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História Yume no Sekai - Primeiro sonho: Tribunal.


Escrita por: Hoipu_Kurimu , KazuHime e Suzu_Hika

Notas do Autor


Enfim nós nos encontramos.

Sonhos são coisas tão passageiras e facilmente esquecidas. Alguns sonho tem a capacidade de marcar nossas vidas, a maior parte deles permanecem esquecidas em nosso subconsciente. Uma viajem passageira, que nos leva a lugares diferentes, em situações diferentes. Que podem faz acontecer o que nos desejamos mais profundamente.
Então, com base nisso, podemos declarar que Kazu san gostaria de ser o Pato Donald no Kingdom Hearts. Suzu san gostaria de estar em Narnia, e que Red san tem o sonho de se casar em uma floresta.

Pistas do capítulo!
Passatempo favorito que não seja um hobbie?
Kazu: Cantar
Red: Tocar Guitarra
Suzu: Escrever

Divirtam se meus caros leitores

Capítulo 5 - Primeiro sonho: Tribunal.


Primeiro sonho: Tribunal. 

 

Minhas pálpebras estavam pesadas. E ainda assim eu queria tanto abrir meus olhos. Havia um par de braços me prendendo pela cintura. E eu respirei fundo pelo nariz sentindo aquele aroma que já me era tão familiar. O cheiro de Aya que me fazia relaxar imediatamente. 

— Yuu? Eu sei que você está acordada. 

— Chieko? 

— Vamos. Já faz três dias que você não abre esses olhos e suas amigas do outro plano estão te esperando. — Sua voz era apenas um sussurro. 

— Eu não quero sair daqui agora. 

— Sua namorada está com você desde então. Ela ficou a maior parte do tempo acordada cuidando de você. Leah san disse que era um milagre a bala não ter te consumido. — Chieko informou com uma alegria mal escondida em sua voz. 

Eu abri meus olhos para ver que eu não estava no meu quarto e sim na câmara de recuperação do templo de meu avô em Handa. Eu suspirei antes de tirar os braços de Aya de minha cintura e me sentar no futon. 

— Como se sente? Sua amiga unicórnio disse que você ficaria bem. Ela ter chegado aqui foi de grande ajuda, ela cuidou de todos os feridos. — Chieko disse visivelmente ciumenta de Lucy. 

— Lucy é incrível.   

— Quem mais me surpreendeu foi a sua amiga fada de cabelos roxos... Ela preparou remédios para todos os agentes. Como ela disse que se chamava? — Chieko ponderou enquanto eu voltava a me deitar puxando Aya para cima de mim. — O que diabos você está fazendo? 

— Eu senti falta dela.  

— Você dormiu esse tempo todo. — Chieko esbravejou e eu ri. — Fala sério... Eu tiro os olhos de você por alguns anos e você se mete em todo tipo de confusão possível. E arranja uma mulher. — Era claro seu desgosto. 

— Pelo que eu saiba era você que arranjava confusão e eu ia salvar a sua bunda. 

— Você sempre agia como se fosse a minha mãe. — Chieko apontou. 

— Alguém tinha que ser responsável. Bem, suas amigas me odiavam por causa disso. Se não fosse por mim você teria se metido em muita confusão. — Eu suspirei enterrando meu nariz no cabelo de Aya. 

— Bem, eu fui presa várias vezes quando você não estava lá para me fazer ir pelo “caminho certo”. Deve ser por isso que dessa vez meu pai decidiu voltar. — Chieko apontou e eu comecei a rir.  

— Você não tem mais idade para ter uma babá. Além disso, a última vez que eu ouvi falar de você, era sobre seu casamento. Seu marido não pode te manter na linha? 

— Você pode dizer que sou que tenho que mantê-lo na linha. — Chieko respondeu e eu gemi imaginando que dupla de fanfarrões eles poderiam ser. — Os Elders tem dito que você vai precisar resolver esse negócio dos sonhos. 

— Eu sei. 

— Yuu, você estava dormindo. Como pode afirmar que sabe disso? — Chieko perguntou rodando os olhos. 

— Aquela bala... Eu não sei o que Leah san fez, mas seja o que for eu ouvi uma voz dizendo que eu tenho uma tarefa. Eu só acho que essa tarefa tem a ver com aquele cara mascarado que apareceu no sonho. 

— Ninguém sabe quem ele é ainda. — Chieko soltou um suspiro cansado. — Manter ele longe de você foi uma tarefa difícil, mas conseguimos de alguma forma. 

— Ele é tão poderoso assim?  

— Extremamente poderoso. Leah san disse que seu poder se equivale a um senhor... — Chieko tinha uma expressão sombria no rosto e eu suspirei. 

— As chances de derrotá-lo são pequenas então.  

  — Você está pensando em lutar contra aquele homem, Yuu? — Chieko me lançou um olhar estupefato e eu murmurei uma confirmação. — Isso é loucura! Você sabe que se ele tem o poder de um senhor, você vai morrer se for enfrentar ele.  

— Eu não sei se terá que ser um embate frente a frente ou eu posso fazer outra coisa. Eu ainda tenho que tentar. Eu meio que sinto que essa é a minha responsabilidade. — Eu cocei bochecha com meu indicador.  

— Entendo... — Chieko disse sombriamente. — Vou falar para as suas amigas entrarem. Eu vou te ver mais tarde. 

Chieko saiu sem dizer mais nada. Eu apenas vi a sua expressão corporal dizer o quanto ela estava insatisfeita com a minha resposta. Ela estava preocupada comigo, e ainda assim era algo que eu tinha que fazer. As pessoas gostando disso ou não. 

A porta se abriu e por ela passou Lucy em sua forma unicórnio, Lily sentada nas costas de Lucy e Violet logo atrás. Eu franzi o cenho quando vi o estado ferido de Lily. 

Uma das asas da fada estava rasgada, era por isso que ela não entrou voando. Sua perna direita estava toda enfaixada. Sua pele amarelada estava um pouco pálida. Violeta tinha uma coroa de flores na cabeça. Suas asas de borboleta roxas transparente estavam intactas, mas seu corpo machucado com várias ataduras. Ela também tinha o tom de pele amarelado. 

— O que foi que aconteceu? 

— Fugimos. — Lily respondeu desmontando de Lucy. —Foi meio complicado, mas eu consegui fugir da família do noivo da Vio. — A loira caiu sentada no chão do meu quarto. — E você? Ouvi dizer que levou uma bala sagrada no braço. O que quer que isso signifique. 

— Balas sagradas são como veneno para criaturas das sombras como eu.  

— Isso quer dizer que você quase morreu? — Violet perguntou franzindo o cenho e eu suspirei. 

— Exatamente. Kameshima tinha uma arma sagrada e isso quase me matou. — Eu gemi fechando meus olhos. — Não foi experiência muito legal.  

— Mas uma bala sagrada contem luz, e luz mata qualquer ser das sombras. Yuu san, como você continua viva? — Lucy era uma criatura da luz. Ela deveria saber melhor que qualquer um aqui o efeito da luz para um ser como eu. 

— Eu não entendi direito. Eu ouvi uma voz que disse que não iria me matar. E foi isso. — Eu dei de ombros e Lucy suspirou. — O que foi, Lucy? 

— Vamos para Cosmos. — Lucy disse séria e eu ergui uma sobrancelha. 

— O templo da luz reside em Cosmos. Se formos até lá eu tenho certeza que podemos descobrir porque você não morreu. Tem que haver um significado. — Lucy parecia mais séria que nunca. E eu franzi o cenho. 

— Não agora. 

— Yuu san? — Lucy me olhou sem entender. 

— Lily está ferida, e eu tenho coisas para terminar aqui. 

— Você estava dormindo por três dias, fora os dias dentro do sonho. — Violet murmurou. — Eu tenho certeza que a falta de movimento deve ter prejudicado seu corpo de alguma forma. Eu tenho que concordar com Hagikaze san quando ela diz para esperar, Ciel san. — A fada do veneno disse pensativa. 

— Fui eu que lutei contra o Kameshima. Eu tenho que estar presente em seu julgamento.  

— Seu avô nos disse algo semelhante quando perguntamos quando esse homem seria punido. — Lucy murmurou cansada. — Enquanto isso eu voltarei ao Cosmos e falarei com o rei para uma permissão para irmos ao templo da luz. 

— Yuu san, nós vamos ficar aqui por um tempo e iremos para Cosmos com você depois. — Lily disse com um rosto contorcido em desgosto. 

— Aconteceu alguma coisa?  

— A nossa princesa caiu na doença do sono enquanto estivemos presas no sonho do Kameshima Yuya. — Lily respondeu visivelmente aborrecida. — Eu odeio isso. Sem ela para dizer aos nobres para nos deixar em paz, as coisas não vão funcionar. 

— Você é amiga da princesa?  

— Sim, nós nos conhecemos desde pequenas. Sempre brincamos juntas, e ela sempre foi legal comigo me ajudando enquanto eu crescia. Temos a mesma idade, aliás. — Lily sorriu com carinho ao lembrar da princesa de seu reino. — A Princesa Gardenia é a mais dedicada princesa de Fae. Não faz sentido ela ter escolhido dormir. 

— A Princesa Gardenia tem seus motivos para dormir. Depois da última guerra não muito tempo atrás quando ela perdeu tudo que ela mais amava na vida. — Violet disse tristemente. — A única amiga que restou foi você, Lily. Ainda assim a guerra te mudou muito. 

— Você já esteve em uma guerra, Lily? 

— Fae é como qualquer reino. Temos os nossos inimigos também. Os duendes negros do Vale da Morte. As fadas da destruição. Na maior parte do tempo estamos em paz, mas às vezes os animos se exaltam e a guerra é inevitável. — Lily explicou timidamente. 

— Foi a primeira guerra em quase cem anos.  — Violet disse tristemente.  

— Então você quer entrar no sonho dela e ver porque ela está dormindo? — Lucy perguntou e Lily soltou um longo suspiro desanimado.  

— Eu gostaria de poder, mas com a minha fuga com a Violet é meio difícil. Eu realmente queria poder fazer algo pela Princesa. — Lily suspirou e eu assenti. 

— Vamos para Cosmos primeiro, e então pensamos em algo. — Lucy decidiu. 

— Yuu chan... — Aya gemeu apertando seus braços ao meu redor. — Bom dia. 

—Bom dia Aya.  

— Bom dia Hanaoka san. —O trio disse fazendo Aya gritar e se sentar assustada. Ela olhou com espanto para o trio que usava a sua verdadeira forma na frente da jovem humana. 

— Quem são vocês? — Aya perguntou alarmada. 

— Você já nos conhece. — Lily disse com um sorriso. — Lily Amber. Lucy Ciel. E Violet Flowerview. — A fada de eletricidade apontou para cada uma. Eu me sentei achando graça da apresentação de Lily que agia como se não fossem nada demais. 

— Ah! Então vocês não eram humanas de verdade. — Aya pareceu aceitar bem a situação. — Depois do que vi Yuu chan e seus amigos aqui fazerem, não é ser surpresa. 

— Yuu san! Ela já viu? — Lily perguntou animada. Se ela tivesse uma cauda estaria abanando. 

— Não. 

— Cara! Sério? — Lily resmungou visivelmente desgostosa com a minha resposta. — Por que você não mostrou a ela? 

— Não tive a oportunidade. Você ficou sabendo que eu acordei e sai correndo para encontrá-la e que depois eu dormi por dias.  

— É mesmo. 

Lily podia ser tão avoada às vezes. E ainda assim eu não achava isso ruim. Ela por vezes aliviava o humor pesado que se instalava. Ainda que fosse muito fácil de entrar em uma briga se ela achasse que estava certa. 

— Yuu chan, do que ela está falando? — Aya me perguntou sem entender e eu sorri puxando a para um abraço. 

— Eu posso me transformar em lobo, meu amor.  

Eu sussurrei para ela e ela suspirou audivelmente. Eu não sei se foi pela surpresa ou pelo jeito que eu me dirigi a ela. Aya ofegou quando minha mão encontrou seu pescoço. Meu polegar acariciando sua mandíbula enquanto ela escondia o rosto no meu pescoço. 

— Vocês vão ficar agindo como se estivessem no cio? — Lily perguntou ganhando uma cotovelada de Violet. 

Aya se afastou de mim com o rosto todo corado. Eu suspirei querendo essa aproximação novamente. Eu conhecia poucos Lycans com alma gêmea. E todos eram tão carentes por sua alma gêmea que chegava a ser patético. Provavelmente quem me visse agora me acharia patética também. 

— Pare de ser ciumenta. — Leah san repreendeu Lily entrando no quarto. — Yuuka, você tirou os domínios de fogo daquele homem. Então ele está sendo julgado pelos crimes na corte humana, e não mágica. Ainda assim seus crimes quando usava magia serão levados em conta. 

— Leah san? — Eu olhei para elfa que parecia bem cansada.  

— O julgamento será realizado ainda hoje, será fechado e vai ter como juiz um de nós que trabalha para os humanos. Desculpe entrar sem pedir permissão, mas seu pai deseja vê-la. — Leah san disse olhando para o quarteto que não era um Lycan. — Ele quer falar sozinho com você. 

— Vamos. Vamos esperar do lado de fora. — Lucy se levantou e Violet e Leah san ajudaram Lily a subir em suas costas.  

— Vejo você despois, Yuu chan. — Aya acenou timidamente e eu assentiu acenando para elas. 

— Você vai ter grandes responsabilidades agora, Yuuka. Eu ficarei feliz em ajudar no que eu puder. — Leah san também saiu do quarto. Em seguida meu pai entrou. 

— Fico feliz que esteja acordada, Yuuka. — Ele se sentou nas almofadas onde antes estavam Lily e Violet. — Suas amigas vieram de suas terras para te ajudar, mas quando chegaram tudo estava acabado. Ainda assim elas ajudaram a curar os feridos. 

— Senhor, por favor, diga o que quer. 

— Sua alma gêmea. — Ele soltou um longo suspiro. — Uma fêmea humana. Eu não estou feliz com isso, mas eu entendo. Eu quero ver se ela tem potencial mágico pelo menos. 

— Acho que ela não vai querer. 

 — Não é sobre ela querer ou não. Se ela quer entrar para essa família ela tem que saber pelo menos algum tipo de magia, Yuuka.  — Ele estreitou os olhos. 

— Meus cunhados não sabem magia.  

— Ela é uma mulher. E você é minha herdeira. — Meu pai disse irritado. — Yuuka, de todos os meus descendentes você é a única que está presente no tribunal. Ainda que seja algo recente, já que sua capacidade física não é das melhores. 

— Eu conquistei meu lugar aqui. 

— Usando magia neutra? Por gerações nós Lycans fomos temidos por nossa força e aptidão física. Estamos no topo. Você nos envergonhou quando usou magia de água e fogo no teste. — Ele disse desgostoso. 

— Eu achei que você tivesse ficado orgulhoso por eu fazer o que nenhum outro Lycan já fez. 

— Orgulhoso? Nossos parentes caçoam de nós por causa disso. — Meu pai apontou enfurecido e eu travei meus olhos com os dele. 

— Nossos parentes morrem com uma bala sagrada. E olhe para mim. Eu estou viva, senhor. 

Eu o olhei. Segurando o olhar raivoso dele enquanto via seu rosto se tingir de vermelho pela raiva. Ele bufou. Seu corpo começando a se transformar, assim como o meu. Eu não ia deixar ele dizer o que Aya tinha que fazer. Ela é minha alma gêmea. E eu recusaria a essa hierarquia se fosse necessário para ficar com ela e mantê-la segura e feliz. 

Minha relação familiar, com exceção de meu avô parte e de meus irmãos não era a melhor. 

— Você nos envergonha com uma alma gêmea totalmente humana. Se ela não tiver habilidades para magia, tudo bem, mas ela tem que fazer o teste como seus cunhados fizeram. — Meu pai se levantou irado e eu me ergui do futon também. Eu fiquei tonta, mas me mantive. 

— Aya não fará nada que ela não queira fazer, senhor. Você não vai obrigá-la para satisfazer seu orgulho idiota. E se fizer, então eu me encarregarei de tirar você da linha para ser chefe da família.  

Ele me olhou com os olhos ainda mais furioso. Eu segurei seu olhar. Sua transformação então estava completa e ele me atacou. Eu sai da frente rolando pelo chão. 

— Senhor do fogo, me empreste seus poderes.  

As chamas as velas se estenderam para mim. Eu o olhei segurando as chamas, que era a fraqueza do Lycans, em meu braço esquerdo. Meu pai rosnou e eu o olhei para ele sem qualquer emoção além de raiva.  

— O que foi, senhor? Tem medo de um pouco de fogo?  

— Você abusa da sorte. Esse senhor do fogo vai te abandonar um dia. Ele é um porco inútil. — Meu pai rosnou e eu olhei para as chamas em minhas mãos. 

— Nós ofendemos ele, e ele deixou o nosso povo. Não se engane, senhor. Eu me redimi, consegui seu perdão e como prova ele me ouve quando eu preciso. — Eu disse com uma pontada de raiva pelos insultos ao demônio de fogo que me presenteou com esse poder. 

— Eu tive sete filhotes, Yuuka. Você foi a última, e minha maior decepção. Eu pensei em te criar para ser melhor que seus irmãos, mas você decaiu mais que seu irmão mais velho. Ao ponto de até mesmo fazer amizade com um vampiro e um arcanjo. Agora temos fadas e unicórnios. — Meu pai rosnou e eu dei um sorriso de canto. 

— Eu acredito que eu sou um pouco melhor que minhas irmãs, senhor. 

— Melhor onde? Enquanto elas têm humanos como alma gêmeas, elas não foram contra eles fazerem o teste magico. E também não fazem amizades com seres neutros ou puros. Muito menos com mortos sugadores de sangue. — Ele apontou. 

— É exatamente por isso. Eu estou no tribunal. Eu tenho que saber viver com essas raças sem preconceitos. O tribunal não é apenas feito por Lycans, senhor! Ele tem elfos, anões, vampiros, arcanjos, monstros e demônios. Não seria um tribunal justo se fossem apenas Lycans! 

Meu pai me atacou novamente. Eu rolei pelo chão e ele bateu na parede de papel fazendo um grande rasgo nele. Leah san e algumas outras pessoas estavam na sala ao lado. Meu avô se levantou com os olhos arregalados. 

— Sua menina insolente! Eu ainda sou seu pai! — Meu pai gritou pulando sobre mim. Suas garras rasgaram o tatame enquanto eu erguia a mão esquerda na frente de meu rosto. 

Suas patas dianteiras cavaram as garras em meus ombros. Minha mão esquerda estava empurrando sua mandíbula para longe do meu pescoço. O fogo queimando o pelo negro espalhando um cheiro horrível de pelo queimado. 

— Um foguinho como esse não me assusta, sua pirralha. 

Eu então fiz um sinal com o dedo e todo o meu braço se incendiou. As chamas se espalharam pelo tatame e o lobo mais velho pulou para longe com um grito de dor. Eu me levantei mudando completamente de forma. Minhas roupas de descanso se rasgando já que não estavam enfeitiçadas para mudarem comigo. 

As chamas saiam de minha boca agora e se espalhavam como uma corrente pela minha pata dianteira esquerda. Meu pai tinha rolado no chão para apagar as chamas. Ele me olhou com seus olhos ambares enquanto eu me dirigi a eles com os olhos vermelhos. 

A única coisa que me fazia ser a última herdeira do clã Ookami. Meus olhos eram vermelhos. Era considerado um mau agouro para lobos terem olhos que mudavam de cor ou terem olhos vermelhos. O Lycan que quase dizimou nossa raça tinha olhos vermelhos. E eles me assimilavam a esse lobo. 

— Por que vocês dois estão brigando? Yoshio, por que você está atacando a sua filha? Yuuka, cancele a sua magia de fogo agora. — Meu avô ordenou e eu nem sequer olhei para ele. 

— Ela não quer que sua alma gêmea faça o teste de magia. Ela me desafiou. Disse que se eu a obrigasse, ela me tiraria da lista de herdeiros. Então ela pode tentar fazer isso agora. — Meu pai gritou e meu avô me olhou com uma cara fechada. 

— Yuuka, você faz parte do tribunal. E é uma das herdeiras para ser chefe do clã Ookami. Minha favorita, aliás. Se você perder... 

— Eu não vou perder. Eu me recuso a perder essa luta. Ninguém vai encostar na minha Aya enquanto eu estiver respirando!  

Eu respondi e meu avô suspirou entrando no meio da briga. 

— Ninguém vai fazer nada com a sua garota, eu te prometo, Yuuka. — Ele sorriu para mim. — Yoshio, se você se atrever a continuar com isso será deserdado. — Meu avô disse autoritário. — Yuuka tem que descansar para sua nova tarefa. Uma tarefa que apenas ela pode completar porque foi escolhida pelos senhores da magia para realizar. 

— Por que se levanta a favor dela, meu pai? — Meu pai rosnou para o meu avô antes de avançar contra ele. 

Eu tomei a frente de meu avô. Labaredas de fogo deixando minha boca e parando meu pai onde ele estava. Eu fechei a boca para parar as chamas, pelo menos agora eu sei como os dragões se sentem a respeito de cuspir fogo. 

— Não se atreva a fazer isso novamente, Yoshio. — Meu avô disse com os olhos cheios de raiva. — Nós dois sabemos porque eu ainda sou o Alfa dessa matilha. Você fala de vergonha e do que meus filhos falam de Yuuka, mas esquece que de todos eles, ela é a única a ocupar uma cadeira no tribunal magico. 

— Ela não representa mais a família Hagikaze na fila para o trono do chefe do clã Ookami. Mai vai entrar no lugar dela. A partir de hoje, você desonra a sua família e eu vou me encarregar de passar a mensagem para todos do clã.  — Eu o olhei sem me importar com meu lugar na família Hagikaze. — Se você não quer permitir que sua humana faça o ritual magico para entrar na família, você também sai com ela. 

— Eu declaro Hagikaze Yuuka, minha neta, minha representante para o trono do chefe do clã Ookami. — Eu olhei assustada para meu avô. Ele estava sério. — Vocês não lutaram. Ela não perdeu, o que significa que ela ainda é digna desse lugar. 

— Se você chegar perto da minha matilha eles vão te atacar. Eu vou deixar isso bem claro. Mesmo sendo herdeira ela não pode invadir o nosso território. — Meu pai voltou a forma humana com um sorriso presunçoso. 

— Yoshio. — Leah san o chamou. — Você vai se arrepender de não tê-la mais em sua matilha. O destino que espera por Yuuka trará mais glória do que você jamais viu. — Ela afirmou. 

— Esse lobo nunca será glorioso, Elfa. — Meu pai retrucou. 

— Grave minhas palavras, Lycan. Hagikaze Yuuka será glorificada. — Leah san disse antes de se virar para mim. 

Eu não entendia o que ela queria dizer. Eu apenas abaixei a cabeça deixando minhas chamas morrerem agora que meu pai já não estava mais ali. Sinceramente eu fui deserdada e não sentia nada. Nada era um exagero, mas eu estava em paz. Eu não me arrependia de minha escolha. 

— Minha majestade, me conceda a sua graça... 

Eu vi Emerald invocar as águas para apagar o fogo que eu comecei. Eu suspirei e olhei para meu avô. Ele tinha uma feição dura e triste em seu rosto. Ele provavelmente estava irado comigo. Ele colocou a mão na minha cabeça e acariciou. 

— Vamos minha jovem. Temos que nos preparar para o julgamento. — Meu avô disse caminhando pelo corredor.  

Eu olhei para Aya que tinha a cabeça baixa. Eu suspirei e caminhei até ela. Esfregando minha grande cabeça contra seu tronco. Aya abraçou minha cabeça e beijou o topo. Eu suspirei e respirei profundamente para sentir seu cheiro. 

— Você deveria ir se preparar. — Aya passou a mãos pelas minhas orelhas. — Eu tenho que depor, então também preciso mudar de roupa. 

— Claro. 

Eu esfreguei meu focinho levemente contra sua bochecha antes de me afastar. Eu olhei para Emerald e Ocean que tinham um sorriso amargo nos lábios. Mesmo Leah san parecia triste. E olhar para Chieko só me fez querer rosnar. 

Não importava o que aquele homem tinha dito. Há muito eu já parei de ir visitá-los ou falar com eles. Minha família estava aqui em Handa e não em Kanagawa. Se aquele era o lugar de sua matilha tudo bem. Eu não me importava.  

Eu não me importava. 

Parece meio duro dizer isso dos meus irmãos e de minha mãe. Ainda assim, eu sei que minha mãe não sente nenhum orgulho de quem eu sou. Ela nunca escondeu isso. Eu nunca entendi bem, mas a distância nos fez bem. Na verdade, fez bem todos nós. Nos vendo menos as brigas diminuíram, e as magoas também. 

Sair de Kanagawa e entrar para o tribunal foi a melhor coisa que eu fiz. 

Eu não sei agora. Depois de ser deserdada. Minha família realmente iria me atacar se me vissem por aí? Sayoko e Harumi não tinha muita dúvida que me atacassem verbalmente, mas e Akihito, Maka, Miya e Mai? Minha mãe me atacaria? 

Meu pai não mandava na minha família há anos. Então eu não sei o que eles pensariam com uma ordem como essa vinda dele. Ainda haviam meus parentes. Enquanto Miyu não iria me atacar, pois como ela disse, seu pai se casou com essa matilha, ela ainda era de outra. O resto da família, eu tinha minhas dúvidas. 

Então eu não queria que ninguém sentisse pena de mim por ter sido deserdada. 

Eu entrei no meu quarto e me transformei para minha forma humana. Indo para a sala de banho que era pequena, mas que ficava em meu quarto. Eu tomei um banho rápido antes de colocar roupas formais. Uma saia azul marinho e uma camisa de manga comprida. Eu arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo alto antes de sair para encontrar com todo na sala. 

— Eu juro que era para servir certinho. — Emerald ralhou enquanto olhava para Lucy na forma humana. As calças estavam muito curtas para ser chamado de formal. 

— Lucy, você sempre pode pegar algumas roupas tradicionais. É uma vestimenta formal por aqui. 

Eu disse e a unicórnio assentiu antes de sair para outro quarto. Emerald me sorriu e eu me aproximei dela. Éramos amigas de infância afinal. 

— Eu sempre pensei que seu pai era doido, mas não a ponto de te deserdar. — Emerald comentou e eu suspirei. 

— Não é como se ele tivesse alguma vez na vida sentido orgulho de quem eu sou. 

— Não, mas você fez muitas coisas. Tudo bem que só fracassou na profissão do mundo humano, mas ainda assim você fez muitas coisas. E está para fazer mais coisas ainda. — A sereia me deu um sorriso caloroso e eu suspirei. 

— Sim, mas não é como se importasse com isso. 

 — Largue o ato, Yuuka. — Emerald disse séria. — Você sabe tão bem quanto eu que isso te afeta mais do que quer admitir. Eu te conheço a quase vinte anos agora. 

— E daí? Lamentar não muda nada. — Eu andei até a porta que levava área externa do templo. — Eu entrei para o tribunal com dezessete anos. E aqui eu estou há cinco anos. O tribunal é a organização de maior poder dentre nós. Deveria ser um motivo de orgulho ter um membro da família nele. Pessoas passam a vida tentando fazer parte do tribunal. 

— E, no entanto, eles caçoaram por você ter entrado por causa da sua magia. — Emerald conhecia a história. Ela viu de perto. Ela ficou com raiva por mim, e comigo.  

— Eu ainda estou subindo aqui. Ter essa missão de entrar no sonho, foi algo que meu avô, Leah san, Ocean san, Yurika san e Robert san imploraram para me darem. Eu consegui o que me pediram, para cair em algo ainda mais perigoso que eu não sei se tenho poder suficiente para superar. 

— Então Leah san já te disse. 

Eu me virei para ver Emerald com os olhos tristes. A sereia me deu um leve sorriso. A minha missão originalmente era entrar no sonho e ver se estava ligada a magia. Eu completei a minha missão, mas agora eu teria que ir atrás dessa tarefa. 

— Beo não gostou disso. — Emerald murmurou. 

— Beo nunca está feliz quando não é sua raça de metamorfos que é designada a uma missão importante. Eu sei que Yuusuke vai ir contra também. Assim como Guilherme. 

— A maioria quer você lá na linha de frente. Pedro san, Gallysha san, Paul san, Kalil san, Henry san. Todos disseram que preferem você na linha de frente já que você já lutou com esse homem. — Emerald murmurou e eu suspirei. 

— Eu não lutei contra ele. 

— Eles pensam que você lutou. — Emerald murmurou.  

— Prontas para ir? — Eu virei minha cabeça para ver Joshua ali. Ele e seu irmão Delter estavam vestidos com um terno negro.  

Joshua e Delter são cães do inferno. Guardião da porta do inferno como eles gostam de dizer. Fazem parte do tribunal há mais tempo que eu. Se eles estão aqui significa que o julgamento já vai começar. 

— Vamos embora. — Lily apareceu caminhando com a ajuda de Aya e Violet. 

— Eu estou finalmente pronta. — Lucy apareceu com um leve sorriso e um kimono branco com flores cor de rosa. 

 — Seu avô já está no tribunal Yuuka. Nosso dever é escoltar as testemunhas. Vamos ou chegaremos tarde, e sabe como Kimura san fica quando nos atrasamos. — Delter tomou a frente saindo para o mundo exterior. 

O tribunal seria feito na sociedade humana e era fechado. Eu driblei a imprensa levando Aya comigo. Os repórteres quase pularam nela como hienas famintas em uma carcaça. Nós entramos na sala das testemunhas e eu me sentei em uma poltrona. 

— Você está bem tensa. — Lily comentou se sentando também. 

— Eu odeio isso. — Eu puxei Aya para que ela se sentasse em meu colo. Abraçando a pela cintura enquanto encostava a cabeça em suas omoplatas. — A imprensa querendo mais um furo sensacionalista.  

— Yuu chan, eles te chamam de herói, já que muitas pessoas dizem que você salvou o lobby inteiro sozinha. De acordo com a enfermeira que te disse que ele estava lá em cima. — Aya murmurou e eu suspirei. 

— Eu realmente odeio isso 

— Um mundo onde a magia se esconde é realmente complicado. — Lucy comentou já cansada da atmosfera do lugar. 

O julgamento começou alguns minutos mais tarde. Em seu depoimento Kameshima Yuya disse todos os detalhes sem nem omitir sobre a magia. Ele até tentou usar magia, mas sem sucesso, me acusando de ter roubado seu poder de fogo. 

O júri do tribunal parte magico e parte pessoas normais estava escutando com atenção. Eu tive a sorte de que um ferimento com arma sagrada não se cicatrizaria instantaneamente como de uma arma normal, uma vez que tive que mostrar o local em que bala entrou.  

Ele gritou sobre como usaria chama para queimar a Aya. 

Pessoas como ele me davam nojo. 

Sua loucura foi ao ápice quando Aya entrou para depor. Ele a xingou de tantos nomes que eu quase o decapitei ali mesmo. Ainda assim Aya contou todo o pânico que sofreu nos últimos anos de sua vida. As ameaças, as chantagens, as agressões. 

Pensar que minha Aya sofreu tanto assim nas mãos desse homem não me deixou com raiva. Me deixou triste. Vê-la chorar enquanto lembrava do terror que passou durante anos, e ainda o terror no hospital. Eu passei a mão no local onde a bala sagrada havia entrado em meu braço. Doeu como o inferno, mas eu preferia levar mais vinte balas do que vê-la sofrer. 

Funcionários do hospital também prestaram depoimento, contando sua versão dos fatos. Kameshima entrou no hospital com uma arma dourada. Ele incendiou os sofás e atirou contra as pessoas que estavam ali. Em seguida foi para os quartos e colocou fogo nos pacientes vivos. A enfermeira contou que os gritos dos pacientes a atormentava mesmo em seu sono. 

O oficial do tribunal que eu descobri se chamar Hara Toshie disse que Kameshima o incendiou no rosto. Ele estava desfigurado ainda, provavelmente por causa do tribunal ser humano e não mágico. Ele cobria a carne queimada com uma máscara negra. Ele contou que eu o salvei, e eu desviei o olhar quando todos aplaudiram. 

Não. 

Não queria esse reconhecimento. 

Minha intenção era salvar Aya. Eu apenas o ajudei para ele me ajudar. Não havia nenhum sentimento de bom samaritano. Não havia esse sentimento altruísta de herói ou coisa assim. Eu não podia ajudar a todos e coloquei a carga nos ombros de um homem já ferido. 

Quando foi a minha vez de depor Kameshima foi a loucura. 

Ele se levantou e avançou em minha direção. Os guarda se apressaram para contê-lo e eu o olhei. Segurando seu olhar raivoso. Seus gritos sobre eu ter roubado a Aya dele. E sua situação estava piorando cada vez mais. 

Contar a minha versão dos fatos escondendo a minha magia foi fácil. Devido ao fogo ter afetado a estrutura a tubulação explodiu me ajudando a lutar contra as chamas do quarto de Aya. Eu entrei na frente quando ele ia atirar em Aya. E então tive uma luta corporal onde eu o empurrei contra a parede e ele perdeu a arma.  Nunca mencionei a força do golpe, contei com o máximo de detalhes possível. 

No final do tribunal, Kameshima foi condenado a prisão perpetua e acompanhamento psicológico. Já que ele matou pessoas deliberadamente, além de tentativa de um crime passional e apresentar sinais de falhas em suas faculdades mentais. Ele gritou que não estava louco. Ele gritou que ia me matar. Ele continuou gritando que eu roubei tudo dele e que deveria ser punida por isso. 

Depois do julgamento ter acabado, começou o julgamento mágico. Eu já havia tirado os poderes de fogo dele, algo que apenas um mago de alto escalão podia fazer. Minha punição viria mais tarde, já que eu tinha um mistério para resolver.  

No fim do dia eu me sentei no telhado do templo olhando para lua prateada no céu. 

— Amanhã você vai para Cosmos. — Aya disse se sentando ao meu lado. 

— Sim. 

— Você vai fazer algo perigoso, e eu não posso fazer nada para te impedir. Apenas rezar para que você fique em segurança. — Aya me olhou com os olhos tristes. 

— Desculpe. Eu sei que você precisa de mais apoio agora do que nunca antes. Eu realmente queria ficar até tudo estar bem novamente. 

— Yuu chan. — Aya me abraçou e eu fechei meus olhos puxando a para mim. — Eu sei que você quer, mas querer e poder são coisas diferentes. Você tem que ir para descobrir mais sobre essa sua tarefa, certo?  Salvar mais pessoas que podem estar sofrendo como eu. Presas em um pesadelo. 

— Ainda assim... 

— Yuu chan... Meu pesadelo acabou agora. Você me livrou do Yuya, e eu sei que tenho você comigo. Vá salvar outras pessoas, você é um herói. — Aya segurou meu rosto com ambas as mãos. 

— Eu não sou um herói. 

— Você é para mim. Você me salvou. — Aya então me beijou gentilmente nos lábios. — Obrigada por salvar a minha vida Yuu chan. 

— Você não precisa me agradecer, Aya. 

Eu murmurei antes de beijá-la novamente. 

— Yuu chan, enquanto você estiver fora, eu vou fazer esse teste mágico. — Aya apertou minha mão entre as dela. — Eu quero ser capaz de ser uma companheira digna para você.  

— Você não precisa fazer isso, Aya. 

— Eu sei, mas eu quero. Yuu chan, eu quero ser capaz de ir com você nessas missões. Eu não quero ficar em casa e esperar para ouvir se você está bem, ou se algo te aconteceu. Eu quero ser capaz de te proteger também. — Seus olhos estavam determinados. 

— Eu te amo, Aya.  

Eu murmurei antes de beijá-la novamente. E então novamente. E mais uma vez. Ela correspondeu a todos os meus beijos. Suas mãos se prendendo nos fios de cabelos de minha nuca. As minha agarrando sua cintura e a puxando para mais perto. 

— Eu vou voltar em breve. Eu te prometo. 

— Você não precisa me prometer sempre, Yuu chan. — Aya riu passando as mãos pelo meu cabelo curto. — Eu te amo. 

Meu coração pulsou fortemente em meu peito e eu me vi sorrindo. Puxando Aya para mais beijos. Eu iria aproveitar o máximo meu tempo com ela antes de ir para Cosmos. Dá próxima vez que a visse, eu teria respostas. 

Eu estava ansiosa por isso, mesmo que ainda estivesse com ela em meus braços. 


Notas Finais


Tribunal seria uma organização de seres mágicos da Terra. Os seres mágicos são de conhecido pelas pessoa no poder. Podem ser governantes ou mesmo juízes e pessoal do alto escalão da segurança.

Yuuka faz parte desse Tribunal desde muito cedo. E dá para se entender devido a relação que ela tem com seu pai, e a sua própria matilha, que ela não se dá muito bem com a sua família e está sob os cuidados de seu avô desde muito cedo.
Yuuka também mostra que ela tenta ser forte, mas há muito mais por trás desse personagem do que ela deixa se mostrar. Muitos segredos sobre ela para serem desvendados.

Qualquer duvida apenas comentem, ou mandem PM. Responderemos na medida que pudermos sem dar spoile.

Vejo vocês daqui algum tempo novamente.

Atenciosamente, Phantasy Night.


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