1. Spirit Fanfics >
  2. Yuri!! On Hell >
  3. Terceiro programa Viktor Nikiforov

História Yuri!! On Hell - Terceiro programa Viktor Nikiforov


Escrita por: Makoshida

Notas do Autor


Primeiramente, gostaria de agradecer ao publico que se propõe a ler,favoritar e comentar a historia.

Segundo: AVISO pode conter spoilers da Historia.

Esta historia vai conter: ABUSO FISICO, VERBAL, SEXUAL,PSICILOGICO, SOBREANTURAL, RELAÇÕES HOMOFATEIVAS, RALÇÕES GETEROS, PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, ABUSO DE DROGAS LICITAS E ILICITAS, VIOLÊNCIA, MORTE etc, etc. etc.

É drama, tragedia, novel, romance, gay.

Pessoal, a historia se chama Yuri!!! On HELL

Hell, se caso alguém não saiba é inferno no idioma de língua anglo saxônica conhecido como inglês, então obviamente que a história vai tratar de temas que são indigestos, todos devidamente relacionados nas tags do site de publicação e avisado por mim antes das postagens para que nenhum leitor chegue no meu inbox e diga que minha história está "pesada" ou que ela "está muito brutal para os padrões do anime"

Um aviso, que foi dado primeiro capitulo. Não me propus a ser fidedigna com a obra do anime, apenas utilizei-me dos personagens e do universo da trama para criar um universo alternativo.

Sobre questão da Idade do Yuri P. (que no segundo capitulo sofreu abuso físico, psicológico e sexual) Merdas acontecem, parafraseando uma das pessoas do grupo o qual não recordo o nome, a vida do Yuri P. é "Bostejada." ele vive em uma casa que não é dele com pessoas que possuem conduta moral duvidosa ou inexistente (apenas o Ivanov) um lar desfeito. Não tem como, na descrição dos personagens e de suas psiques, Ivanov (mafioso, assassino, espancador da esposa, estuprador pior tipo de sujeito, quase um político brasileiro.) ser um doce de pessoa com o Yuri P.( que ele vê como um homossexual que merece ser abusado por sua aparência feminina, fragilizada) infelizmente é uma realidade de algumas famílias ao redor do mundo.

Peço encarecidamente que, respeitem os ships alheios, inclusive os meus, não por que são bons ou ruins, mas é uma historia, tem que haver construção de enredo, estou ciente das leis da Rússia, do Brasil e do Japão quando a maioridade penal de cada personagem, bem como algumas leis dos EUA ( local onde passa a historia) assim como pesquiso desde os saltos que eles dão,musicas, sistema de educação, tempo, roupas e tenho cuidado com gírias regionais. Caso não tenham notado, eu coloco notas de rodapé nas minhas historia a fim de esclarecer fatos históricos, datas, tudo o que puder ajudar para ser mais real possível e mais plausível, como também posso fazer tudo muito louco.

Peço apenas respeito.

Capítulo 3 - Terceiro programa Viktor Nikiforov


Fanfic / Fanfiction Yuri!! On Hell - Terceiro programa Viktor Nikiforov

― Você ainda namora aquele velho? ― Viktor sorriu de lado assentindo, depois olhando para seu amigo que fazia uma cara de espanto. ― Eca!

― Por que diz isso, Alexis é fabuloso.

― Ele é... velho.

― Isso não importa, ele me ama mesmo.

― Muitas pessoas te amam Viktor, por que logo ele?

― É diferente.

O rapaz de longos cabelos brancos sorriu ao imaginar seu amante, como ele era decidido e firme em seus propósitos, um verdadeiro homem maduro, mas que ainda era gentil e carinhoso com ele, sorriu novamente em saber que sentia-se seguro nos braços dele, uma segurança que não tinha com muitos. Alexis lhe trazia o conforto no coração que por muito tempo buscou, era seu amor, e Viktor sabia que também era o amor de Alexis. Viktor voltou a comer o chocolate que tinha nas mãos, enquanto seu amigo suspirava do lado comendo o dele. Após beber um pouco de água, Iuliah tombou a cabeça de lado erguendo um dedo e tocando na testa de Viktor, que na mesma hora tirou a mão dele, limpando sua testa.

― Vai ficar com ele hoje?

― Vou, e você...

― Já sei, já sei, “vai dormir na minha casa para fazer um trabalho”, cara se seus pais descobrem que você está saindo com um velho daquele, vai ser maios escândalo. E tipo, teu pai não pode ter escândalos.

― Só se você contar, você é o único que sabe Iuliah. Além disso, meu pai não se importa tanto comigo nesse nível, só as vitorias e o meu nome importam a ele.

― Não diz isso, ele te ama.

― Sei, sei...

O rapaz de cabelos negros suspirou, olhando o céu azul e deixou cair os ombros em rendição aos caprichos do amigo. A relação de Viktor e do seu pai era bem fria, na opinião de Iuliah, não havia nada de afetivo e talvez fosse isso que Viktor buscasse no namorado, mas ele tinha medo de Viktor se machucar, ele era doce e sensível, um verdadeiro rapaz de coração puro, estar com um homem mais velho deixava Iuliah verdadeiramente preocupado de que isso afetaria mais cedo ou mais tarde a personalidade de Viktor. Não tinha como contestar o que Viktor queria com tanta vontade, ele era assim, uma força que movia tudo para conseguir o que queria. Isso era um traço de caráter que sempre admirou no seu amigo, a determinação, não importa o tempo que demore, para fazer as coisas como queria. Suspirou derrotado, rendição era a única opção para se tratar a Viktor.

― Ok, ok, mas... Vai ter que me ajudar com o programa e as fantasias, você é o melhor nisso.

― Já disse que ajudo, obrigado! ― Iuliah saltou feliz dando um soco de vitória no ar e depois abraçando o rapaz e sorriu animado. Seu melhor amigo tinha um talento alucinante para as artes e Iuliah, claro, adorava quando Viktor o ajudava em tudo, falando nisso Viktor Nikiforov, tinha dezessete anos, era filho de Mikhail Nikiforov, embaixador da Rússia na ONU, também era campeão juvenil de patinação, estrela tanto nas pistas de patinação, quanto nas passarelas. E ainda sim, um doce de pessoa que nunca havia sequer maltratado alguém com palavras cruéis. Estava enamorado por um senhor quarenta e três, conhecido como Alexis Markof, profissão° Empresário. De que? Viktor não sabia, não perguntava, apenas o amava. Iuliah não era nada contra o romance, mas preocupava-se com seu amigo, e com tudo o que ele pudesse sofrer desse romance se desse errado, afinal ele começou meio que errado.

 

A dois anos atrás, quando Viktor ainda estava arriscando no juvenil, eles se conheceram.  Era uma típica noite russa, fria e suja, cheia de carros e pessoas não muito confiantes na ruas ao redor do ginásio de competição. Quando um jovem rapaz de apenas quinze anos estava em um beco fétido, perdido da sua caravana tentando ligar para seu treinador incompetente que esquecera-se dele no ginásio. Uma temeridade, estava tão distraído que não observou na sujeira que entrou, caminhando de cara pelo celular, só percebeu seu erro tarde demais. A faca gelada estava no pescoço do patinador antes mesmo dele perceber a aproximação do seu agressor, naquele beco sujo, Viktor achou mesmo que fosse morrer, jogado na sarjeta, possivelmente sangrando e morrendo só sendo encontrado dias depois, era um destino cruel, se não fosse por ele. Alexis.

― Grana e celular boneca.

O garoto arregalou os olhos, as finas e delicadas mãos tremendo estenderam o celular, o bandido olhou para ele e depois estapeou o loirinho bem na cara, prensando-o na parede e firmando a faca em seu pescoço. Teve o corpo revistado em busca da carteira, Viktor não andava com uma, ele sempre levava tudo na mochila, que estava na porcaria do ônibus da delegação. Isso obviamente irritou o ladrão que o sacudiu um pouco para que ele pudesse responder.

― Se grana? Que você é, turista? Já foi roubado antes de mim.

― Pa-patinador.

Tomado de raiva o ladrão afastou dele, Viktor viu o movimento da faca circulando o ar frio da cidade, ele iria morrer ali, fechou os olhos mas não sentiu o golpe, o que sentiu foi um alivio do peso em seu corpo e o som de algo batendo em outra coisa, abriu os olhos e um homem de porte grande, vestia-se todo de negro, e usava um casaco enorme, com um cachecol. O soco que ele havia dado no bandido foi como um choque de ossos, o ladrão estava deitado imóvel no chão. O homem nem parecia ofegante, ele ajeitou os óculos e o longo cabelo loiro, firmando sua postura, ficando um pouco a fraca luz do poste, era tão imponente e bonito que Viktor ficou sem ar.

― Você está bem? ― ele estendeu a mão e pegou a de Viktor o levantando e limpando suas roupas da delegação russa, olhando-o nos olhos, depois procurando hematomas. O mais novo engoliu em seco, assentindo ao mais velho. Estava sendo tratado pelo maior como uma criança perdida e não queria isso, embora ele fosse meio criança e estivesse perdido, Viktor tinha um orgulho a mostrar. Ele, o estranho, retirou o cachecol de seu pescoço, com um forte cheiro de perfume amadeirado e ainda quente da pele dele, envolveu o pescoço de Viktor, e depois envolveu o corpo do patinador em um abraço de lado levando-o para fora do beco.

― Não deveria andar sozinho, quando te vi saindo do ginásio para a rua, o segui, queria parabeniza-lo pela apresentação.

― V-você viu?

― Claro, gosto muito de patinação e você foi excelente,  não consegui te parabenizar lá dentro então esperei sair, ai vi que veio para cá e o segui, ainda bem, mas... por que está só? Onde estão os outros patinadores?

― Minha delegação me esqueceu.

O estranho sorriu, depois iniciou uma gargalhada grave, não alta, mas bem imponente, tirou uma mecha do cabelo do próprio rosto e pôs atrás da orelha. Ao chegarem a rua, estendeu a mão para um carro negro, o motorista já abriu a porta e Viktor pode ver a rua ao seu redor, fervilhando de pessoas.

― Eu... Eu sou Viktor Nikiforov

― Alexis Markof, é um prazer conhece-lo, pessoalmente, apesar de eu já vir acompanhando sua carreira a um longo tempo senhor Nikiforov, confesso que sou seu fã desde que estrou no juvenil, então se permitir eu lhe darei uma carona. Ptreov, vamos para... onde deseja ir?

― Ah, estamos no hotel principal, perto do Kremlin. Hum, eu não devia confiar em um estranho.

Alexis sorriu para ele concordando, mas mesmo assim empurrou gentilmente Viktor para dentro do carro, entrando em seguida. Ali estava mais quente, e tinha o cheiro de limpeza, as portas foram fechadas e Alexis inclinou  a cabeça par ao lado, apoiando o cotovelo na porta

― Não farei anda que não queira sr. Nikiforov.

Viktor subitamente sentiu o rosto aquecer, e também suas pontas das orelhas, estava provavelmente corado pelo pensamento que teve e pelo modo sensual como o outro propôs aquela ideia, só faria o que Viktor desejasse.

― Então... só fará algo se eu disse que quero.

Alexis sorriu e deixou sua mão vagar pelo cabelo de Viktor, macio e cheiroso, concordando em silêncio.

 

 

― Viktor, Viktor!!! Oi? Alouu!! Acorda idiota!! Rússia chamando “Viktordado”. Responda seu retardado!! – Iuliah estalou os dedos na frente do rosto sonhador de riso boboca na cara do loiro.

― Oi, hã?

― Você estava viajando? E rindo feito um panaca que é, olha ali, que droga, seu carro chegou e você ficou só devaneando. Toma jeito Viktor.

O loiro olhou para Ptreov e sorriu, abraçou seu amigo se despedindo dele aproximando-se do motorista, como sempre recebendo um cumprimento formal, respondendo com um riso enorme para ele adentrou o carro e acenou para o seu amigo, mais uma vez, com aquele sorriso que parecia uma criança vendo um doce, Iuliah apenas suspirou e acenou de volta, indo para o outro lado, caminhando e segurando a mochila enquanto o carro seguia para o apartamento de Alexis.

― Você está lindo hoje Vik.

O patinador sorriu amplamente, se que era possível, moveu-se no carro pulando de seu lugar para perto de seu amado Alexis, fazendo-o largar o jornal que lia com cuidado, dando nele um beijo apaixonado.  Viktor uniu as bocas e enfiou os dedos nos longos cabelos loiros dele, recebendo o mesmo carinho em seus fios brancos, moveram as línguas em uma dança sensual para n fim ele ser afastado o menor com um suspiro, Alexis afagou seus cabelos, depois seu rosto ganhando um fechar de olhos de Viktor que aproveitava o carinho.

― Devo corrigir minha fala, você está ainda mais lindo hoje. Se me atacar aqui, vamos acabar fazendo sexo no carro e creio que Ptreov não gostaria de no ouvir, de novo. ― Viktor abriu uma frestinha dos olhos e sorriu de lado, pondo a língua pra fora, lambendo os lábios já meio ressecados, aproximando-se para outro beijo, desta vez mais calmo, saboreando os lábios do outro, deixando-se perder naqueles braços fortes, no cheiro de loção pós-barba, e na maciez dos fios de Alexis. Suspirando, já sentindo algo cutucar sua bunda ele afastou-se para olhar o seu amante.

― Eu te amo.

― Mesmo? Fico feliz e sabe, também amo, muito mesmo. Principalmente por escolher um velho como eu.

― Idiota, você é maravilhoso. Não me importo com sua idade, me sinto amado por você e isso me eleva a viver melhor.

 Alexis sorriu para ele, tocando-lhe entre as pernas, sentiu que o garoto gemeu em sua boca e sorriu de lado. Ptreov iria ter que aguentar uma roda de preliminares no carro. Depois de uma longa viagem, cerca de duas horas muito bem gastas em masturbações e orais bem dados, já nos bairros mais ricos, de condomínios fechados, afastados da grande metrópole, Viktor deixava sua mochila na entrada da casa, nela havia roupas para o fim de semana, os patins e roupas de treino, ou seja, era uma enorme mochila. O garoto andou pela casa, familiarizado com tudo, sempre vinham ali, foi a cozinha pegar suco, depois aos armários pegando dois copos, uma rotina agradável que Viktor tinha na casa de Alexis, que segundo o mais velho, era, também, a casa do mais novo. Não era nada enorme, mas muito moderna e nova, pelo que entendia Viktor ganhou a casa no seu aniversário de dezessete anos, e era ali que Alexis vivia seus fins de semana com Viktor, na pequena e maravilhosa casa deles. A casa toda era no primeiro andar, embaixo, Alexis mandou construir um rinque de patinação pequeno, mas exclusivo para Viktor, assim como a garagem um pequeno apartamento para Petikov e uma academia, tudo para que Viktor ficasse bem.

Ao chegar na sala, seu amante estava tentando tirar a gravata enquanto falava algo no telefone, Viktor deixou os copos em uma mesinha e foi ajuda-lo. Tirou a gravata, depois abriu o colarinho, o colete e beijou o pescoço forte de seu amante. As preliminares no carro eram bem vindas, mas queria ainda mais carinhos dele. Voltou a pegar seu suco e ofereceu o outro a ele, que pegou agradecendo sem som, indo ao quarto. Viktor foi pegar a mochila e passando pelo amante, deixou alojada no quarto que lhe pertencia, Alexis havia feito um quarto apenas para Viktor, queria que o menor mantivesse sua privacidade, mesmo que Viktor dormisse no quarto de Alexis, tinha naquela casa um lugar apenas seu.

― Vik, quer pizza?

O mais novo estava arrumando suas roupas limpas e retirando as sujas para mandar lavar, nomeio das roupas ele viu uma caixinha.

― Uhum, o que é isso? ― ele puxou uma caixinha de dentro de uma das suas gavetas, Alexis sorriu encostando-se no batente da porta, apenas esperou que ele abrisse, o grito entrecortado de Viktor foi um bálsamo para Alexis. Foi um ofego de surpresa e animação. A caixa era negra, de veludo como nome dourado Cartier em cima, com letras douradas e o monograma da loja.

― Sim... ― sussurrou Viktor levando uma das mãos a boca, e abafando o choro. Ele girou mostrando o dedo uma aliança dourada com desenhos de flores, emocionado depois correu para Alexis o abraçando e o beijando apaixonadamente, envolvendo-o em seus braços quase o derrubando. O mais velho o amparou nos braços, beijando-o com vontade, ambos caminhando para a cama, a passos atrapalhados, tão grudados que parecia se tornar um, caindo no colchão de molas e livrando-se rápido das roupas, entre beijos e suaves mordidas.

― Sim, sim, sim.

― Eu te amo garoto sabe? ―Viktor sorriu ao receber um beijo no pescoço, as mãos de Alexis corriam por seu peito, agora exposto, lambendo-o no mamilo para depois sugar. Viktor arqueou as costas soltando um gemido baixo, corando imediatamente. Amava-o, amava ser tocado por ele, ser venerado, Viktor amava-o tão forte que chegava a doer. Alexis livrou-se da calça de Viktor, baixando-a com cuidado, depositando beijos em seu corpo pelo caminho, era belo, Alexis o achava a coisa mais linda da face da terra, e não falava só do corpo, Viktor tinha uma alma maravilhosa, era tudo o que Alexis não era. O mais velho depositou um beijo no sexo do mais novo, por cima da boxer negra fazendo-o mais uma vez arquear as costas, segurar-se nos lençóis macios e arfar com tão pouco. Era tão sensível, tão doce. Ah como Alexis gostava dele, sentia-se imensamente melhor em sua própria existência, Viktor era o ar dele, sua vida.

― Alexis...

Totalmente exposto, Viktor sentiu a boca de seu amante engoli-lo, pressionando fundo na garganta, afastando suas pernas ao máximo, que Alexis sabia que o mais novo conseguia, devido a patinação, era um amante muito flexível para as exigências do mais velho. O lambeu por toda extensão até sua entrada rosada, preocupando-se em chupar aquele ponto rosado, deliciando-se com os gemidos dele. Erguendo o quadril de Viktor aplicou-lhe um beijo grego, chupando-o e brincando com a língua, para depois ergue-se sobre ele, Viktor levantou a mão tremula de prazer até o prendedor dos cabelos de Alexis, os soltando, deixando o véu loiro cobri-lo na segurança dos braços dele. Um minuto de admiração mutua, e a pequena dor da penetração, para depois o prazer do preenchimento que turvou os sentidos do mais jovem e do mais velho.

― Vik... Você é...

― Mais forte... Alexis, sempre...mais forte... ― e ele foi, empurrando mais forte, como sabia que seu garoto gostava, ambos gemendo de prazer a cada estocada, os corpos embalados naqueles movimentos sensuais. Alexis saiu um segundo de dentro dele, ouvindo protestos do mais jovem, apenas para tirar a camisa, expondo o corpo bem definido e conservado para um senhor da idade dele.  Tatuado em cada pedaço de carne que ficava escondido por seus ternos caros. Eram muitas marcas de tinta, a maioria de caveras e gostas de sangue além de estrelas nos ombros e desenhos estranhos como se fosse uma patente militar nos dois ombros. Viktor sabia bem o que significavam, ignorava por não acreditar totalmente em seus conhecimentos inúteis, ele apenas apreciou cada musculo ali, dedilhando os gomos da barriga dele com as pontas dos dedos. Isso era mais importante para Viktor do que qualquer ligação que Alexis teria fora daquela casa. ― Quero monta-lo.

Alexis sorriu de lado, erguendo-se da cama, tirando o resto de roupa que tinha assim como Viktor. Ele deitou-se e Viktor montou nele, segurando seu pênis com a mão, encaminhando para sua entrada.

― Calma... Ann.. Vik-tor... – o mais jovem sentou-se nele, fazendo questão de ser devagar, prolongando a agonia de ambos, e assim que esteve bem encaixado iniciou selvagens movimentos de cavalgada, aumentando consideravelmente o calor daquele quarto, os sons de gemidos. Alexis ergue ambas as mãos segurando os quadris do mais jovem, que voltou-se para trás, gemendo alto e cobrindo as pernas do outro com seu próprio cabelo tão grande quanto do amante mas que lhe conferia sempre um ar feminino, coisa que não acontecia com Alexis. Erguendo os braços para trás, sendo agora conduzido pelo próprio prazer, elevando as mãos para o topo da cabeça, sentindo o fogo forma-se na sua virilha, gozando assim que sentiu o outro aquece-lo por dentro, entre gemidos roucos e prazerosos.

― Eu te amo.

◊― ◊―◊―◊

Viktor estava tentando cozinhar algo, obviamente que Alexis mandava bem melhor nesse quesito, uma vez que o macarrão que o mais novo tentou cozinhar virou uma papa disforme e grudenta, e nem iria falar dos ovos que tentou cozinhar, haviam ficado enegrecidos, causando pânico em Alexis e nele mesmo.

― Você é mesmo um garoto rico. ― zombou o outro ganhando um tapa no braço do mais novo, respondendo com um beijo no redemoinhou do seu cabelo.

― Você também é.

― Hum, eu nasci pobre garoto, batalhei muito para ter tudo isso.

― Mesmo? Como?

Alexis parou de cortar os legumes, olhando para Viktor que distraidamente mexia o caldo da carne na panela, os cabelos presos com cuidado no topo a cabeça o deixavam ainda mais bonito. Alexis queria poder contar para ele o que fazia, mas isso implicaria em ter que arrastar o menor para esse mundo sujo, e ele não podia deixar seu amado ser contaminado com sua podridão daquela maneira. Infelizmente ele sabia que Viktor conhecia sua real função, afinal as tatuagens denunciavam seu real trabalho, qualquer russo sabia o que elas significavam, mesmo que não com detalhes. Preferiu mudar rápido de assunto, ainda não se sentia pronto para lhe falar certas verdades.

― Viktor, seu cabelo está bem grande.

― Hum, o seu também, mas eu gosto do seu assim, quer que corte o meu?

― Não, mas não atrapalha nas apresentações?

― Não, acho que confere em mim uma aura bem legal.

― Um anjo.

― Ah sim. ― ele corou até as pontas das orelhas, Alexis amava isso nele também, essa inocência de mesmo diante um pequeno elogio, ele conseguia corar enquanto na cama, era tão devasso. ― Falando em apresentação eu tenho uma prova de figurino hoje, poderia me levar?

― Tenho uma reunião, com associados, pedirei ao Ptreov, mas vou busca-lo, a que horas sairá?

― Às 20 horas. Ginásio Lenin, no centro do distrito comercial.

― Certo. Quer algo?

― Morangos, se conseguir, aqueles bonitos, os que tinham na sua geladeira estavam mofados.

― Ok, morangos.

◊― ◊―◊―◊

 

Viktor arfou um pouco por causa de uma pontada que sentiu no peito, levando a mão ao coração apoiou-se na grade de proteção, ganhando atenção do seu treinador, o dispensando com a mão imediatamente. Era um aperto no peito estranho, não gostava daquilo, do mal estar, era uma agonia que ele não queria jamais sentir novamente, mas que insistia em aperta-lhe o coração. Respirando fundo, voltou a fazer sua sequência do começo, queria saber se o figurino que havia desenhado serviria para uma apresentação ou se era necessário ajuste. Iria contar sua história com Alexis ao mundo através da patinação, seria seu melhor espetáculo, queria estar divino, um anjo como havia sido chamado mais cedo. Voltando a sua posição inicial, fitou a aliança em seu dedo, sorriu para ela, erguendo a mão e iniciando a música. Era suave, delicada como Viktor via seu amor, ele trabalhava com os pés, dando um santo no ápice da música[1], e outro salto, rodopiando e trabalhando com os braços como se voasse pelo gelo. Em sua cabeça ele podia ouvir a voz do cantor, falando sobe uma aposta de amor, que deveria enfrentar tempestades, ele estava firmente acreditando nisso, ele iria enfrentar a primeira barreira, serem homens, enfrentaria a idade absurda de ambos, enfrentaria o mundo por Alexis. Deslizando pelo gelo ele rodopiava e saltava, movendo o corpo em spins de pé, depois abaixados, movendo-se veloz e suave, sentindo que o amor que possuía o elevava a voos cada vez mais altos. Viktor estava feliz, ele era mais feliz do que qualquer ser vivo na terra. Ele encerrou olhando para frente, a mão estendida para o público como se chamasse alguém, e ali estava ele Alexis o olhava. Viktor ofegava entre os sorrisos que queria dar, e patinou até ele, o abraçando.

― Você... eu nem sei o que falar. Estava perfeito.

― Obrigado...

― VIKTOR! ― ambos olharam para o lado, o treinador vinha com vontade de ferro, elencando os erros dele, mas não importava, o mais novo podia ver nos olhos das poucas pessoas que ali estavam a fascinação, o encantamento e era o bastante para Viktor.

 

Após o treino, já em sua casa com Alexis, Viktor escovava o cabelo, sentado na cama, estava desembaraçando mecha por mecha usando apenas um roupão macio, acabara de sair de um longo banho de água quente, do qual não foi perturbado em nenhum momento por Alexis, o que foi estranho. Olho para seus pés doloridos, os patins estavam maciados, mas ainda precisavam se acostumar a seus pés, os calos e alguns cortes eram inevitáveis nesse processo, por isso ele cuidava da dos pés com cremes especiais. Olhando ao redor, não conseguiu ver nenhum dos cremes que ele usava, lembrando que havia deixado em seu quarto, dentro de uma das malinhas que deixava ali, levantou-se da cama, fechando o roupão um pouco, abriu a porta e pelo corredor ouviu vozes. Tinham visitas, Viktor ficou curioso com aquilo, não sabia que iriam receber visitas, calmamente ele parou para ouvir.

― Você acha mesmo que poderia sair assim, tem certas coisas que não se pode fazer, não somos um clube Alexis.

― Eu sei, mas quero ir embora, mesmo que seja férias, só viajar.

― Você de férias? Cara, você é um assassino, não um vendedor de loja, o chefe manda e você mata, tem que estar à disposição dele.

Viktor levou as mãos a boca oprimindo um gemido sufocado. Deu passos para trás, escondendo-se nas sombras do corredor, indo ao seu quarto imediatamente e sentando-se na sua cama. Sabia que Alexis era metido com algo fora da lei, mas imaginar que dividia a cama e seu corpo com alguém capaz de tirar vidas era assustador, irreal.

― Não pode ser...

Murmurou ele atordoado pela descoberta. Seu Alexis seria capaz de tamanha brutalidade? Sim, ele seria, mas isso não assustou totalmente o garoto, ficou mesmo assustado com sua reação que ao saber que a resposta a essa pergunta não importava em nada para ele. Viktor não conseguia ver seu amante com outros olhos que não aqueles que já estava acostumado, apenas com carinho, mesmo que ele fosse o que tinha acabado de ouvir, mesmo que ele fosse perigoso ainda assim o amava, muito. Pegando seu creme levantou dali, iria perguntar a ele depois, provavelmente uma conversa daria resultado em tudo, abriu a porta e assustou-se a dar de cara com um armário de terno, teve os braços e cabelos presos sendo arrastado e derrubando o creme no chão, quebrando o pote. Foi arrastado para o quarto que dividia com Alexis. O que teria acontecido?

No quarto Alexis estava amarrado a uma cadeira, obviamente que foi pega na sala, Viktor estava assustado, seu amante parecia meio drogado, os olhos baixos a expressão vazia, o enorme corpo estava peso na cadeira, mas ele só se mantinha nela por estar sendo segurado por um outro armário de terno. Também suava muito, seus olhos mortiços focaram-se, ou tentaram, em Viktor e sua boca balbuciou seu nome.

― Ah, então esse é o seu motivo? ― um rapaz de olhos dispares sorriu e ergueu a cabeça de Alexis para que ele fitasse o mais jovem, preso entre os braços de seu captor. A visão de Viktor nos braços de outro homem fez o sangue de Alexis ferver, mas a droga injetada em sua garganta não o permitia mover-se mais que o que já fazia, e balbuciar pragas. ― Foi por essa vadiazinha que você amoleceu? Que merda, uma puta dessa se acha em qualquer esquina, temos umas ucranianas lindas como ela.

― Vik, feche os olhos...

Viktor o fez, fechando fortemente os olhos, estava tenso, as mãos ao redor de seu corpo estavam machucando-o com a força em que era segurado. Oque estava acontecendo? Sentia-se perdido naquela conversa e sobressaltado com tudo aquilo, aquela vida não poderia ser a sua.  O som de um soco e do gemido de Alexis fez Viktor se encolher, erguendo as mãos aos ouvidos. Não queria ouvir aquilo, não podia ouvir, apertou os olhos com força, desejava que parassem. Outro soco e mais gemidos chegavam através dos dedos, enquanto os homens ao seu redor sorriam.

― Abre os olhos boneca ou vou cortar suas pálpebras... ― aquela voz odiosa fez o mais jovem abrir os olhos, orsoto do homem a sua frente era jovem, os olhos brilhantes e cruéis lhe encaravam, Viktor teve medo, o medo mais profundo que se possa existir, vagueando o olhar, ele deparou-se com Alexi sangrando. Uma forte dor no peit oo atingiu e ele teve que se debater, ele tinha que chegar até seu amado.

 

― Alexis... Me solta!

― Olha vejam só, é um garoto, bem sabia que era estranho. ― o rapaz enfiou as mãos entre as pernas de Viktor, apalpando-o sem cuidado, ganhando um chute do menor, que recebeu um soco na boca em seguida. ― Viado de merda! Você deixou de fazer seu serviço por causa de um cu Alexis? Cara que porcaria, espera... Esse, não acredito!

O rapaz começou a sorri e depois gargalhar, dando uma ordem para o cara soltar Viktor, que imediatamente correu para Alexis, segurando seu rosto sujo de sangue. Viktor o abraçou sujando-se todo com seu sangue, não se importava, queria poder proteger seu amante de tudo, mesmo que ele não pudesse se proteger.

― Vik...

― Meu amor...vai ficar bem, tudo vai ficar bem

― Vai mesmo moleque? Sabe por que eu vou matar o seu namoradinho? Hum? Meu chefe estava tento problemas com um grande político...

― Sasha, cale a boca... Vik, não o escute, eu te amo...Viktor... olhe pra mim.

― Eu também Alexis...

― E meu chefe, chamou seu melhor homem, o grandão ai, para destruir o filho do político. Um patinador qualquer chamado Viktor Nikiforov, conhece?

Viktor congelou, podia ouvir Alexis se debatendo, falando que não havia feito, que havia se apaixonado por ele, mas estava tudo longe. As risadas de todos ali, os gritos de Alexis de que iria matar o rapaz que havia lhe revelado tudo. Ah como Viktor foi idiota, em pensar que era só um joguete para se vigarem do seu pai

― O que...você...iria me matar...você?

― Matar? ― disse Sasha ainda rindo, segurando os cabelos dele, e o forçando a olhar. Viktor segurou os pulsos do outro homem, a dor de ter os cabelos presos era enorme, não maior do que sentia no peito. ― Meu chefe mandou brincar com você, divertir-se com seu corpinho bonito e depois quebrar seus joelhos pra jamais você patinar. Dai seu papai não ia mais se meter onde não deve, pelo que eu tô vendo o Alexis brincou com seu corpinho delicioso, só não terminou o serviço... Como Alexis não o fez...

― Alexis... você...

― Viktor, eu te amo é verdade, eu não brinquei com você.

Viktor sentiu as grossas lagrimas descerem pelo rosto enquanto era deitado na cama, as mãos de Sasha abriram o roupão dele e todos ficaram rindo. Comentários burlescos e depreciativos foram feitos e muitas mãos tocaram a pele macia do patinador.

― SASHA, NÃO FAÇA ISSO!! SASHA!!NÃO!! VIKTOR, REAJA, VIKTOR NÃO DEIXE ELES FAZER ISSO!!!

O patinador não esboçou reação na primeira investida que veio de um dos maiores caras da sala, seus olhos estavam desfocados pelo choro enquanto ele olhava para Alexis que gritava a plenos pulmões, o desespero era forte em suas feições, mas isso não importava a Viktor, outro tipo de mão o tocou e outra  investida em seu corpo, desta vez mais forte, rápida, o patinador gritou de dor batendo em seu agressor, recebendo um soco de volta o rapaz moreno arrastou Viktor no meio do quarto, pegando sua arma de dentro do casaco e apontando para o loiro. Viktor iria morrer?

― SASHA!!!! EU VOU MATAR VOCÊ, EU VOU MATAR TODOS VOCÊS!!! VIKTOR FECHE OS OLHOS, VIKTOR!!

Ele olhou para o cano da arma e para Alexis que gritava sendo segurado na cadeira, ele parecia desesperado. Não ouve um som alto, apenas dois sopros, Viktor sentiu algo queimar e esperou morrer, mas a dor veio forte e ele se retorceu no chão gritando, seus joelhos, ele havia levado dois tiros, um em cada joelho. Doía muito, queimava e dilacerava. Alexis gritava de sua cadeira, para depois ele sentir mãos firmes o abraçando, lágrimas quentes, Alexis estava com ele nos braços. Ah, mesmo tendo sido usado sentia-se tão bem ali, que até amenizava a dor.

―Não...não... não... Ele era maravilhoso, um anjo do gelo, não...por que...não...SASHA!! ― outro assovio e o corpo pesado de Alexis cairá em cima de si. Viktor encontrava-se em estado de choque, a dor dos joelhos e do coração partido era tão grande, que sua mente não podia processar. Apenas viu o cano da arma se voltando para ele e mais dois sons de assovio, causados pelo silenciador, ele sentiu dor no peito despedaçando-se para depois um rápido momento de dor no rosto, e nada mais.

◊― ◊―◊―◊

Viktor abriu os olhos tomando para si uma lufada de ar, atravessando suas vias respiratórias e adentrando seus pulmões como fogo. Onde estava? As lembranças de tudo vieram a sua mente com rápidos flashes, fazendo-o se debater dentro do espaço apertado em que se encontrava. Escuro e fétido espaço, onde havia algo rígido e enorme do seu lado. Olhou para ao redor e nada se via, exceto que, ele sabia que estava se movendo, podia sentir os buracos e curvas, provavelmente havia sido jogado na mala de algum carro. Algo pesado e molhado caiu em cima dele, e ele sabia o que era. Tocou os longos fios, o rosto agora inchado. O corpo de Alexis estava junto ao seu. Estava, de fato, no porta-malas de um carro, sendo levado como um morto.

― Você não está morto. ― uma voz suave e sibilante soou naquele espaço apertado, era uma voz antiga, como s um velho apenas chiasse.

― O que... aconteceu?

― Ah criança, no limiar da sua morte eu te encontrei, um receptáculo perfeito para um amaldiçoado como eu.

― O que é você?

― Eu sou três e também sou um. Mais velho que o tempo, amaldiçoado a vagar sem forma até obter a perfeita casca. Porém se passou muitos milênios e eu já não existirei por mais tempo, lhe darei meu poder e sabedoria, eles vão crescer com o tempo, será forte e glorioso, poderá aprender mais rápido, irá passar esse poder adiante quando você os encontrar. Você será o guardião de três, você e mais dois que devem ser dados a receptáculos perfeitos, com o você é. O poder irá escolher...

― Não entendo.

― Ficaria surpreso se você entendesse, meus poderes e sabedoria são seus, mas minha consciência e de meus amantes irão embora, assim que nossa conversa acabar, cabe a você agora só podem ser como você, receptáculos perfeitos que estão no limite entre a vida e a morte. Puros que são destruídos pela escuridão mais profunda e se tornam seus senhores

― Alexis...

― Ele morreu, e mesmo que não, não era perfeito. Apenas aceite isso.

A voz sibilante cessou. O carro havia parado e a mala foi aberta, inundando o espaço com luz artificial vinda de uma lanterna. Viktor teve Alexis tirado de cima de si e abriu os olhos, vendo o susto no rosto de seu assassino, Sasha.

― Mas que porra é essa, eu atirei na sua cara!

Viktor não fez qualquer alarde quando uma arma foi posta na sua cara, ele apenas desejou que ela fosse tirada dali, poucos segundos depois o braço de Sasha estava retorcido de maneira estranha e ele gritava. O osso estava exposto, ele estava no chão contorcendo-se de dor e arrastando-se para longe do patinador. Viktor saiu do porta malas, cambaleando e levando a mão a cabeça. Seus joelhos! Olhou para eles e estavam ainda avermelhados, talvez o processo de cura não fosse tão rápido, já que não dominava ainda o que quer que ele fosse. Observou suas mãos sujas de sangue seco e depois para seu algoz arrastando-se para longe dele, sua roupa era apenas o roupão felpudo coberto de sangue e aberto, deixando seu corpo a mostra. Viktor o fechou como pode, segurando o tecido.

― Eu sou um novo ser... quem te enviou?

― Seu monstro, fique longe de mim! Ah...

― Quem te enviou? ― Viktor agachou-se ao lado de Sasha, fazendo-o parar de se arrastar apenas por força de seu desejo. Não havia uma expressão para definir o pavor o rosto de Sasha, ou a placidez no de Viktor, aqueles olhos azuis, antes cheios de vida eram agora frios, desprovidos do amor que ele tinha.

― Serguei! Serguei Kruchenko, ele é chefe da máfia russa daqui, alto escalão tinha problemas com seu pai.

― Ah... ele sabe quem eu sou?

― S-sim. Mandou fotos suas para nós, disse que era para terminar o serviço de Alexis, de dois anos atrás e depois mata-lo.

― Por que a demora?

― O chefe estava preso, e lá dentro ele não conseguiu reunir muita coisa, os outros chefões, acima dele não o apoiaram, ele falhou, quando saiu, a uns dois meses, ele quis vingança.

― Para quem Alexis trabalhava, de fato?

― O chefe de toda a máfia na Rússia, Victorio Gruzinsk é o Pakhan mais forte da Bratva. Você vai me ajudar não é? Vai me concertar...

― Gruzinsk sabe dessa ordem?

― Não, isso foi uma ordem por fora dos regimentos... cara, tá doendo...

― Você trabalha para mim agora.

― O que?!

Viktor o olhou de maneira tão fria que ele apenas assentiu, tendo seu braço ajeitado, ficou de pé enquanto Viktor ainda estava sentado no chão sujo de óleo e barro, seus olhos focaram-se no céu, haviam poucas estrelas ali. Podia vir a ponte enorme distante, e o barulho do rio.

― Espero que esteja bem, meu Alexis, isso me conforta, mesmo sabendo que nada disso existe, me conforta a ignorância humana confrontada com a sabedoria milenar.

― O que você é?

― Seria difícil explicar, mas se aproxima muito de um demônio ou um deus pagão, eu mesmo ainda não sei.

― Virgem santíssima... ― Sasha se benzeu e afastou-se um pouco enquanto Viktor levantava-se, indo até o corpo já rígido de Alexis, tirando do pescoço dele um crucifixo de prata e pondo nele mesmo, ficando enorme em seu corpo magro. Movendo a mão pelos cabelos loiros de seu ex-amante, ele retirou a aliança de seu dedo e colocou sobre o corpo, para depois fazer com que ele se desintegrasse em pó vermelho, para depois virar apenas cinzas negras.

― Sasha, só você sabe de mim, matarei seus homens para que ninguém saiba, da agora em diante você será meu fiel cachorro. Quero saber tudo de Sergei e de Victorio, os gostos de ambos, eu quero uma vingança bem elaborada, a Máfia tirou meu coração, então eu irei ser o coração da Nova Máfia Russa.

― Você teria que eliminar todos e controlar tudo.

― Pois é o que farei, mas antes... forjaremos meu sequestro, quero saber a extensão da porcaria que meu pai se meteu. Tenho paciência para levar essa vingança a todos os confins

― E-eu não sei...

― Não tem que saber, apenas entenda, você agora me pertence. Sua alma, sua vida, cada pedaço seu pertence a mim, eu sou seu dono e você faz o que eu desejar!

Viktor olhou para ele, com tamanha intensidade que Sasha se viu dobrando os joelhos e depois o corpo, curvado por uma força invisível que o oprimia a fazê-lo. O patinador tocou seu próprio peito, sentia-se vazio, e ao mesmo tempo trasbordando de tudo, de fato tinha um vasto conhecimento agora, mas precisava de um tempo longe de todos para pensar.

◊― ◊―◊―◊

Sasha estava fumando um cigarro barato antes de poder entrar no ginásio da Competição Russa de Inverno de patinação artística, Victorio Gruzinsk, chefe da máfia russa estaria ali. Com as indicações daquele moleque estranho, ele havia deixado vazar a informação que Serguei havia usado a organização para vingança pessoal. Não contra Alexis, esse realmente havia errado em não cumprir a ordem anos atrás, mas Serguei sabia que ele havia sido punido, Alexis teve a namoradinha dele assassinada, só que Serguei achou que seria pouco, o que ele não cogitava era que Alexis era um trunfo que Victorio preferia manter do que danificar. Agora, depois de tudo o que Sasha havia deixado, sutilmente chegar aos ouvidos de Victorio ele estava ali, na competição de patinação de inverno, a desculpa do homem? Sua filha que era patinadora amadora e fã do tal garoto estranho, Nikiforov. Porém o que Victorio queria era ver Viktor, saber porque u seu homem foi abatido e esse garoto machucado. A real motivação era entender por que Serguei havia se deixado levar por algo tão pessoal e definir a punição correta dele e que fosse exemplar par anão haver mais erros fúteis.

― Papai, eu não acredito que o senhor veio comigo, por favor, quando ele ganhar poderia convida-lo para jantar? Gostaria de ao menos conseguir um autografo.

― Se ele ganhar, podemos convida-lo

― Ele vai ganhar, é Viktor Nikiforov, quando ele começar a patinar o senhor vai ver.

Sasha apenas jogou o cigarro fora, pisando nele e entrando no ginásio, acompanhando seu chefe. Serguei não sabia que talvez fosse punido, mas Sasha tinha certeza pelo brilho no olhar do tal Nikiforov, ele iria se vingar fortemente de Serguei, de Victorio e quem sabe até de Sasha quando terminasse de ser útil. Mal esse pensamento lhe passou na cabeça, podia-se ouvir os aplausos para um jovem em roupas de treinamento, com os cabelos brancos presos. A filha do chefe, Alexandra também aplaudiu e o chefe, educadamente o fez, sentado em seu lugar reservado no ginásio.

― Alexandra, por que essa comoção com ele, até os outros patinadores estão aplaudindo-o.

― Ah papai, ele foi sequestrado a alguns dias, ele não voltou da casa de um amigo, do qual foi fazer um trabalho, o senhor deve ter visto nos jornais, o filho do embaixador da ONU, o Mikhail Nikiforov, então o garoto foi encontrado dentro de uma casa, acorrentado e com um ferimento a bala no peito ombro, na junção, quase morreu se não fosse uma denúncia anônima, os especialistas cogitaram que ele não iria mais competir, pois ficou quase dez dias sem atendimento para os ferimentos, foi preso e torturado. Em apenas vinte dias ele conseguiu se recuperar, mas dizem que o braço dele não está tão bom. E sem falar no rosto, olha só, ele ainda tem hematomas da surra que levou.

― Descobriram por que fizeram isso?

― Vi nos jornais que para pressionar o pai dele a dar voz a certos acordos nojentos.

Victorio olhou para Sasha, que confirmou a fala da filha, era exatamente isso que ele havia deixado escapar para impressa, o telefonema foi Serguei quem havia dado.

― Estou ansiosa, ele mudou a coreografia e a música.

Os locutores anunciaram que já era o fim do reconhecimento do gelo, Viktor estava com um traje negro, que representava a dualidade do sexo. O Homem e a Mulher, amantes em uma dança sensual. Encaminhando-se para ao centro da pista, como primeira apresentação ele colocou-se esperando tudo silenciar. Sasha havia dito que o Victorio iria estar presente, em parte por sua filha ser fã dele, coisa que Viktor havia gostado de saber, o outro interesse era conhecer o motivo de ter perdido um bom soldado. O patinador havia feito de um tudo para estar na mídia, sabia que chamaria atenção por isso. O queria, e hoje sua apresentação seria feita para roubar a mente daquele homem maldito.

Os primeiros toques da música[2] escolhida soaram e Viktor ergue as mãos, iniciando o footwork, circulando a pista com graça e leveza, dando um pequeno salto e girando para o solo, em um spin giratório vertical, que evoluiu para um lateral e depois ele virou apenas um borrão em pé, parando junto coma música, fazendo uma patinação mais forte, ousada, caprichando na parte artística, jogando as mãos para seduzir, fazendo de seu corpo algo sensual, que era tocado, abraçado, tudo isso quanto deslizava pelo gelo. Seus movimentos tinham raiva, ele andava pelo gelo movendo os braços com brutalidade e ao mesmo tempo com sincronia com o violino, tornando-se delicado e firme. Naquele momento Viktor era a prostituta desfilando pelo gelo, mostrando todo seu corpo, sua beleza. Aumentando a velocidade da patinação preparando-se para um salto duplo seguido de dois quádruplos quando as guitarras foram inseridas na música, executando com perfeição e colando os saltos com o artístico do sofrimento, as mãos tocando o rosto, inclinando-se para um Ina bauer e a outra entregue ao público exigindo algo, uma salvação. Ela não veio, e ele recolheu a mão, dando um spint uprigth em pé e rodopiando para um spin sit, do qual ele fez abaixando-se. Voltando a trabalhar os pés ele deslizou pela arena, pedindo ajuda, erguendo suas mãos como um pássaro ferido. Mais velocidade ele entrou com um Waltz jump,  depois para um Axel,  um Loop e , por fim, um Salchow double, um triple e um quadruple finalizando com a perna direita, voltando a patinar pela arena e girando com as mãos nos cabelos, em agonia e dor, em um grito mudo com as feições abertas e terminando parado se abraçando, mas olhando diretamente para um ponto na plateia, esse ponto era Victorio.

 Durante toda a apresentação, os narradores falaram baixinho e o mínimo possível, Viktor podia sentir as pessoas apreensivas, os corações palpitando, e ao seu término haviam um silencio assustador, onde apenas a respiração de Viktor podia ser ouvida, pesada, repetida. Para depois aplausos, e gritos, a arena de patinação vinha abaixo e os locutores estava loucos, gritando em vários idiomas. Viktor desfez sua postura, segurando o braço que estava doendo, e patinou agradecendo a todos, saindo do rinque de patinação, sendo amparado pelo seu técnico.

 

Victorio incomodou-se na sua cadeira, sua filha estava eufórica ali, mas ele não prestava atenção nela, seus olhos estavam voltados para garoto, que havia sido despido da cintura pra cima, recebendo cuidados médicos no ombro ferido. As outras apresentações se seguiram, cada uma com seu brilho, mas nada que pudesse superar a nota de Viktor. Ele tinha mais uma apresentação e agora usava nova roupa, uma rosada, como um príncipe e ao som de Por Una Cabeza[3] ele desfilava pelo rinque, sorrindo e elegante, dando seus saltos perfeitos deslizando com elegância, conquistando suspiros e gritinhos ao passar pelas bordas do rinque. A dancinha dele, seguida de saltos complicados e bem executados garantiram aplausos, outra dancinha dele no gelo e um riso deslumbrante se fez em seu rosto quando ele aproximou-se da borda, piscando para uma garota que gritou tão alto quanto a arena, e ele continuou, charmoso elegante. Deslizava cada vez mais e mais jogando um charme enorme que ele tinha, verdadeiramente sensual.

Aplausos e mais aplausos vieram para sua finalização, ele saiu mais uma vez segurando o ombro, mas ainda sim esforçando-se para agradecer a todos. Sasha estava lá, assim como Victorio e uma garota de olhos negros, muito animada o encarando.

― Victorio Gruzinsk, Viktor, ele é poderoso, tenha cuidado coma língua, dizem que ele é um grande mafioso, a filha dele é sua fã. ― sussurrou seu técnico que usou o ombro de Viktor para passar tais informações. O loiro apenas assentiu, chegando próximo a eles, cumprimentando-os entre um ofego e outro. Secando o rosto com a toalha e vendo chuva de fotos que surgiam em cima deles. A garota, muito animada, comentava a apresentação com eficiência de quem realmente entendia, e Viktor dava atenção a ela, todos indo para os vestiários onde Viktor iria enfim tomar um remédio para dor. Mal chegaram ali, Victorio puxou o garoto pelo braço, fazendo-os separarem-se alguns minutos do grupo. Viktor gemeu um pouco, entretanto isso não foi considerado pelo mais velhos

― Você é fascinante.

― Obrigado senhor Gruzinsk.

― Você era amante de Alexis. ― Viktor largou do braço dele, afastando-se um pouco, ainda doía ouvir aquilo daquele infeliz. ― Seja meu agora. Te darei tudo.

Viktor o olhou por cima do ombro machucado, seus olhos azuis mostravam-se indefesos, sofridos.

― Me dará Alexis de volta?

― Isso... é impossível.

― Então aceito sua alma em troca.

 

 

Fim do terceiro programa

 

 

 

 

[1] https://www.youtube.com/watch?v=YxT7wef1UV8   Cradled in Love (Instrumental) Poets of the fall

 

[2] End Of Iris - El Tango De Roxanne (Moulin Rouge Cover)

  https://www.youtube.com/watch?v=YMnu6KmgeNA

[3] https://www.youtube.com/watch?v=GrWv500P2hg


Notas Finais


Obrigada.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...