorriu. — Mas por gostar tanto de você que eu prefiro a sua felicidade ao invés da minha. Por favor, seja feliz... Vocês dois merecem isso, e eu vou estar torcendo.”

  Largou o caderno sobre a poltrona depois de fazer alguns rabiscos sem lógica e se sentou novamente na ponta da cama. Fitou o rosto sereno que parecia estar num sono sem sonhos, bem profundo, descansando tudo o que não podia desde que começou a trabalhar como um louco para concluir as cenas do dorama, decorar falas, músicas e fazer shows.

— Nós estamos correndo tão rápido, e  nós nunca olhamos para trás. E tudo o que me falta, você compensa. Nós fazemos uma equipe muito boa. E, embora nem todos veem, temos essa química louca. Entre nós – Jeongguk cantou baixinho a letra da música que conheciam bem, fechando os olhos quando uma lágrima teimosa rolou por seu rosto. — Você não tem que dizer eu te amo para dizer eu te amo, temos feito tons de roxo, juntando vermelho e azul. – Entrelaçou seus dedos a mão grande, observando pela primeira vez como as duas ficavam bem juntas. — Nós podemos nos casar hoje a noite se você quisesse, eu em um terno barato como se fosse um advogado preguiçoso, e se você quebrar meu pequeno coração, seria uma honra.

 For him era uma música que sempre cantavam juntos antes de toda essa reviravolta que aconteceu em suas vidas, antes de saber que Taehyung gostava de si, antes de ser um completo babaca e se redimir. Eles gostavam de todas as canções do álbum Blue Neighbourhood, talvez por todas terem uma letra forte em que eles se identifiquem – mesmo que nunca admitam em voz alta –, e sempre que Jeongguk ouvisse lembraria dele.

— Gosto de como sua voz fica quando canta essa música. – Ouviu a voz baixa, extremamente rouca e fraca falar e arregalou os olhos, mirando o rosto do mais velho imediatamente. — E levamos as piadas longe demais, e às vezes é muito difícil viver. Nós somos como duas metades de um coração. – Completou em um sussurro.

— V-você acordou hyung. – Jeongguk enxugou as lágrimas com a palma da mão. – Não se mova, eu vou chamar o médico!

 Sem esperar por resposta, Jeongguk correu para fora daquele quarto e gritou por um médico. Taehyung parecia fraco demais, levando em conta que sofreu um grave acidente de carro isso era normal, ao menos pensava isso.

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— O carro em que você estava foi quase completamente destruído, você é um cara forte. – O médico sorriu para Taehyung, que retribuiu o gesto. — Não vou poder te dar alta hoje, vai ficar aqui por mais dois dias em observação. A pancada que recebeu em sua cabeça foi muito forte, você acordar agora e não ter perdido a memória foi realmente incrível, mas não podemos dar folga. – Jeongguk apenas observava do lado, ansioso para poder conversar com seu hyung. — Não faça esforços por favor, vou mandar a enfermeira vir lhe dar algo para comer.

— Você está bem mesmo? Não está sentindo dor? Como foi isso? Você tem noção do quanto me matou de susto? – Jeongguk se sentou novamente na ponta da cama e disparou em falar, fazendo a cabeça de Taehyung rodar por alguns segundos em meio a tantas perguntas.

— Calma Jeonggukie… Eu não me lembro bem, eu tinha acabado de terminar as gravações e estava indo pra casa com o manager. Eu não sei bem o que aconteceu, nós estávamos rindo e brincando, e do nada apareceu um caminhão quando o sinal abriu… – Soltou um suspiro. — Minha cabeça parece que vai explodir, só isso. Mas o manager está bem, não é?

— Sim, ele está. parece que a pancada foi toda do seu lado, é um milagre estar vivo. – Jeongguk acariciou os fios loiros. — Não me dá mais esse susto, ok?

— Eu sei que você não viveria sem mim – Taehyung brincou rindo.

— Não viveria mesmo, o que seria de mim, hyung? Você é meu melhor amigo, a pessoa que mais me entende nesse mundo, e além de te amar como amigo, acho que estou te amando de outra forma também! – Jeongguk deixou escapar e se arrependeu no segundo seguinte que sentiu seu rosto esquentar. — Q-quero dizer.. Não é bem isso, eu-

— Eu também te amo de outra forma. – Taehyung sorriu, achando aquilo mais fofo do que sua sanidade permitia. — Você é bem mais que um amigo pra mim Jeongguk.

— H-hyung! – Jeongguk pode jurar que corou dos pés a cabeça ao ouvir o que o mais velho disse. — Não me diga esse tipo de coisa, eu-

— Com licença… – parou ao ouvir a voz da enfermeira que adentrava o quarto. — Eu trouxe sua comida e o remédio para a dor de cabeça. – Ela sorriu e deixou a bandeja com a comida e um comprimido no colo de Taehyung, que sorriu de volta em agradecimento e logo se retirou do local.

Jeongguk pegou um pouco da sopa com a colher, assoprou e a levou para perto da boca do mais velho, que o fitou com um bico nos lábios.

— Eu não sou uma criança, posso comer sozinho. – Falou em uma nítida birra, tentando pegar a colher da mão do mais novo.

— Aish, hyung, apenas fique quietinho, não me custa nada e você ainda está muito fraco. – Aproveitou a brecha para enfiar a colher na boca do loiro. — Teimoso.

— Tudo bem, eu deixo.. Mas só se… Você cantar Talk me down pra mim.

 Taehyung sorriu quando acabou de comer e chegou para o lado, dando espaço para que Jeongguk pudesse se deitar junto a si na cama de solteiro. Pensou que fosse morrer, e a ideia de nunca mais ver Jeongguk, os meninos, sua família e amigos, suas armys parecia um pesadelo. Taehyung tinha vontade de viver, vontade de crescer mais como pessoa, sorrir e ser feliz. Tinha muitos planos ainda e morrer parecia a pior coisa para ele, e talvez realmente fosse.

  Se aconchegou ao corpo do mais novo,  quando este se deitou ao seu lado e fechou os olhos quando a voz melodiosa começou a cantar aquela música que lhe trazia uma paz sem comum. Aos poucos foi adormecendo, mas antes jurou que ouviu algo parecido como um “Eu te amo”, um claro eu te amo, que fez toda essa aventura valer a pena. Afinal, sobreviver a um acidente desses seria uma história que ficaria feliz em contar quando fosse mais velho.

“Eu quero dar as mãos com você
Mas isso é tudo que eu quero fazer agora
E eu quero chegar perto de você
Porque suas mãos e lábios ainda sabem seus caminhos”



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