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História Z Nation (Camren) - Cavalo de Troia


Escrita por: CortezComZ

Notas do Autor


Hello meus amores, como estão? Sentiram saudades?
Nem demorei muito para atualizar dessa vez u.u
Não irei enrolar muito por aqui, matarei a curiosidade de vocês de uma vez.

Sem mais enrolação... LEIAM.

Capítulo 11 - Cavalo de Troia


Fanfic / Fanfiction Z Nation (Camren) - Cavalo de Troia

‘’Ohana quer dizer família. E família quer dizer nunca abandonar ou esquecer.’’ —  Lilo & Stitch

POV DINAH

_ Para esse carro. – Peço tentando controlar ao máximo toda a ira que continha presente em meu corpo.

_ Não vou parar, vamos seguir na estrada até encontrarmos um lugar seguro para passar a noite. – A Capitã responde sem se dar ao trabalho de me olhar. Observo a única faca restante de todo nosso armamento em cima do porta-luvas e não hesito antes de pega-la e encosta-la na garganta da mulher que dirigia o veículo.

_ EU PEDI PARA PARAR A PORRA DO CARRO. – Digo entredentes.

_ Você não irá fazer isso Senhorita Hansen, não é louca de me matar. – Seus olhos estavam fixos na estrada, porém suas expressões faciais demonstravam que ela não estava tão segura do que falava como parecia.

_ Você quer apostar comigo, Capitã Cabello? – Forço a lamina contra sua pele e a mesma se corta deixando uma gota de sangue escorrer. – Deve saber que essa área é vital, então vou repetir apenas mais uma vez: pare a porra do carro, agora!

Aos poucos o veículo diminuiu a velocidade até parar completamente na beira da estrada próximo a uma cidade abandonada.

_ DJ, por que paramos? – Minha irmã indagou pulando da parte de trás da picape e parando ao meu lado assim que sai do carro. – Aconteceu algo?

_ Aconteceu, não vamos arredar o pé daqui sem que a Ally e as armas estejam conosco. – A risada estridente da líder ecoa fazendo com que a atenção de todos se prendesse a ela.

_ Você só pode estar brincando, acha mesmo que irei parar a missão para ir salvar a Brooke? – Sua mão movimentou ao lado da cabeça como se demonstrasse que estávamos ficando loucas. – Presta atenção Hansen, não sabemos quem são aqueles caras nem para onde eles foram, se a Brooke foi com eles com certeza é porque quis.

_ ESCUTA AQUI SUA PUTA, EU VOU... – Meus passos em direção ao corpo da mulher foram interrompidos por braços em torno de minha cintura. – Me solta Lauren, vou mostrar para essa vagabunda quem quis o que aqui.

_ Não irmã, nós vamos resolver isso como pessoas civilizadas. – Sussurra próxima ao meu ouvido.

_ Qual é Lauren, vai defender essa filha da puta agora? – Encaro minha irmã como se pudesse aniquila-la a qualquer momento. – O fato dela ter batido em você já não é o suficiente para perceber que ela está pouco se fodendo para você e todos nós?

_ Não estou defendendo ninguém Jane, apenas quero resolver as coisas de forma civilizada e não na base da selvageria como animais. – Mani também desce da picape seguida do Pacote que bate à porta de trás com mais força do que o necessário. – Camila, se você visse como Ally foi tirada de nós, não diria com tanta convicção que ela foi porque quis.

_ Camila viu como ela foi levada, não é cega. – Mani argumenta se posicionando ao meu lado.

_ Não vou arriscar o sucesso da missão para salvar alguém que nem ao menos é importante no grupo. – A líder olha para cada um de nós até fixar seus olhos nos meus. – Não seria essa a decisão de Alycia, então não será a minha.

_ VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO COM A GENTE, NÃO É? – Outra vez sou impedida de tirar o sangue da Capitã com meus próprios punhos, porém dessa vez por Mani. – A TENENTE ESTÁ MORTA, SUA OTÁRIA. AGORA ELA SE ENCONTRA NO INFERNO ONDE É O VERDADEIRO LUGAR DELA E SE VOCÊ CONTINUAR BANCANDO A LÍDER BABACA NÃO DEMORARÁ PARA FAZER COMPANHIA A ELA.

_ Dinah, se acalme por favor. – Kordei pede ao pé do meu ouvido. – Não resolveremos nada na base do grito, assim não chegaremos a nenhum consenso.

_ Não há consenso para se chegar, não iremos atrás da Brooke. Eu sou a líder aqui e essa é a minha decisão. – A mesma postura usada pela Tenente, agora parecia estar incorporada a nova líder. – Levaremos o Pacote até Mississípi e então concluiremos a tarefa.

 _ Não há como obter sucesso na missão, se o Pacote não for junto com você. – O Messias se pronuncia pela primeira vez, pisando firme até tomar a frente de todos e ficar frente a frente com a Capitã. – Eu sou a missão e sem mim, você não chegará até seu destino.

_ O que quer dizer com isso? – O homem tomou toda a atenção da líder, tal qual dos demais presentes.

_ Quem aqui além da Brooke entende de carros? Pensa mesmo que nossos únicos problemas são os apodrecidos? Você é muito ingênua Cabello, eles deixaram de ser o problema maior a partir do momento em que eu soube que os controlava. – Com um gesto teatral, o homem estendeu o braço com a mão aberta e fixando sua visão para além do corpo da Capitã, ao prestarmos um pouco mais de atenção, percebemos que ele controlava dois apodrecidos que possivelmente nos atacaria sem termos notado a presença. – Quantos humanos já tivemos que enfrentar nas últimas duas semanas? Quantas vezes o carro deu problema ou ficamos sem gasolina? Quem você acha que arrumou a caminhonete na cabana, sua amada Alycia? Ela nem ao menos sabia que precisava colocar aditivo junto com a água no reservatório, por que pensa que a Brooke não é importante quando na verdade foi ela quem nos livrou de seguirmos andando com a viagem? Quem é a única, além da baixinha, que sabe fazer uma ligação direta? Ou pensa que encontraremos sempre um carro com a chave na ignição? Acorda para a vida Cabello, Carey não manteria a Ally no grupo se fosse um peso morto, se manteve foi porque sabia que ela era uma das mais importantes para que chegássemos ao nosso destino.

_ Não podemos parar com tudo por causa de uma única pessoa. – O homem gesticulou para os necrófilos e eles lentamente se aproximaram.

_ Nós podemos e nós vamos, eles estão com a Ally e com as armas, sem eles você pode até tentar ir para Mississípi, mas sou capaz de apostar que você não passaria viva pelos portões sem a minha companhia.

_ Ou eu posso te sedar até chegarmos lá, você dormiria a viagem inteira e... – Os dentes dos zumbis batiam muito próximos do pescoço de Camila, cada um de um lado deixando-a sem saída.

_ Ou eu posso dar a ordem para que meus dois amiguinhos te devorem por inteira, basta um estalar de dedos e sua jugular se transforma em carne viva e muito sangue. – Eles se aproximaram o suficiente para a pele da mulher se arrepiar. – Vamos atrás da Brooke e das armas com ou sem você, a diferença é que você pode escolher continuar viva ou morrer tentando nos impedir.

_ Tudo bem, vocês vão atrás dela. – Com outro gesto o homem fez com que os andantes se afastassem, mas ainda os manteve por perto. – Vocês irão salva-la, não eu. Não moverei um dedo para tira-la de qualquer lugar que esteja, não me importa que seja o céu ou o inferno, esse resgate é de vocês.

_ Não precisaremos da sua ajuda, de qualquer maneira. – Digo direcionando meus passos para o carro, buscando de baixo do meu banco pelo comunicador que havia escondido antes daqueles brutamontes me tirarem a força do carro. – Demos sorte, aqueles ogros não encontraram o rádio escondido. Precisamos de um plano, algo que não levante suspeitas sobre o resgate.

_ Precisamos de algo rápido e eficiente, estamos sem armas então não podemos atacar diretamente.

_ Cidadã V, na escuta? – Chamo pelo rádio e em poucos segundos a voz soa.

_ Essa voz não é da Hansen-Jauregui mais velha. – Divaga ao retornar o chamado. – Dinah Jane?

_ Exato, precisamos da sua ajuda, raptaram uma pessoa do grupo. – Informo.

_ RAPTARAM? QUEM? POR FAVOR DINAH, NÃO ME DIGA QUE FOI O PACOTE, CASO CONTRARIO A MI... – A voz da informante sai completamente desesperada, sem me dar ao menos uma chance de explicar toda a situação.

_ Não, não foi o Pacote. – Informo entre suas frases afobadas e desconexas. – Foi a Ally, precisamos resgatar a Ally.

_ Não me assuste desse jeito Senhorita Hansen. – Seu suspiro foi audível. – Bom, então se foi a Senhorita Brooke, creio que vocês podem seguir com a missão sem...

_ Não ouse falar para seguirmos sem a Ally. – O homem pegou o comunicador das minhas mãos sem deixar que a informante terminasse de falar. As veias de seu pescoço saltavam demonstrando o nervosismo. – Eu sou o objetivo principal de toda essa merda de operação, sem mim não há cura.

_ Não seja prepotente e egocêntrico Troy. – Respondeu a Cidadã sem demonstrar surpresa ou abalo com as palavras do homem.

_ Eu vou ser porque eu posso. – Seus dedos estalaram, contudo ao contrário do que aconteceu minutos atrás, nenhum andante se aproximou. Os corpos podres se localizavam caídos no chão onde antes estavam parados. Camila limpava a lâmina da faca no tecido rasgado da roupa de um deles, quando seus olhos cruzaram com os do Pacote, seus lábios se curvaram em um sorriso prepotente. – Eles estão com um de nós e todas as nossas armas, não seguiremos missão sem recuperarmos nossos pertences.

_ Não sei se posso ajudar, não sem um nome ou... – Lauren pegou o comunicador das mãos do Messias.

_ Não invente desculpas agora, se você consegue descobrir tudo sobre nossas vidas, não será uma tarefa difícil encontrar aqueles desgraçados. – Minha irmã tinha razão, para alguém que obtinha todas as informações necessárias para dizer se alguém era confiável ou não para entrar na equipe, encontrar um grupo de homens com motos e um carro velho não seria algo tão complicado.

_ Tudo bem, tentarei buscar por algo que seja útil. Me passem informações, qualquer detalhe que possa servir para uma busca. – Solicitou.

_ Eram cinco homens, todos com armas pesadas, dois deles seguiram em motos, o mais velho que parecia o líder foi quem ordenou para que pegassem a Brooke. – Minha irmã informou olhando para todos como se pedisse ajuda para lembrar de outros detalhes.

_ Eles dirigiam um Honda Civic prata, não era um modelo novo, mas também não era tão velho. – O Pacote acrescentou.

_ Seguiram pela rodovia norte, pegando um atalho fora da estrada logo após a fronteira. – Dessa vez era Kordei.

_ Não temos um nome, eles tomaram cuidado para não dizer nada que pudesse identifica-los. – Completo. – Mas consegui decorar o número da placa do carro, procure por algo relacionado a 561-MKG é do estado de Nevada.

_ Estou fazendo uma busca pelos satélites, tentarei encontrar algo pela câmera para infor... Oh espere, acho que encontrei alguma. – O rádio ficou mudo por alguns minutos deixando que apenas um chiado soasse por ele. – Encontrei uma espécie de acampamento onde há diversos trailers e o modelo do carro que vocês falaram. – Lauren me entregou o comunicador e se afastou em busca de algo no qual não me preocupei em saber. – Há alguns trailers que simulam uma espécie de muro cercado por uma grade com arame farpado, consigo ver duas pessoas vigiando com armas em mãos, o zoom da câmera não é o suficiente para reconhecer o rosto, mas há um trailer maior e com mais homens em volta, parece ser o do líder que vocês falaram.

_ Qual a posição dos trailers? – Lauren indaga afastada.

_ Três formam uma espécie de semicírculo tendo o maior no meio, um está em vertical no meio e o outro logo à frente em horizontal, é como se formassem o símbolo do comunismo. – Informa. Olho para minha irmã e a mesma segurava um graveto riscando algo no chão de terra solta. – Esperem, há uma grande placa presa a grade pouco vigiada, tentarei aproximar a câmera e... Meu Deus.

_ O que foi? – Questiono após alguns minutos quase silenciosos, com exceção da respiração alta do outro lado da linha. – Cidadã V, o que aconteceu?

_ Vocês precisam retirar a Senhorita Brooke de lá imediatamente. – Informa mais exasperada do que o normal. – Isso não é um pedido, é uma ordem.

_ Cidadã V, o que está acontecendo? O que você leu na placa? – O Messias indaga pegando o comunicador de minhas mãos, sua preocupação percorrendo seus músculos de maneira tremula. – Para onde levaram a Ally?

_ Para um prostíbulo. – Todos pareciam ter prendido o ar dentro dos pulmões após a revelação. – A Senhorita Brooke foi levada para um prostíbulo pós-apocalíptico.

Eu sabia o que a palavra prostíbulo significava desde o dia em que escutei uma conversa de Lauren pelo celular com uma de suas amigas do colegial onde ela dizia que se nada desse certo em sua vida, trabalharia em um. Claro que minha irmã não praticaria aquilo, não graças a nossa situação financeira e por saber que mamãe e papai surtariam ao saberem que sua filha mais velha trabalharia para agradar as pessoas sexualmente. Mas eu não sabia disso na época, portanto ao pesquisar na internet o significado da palavra, minha reação imediata foi correr até nossa mãe Clara e contar o que havia escutado da conversa entre minha irmã e a amiga dela. Tal atitude fez com que Laur ficasse duas semanas sem poder sair de casa para nada além da escola e do treino, rendendo para minha pessoa uma raiva descomunal por parte da morena de olhos claros e um mês sendo impedida de entrar em seu quarto.

Era de meu conhecimento que muitas mulheres trabalhavam com isso antes de tudo acontecer, não eram poucas as reportagens sobre os desmanches de casas de prostituição, onde muitas vezes as ‘’funcionarias’’ eram obrigadas a servirem como escravas sexuais. Porém tal assunto tinha sido completamente esquecido após tantas mudanças no mundo e nas nossas vidas. Jamais poderia imaginar que durante um dos maiores transtornos da humanidade, haveria pessoas capazes de forçar mulheres a se prostituírem em troca de benefícios próprios. Era desumano, era cruel.

_ Precisamos invadir aquele acampamento. – O Pacote sussurra ao meu lado quase inaudível, porém seu tom foi alto o suficiente para me tirar dos meus pensamentos.

_ Como? – Kordei indaga se juntando a mim e ao Messias. – Eles estão fortemente armados, se entrarmos lá estaremos decretando nossa sentença de morte.

_ Não precisaremos entrar, pelo menos não todos. – Lauren chama nossa atenção por sua posição rente ao solo, ela estava ajoelhada ainda riscando a terra com o graveto. – Tenho um plano, acho que vai funcionar.

_ Como Lauren? Sem armas, nós não...

_ O erro do ser humano é pensar que se vence o inimigo apenas com armas. – Seus lábios se curvam em um sorriso presunçoso, pelo o que bem conhecia da morena que compartilhava meu sobrenome, uma ideia genial tinha se formado em sua cabeça. – Ally está em um prostíbulo e pelo o que bem me lembro aquele velho nojento a chamou de Rubi, portanto ela deve ser uma das prostitutas.

_ Quando você fala desse jeito, até parece algo ruim. – Cabello pronuncia com um meio sorriso.

_ Capitã, se for para você abrir essa boca e falar asneiras, creio que seja melhor mantê-la fechada. – Troy responde rude, a mulher levanta as mãos em sinal de rendição, porém mantem o sorriso. – Continue Jauregui, por favor.

_ Para se manter um ‘’negocio’’ desses funcionando, é preciso clientes. – Suas mãos imitam as aspas no ar. Aos poucos, começo a entender sua linha de raciocínio. – E para ser um cliente é preciso ter algo de valor que eles queiram muito, se antes do apocalipse era o dinheiro, então agora é...

_ Comida, água, armamento e remédios. – Completo sua frase recebendo um aceno de cabeça em concordância.

_ Exatamente. Dinheiro não irá funcionar com eles, hoje em dia notas de papel não valem nada, mas comida vale muita coisa e remédio vale muito mais. – Finaliza.

_ Mas como iremos oferecer comida e remédios em troca da Ally, eles levaram tudo o que era nosso. – Kordei se pronuncia trazendo ao assunto um dos nossos maiores problemas.

_ Mas eles não sabem que nós não temos nada. – Lauren olha para o Messias e novamente o sorriso presunçoso surge. – Pelo o que conheço desse tipo de negócio, uma parte do pagamento é dada antes do ‘’serviço’’ e a outra depois que acaba. Não precisamos negociar a Ally, apenas precisamos de alguém lá dentro para nos ajudar a resgata-la.

_ Como faremos isso Lauren? – Mani olhava para o desenho feito pelo graveto no chão. – Olhe ao nosso redor, é uma cidade abandonada e vazia.

_ Precisamos apenas encontrar latas vazias, um pouco de água e algumas pedras, daremos a eles uma bela sopa de lama. – A mulher apontou para o desenho e com o graveto fez leves marcações. – Eu desenhei o acampamento enquanto a Cidadã V falava, não é algo cem por cento exato, mas podemos ter uma noção. Aqui deve ser o portão de entrada. – Apontou no ‘’mapa’’. – E aqui deve ser o trailer onde as meninas são obrigadas a transarem com os clientes. – Apontou para o quadrado central. – Deve ter mais de uma menina lá dentro, eles não seriam burros de movimentar um negócio com apenas uma prostituta, daria prejuízo caso ela fugisse, imagino que foi o que aconteceu com a Ally. – Todos assentiram concordando com os pensamentos da morena.

_ Como faremos isso? Não podemos simplesmente chegar lá e solicitar um programa com a Brooke, eles viram nossos rostos, sabem quem somos e que estaríamos planejando algo. – Kordei foi quem fez a pergunta seguida do acréscimo de informações.

_ Nós, mulheres não iremos correr o risco de entrar lá, caso contrário eles poderão nos forçar a se prostituir, mas eles não podem transformar um cliente homem em uma prostituta. – Seu olhar percorreu todo o corpo do Pacote até parar no rosto.

_ Ah não, sem esse plano maluco para cima de mim. – Troy disse já se afastando enquanto Lauren se levantava e ia até ele. – O chefe deles olhou bem para mim, com certeza me reconheceria com essa cara limpa e...

_ Exatamente, ele te reconheceria de cara limpa, mas se trocássemos as suas roupas e mudássemos um pouco o seu visual... – Ela apontou para além do corpo homem, para um lugar mais afastado, porém com um letreiro grande o suficiente para ser lido da onde nos encontrávamos: brechó da Hanna. – Você, Senhor Messias portador da cura da humanidade, será o nosso Cavalo de Troia.

POV Ally

Minhas bochechas ardiam devido aos diversos tapas dados no local, algumas gotas de sangue escorriam pelos cortes em meus supercílios e lábios, esses tão inchados que doíam apenas com o leve toque de dedos na pele fina e delicada; as marcas avermelhadas em meus braços e pernas começavam a adquirir o tom arroxeado; as roupas que outrora usei para cobrir meu corpo durante a breve participação na missão de salvar o mundo, agora se encontravam rasgadas no canto aposto ao que meu corpo nu estava jogado. Contudo, nem toda a dor presente em meu corpo devido aos machucados causados após apanhar inúmeras vezes e as marcas dos diversos choques elétricos eram comparadas as dores presentes em minha alma. A dor de em um momento ser feliz apenas por ter a liberdade de viver fora de um lugar onde era obrigada a servir como escrava sexual para obter recursos em prol da sobrevivência de um grupo de homens que não se importavam com o bem-estar das mulheres existentes ali.

_ Rubi, minha querida Rubi. – A voz de Ryan soou pelo quarto escuro antes do mesmo entrar com uma vela acessa e abrir a única janela presente, uma abertura tão pequena que mal iluminava o ambiente. – Quantas vezes pedi para que não tentasse fugir? – Sua mão tocou meu rosto, descendo o dedo pela pele da bochecha até parar no queixo e dar um leve aperto. – Está nas regras, uma vez prostituta para sempre prostituta.

_ Não estou aqui por vontade própria, vocês me sequestraram e me forçaram a viver nesse inferno. – A vela foi posta no chão a medida que o corpo do mais velho foi se abaixando frente ao meu.

_ Você está aqui porque quer, assim como as outras meninas. Quem não quer no começo, acaba se acostumando e entendendo que morar conosco é melhor do que lá fora, onde a qualquer momento um daqueles zumbis pode te devorar viva. No final, todas percebem que viver aqui dentro é melhor do que sobreviver lá fora. – O homem se levantou começando a dar passos em círculos pelo espaço pequeno e escuro. – Sua atitude de fugir deu coragem as outras, três das quatro meninas que ficaram tentaram fugir de noite enquanto o restante dormia. Felizmente tenho capangas fieis que não hesitaram em me acordar e informar o acontecido, infelizmente tivemos que eliminá-las para servirem de exemplo.

_ Que... Quem... – A saliva desceu rasgando minha garganta como a lâmina de uma navalha ao engolir em seco após saber que três de minhas amigas foram mortas de maneira tão cruel por homens sem escrúpulos. – Quais delas morreram?

_ Creio que seja mais fácil falar qual foi a única que sobrou, não é mesmo?! – O velho soltou uma risada pela piada na qual apenas ele achou graça. – Minha Lazúli foi a única que restou, como é mesmo que vocês a chamam? Lilith, não é?! Pois bem, ela é a minha única pedra preciosa restante. – O velho voltou a se abaixar a minha frente, mas dessa vez passando uma de sua mão nojenta pela minha coxa. – Eu e meus homens estávamos procurando por novas mulheres e possíveis clientes na fronteira quando aquele grupo de belas morenas apareceu e me trouxe você de volta como um presente.

_ Você... Você... – Meu corpo todo tremia contra seu toque em minha pele, a mão subia cada vez mais em direção a minha virilha. – Você iria seques...

_ Iria, creio que elas iriam adorar trabalhar conosco, principalmente aquela morena que se auto intitula líder, adoro mulheres mandonas. – Fecho meus olhos tentando fazer com que o toque em minha pele desaparecesse de alguma forma. – Estou seriamente pensando em ir com meus capangas atrás delas, porém teremos que dar um jeito naquele homem com aparência esquisita. – Senti o aperto em minha coxa e lutei com todas as forças para que a ânsia que subiu por minha garganta voltasse para seu lugar de origem. – Pela aparência dele, provavelmente já estava mordido então não me surpreenderia se encontrasse elas enterrando o corpo. – Por um breve segundo agradeci ao fato de Camila ter aceitado o acordo e seguido com a missão, caso contrário seria ela juntamente com as meninas a passar pela mesma situação que eu meses atrás antes de Alycia me encontrar. – Oh bebê, está sentindo falta dos meus toques? – O sorriso pervertido já tão conhecido e repudiado por mim se encontrava no rosto do mais velho, a palma de sua mão percorreu o restante do caminho até tocar em minha intimidade. Sem pensar, desferi um tapa em seu rosto. Contrariando todas as minhas expectativas de reação, a gargalhada alta ecoou pelo lugar quase vazio. – Vagabunda. Havia pensado seriamente em lhe dar um dia de folga para se recuperar do castigo, mas ao que parece não é isso que você quer, não é? – Cuspo em seu rosto e a reação é imediata com um tapa em minha bochecha. – Puta, voltará a trabalhar hoje mesmo. Se não estivesse tão atarefado em conseguir novos clientes, faria com que sua primeira transa de volta ao lar fosse nesse exato momento. – Seu corpo se levantou levando consigo a vela, após abrir a porta do cubículo o grito chamando pelos subordinados fez minha cabeça doer. – A levem daqui, não darei privilégios para puta que além de fugir subestima minha autoridade como líder desse prostíbulo. – Dois de seus capangas entraram no cômodo após o líder liberar a passagem, as mãos grossas seguraram meus braços brutalmente arrastando meu corpo completamente despido para fora do único lugar feito de concreto naquele acampamento.

Meus pés eram as únicas partes de meu corpo que tocavam o chão de terra enquanto era levada para meu antigo ‘’trailer de descanso’’, os cortes e escoriações feitos devido a forma bruta que me conduziam apenas se juntavam aos demais machucados feitos em meu corpo.

Assim que chegamos ao ‘’Prostíbulo Pedras Preciosas’’ tive minhas roupas inteiramente rasgadas, o objetivo de Ryan, o velho chefe e dono do prostíbulo, era me castigar inteiramente nua para que assim a dor e sofrimento fossem maiores. Após um longo tempo de castigo, tempo esse que não sabia dizer se eram minutos ou horas, fui deixada desacordada no ‘’Quarto do Pensamento’’. Este quarto nada mais era do que um cômodo escuro, sem qualquer tipo de iluminação além de uma pequena janela que raramente era aperta, Ryan usava o local para penalizar as prostitutas que lhe dessem algum tipo de prejuízo. As torturas poderiam ser das mais variadas, desde tapas e socos até estupro coletivo por parte dos seus subordinados. Infelizmente meu corpo há havia sofrido com todas as formas de crueldade usadas pelo velho.

_ ALLY? – Lilith se aproximou rapidamente de mim quando meu corpo foi jogado de qualquer maneira para dentro do trailer. – Meu Deus, Ally o que aconteceu?

_ Eu... Eu fui... – Sem forças para conseguir pronunciar qualquer palavra, deixei que as lágrimas escorressem por minha face, enquanto era levada com dificuldade até a única cama presente ali.

_ Eles te torturaram, não foi? – Assenti, limpando mais uma das diversas gotas transparentes e salgadas que rolava por minha bochecha. Lilith se levantou apenas para pegar um cobertor e deposita-lo sobre meu corpo nu. – Pensei que nunca mais voltaria a te ver, fiquei feliz por você ser a única de nós a conseguir fugir.

_ Eles me pegaram... Em uma emboscada. – Disse após respirar fundo várias vezes, aos poucos tentava me acalmar. Minha companheira de desgraça esticou seu corpo até alcançar uma geladeira pequena e pegar de lá uma garrafa de água. – Obrigada. – Agradeci após ela me entregar o frasco já destampado. – Me trouxeram para que meus amigos não sofressem as mesmas consequências que eu, perdi minha liberdade em prol de um bem maior.

_ Você encontrou pessoas lá fora? – A mulher de cabelos compridos em tom castanho claro, olhos de cor escura e corpo de curvas bem definidas se levantou surpresa e caminhou até a pia para molhar uma toalha e voltar para próximo de mim. – Pessoas boas?

_ Sim, encontrei um grupo de sobreviventes sob missão governamental, eles cuidaram de mim, dividiram comidas e roupas, eles... – A imagem do rosto de cada um dos que sem saber marcaram uma pequena parte da minha vida, fez com que novas lágrimas surgissem. – Eles foram meus amigos, Lili.

As mãos delicadas da mulher limpavam os machucados em minha pele com suavidade enquanto contava tudo o que havia acontecido comigo do lado de fora daquele lugar, ás vezes um sorriso surgia em meu rosto ao lembrar das inúmeras piadas sem graças e trocadilhos idiotas que Troy fazia quando ficávamos conversando nas viagens, outras vezes o choro se fazia presente ao lembrar de como cada um havia me tratado bem mesmo sem conhecer um décimo de toda a minha história.

_ Você acha que eles irão vir te salvar? – Questionou após um longo período em silencio, meu corpo ainda nu estava contra o seu sendo embalado em um abraço aconchegante. – Seus amigos, você acha que tem a possibilidade de...

_ Não. – Digo com firmeza. – Eles estão em missão e não irão parar apenas para salvar uma puta como eu, principalmente por não saberem a verdade sobre mim e muito menos a localização desse lugar.

_ Mas sempre tem a possibilidade de... – A fala de minha amiga foi interrompida pela porta sendo aberta sem avisos e um Derek caminhando em nossa direção.

_ Sua primeira transa de boas-vindas já está marcada Rubi. – Os olhos do homem passeavam por meu corpo ainda nu coberto apenas pelo cobertor. – Você tem dez minutos para se arrumar, não deixe o cliente esperando.

Derek nos deixou sozinhas outra vez. Meu corpo tremia apenas em pensar que teria que usá-lo para satisfazer os prazeres de homens repugnantes que nem ao menos se importavam em nos tratarem bem, seus olhos sobre nós deixavam claro que o conceito sobre nossa existência se baseava em nos tratarem como objetos, o que ficava mais evidente quando os corpos sujos e fedidos se despiam e se aproximavam dos nossos.

Lilith e eu odiávamos o fato de que éramos obrigadas a estarmos ali como prostitutas, detestávamos ter que deitar com homens escrotos para conseguir coisas para pessoas que não se preocupavam com a gente, repudiávamos tudo o que envolvesse aquele mundo e aqueles seres humanos. Por isso, quando contei a minha amiga sobre meu plano para fugir, selamos uma promessa. Eu voltaria para busca-la, de uma maneira ou de outra tiraria Lili dali.

A porta do ‘’trailer luxuria’’ foi aberta após algumas batidas, revelando um homem alto usando um chapéu, óculos escuros e um terno com gravata além de sapatos sociais, roupas completamente fora dos padrões apocalítico.

_ Hum, então essa era a tal Rubi que meus amigos tanto falaram? – Os dentes amarelados prenderam os lábios soltando-os de forma lenta. Franzi o cenho ao ouvir o homem se pronunciar, tendo dúvidas sobre minha sanidade mental. – Ela é realmente uma pedra preciosa.

_ Você tem meia hora. – Respondeu Derek sem dar atenção as frases pronunciadas pelo homem. Quando sua mão retirou os óculos que cobria parte de seu rosto, esforcei-me para não demonstrar surpresa e ao mesmo tempo euforia. Reconheceria aqueles olhos azuis em qualquer lugar. – Sem violência ou entraremos para interromper sem bater antes.

_ Claro, claro, sem violência. – Respondeu estendendo a mão para que eu subisse os poucos degraus que davam acesso ao interior do veículo. – Você quer receber seu pagamento agora ou depois?

_ Normalmente recebemos uma parte adiantada, mas meu chefe está com alguns problemas então terei que ajuda-lo, receberei tudo quando terminar o... – Troy interrompeu o homem batendo a porta do trailer contra sua cara.

_ Ótimo, então me atazane depois. – Suas mãos rapidamente retiraram o chapéu e a gravata.

_ O que faz aqui? – Sussurro de forma cuidadosa. – Cadê as outras? Não me diga que o Ryan pegou elas?

_ Quem? – Suas sobrancelhas arquearam em dúvida. – Tanto faz, seja lá quem for esse verme não é importante agora. – O homem revirou os armários em busca de algo na qual fui incapaz de tentar descobrir. – Vim te tirar daqui, Lauren e Dinah estão planejando algo na qual não me contaram, Mani está me dando cobertura pelo lado de fora. Precisamos pegar as armas e quando as irmãs darem o sinal sairemos daqui.

_ O QUE? – Tapo a minha boca imediatamente, voltando a sussurrar após ter certeza que ninguém do lado de fora tinha ouvido. – Vocês estão ficando loucos? Deveriam seguir com a missão, não vir me resgatar.

_ Não sairemos daqui sem você. – Disse firme parando de buscar seja lá o que fosse para me olhar nos olhos. – Você faz parte do grupo Brooke, é uma de nós e não seguiremos com a missão sem sua presença.

_ Camila concordou com isso? – O revirar de olhos do homem deu a resposta que precisava.

_ Cabello não tem que concordar com nada. Quem mandava no grupo era Alycia, agora que aquele satanás voltou para o inferno, não há ninguém que possa de fato me dar ordens, faço o que quero e quando quero. Cabello é só uma idiota que quer imitar outra idiota. – Troy olhou para o sobretudo que usava e retirou me entregando. – Vista, quando darmos o fora daqui não deixarei que esses homens nojentos olhem para o seu corpo como um cachorro olha para um pedaço de carne.

Sem avisar envolvo meus braços ao redor da cintura do homem e o aperto em um abraço, devido a surpresa alguns segundos foram necessários para que ele retribuísse com a mesma intensidade.

Meu corpo era coberto apenas por roupas minúsculas nas quais foram emprestadas por Lilith, o velho Ryan não permitia que suas garotas usassem mais do que uma mini saia e um top nas ‘’horas de trabalho’’, por isso não demorei para vestir o sobretudo entregue por Troy observando o tecido cobrir até a altura de minhas coxas.

_ O que faremos enquanto elas não darem o sinal? – Solto meus braços de seu corpo, levantando a cabeça para olhar o rosto de meu amigo que era bons centímetros mais alto que eu.

_ O que fazemos de melhor. – Suas mãos espalmaram-se contra os armários fixos a lataria do trailer, tentando forçar um balanço na estrutura. – ISSO GAROTA, FAZ ASSIM, NÃO PARA, NÃO...

_ Troy, o que você? – Uma de suas mãos segurou a minha e posicional junto a sua no armário. Os gritos ecoados pela garganta de meu amigo imitavam os sons de gemidos. Quase me estapeei ao perceber qual era a intenção do rapaz ao fazer aquilo. Imediatamente comecei a ajuda-lo a balançar a estrutura do trailer assim como emitir alguns gritos disfarçados de gemidos. – ZEUS, VOCÊ É TÃO BOM NO QUE FAZ, COMO VOCÊ É...

Quando batidas fortes foram dadas na porta do veículo, Troy e eu diminuímos aos poucos os barulhos de imitação de gemidos.

_ Rubi, saia daí, estamos com problemas. – Era a voz de Ramirez, outro dos subordinados de Ryan. – Uma horda de zumbis conseguiu se aproximar do acampamento, teremos que fazer a limpa. Ryan pediu para que você e Lazúli, fiquem dentro do trailer de descanso. – Sem obter uma resposta, o homem voltou a bater na porta. Troy olhou para um vaso de cerâmica que era guardado perto da porta e sinalizou para que eu me escondesse. – Abra ou terei que invadir.

_ Ei amiguinho? – Troy chamou a atenção do capanga assim que ele adentrou o local após abrir a porta com um chute. – Sempre quis fazer isso, parece tão fácil nos filmes. – Sem dar tempo de uma reação por parte do outro, a cerâmica foi batida com força contra o crânio do homem, porém a ação só fez com que ele cambaleasse para trás, corri em direção aos cacos e sem raciocinar direito peguei o pedaço mais pontiagudo que encontrei e cravei-o na jugular do subordinado. Seus olhos prendiam-se nos meus a medida que o corpo perdia sangue e com ele a vida. – Uh garota má.

_ Os zumbis são o sinal? – Tateio todo o corpo já sem vida no chão em busca de algo que pudesse ser usado para proteção, acabo por encontrar duas pistolas e uma faca.

_ Creio que sim, acho que o plano das irmãs é fazer com que eu os controle para um ataque a esse lugar, enquanto buscamos por uma saída. Inteligente, tenho que admitir. – Dá de ombros e olha para os próprios sapatos ensopados de sangue. – Pronta para sair? Enfrentaremos o inferno no lado de fora.

_ Esse lugar é o meu inferno desde quando fui trazida a força, o que enfrentaremos é só o portal dele.

_ Uh, você é o demônio em busca de salvação? – Zombou levando a mão ao trinco da porta.

_Eu sou o demônio que se rebelará contra a própria legião. – Quando a porta foi aberta, imediatamente dois dos capangas surgiram em nossa frente impedindo nossa passagem.

_ O que está fazendo? O lugar está sendo tomado pelos zumbis. Onde está o Ramirez? – Os olhares de ambos se voltaram para o chão as nossas costas. – Sua vagabunda, você... – Não deixei que eles terminassem ou tentassem algo contra nós. Duas balas a menos no pente da pistola, dois corpos a mais para apodrecerem na terra.

_ Kordei está escondida do lado de fora da grade, preciso levar uma arma para que ela possa nos dar cobertura enquanto pegamos nossos armamentos e comida. – Um zumbi apareceu em nossa frente enquanto corríamos tentando não sermos vistos por entre toda a confusão e correria que se formava, meu amigo rapidamente o controlou fazendo sua atenção se prender a mais um subordinado de Ryan que nos parava, em poucos segundos o grito do homem ecoou enquanto era devorado ainda vivo. Minha mão segurava a de Troy durante nossa corrida, não a largaria por nada nesse mundo. – Onde ficam as armas e comida?

_ No trailer do Ryan. – Apontei para o maior e mais conservado veículo entre todos os outros. – Ele as guarda lá como medida de segurança.

_ Tudo bem, teremos que arriscar. – O maior olhou para todos os lados antes de correr em direção ao lugar. – Está limpo. – Informou após entrar primeiro e sinalizar para que eu entrasse também. – Você já veio aqui antes? – Assinto de forma silenciosa, sem querer dar mais informações. Caminho em direção a cama e ergo o colchão revelando o fundo falso repleto de armas e munições, inclusive as da Mani, Lauren e Dinah, imediatamente pego uma mochila e entrego para Troy ao mesmo tempo que pego outra e encho com as comidas enlatadas que foram roubadas de outros grupos ou conseguidas como forma de ‘’pagamento’’.

_ Ora, ora, ora o que temos aqui senão é minha querida Rubi e seu... Cliente? – O corpo de Ryan nos impediu de seguir com o plano no momento em que nos preparávamos para sair do veículo com as mochilas cheias de armas e comida nas costas. – Infelizmente não poderei deixá-los irem embora. – Troy segurava o bastão de Dinah, enquanto as espadas de Mani estavam em minhas costas. – Não pense em fazer isso rapaz, posso tortura-lo de formas que você nem ao menos imagina, já foi comido por três homens de uma vez? – Os dentes amarelos e podres ficaram expostos novamente mostrando o sorriso grotesco. – Ally já foi, não é?!

_ Vai se foder. – Outro cuspe em seu rosto, outro tapa contra o meu. Aproveito-me da primeira e talvez única oportunidade que teria e sem vacilar retiro uma das espadas da bainha e a enterro contra a barriga do velho carrasco.

_ Rubi, você... você... – As mãos tentavam em vão conter o sangue que jorrava pela a abertura em seu estomago no mesmo momento que eu guardava lamina tingida de vermelho na bainha. – Você me feriu.

_ Apodreça no inferno, desgraçado. – Chuto seu corpo já mole para fora da cabine, descendo os degraus da mesma e me deparando com mais dois necrófilos.

_ O inferno seria bom demais para ele, descanso eterno não é o que ele merece. – As mãos do homem gesticulam deixando que os dois apodrecidos passassem por nós e atacasse o velho que gemia suas últimas palavras. – Passe a eternidade vagando por aí como algo que um dia tanto abominou, bem-vindo ao meu exército de subordinados, seu lixo.

Aos poucos o lugar foi se enchendo de necrófilos, matando todos os que um dia me fizeram mal ou que abusaram de mim de alguma forma. Os poucos capangas que conseguiam se esquivar dos apodrecidos, buscavam por algum tipo de ajuda enquanto tentavam recarregar as armas de uma maneira rápida e eficiente.

_ O que faremos agora? – Sussurro para Troy que usava seu corpo como uma espécie de escudo para proteger o meu dos diversos tiros que rasgavam o ar.

_ Fique atrás de mim, não saia daí. – Pediu apertando minha mão. – Vou te proteger, nenhum filho da puta irá te machucar de novo, não com minha presença. - O barulho de buzinas fez com que nossa atenção se voltasse para o portão de entrada completamente destruído, pela janela abaixada a Capitã Cabello sinalizava para que todos entrassem no veículo. Logo as irmãs Hansen-Jauregui entraram no banco do carona, seguidas de Mani que subiu na caçamba. – Vamos, é a nossa deixa para abandonar esse lugar.

Ignorei todas as dores presentes em meu corpo e segurei com firmeza uma das alças da mochila em minhas costas com a mão esquerda enquanto a direita ainda apertava a mão de Troy, este que fazia a atenção dos andantes se voltarem para os outros – ainda restantes – humanos ali. Ao chegar na picape, o homem pegou a mochila de minhas costas e jogou-a dentro da cabine, entregando também a mochila com armas para as meninas e subindo na caçamba primeiro para em seguida me dar apoio.

_ ALLY? – Meu pé se apoiava na lataria quando a voz conhecida chamou por meu nome. Ao olhar na direção do chamado, uma Lilith manchada de sangue podre segurando sua antiga arma caminhava para perto do veículo.

_ Lilith, venha conosco. – Gesticulei para que ela subisse no carro junto a mim. Atrás do corpo da morena de olhos escuros, um zumbi faminto se preparava para ataca-la. – NÃO!

As mãos do necrófilo pararam no ar há poucos centímetros do pescoço de minha amiga, ao meu lado as mãos do único homem se encontravam estendidas fazendo aos poucos as mãos do zumbi se abaixarem e seu corpo se afastar da morena.

Ainda assustada e um pouco atordoada, os pés da mulher se moveram em direção ao carro subindo na caçamba com minha ajuda e de Troy.

_ Não iria te abandonar Lili. – Abracei o corpo de minha companheira com força, deixando as lágrimas de felicidade rolarem por meu rosto a medida que o carro se afastava do acampamento que agora se encontrava em ruínas tomado pelos zumbis. – Estamos livres, não somos mais escravas sexuais daqueles homens imundos. – Lilith chorava baixinho contra meu peito com minhas costas encostadas na lataria da cabine.

Troy e Mani olhavam a cena com compaixão, Camila seguia pela estrada dirigindo enquanto as irmãs tentavam entender o que acontecia na parte de trás da picape.

Aos poucos a paisagem foi mudando e o cenário de destruição ficando para trás. Em meu peito o alivio em saber que meus amigos haviam voltado para me buscar e destruído o local que durantes meses fez da minha vida um verdadeiro inferno.

O Prostíbulo Pedras Preciosas não existia mais.


Notas Finais


Gostaram? Eu AMO esse capitulo principalmente pela inteiração Trolly e porque é a partir dele que as histórias de cada personagem começam a serem contadas, pelo menos dos principais.

Se lembram quando a Ally disse para a DJ que o fato dela não ver cicatrizes não significava que elas não existiam? Pois bem, esse cap explicou muito bem isso, espero que assim como eu, vocês tenham gostado.

COMENTEM, DIVULGUEM, FAVORITEM AND WHATEVER... Tentarei voltar em breve.


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