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História Yu Yu Hakusho: A Relíquia Perdida. - Vínculo estabelecido


Escrita por: LuisaPoison e Ocarina

Notas do Autor


Boa noite, amores! Tudo bem com vocês?
Antes de irmos ao capítulo eu e a Ocarina queremos agradecer todos que têm acompanhado a história.

Capítulo 10 - Vínculo estabelecido


Sentado no telhado de um antigo depósito, Shinohara observava o brilho e a imensidão daquela enorme metrópole japonesa. “A humanidade se desenvolveu muito. Até que essa espécie não é é totalmente estúpida”, reconheceu para si mesmo, apesar de saber que aquilo não mudaria em nada as suas intenções. Iria se vingar daquele prepotente kitsune e de todos aqueles humanos imundos, nem que isso custasse a sua própria vida. 

— Senhor Shinohara! — o chamado fez com que o demônio levantasse de onde estava, virando-se em seguida para o seu companheiro — Já fiz o que me pediu. Aqui está a prova.

Um sorriso de satisfação brotou nos lábios finos de Shinohara quando Ban, sujo de lama e sangue, jogou em sua direção a cabeça de um oni, cuja expressão de terror permaneceu congelada em seu rosto mesmo após a morte. O massacre havia sido um sucesso.

— Pobre criatura…— Shinohara zombou ao pisar na cabeça do falecido youkai, desprendendo ainda mais o sorriso maligno de seus lábios — Jamais imaginou que esse seria o seu fim! Mas quem mandou ameaçar interromper os meus planos? 

— O que faremos agora? — Yami lhe perguntou, impaciente — Estamos perdendo muito tempo. Temos que encontrar a garota!

— Não se preocupe, Yami — Shinohara a tranquilizou — Isso já está encaminhado. O kitsune está com ela e também está com o bracelete. Ele mesmo nos entregará os dois, senão…

Antes que pudesse concluir o pensamento, Hiro chegou ao local, unindo-se aos seus companheiros. Em seus braços, uma mulher encontrava-se desmaiada, ferida após um golpe violento.

— Aqui está ela, senhor — Hiro estendeu a humana na direção de seu líder. 

— Excelente! — ele exclamou em excitação ao tomá-la para si — Descansem essa noite. Amanhã será um novo dia. Colocaremos o nosso plano em prática. 

— Sim, senhor! — os três subordinados responderam em uníssono para, em seguida, se retirarem dali. 

Ansioso, Shinohara sorriu uma última vez ao olhar para o rosto desfalecido de Shiori Minamino, que repousava em seus braços sem imaginar o perigo em que o seu falso filho humano a havia colocado.

~*~*~

O sol mal havia começado a surgir no horizonte, trazendo consigo a claridade e o calor, quando Kurama atendeu o telefone. Do outro lado da linha, desesperado o seu padrasto anunciava o desaparecimento de Shiori. Ao ouvir a notícia, Kurama sentiu suas mãos suarem sobre o celular, conforme o pressionava cada vez mais contra o seu próprio rosto. Ao desligar, o kitsune teve certeza de que aquilo tinha relação com os seus antigos inimigos mortais, e recriminou a si mesmo por não ter sido mais cuidadoso com a sua própria família. Jamais se perdoaria por ter dado aquela abertura para os kamaitachi.

Confirmando as suas suspeitas, sentiu a presença da youkai que atacou Yue naquela outra noite. Sabendo que os kamaitachi eram extremamente cuidadosos, e que sabiam perfeitamente esconder o seu youki, logo entendeu que estavam querendo atraí-lo para uma emboscada. 

Certo de que exigiriam Yue em troca de Shiori, possuído pela raiva, Kurama saiu de casa apressado, sem nem ao menos avisar os seus amigos sobre o perigo que Shiori se encontrava. Cada minuto perdido poderia ser fatal, e ele não estava disposto a arriscar a vida de sua mãe. Agilmente, o kitsune subiu sem ser percebido até o topo do prédio que morava, e de lá, foi saltando de edifício em edifício em direção a energia maligna que o atraía.

Ao chegar na fonte do youki, encontrou a kamaitachi que havia enfrentado para salvar Yue. Aos seus pés, o corpo de sua mãe se encontrava estirado ao chão. Ela estava viva, embora os seus sinais vitais estavam enfraquecidos. Irritado, Kurama cerrou os punhos imaginando como destruiria aquela youkai sem nenhuma piedade.

— Ora, ora, ora...— ela semicerrou os olhos em sua direção — E não é que você veio mesmo? 

— O que quer comigo?

Furiosa, Yami fechou a cara.

— Como ousa perguntar isso? Você sabe exatamente o que queremos! Ou será que virou um completo imbecil com o passar do tempo?! — ela rangeu os dentes — Foi uma longa espera, mas finalmente podemos retribuir a gentileza de ter destruído nosso clã. Você irá pagar tudo o que nos fez. 

— E quem vai me fazer pagar? Você? 

— Cuidado com o que diz, pois a vida dela está em minhas mãos — Yami direcionou a foice em seu braço para Shiori — É por ela que você veio, não é? Quem diria que você adquiriria essa fraqueza vivendo no Mundo dos Humanos. Tão patético. 

— Deixa-a em paz! Ela não tem nada a ver com isso.

— Se quiser salvá-la, terá de me entregar o bracelete que roubou de nós. E também a garota! Onde os escondeu?

Tenso, Kurama enrijeceu os músculos, calculando a melhor resposta. 

— O que querem com aquela mulher? É só uma humana qualquer — ele mentiu propositalmente na tentativa de obter uma informação relevante da kamaitachi.

No entanto, Yami riu de sua curiosidade, esquivando-se da resposta desejada pelo kitsune.

— Isso não é da sua conta. É um assunto exclusivo dos kamaitachi.

— Se é esse o caso, sinto muito, mas não direi aonde estão.

Indignada e furiosa, Yami rangeu ainda mais os dentes, arregalando os olhos de fúria.

— Como ousa?! Não se importa com essa humana nojenta?! — ela questionou direcionando-se a Shiori. No entanto, Kurama permaneceu impassível sem pretensão de responder — Muito bem...então irei matá-la de uma vez! 

Preparando-se para cumprir o seu objetivo, ela ergueu o braço para tomar o impulso do golpe mortal. No entanto, cessou os seus movimentos antes de atingir o alvo. Tossindo pigarros de sangue coagulado, ela levou as mãos ao pescoço sem compreender o que estava acontecendo. 

— O-o que você fez?! — Yami se curvou ao sentir os seus olhos arderem e a respiração tornar-se escassa.

— Você fala demais — Kurama respondeu — Nem se deu conta do que estava acontecendo à sua volta.

Quando Yami voltou a abrir os olhos, percebeu que Shiori já não estava mais aos seus pés. Fora de seu alcance, Kurama a protegia do perigo. Notou então que seu corpo estava coberto de uma fina camada de um pó translúcido. 

— Isso é...pólen?! 

— Pólen venenoso. Ele se propaga pelo ar e invade as suas vias áreas, intoxicando todo o seu corpo.

— Pelo ar? Imbecil! — ela limpou o sangue que escorria pelo canto de seus finos lábios — Se acha que isso vai me deter, está muito enganado. Eu posso controlar o ar! 

Num movimento brusco, Yami agitou as foices em seus braços, dissipando toda a atmosfera contaminada ao seu redor, libertando-se do efeito do pólen. Em seguida, ela avançou em direção a Kurama, com o intuito de atingi-lo com as suas lâminas. Agilmente, o kitsune desviou do ataque saltando para trás, ainda com Shiori nos braços. Apoiando-se no solo com um dos joelhos, se ergueu ao levar uma das mãos até a base do pescoço escondido por debaixo de seus longos cabelos ruivos, fazendo surgir em sua mão direita o chicote de rosas. 

— Entregue-nos a relíquia e a garota! Elas nos pertencem! — a youkai voltou a dizer, ameaçando um novo ataque.

— Não. Agora elas me pertencem — ele respondeu, deixando Yami ainda mais enfurecida.

Movimentando o ar ao seu redor, a kamaitachi lançou inúmeras lâminas de vento na direção de seu adversário. Com o intuito de proteger a sua mãe, Kurama defendeu-se ao revidar o ataque com o auxílio de seu chicote. Porém, apesar do rose whip bloquear a passagem de boa parte daqueles golpes de ar cortantes, algumas lâminas atingiram os braços do kitsune, manchando a sua camisa de sangue.

Convencido de que não conseguiria derrotá-la daquela maneira, Kurama repousou o corpo de Shiori atrás de uma pilastra, a deixando distante daquela batalha. Antes que pudesse pensar em contra-atacar, porém, ele pressentiu Yami aproximar-se repentinamente e, num reflexo, tentou desviar do próximo golpe da youkai. No entanto, mais veloz do que antes, as duas foices o atingiram de raspão, retaliando a pele em seu tórax, ainda que de maneira superficial. 

Certo de que havia subestimado a sua adversária, Kurama encontrava dificuldade para evocar as suas plantas demoníacas, enquanto apenas tentava não ser derrotado naquele embate. Menos ágil do que ela, ao ser atingido por um violento golpe no abdômen, se chocou com a parede do edifício em que se encontrava, sumindo dentre uma nuvem de poeira e escombros. Pressentindo a vitória, Yami se aproximou, porém, repentinamente uma enorme quantidade de afiados espinhos emergiram daquela ruína, perfurando-lhe o tronco como agulhas. Surpresa, ela observou a figura de Kurama Youko se reerguer dos entulhos, numa expressão fria e, de certa forma, serena, ignorando os ferimentos em seu próprio corpo. 

Tentando se livrar dos acúleos que lhe prendiam, quanto mais se mexia, mais Yami feria a si mesma. Porém, antes que a youkai pudesse ser atingida pelo golpe final de Youko, os seus companheiros, Hiro e Ban, atravessaram o caminho do kitsune. No instante em que Ban atacou Kurama, Hiro aproveitou  a oportunidade para libertar a companheira da prisão de espinhos que a mantinha paralisada. 

A partir daquele instante, um combate fervoroso iniciou-se entre os quatro e, apesar de toda a força que havia acumulado durante os seus anos de treinamento, Kurama sentia  o peso da desvantagem numérica em que se encontrava. Cercado por todos os lados, ainda que tentasse revidar os golpes recebidos, o kitsune era incapaz de superar a sincronia dos três inimigos. Ao encurralarem Youko, que defendia-se dos golpes de Yami e Hiro, Ban saltou em sua direção pelas costas, prestes a lhe atingir com um golpe certeiro. No entanto, de repente viu as suas foices pararem no ar antes de alcançar o alvo. 

Ao se dar conta de que uma katana interceptava as foices em seus braços, o kamaitachi quase não teve tempo de desviar do ataque proferido pela espada de Hiei, que, ao vê-lo recuar, se pôs ao lado de Kurama, encarando-o com um ar de reprovação.

— Não estou te reconhecendo, Kurama — provocativo, o youkai de fogo exibiu um cínico sorriso de canto — Desde quando tem problemas pra enfrentar fracotes como esses? Se eu não apareço, é o seu fim.

— Finalmente resolveu dar as caras, Hiei — Kurama se reergueu — Mas não diga bobagens. Você não os conhece, tampouco sabe do que são capazes.

— Não me subestime. Sei mais sobre os kamaitachi do que você imagina. 

Kurama o encarou surpreso, notando que o amigo realmente parecia ter conhecimento sobre a situação do extinto Clã das doninhas. Porém, desviou o assunto ao perceber que os adversários enfurecidos se preparavam para atacá-los mais uma vez.  

— Melhor deixar a conversa pra depois.

Diminuindo a desvantagem em que se encontrava, unido a Hiei, o kitsune retomou o controle da situação, utilizando-se de suas técnicas para anular as forças de Yami, Hiro e Ban, enquanto as chamas de Hiei feriam os adversários. Escondendo a sua presença sorrateiramente entre as sombras, porém, Hiro se aproveitou do instante em que os dois estavam ocupados combatendo Yami e Ban. Planejando golpeá-los de maneira traiçoeira, ele reapareceu repentinamente por detrás de Kurama e Hiei, prestes a atingi-los. Todavia, um clarão de luz o arrastou para longe dali antes que pudesse concluir o seu plano, culminando numa enorme explosão.

— Ô feioso, não sabia que é covardia atacar pelas costas?! — Yusuke perguntou, ainda mantendo o indicador apontado em direção ao inimigo. 

— Isso mesmo! — concordou Kuwabara, materializando suas espadas espirituais — Pelo visto vocês gostam de um jogo sujo, mas agora estamos em quatro contra três. E aí, como vai ser? Quem vai querer enfrentar o papai aqui?!

— Desgraçados! Não se intrometam! — Yami ordenou.

— Vocês chegam aqui atacando todo mundo e ainda se acham no direito de exigir alguma coisa?! — Yusuke retrucou indignado — Me digam qual de vocês é o cabeça por trás de tudo isso. Em quem eu devo dar a surra primeiro?

— Moleque insolente. Deveria aprender a respeitar os seus superiores — Ban semicerrou os olhos, o olhando de cima a baixo — Nós, os kamaitachi, não aceitamos ameaças  de ninguém, seja humano ou youkai. Nós somos a supremacia desse mundo. 

Ao perceber que conversar não lhe traria os resultados esperados, após uma rápida troca de olhares com seus companheiros, Yusuke decidiu resolver as coisas do jeito que mais gostava.

Se os kamaitachi não queriam colaborar por bem, faria com que colaborassem por mal. 

~*~*~

Inquieta, Yue despertou de seu sono assustada, após sentir uma estranha sensação percorrendo-lhe o corpo. Era como se uma forte onda de energia chegasse até ela, aquecendo-a de repente. Cismada, levantou da cama à procura de Kurama, no entanto, não o encontrou. Preocupada pelo fato do kitsune não ter deixado um bilhete como estava habituado a fazer, Yue começou a imaginar o que poderia ter acontecido para deixá-la sozinha no apartamento sem lhe dar satisfações. As possibilidades fizeram com que a jovem engolisse em seco.

Tentando se acalmar, encostou-se na parede da sala. Deixando-se deslizar lentamente por ela, desceu até o chão. Olhou então as próprias mãos que, suadas pela ansiedade, estavam tomadas por uma estranha sensação de formigamento. Sem saber exatamente o porquê, Yue deixou que um pranto compulsivo tomasse conta de si e, mais do que nunca, desejou que Kurama entrasse pela porta.

A jovem não sabia dizer por quanto ficou ali, mas somente despertou do estado catatônico em que se encontrava ao ouvir o familiar tilintar vindo do escritório do kitsune. O tilintar que um dia ela havia ignorado completamente. No mesmo instante um arrepio percorreu seu corpo. Levantou-se para ir até o escritório de Kurama, todavia, antes que pudesse chegar no cômodo, estancou seus passos ao passar em frente ao espelho da sala. Com os olhos totalmente arregalados, ela encarou o inesperado reflexo que estava ali contido. Nele, a sua pele estava azulada, os seus olhos repletos de raiva, e em seus braços foices se projetavam como se estivesse prestes a atacar a si própria. 

— Meus Deus, eu estou enlouquecendo! — assustada, ela se afastou dali, esfregando os olhos com força — Estou vendo coisas! 

Rapidamente se desvinculou daquela imagem, voltando a sua atenção para o som que a atraía na gaveta trancada do escritório. Aquele chamado queria lhe dizer alguma coisa.

Yue sabia que o que planejava fazer não era correto, mesmo assim não resistiu. Após todos aqueles dias de convivência, a garota descobriu onde Kurama guardava o molho de chaves da casa e, para a sua sorte, justamente aquele dia ele não o tinha levado consigo. Novamente sentiu um aperto no coração ao imaginar o que teria acontecido para que ele saísse de sua residência tão apressado e descuidado.

Retomando o foco, Yue testou todas as chaves até encontrar a correta. Ao girar a fechadura, puxou a maçaneta, abrindo a tão misteriosa gaveta da escrivaninha. No mesmo instante, sentiu uma corrente elétrica invadir o seu corpo, porém, não encontrou nada de valioso naquele compartimento. Ainda hipnotizada pelo tinido constante que vinha dali, Yue esvaziou a gaveta, à procura de algo que nem ela mesma sabia o que era. Frustrada, estava prestes a desistir quando se deu conta de que as laterais daquela parte do móvel eram ligeiramente diferentes do restante. Tateando-o em cada centímetro, achou então uma reentrância escondida e a pressionou, elevando o fundo falso da gaveta. 

Com a respiração acelerada, Yue retirou a tábua de madeira, revelando o que parecia ser um bracelete dourado. Completamente impressionada, Yue nem ao menos piscava. O zumbido proveniente da jóia aumentou, retendo totalmente a atenção da jovem. Instintivamente ela o pegou, atraída como se sua vida dependesse disso. 

Ao entrarem em contato, a relíquia ressoou, vibrando por consequência. De repente, o bracelete parecia ter vontade própria e, sem que Yue precisasse fazer nada, se conectou a ela. Ao ver a jóia se prender em seu pulso, Yue sentiu o formigamento se alastrar de sua mão para o resto de seu corpo.

Surpresa, ela sentiu o seu corpo se transformar, sem saber que a força dos kamaitachi corria agora em suas veias. 


Notas Finais


Eita, Yue encontrou o bracelete. O que será que vai acontecer agora?
Parece que Hiei finalmente resolveu dar as caras e ajudar os amigos hehehe


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