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História Zootopia: O Lobo solitário. - Soldada de Chumbo


Escrita por: Dekonado

Notas do Autor


Demoreeeeeeeei, mas chegueeeeeeeei!
Fala galera! Beleza? Estou aqui para outro capítulo para abrir 2018 bem! Sim eu diminui a quantidade de palavras. Explicarei isso nas Notas Finais.

Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 31 - Soldada de Chumbo


Fanfic / Fanfiction Zootopia: O Lobo solitário. - Soldada de Chumbo

- Eu escolho não jogar o seu jogo, Clang. - Enunciou Matheus - Não vou torturar a ninguém. - Olhou para Rosa 

- Ah... - Suspirou Clang - É realmente uma pena Matheus. - Murmurou triste – Achei realmente que eu e você nos divertiríamos uma única vez... -O fitou – Mas como nem tudo são rosas... - Fez um gesto e ela fora levada -  

Ele suara frio. De alguma maneira, sabia que Clang desejava a morte mais lenta possível, portanto teria alguma chance se Rosa continuasse a tomar o soro. 

- Mas chega desta melação toda. - Ordenou se virando para Ana – Minha pequena soldadinha de chumbo... - Alisou seu rosto - Você realmente não desiste... - Rira de leve enquanto Ana despertava – Hora de acordar, pequenina.  

Ana o fitou surpresa, mas logo trocou sua expressão para o mais puro ódio. Enquanto Clang fazia gracinhas com ambos, atrás deles os capitães de tráfico pareciam interessadíssimos na arma de Ana, empunhada por Pedro L, recusando qualquer alteração na arma. Não havia nem um sinal sequer de Lucas T, desaparecido nas sombras.  

- Então, o que preciso fazer para você juntar-se a mim, Ana? - Indagou Clang - Você sabe que com a sua ajuda, seriamos invencíveis.  

- Ir para a cadeia. - Disse seca – Me parece um bom começo. -  

- E trancafiar a minha genialidade?! - Clang aparentou ofensa – Que tédio Ana. - Lamentou – Uma pena que não reconhece o verdadeiro poder. - Fez um sinal para os guardas - 

 

Ambos os soldados assentiram, levando Matheus e Ana para fora da fábrica. Enquanto isso, Clang deveria estar proclamando mais de algum de seus discursos grandiosos, pois seus soldados voltaram a comemorar assim que a dupla saíra. Por pouco não se esqueceu do solitário, o qual estava sendo tomado de certa raiva pela sua tolice. Seria trancafiado novamente em alguma outra jaula.  

Pensando a respeito de Rosa permanecer próxima dali, pensou a respeito de um plano. Desferiu uma cotovelada no guarda, libertara-se com um chute traseiro e aguardara o contra-ataque. Assim que o soco de direita veio, interferira no golpe e voltara o próprio golpe contra seu oponente, nocauteando. Ana, vendo a oportunidade, soltou-se do segundo guarda e o nocauteou logo em seguida, virando-se para confrontar Matheus. 

 

- Não me diga que é outro soldado. - O analisou de cima para baixo – Quem é você? - Balançou a cabeça - Quero dizer, Matheus Lobato, quem é você? 

 

Matheus arqueou uma sobrancelha pela confusão de Ana antes de falar: 

 

– Pelo que me parece, você não é um deles. - Vira a farda – Policia militar, não é? - Indagou com certo desânimo - Já tive minha cota. -  

- Você precisa vir comigo. - Ana respondeu - É uma testemunha chave para uma rede de corrupção. - Acalmou-se -  

- Todos nós somos testemunhas de algum crime. - Justificou – Lutou bem. -  

- Ah obrigada, aprendi na acade - Parou de falar assim que o vira correndo – Eu não terminei com você!  

 

Ambos correram por entre os corredores empoeirados da fábrica enquanto Ana reclamava para Matheus que não estava a fim de conhecer mais um policial corrupto comandando por Pedro L. Se as intenções do solitário foram fugir, quase conseguira, correndo silenciosamente e não fazendo barulho algum, desviando de guardas distraídos e pulando sobre janelas quebradiças, enquanto Ana esbarrava em alguns canos e quase tropeçava no percurso. Parou assim que chegou ante uma pequena casinha em outro pátio externo pequeno, porém a chacal não desistia fácil.  

 

Me responde uma coisa: - Ana ofegava – Por que todos vocês correm?! -  

 

Matheus a ignorou. Estava encostado em uma parede quando suas orelhas ouriçaram e ouviram a maior parte da conversa, interessando-se e muito em quem estava dentro do casebre. Era Rosa. Ignorando completamente a policial ao seu lado e com o que ela reclamava.  

 

- Eu estou falando com você, Matheus Lobato. - Ela recuperou-se – Necessito de você ou...  

- Pare de ser tão chata – Ele reclamou – Como sabe meu nome?  

- Pedro L me mandou te investigar. - Revelou – Mas  

- Pedro L... - Murmurou com raiva -  

- Mas... - Recomeçou - Percebi que você é mais uma peça central de uma rede de corrupção que... 

- Bela estoriazinha. - Cortou-a irritado – Como sei que está contando a verdade?  

- Porque eu... - Calou-se. Matheus tinha razão - Porque tem que acreditar, eu acho... Quer dizer, é claro que tem! - Confundiu-se – Olha, eu não sou seu inimigo!  

- Ninguém é até certo momento. - Disse amargamente -  

 

Os dois calaram-se sem pronunciar uma palavra, restando-lhes somente o silêncio cheio de pó da fábrica e os murmúrios dos criminosos na casa ao lado. A solidão de Matheus vinha à tona naquele olhar cansado e nervoso do solitário, aprendeu incontáveis vezes as lições duras da vida, jurando não abandonar mais ninguém em uma das noites silenciosas do Segundo Comando, ao lado de Ana, igualmente batalhadora e aprendiz daquelas lições rígidas imperdoáveis. Ainda não se entendiam muito bem. 

Porém fora o coração acelerado e o nervosismo se esvaindo como fumaça quando vira Paul saindo da casa. 

 

- Sr Matheus? - Paul indagou no fim do pátio - Não esperava você por aqui. 

- Paul. - Disse sério - Muito menos eu. -  

- De verdade, o que fazes aqui? Quem é essa? - Perguntou - Não deveria estar no tal teste?  

 

Matheus não respondera nem mesmo o olhou.  

 

- Tudo bem, foi uma pergunta idiota. - Paul reconhecera – Mas quer uma boa notícia? Sua namorada está na casa ao lado. -  

- Eu sei. - Retorquira – E está acompanhada de cinco animais... - 

- Vocês não planejam invadir isso, planejam? - Ana perguntou – Escute Matheus, se você não vier comigo... - Sua voz tomou ordem. Ainda assim era uma policial. 

- O que vai fazer? - A fitou repentinamente. Os olhos dourados semiabertos lhe deram a resposta -   

- Precisa de ajuda, não é? - Paul interrompeu o clima briguento enquanto arqueava uma sobrancelha e não teve resposta – Relaxa, pode confiar em mim. 

 

Retomou a atenção a Paul antes de falar:  

- Desde que não me atrapalhe, Paul, pode ser útil. - Retorquira - Só preciso de uma distração. 

- Falou com o animal certo. - Sorrira agarrando uma chave de fenda – Digamos que é hora de apagar o sol.  

 

Matheus gostara do plano, sorrindo de lado, minimamente, para Paul que havia entrado novamente na pequena casa. Respirando fundo e aguardando a ocasião certa a agir, memorizou os últimos conceitos de R ensinados nos treinamentos. Não esperava Ana lhe acompanhar, afinal de contas, não iria a lugar algum com ela.  

Assim que todas as luzes da casa se apagaram, ele entrou rapidamente por uma janela, derrubando e nocauteando um guarda com um soco. Quando outro tentou agarrar-lhe por trás, tão forte que suas costelas quase quebraram, resistira e lhe dera uma cotovelada, repetindo o mesmo processo anterior. Haviam mais quatro.  

 

- Chega de gracinhas, lobinho! - O outro disse -  

- Eu não quero machucar vocês. - Ele respondeu - Não mesmo. - Reafirmara – Por isso, será que não dá para vocês darem meia volta e eu juro que não conto nada a Clang? 

- Desculpe amigo – Eles o cercavam – Mas isso não vai acontecer.  

É - Matheus vira ao seu redor – Infelizmente. -  

 

Quando os quatro guardas o atacariam ao mesmo tempo, Ana aparecera pulando pela janela e derrubando mais um. Dois avançaram para cima do solitário, lhe dando  um soco de direita no mais próximo, afastando-o, e, aproveitando o embalo, um gancho de esquerda no outro. O outro fora nocauteado por Ana. Somente foi parado quando um grandalhão lhe chutara, impulsionando-o de cara para o chão. 

Levantando-se e vendo Rosa atrás de si, via os dois animais grandes e outros dois capangas em sua direção. Todos com sorrisos maléficos. Ana se reagrupara ao lado dele. 

 

- Belo plano me meter nessa enrascada. - Reclamou Ana – Alguma ideia brilhante? - Indagou – Podemos tentar fugir pela porta à direita...  

 

A ignorou novamente. Não era seu fim, relembrando outro conceito de R: Utilizar o cenário ao seu favor.  Agarrando o soro que Rosa tomava e o esparramou aos pés dos criminosos, fazendo-os gritar de dor e recuar. Seja o que fosse, até mesmo o chão estava queimado e o som do estalar da brasa fazia-o pensar que havia incendiado o local. Mero engano, apenas uma linha preta e uma fumaça roxa saia ante a si.  

Eles o fitaram com ódio e fúria, mal conseguiam andar de agora em diante. Porém, não poderiam agarrá-lo ou capturá-lo, a linha preta perdurava no chão de concreto, provavelmente consumindo sua carne acaso tentassem proceder. Enraivecidos e irados, saíram batendo a porta para chamar reforços. Todavia não importava o quanto trouxessem, Matheus, ajoelhado à cama, via Rosa.  

Lágrimas quase saiam ao vê-la novamente à sua frente. Não mais tomando qualquer veneno produzido por Clang, a volúpia da felicidade o consumia por inteiro, irradiando alegria em si. Matheus estava mais brilhante do que nunca e aceitava voluptuosamente tal deleite. Era a primeira vez que conseguia resgatar alguém. Sentiu-se satisfeito, relembrando a promessa na noite em que sua mãe morrera. Não iria deixar mais ninguém para trás. 

Ana permanecera observando a cena por completo, tomada de tal sentimento de amargura. Relembrou a situação do pai na mesma cama de hospital. Caso Matheus não optasse por segui-la, poderia dar adeus a outro membro da família. Buscava socializar com o solitário, no entanto não parecia estar muito aberto a novas amizades. Saíra quando percebeu a emoção de Matheus, dando a desculpa de tomar um ar.  

 

- Quem diria que Clang usaria um de meus venenos! - R aparecera nas sombras, rindo de satisfação - E dizem que eu não iria a lugar algum! -  

 

Matheus o ignorou, estava ocupado demais sobre Rosa.  

 

Bela ideia pardal. Rápido como o vento e frio como geada, idêntico aos meus venenos! - Enunciou coletando uma amostra do soro espalhado – Se quisermos escapar, teremos que usar isto! - Notara o óbvio - Está me ouvindo?! - Esganiçou - 

- Estou - Respondeu ríspido - Poderia, ao menos, ter me ajudado. - Retrucou - 

- Lhe ajudar?! - Questionou furiosamente – Eu lhe ajudei nos treinamentos pardal! - Rebateu - Não me venha com os seus dramas de adolescente! 

- Dramas de adolescentes não envolvem suicídio ou depressão R. - Matheus respondeu - Já se perguntou, uma vez, o que ocorreria caso  

- Eu morresse? Já, já pardal. - O cortou - Você ficaria tristinho, que dó, não é? - Sorrira malignamente enquanto ria - 

- Caso pessoas que se importem morressem R. - Retorquira - Não é drama de adolescente, é a vida. - Falara – Você pode perder tão rápido como ganha. - Enunciara -  

 

No fundo, tudo que Matheus aspirava naquele momento era o silêncio que tinha no seu quarto do S.C.C. Desejava R se calar, apenas por um momento. Tal desejo fora cumprido quando R notara que, assim como ele, Matheus importava-se unicamente com Rosa, o qual sofria com sua ausência e não seria um drama. Era a vida em jogo e as necessidades desta, pois Matheus nunca alcançara tamanho amor e segurança perto de alguém. Quando mais vira isso, R não queria se calar por um instante. 

Não era qualquer drama sofrer por amor ou pensar no suicídio como anteriormente. Era as consequências de tentar viver a vida. Infestada de fantasias e sonhos, viver era perigosamente tênue para Matheus.  

Deveria aproveitar o seu único momento de viver.  

Assim que os olhos de Rosa se abriram, Matheus quase teve certeza de que uma lágrima ou duas poderiam sair de seus olhos cansados. Abraçando-a fortemente, repetia seu nome várias vezes e dizia nunca sair de seu lado. Explicou-lhe como chegara até ali e quando Rosa pode falar, não disse menos: 

 

- O-Obrigada Matheus – Disse o observando – Por tudo o que fez... -  O abraçara - Não posso acreditar que estamos realmente presos aqui... - Soluçava - 

- Shhh - Abraçou-a – Escuta, irei nos tirar daqui – Limpava suas lágrimas - Custe o que custar. 

- Precisamos sermos rápidos então - Respondeu – Muito, muito rápidos. 

- Sim, eu sei disto. 

- Rápidos para fugirmos dos capangas, não é?! - R redarguiu irritado – Acaso esqueceste dos reforços! -  

- Não queria dizer nada – Ana entrou repentinamente – Mas há soldados vindo! - Buscou cobertura -  

 

Agora teriam que se preocupar com os tais reforços que Matheus se esquecera completamente. Sem tempo para despedidas longas ou beijos amorosos, as quais R detestava, Matheus carregava Rosa nos braços, Paul havia dito que a saída estava próxima e poderiam arrumar um carro. Ana, naturalmente, pôs-se a frente para tomar controle de toda situação, seguindo o manual do DPZ de retirada de reféns 

 

- O que está fazendo? - Perguntou Matheus -  

- Nos tirando daqui. - Ana arrombou a porta - Venham!  

- Não queria avisar, mas você não tem nem uma arma. - Observou - Só precisamos de uma distração.  

- Prefere que eu simplesmente fique parada? - Perguntou – Venham! - Ordenou novamente 

- Eu os distraio Pardal! - R estava apreciando cada momento do tiroteio – Esse veneno é do bom! - Jogou uma poção -  

 

Matheus irritou-se. Não gostava de receber ordens, principalmente vindo de alguém que não conhecia. Porém apenas repensou isso quando atravessavam os corredores sujos e cheio de canos da fábrica, reconhecendo Ana como uma boa guia. Ela observava cada curva e janela existentes, apenas não estava acostumada sem seu antigo rifle.  

Em diversas situações, o manual recomendaria permanecer a calma e esperar pelos policiais. Naquele caso, Ana tomou a dianteira e guiava Matheus e os outros pelo caminho, no momento em que chegaram a uma rua, apressou-se em botar Rosa no banco traseiro enquanto Ana assumia. 

 

- Não temos muito tempo. - Ana arrumou o retrovisor – Venha Matheus Lobato! 

 

Matheus recuou. Pensou duas vezes antes de entrar no carro e partir juntamente com Ana, no entanto, algo mais chamava sua atenção. R havia desaparecido. Rosa lhe pedira novamente para entrar no carro quando se justificou.  

- Matheus, venha! - Pediu Rosa - 

- Rosa, R deve estar dentro da construção - Justificou - Não posso abandoná-lo. Sem contar -   

- Você não pode salvar todo mundo Matheus! - Bradou - Você não pode simplesmente querer salvar a todos dessa... Dessa sociedade doente! - Exasperou – Agora entre no maldito carro! 

  

Ele a fitou com completa perplexidade. As palavras que saíram de sua boca o atingiram feito faca e penetraram-lhe profundamente, machucando-o como ninguém realizara antes. Por mais que soubesse de sua irritação e desespero, aquela não era a melhor hora para cuspir tais palavras. Ignorando-a, partiu para resgatar seu mestre treinador.  

Brigas ocorreriam normalmente, mas Rosa demonstrou seus próprios interesses a si. Machucado enquanto corria pelos estreitos corredores da fábrica, pisava em pequenos cacos de vidro e os ignorava. Nenhuma dor equivalia aquele presságio que pressentia.  

No momento em que cruzou um corredor, os tiros intensificavam-se. Os sons de R atirando com sua besta ecoavam pelas suas orelhas e o fazia praguejar seu nome, o qual nunca havia tido a vontade de ser um herói. Nem mesmo comentava sobre o assunto. Talvez, a ignorância que Matheus tinha pela amizade o fez se sentir culpado quando chegara a pequena casinha de energia. 

 

Porém, foi sentindo o impacto de uma explosão no momento em que agarrara a maçaneta, sendo arremessado para parede que soube que havia chegado tarde demais para impedir o pior. Grandiosas e infernais chamas estendiam-se assim que abriu os olhos. Perante ele, a pequena casinha hospitalar estava totalmente destruída. Horrorizado, mas muito atônito, queria entrar dentro daquelas chamas tórridas para resgatar R.  

Somente quando um ser alto e corpulento, assim como Clang, aparecera batendo palmas é que tomara sua atenção.  

 

- Suponho que esteja triste. - O grandalhão disse – Que peninha... 

 

Matheus o fitou com fúria. Palavras não bastariam. 

 

- Devo admitir que para um ratinho, lutou bem. - Sorrira olhando as chamas – Agora... Se você vier conosco  

- Eu não vou. - Disse entre os dentes – Foram vocês que causaram isso. 

- Nós damos chances a aqueles que optam por nossos caminhos. - Justificou-se com calma -  

- Quais chances?! - Quase gritara – Chances de destruírem vidas? -  

- Chances de conseguirem a boa vida. - Sorrira maliciosamente – Se alguns poucos estão dispostos a morrer, fala sério, qual o problema? - Ouvira o silêncio - Enfim, Clang lhe deu uma chance, Lobato. - Disse apontando uma pistola -  

 

Matheus recuou. Perante aquela pistola, seria reduzido a um cadáver facilmente. Porém, confrontava-o com o olhar. Aqueles olhos sujos e maliciosos, a boca suja e cicatrizada das batalhas. Certamente era um capitão do tráfico mandado impiedosamente por Clang para lhe caçar. Ódio, assim como medo, corria pelas suas veias. Temendo o pior, o fitou.  

Nem mesmo as lembranças de seus pais implorando para serem relembradas uma última vez acobertou tanto remorso e ira misturados em seu olhar. Porém, uma pequena pedra fora lançada e o acertara bem na cabeça, distraído e confuso, largara a pistola. Sua chance aparecera quando correra e lhe desferira um gancho de direita, logo em seguida procedido por chute de direita em suas costelas. O capitão revidou dando-lhe outro soco nos pulmões e buscou um gancho certeiro, desviado por pouco pelo solitário que revidou com outro soco. Assim que ele agarrou outra pistola reserva, Matheus tentou desarmá-lo, mas a força fora maior e o jogou para longe. Seria seu momento caso Ana não houvesse aparecido e o nocauteado com um único golpe. 

 

- Desculpe, de verdade, mas não tive outra opção - Se justificou para o guarda - Você nem sequer ouviu eu lhe pedindo para parar! -  

- Temos que ir logo. - Matheus se recuperou e ultrapassou-a – Ou...  

- Poderia me agradecer ao menos – Reclamou -  

- Eu dava conta.  

- De uma cova? - Rebateu irônica - Você iria morrer ali! -  

- Bela brincadeira – A olhou feio – E bela mira. A pedra que você jogou  

- Eu não joguei nenhuma pedra. - Ela disse -  

O solitário olhou o incêndio uma última vez. O estalar do fogo consumindo a madeira e o calor envolviam o corpo de Matheus, triste e melancólico. Não era para terminar daquela maneira. Mas, maldição, quando as coisas terminavam como ele desejava? Desde pequeno sofrera nas mãos do destino, apenas pelo o amor não correspondido de sua maneira pelo seu pai ou pela morte de sua mãe no passado. 

 

Porém, aquilo havia chegado a um nível incompreensível naquele momento.  

 

Ambos correram de volta para o carro, rapidamente ultrapassaram todos os corredores da fábrica chegando a rua. As esperanças esvaíram-se dos olhos de Ana quando o carro não estava mais lá. 

 

- O que?! Mas o carro estava aqui! - Praguejou – Droga, os criminosos os roubaram?! 

- Não... - Matheus disse - Não, não! Rosa! - Gritou -  

- Acalme-se Matheus! - Ana pediu – Gritar não vai adiantar nada! 

- O que sabe de nós? - Vociferou – Sabe o quanto ela representa a mim? -  

- Sabe o quanto que a sua vida representa para um caso? -  

- Eu não ligo para o seu caso! - Rebateu – Você vai prender Pedro L? Lucas T? Pelo contrário, irá os defender! - A culpou -  

- Eu nunca iria os defender. - Respondeu – Se vier comigo pode entender tudo que tem dúvida. - Seu olhar calmo o encontrou - Só preciso que me acompanhe. Ainda há esperanças.  

 

Matheus a observou novamente. Os olhos estreitos e batalhadores juntamente as orelhas longas e atentas não indicavam alguém corrupto. Manteve-se, no entanto, firme e em silêncio. Descarregou o ódio nas suas palavras, mas ressentia certa culpa por isso, não chegando a lugar algum, quando reencontrando o olhar dela novamente, o olhava sincero e preocupada. Percebeu que, minimamente, poderiam ir até certo ponto, caso o objetivo de ambos se encontrarem. Na realidade, em Matheus, esperança surgira em si, até ver brutamontes pegarem Ana por trás. 

 

- Ana! - Gritou - 

 

Era tarde. Mais dois guardas grandes o capturaram por trás e Clang aparecia entre os becos, batendo palmas. 

 

- Ora, ora - Começou - Vejam se não é a soldadinha de chumbo – Rira – No final Ana, eu prevalecerei. Não importa como. - Se virara para Matheus – E quanto você pequenino? Quando irá perceber que meu lado é maior? 

 

Matheus o ignorou e desviou o olhar. Não desejava ser observado daquela maneira novamente. 

 

- Você é o que não me faz ir pra esse lado. - Ana reclamou – Enquanto existir vilões como você, ninguém jamais irá lhe apoiar.  

- Tem certeza? - A voz soou com dúvida cruel por cima dos ombros – Animais podem encontrar o conforto que jamais encontraram comigo, Ana. - Houve uma pausa – Podem encontrar o que nunca encontraram em suas famílias. - Rira -  

 

Clang tocou na ferida exata da soldada. Sua família. Jamais encontrou apoio de seus pais para o combate ao ZISIS ou a suas outras forças-tarefas e, sendo humilhada perante outros soldados que agora estavam rindo, Clang parecia degustar cada segundo daquela emboscada. Ao comando dele, os soldados os levariam para o S.C.C e os botariam em uma gaiola. Mas o que deixava Matheus intrigado, era o que ou quem lançara aquele pedregulho no capitão de tráfico. Teria sido sua imaginação? Não havia tempo para refletir com armas apontadas para sua cabeça. Todos os esforços voltaram à estaca zero, mas, ao menos, Rosa estava segura.  

Mesmo assim, Matheus não conseguiria esquecer as chamas tórridas consumindo onde R estava, imaginando o que teria ocorrido ao amigo rato. Queria ter a certeza de não ter perdido mais alguém querido ao seu lado.  

No entanto, agora, suas poucas feridas, anteriormente fracas, ardiam profundamente no abrasador sentimento que é a tristeza.  

 

[Quebra de Lugar, Pátio Interno da Fábrica, Avanço de Tempo, 6:30 PM] 

 

Os dois estavam ofegantes e correndo por alguns corredores imundos da fábrica havia um longo tempo. Não acharam Ana na pequena casinha e sabiam da reunião ocorrendo no centro do edifício. Ouvindo-se a explosão do outro lado, prepararam-se e correram o mais rápido possível. Mesmo contrariada pelo parceiro, Judy tomava a dianteira da perseguição, a qual tomava conta de todos os corredores, armada pela sua pistola. 

Entraram na sala de controles que dava uma visão ampla da reunião onde ocorria. Certamente havia estudado a planta da fábrica mais cedo e a preparação para a pequena coelha vinha em primeiro lugar. No entanto a sala era desastrosa, máquinas quebradas, janelas escancaradas e o piso solto. Observando todos os capangas e malfeitores reunindo-se e indo embora, teve a certeza de ter algo errado.  

 

- Eles estão voltando. - Disse olhando - Há algo de errado. - Virou para seu parceiro – Acha que Ana permanece aqui? 

- Sendo sincero - Começou - Não tenho a mínima esperança. -  

- Não é possível... - Reclamou – Como pude deixar isso acontecer? -  

- Não é toda sua culpa. - Reconfortou – Não sabíamos de Pedro L armado. Muito menos que tentaria tirar Ana de nós. 

- Eu deveria... - Lamentou – Ana não pode ser deixada – Olhou para a porta – Vamos!  

- Calma aí cenourinha – Nick a impediu - Não acha que vamos sair correndo por aí, acha?  

- Não podemos deixá-los escapar Nick. - Disse - Não com Ana. Imagine o que Clang irá fazer com ela! 

- Eu sei, mas também não temos que perder a cabeça. - 

- Você vem ou não? - Perguntou decidida -  

 

Demoraram mais alguns minutos antes de Nick responder. Queria a fuga dali o mais rápido possível, tomado de insegurança e certo nervosismo. Não vendo quaisquer sucessos em resgatar Ana, permaneciam em um verdadeiro campo minado. Porém a sua resposta veio à tona contra vontade: 

 

- Tá bom... Eu – Fora interrompido – Cuidado! - Empurrou Judy de onde estava 

 

Uma clava enorme veio atingir onde a pequena coelha estaria. Por visão rápida de seu parceiro, conseguiu desviar do enorme bastão. Assim que se reposicionou do esbarrão, viu um tigre nada amigável carregando uma clava de madeira, cujo a estatura era muito maior que a de um tigre normal. Pensando nas possibilidades, no uniforme e nos olhos violentos do sujeito, aquele era outro dos capitães do tráfico.  

Nunca havia visto nada semelhante aquilo. Toda atenção do tigre era redirecionada a Nick, que provavelmente planejava atirar, já apontando a pistola. Judy recusava tal ação adiantada.  

Nos manuais e em todos os ensinamentos, puxar o gatilho encontrava-se em última opção. Continham um treinamento para apaziguar todo caos e, sempre, tentar resolver as coisas pacificamente. Sejam nas ruas ou nos casos investigatórios, puxar o gatilho estava por último. Por essas e outras razões que, de vez em quando, continham dardos tranquilizantes ou até mesmo um spray contra tal espécime, o qual variava de acordo com a espécie predominante.  

 

- Não atire Nick! - Ela arrumava o outro tipo de munição -  

- E deixar ele me pegar?! - Reclamou enquanto desviava de outro golpe.  

 

O chão tremeu e o teto soltou poeira no momento do impacto. Nick havia desviado facilmente do tigre lento que recebera um tiro de dardo tranquilizante de Judy. Porém, o efeito fora contrário e o animal pareceu ser estimulado, quase que correndo. Qualquer golpe poderia ser o último deles. 

 

- Temos que seguir o manual! - Disse Judy enquanto corria em volta do monstro -  

 

Nick concentrava-se únicamente na batalha e em não ser esmagado por um bastão gigante. O monstro errou duas vezes, acertando as máquinas, quase demolindo o chão abaixo deles. Seja o que havia ocorrido com ele, não poderiam contar com a estrutura da sala. Por vezes, a estratégia de correr a volta do animal parecia funcionar, deixando-o cada vez mais irritado e furioso. Nick desviava agilmente de todas as tacadas e de golpes poderosos do monstro enquanto sua parceira buscava oportunidades para atacá-lo.  

Somente quando o monstro calculou onde Nick estaria é que lhe pegou, dando um chute e fazendo-o tropeçar e cair no meio da corrida. O momento de desatenção fora crucial, pois quando ele se aproximou, não deveria ter atirado, embora sacasse a pistola na direção dele. Judy reagira, correndo por trás e dando-lhe um chute certeiro na cara, o qual tremulou para os lados e revidou dando uma cotovelada, lançando a coelha a metros dali. A pequena caíra em cima de cacos de vidro e gemeu de dor. 

O coração acelerou e a pulsação subira ao ver o tigre, desta vez, correndo em sua direção pronto para dar um golpe fatal. Tentou agarrar a pistola, tendo sucesso, mas no momento em que o gatilho iria ser puxado, Nick pulara nas costas do monstro, realizando o incrível feito de impedir e fazer o monstro tentar pegá-lo nas costas, falhando e murmurando palavras irreconhecíveis. Nick não conseguia guiá-lo por muito tempo e o monstro andava em direção a janela quebradiça. Quando pisou na beirada e caira, levando seu parceiro consigo, Judy correra em direção as janelas, pois o grito do monstro caindo percorreu suas longas orelhas atentas. Nick estava pendurado no parapeito.  

 

- N-Nick! - Ela ofereceu a pata – Minha cenoura, o que deu em você?! - O ergueu – Imagine se - 

- Se eu não conseguisse impedir o monstro? - Perguntou ofegante enquanto limpava o uniforme cinzento – Ou caso tivesse caído no chão? 

- Não exatamente, mas...  

- Mas o que realmente importa Judy? - Indagou cansado – O que realmente importa é que seguimos o manual, correto? -  

- O que quer dizer? - Perguntou – Que deveríamos ter atirado neste civil?  

- Me desculpe Judy, mas ele não era um civil. - Falou frio -  

- Isso não justificaria o disparo de uma arma. - Retrucou -  

- Sua segurança justificaria? - Questionou – A segurança de outro animal justificaria, Judy? -  

 

Nick havia passado uma de suas piores experiências naquele caso. Saltar no momento certo, agarrar o parapeito e realizar tudo isto com uma farda mais pesada do que o normal tinha deixado-o irritado ao um ponto estressante. Assim que a questionou, suas orelhas se mantiveram de pé e o olhar sério. O que, necessariamente, justificaria o disparo de uma arma para a pequena? Segundo seu próprio manual lido, apenas em situações extremas envolvendo civis ou em últimos casos de vida ou morte é que poderia atirar, mas ainda assim não para matar. 

Porém a pequena agora via-se num mar tempestuoso. Estavam mexendo seres hipnotizados, cujo não tinham consciência das próprias ações. 

 

- Posso cuidar de mim mesma. - Retorquira ríspida - Você sabe o que a academia faz conosco. 

- Como você pode se cuidar? - Recomeçou - Levando um golpe daquele monstro?  

- Foi uma reação dele. E eu poderia ter desviado. - Disse – Por acaso queria que eu atirasse contra ele? Matado? - Rebateu -  

- Bem, se fosse para se proteger, quem não faria isso? - Falou nervoso – Me diz se temos segundas chances? 

- É o que fazemos na primeira chance que importa! - Retrucou -  

- E você quase perdeu a sua chance hoje! - Quase gritou -  

 

O silêncio após a discussão estendeu-se por alguns minutos. Os soldados não mais estavam no andar debaixo para ouvir tal briga, os quais certamente teriam subido e os prendido pela distração de ambos. Mais que isso, agora Judy queria retornar para casa e esquecer a briga feita. Nick parecia ofegar após ter lançado suas palavras, no entanto algo em seu olhar demonstrava certa tristeza, cuja ocultava-se.   

Quando o coração se acalmou e somente os grilos cantaram, Judy quebrou o silêncio:  

 

- Nick... Se pegamos este caso, é porque damos conta. - Contou as palavras - Não vou cair tão fácil -  

- Desculpe – Recompôs amargamente - É só que – Um ruído interrompera ambos 

 

Miraram na entrada mais próxima suas pistolas de dardos tranquilizantes, ouvindo passos abafados e gigantescos. No final, Michael aparecera, procurando pelos dois desde que Ana havia emitido o último rádio. Chegando em um momento inoportuno, ofereceu-os uma saída rápida e fácil daquela bagunça toda da fábrica, afinal de contas, cumpriram a missão de comprovar a corrupção de Lucas T. A um único custo. 

Talvez para Michael que acompanhava os dois no trajeto de volta com o carro da PM fosse assustadoramente ouvir que Ana estava nas garras do cruel Clang. No entanto, apesar da terrível perda, a pequena coelha não conseguiria focar em outra coisa a não ser na discussão, cuja sofria, além disso, de uma dor de cabeça horrível e o corpo fraquejando. Não soube como teve forças para enfrentar aquele tigre de quase dois metros, o qual estava no banco traseiro, adormecido e muito vivo.  

O valor de uma palavra poderia comparar-se a uma única ação e vice e versa. Judy sabia muito bem a utilidade desta, procedendo-a sempre que possível ao tentar prender criminosos. 

Acreditando em tudo e todos em que se iniciava uma boa conversa, embora a doce inocência virou amarga ilusão durante certo caso. Do contrário, seu companheiro, do que seriam as palavras senão meras letras escritas em uma folha de papel? E, mesmo que elas influenciem, nunca se deparou dependente destas, exceto no momento da venda de sua mercadoria. Do que adiantaria seguir um manual todas às vezes, se este botaria a vida no encalço da morte?  

Para ela, as palavras ainda tinham sua capacidade a mudar situações. No entanto, não poderia negar que sentiu a vontade de terminar com aquilo tudo no momento do auge da batalha.  

Uma única verdade estava estampada em seu subconsciente. Quando o prazer da vida se esgotasse, e a escuridão predominasse, não haveria palavra que a deixaria calma após testemunhar a queda deste. Exceto pela própria presença dele ao seu lado, fitando as estrelas, como normalmente faria. Todavia, se Nick sempre permanecesse furioso por conta de suas escolhas, jamais sentiria o que apenas o coração lhe fornecia. 

Pensando a fundo e, sentindo dor de cabeça por conta disso, apesar do entrosamento e o jogo perigoso da dupla, não conseguiria firmar algo sólido. A solução seria encontrar um outro alguém na metrópole perfeita?  

 

A noite lhe dava a resposta.  

 

Os prédios permaneciam como grandes árvores cheias de pontinhos luminosos enquanto Michael os levavam para a delegacia, fazendo comentários sempre se arrependendo por não ter participado deste plano e a honra de ter a batalha ante a si. A coelha o entendia e até achava certa graça no quesito "ilusório" de honra e glória em uma luta, mas o respeitava.  

Não seria surpresa alguma quando chegaram na delegacia e não encontraram Pedro L no gabinete. No entanto, ao entrar na pálida recepção, a atendente mantinha um animal à espera que fora passada despercebida pela coelha. Sua cabeça estava tão estressada e tão ocupada com outros assuntos que não percebera ser chamada. 

 

- Me desculpe – Pediu – O que deseja? - Virou-se para olhar a onça à sua frente -  

- Sei quem você é, Judy. - O animal disse – Estavam tão ocupados na fábrica devem estar cansados. - O comentário a surpreendeu -  

 

A onça à sua frente tinha olhos impiedosos, curvos e belos, imitando uma rosa cheia de espinhos, tinha sua particularidade. O corpo cheio de curvas modestas, exceto o quadril, era disfarçado pelo jaleco branco e recheado de manchas roxas e vermelhas. Surpresa e confusa, pediu para conversar em particular com a doutora, refreando sua própria segurança. 

 

- Percebo que estão vivos. - Disse com seriedade - É um começo.  

- Como sabe quem nós somos? - A coelha perguntou o óbvio -  

- Quem não saberia? - Jogou uma revista à mesa - Além dos incontáveis anúncios nos subúrbios, Clang sabe tudo sobre vocês. 

- E você é? - Nick questionou -  

- Cientista Maria ao seu dispor. - Ela curvou-se – Clang é tedioso. - Retomou a rispidez – Soube que utilizou um de meus experimentos sem à minha permissão. - Bufou -  

- Acho que o enfrentamos na fábrica. - Judy disse – Ele realmente foi um desafio, mas ficará bem, correto? 

- É óbvio que ficará. - Redarguiu – Qualquer tolo em seu estado ficaria sob comando por um período curto de tempo. Mas ficará bem. -  

- Obrigado doutora. - Ela agradeceu – Você já nos ajudou bastante neste caso. - Tentou sorrir, mas a dor de cabeça veio à tona -  

 

Palavras não falariam a pequena ponta de felicidade que sentira ao ver que procedera corretamente, seguindo o manual. Graças a ela, uma vida poderia voltar à normalidade. Em suma, prezava pela feitoria do serviço que prestava, salvar vidas não poderia ser mais prazeroso e reconfortante. Porém, mesmo em meio ao prazer, não conseguia observar a magia anterior vista ao saber que quase perdera a sua vida. Definitivamente, o fato horrendo ainda lhe arrepiou um ou outro pelo. 

Assim que a doutora percebera os primeiros sinais da estranha fumaça em Judy, pôs-se a dar uma verdadeira aula sobre o que criou. Revoltada e inquieta, poderia desenhar fórmulas e elementos químicos se tivesse uma lousa consigo. Seguiu-se um certo silêncio após tais respostas, até bizarras, e medonhas. Se antes seu companheiro permanecia preocupado, tinha um motivo a mais para se inquietar. 

Todavia da mesma maneira, a cientista revelou trabalhar no S.C.C. É claro que a pequena acreditava na mudança que a doutora aspirava, no entanto algo em seu jeito ainda a denunciava como má. Ou perversa.  

 

- Eu não posso crer... - A doutora levou a mão a testa – Que este bastardo utilizou tudo isso... -  

- Manipulação parece estar na moda. - Nick disse - Não só nas drogas.  

- Decerto disso, Wilde? - Perguntou – Tens razão, não apenas Clang que manipula, mas Lucas T igualmente... 

- Ele será preso. - A coelha tornou a falar - Não importa como.  

- Não penses que acabaremos com isso facilmente. - Replicou – Precisamos matar dois coelh – Desculpe, duas cartadas com uma só cajadada. -  

- Olhe Maria, agradecemos todo apoio, mas você não pode se envolver. - Judy disse – Ainda é uma cidadã.  

 

Ela ergueu uma sobrancelha antes de responder que trabalhava para o S.C.C e que, provavelmente, teria muitas informações a mais que a própria PM. Mesmo ouvindo isso, a coelha recusou a ajuda. Não poderiam mais envolver ninguém naquilo, apenas em questões de como explicar ao Bogo de como uma simples doutora quis se envolver no caso seria complicado.  

 

Vocês são tão chatos... - Desdenhou longamente – Mas entendo a preocupação. Cientistas devem ser protegidos.  

 

Ao perguntar de Ana antes de sair, a pequena disse não ter nenhuma informação a respeito de seu paradeiro. Mesmo a incontestável informação dela permanecer no S.C.C, seria idiotice revelar quaisquer informações do caso para a doutora, cuja desapareceu misteriosamente. Com as novas informações, o pensamento de um ataque envolvendo o mesmo mecanismo do caso anterior estava mais vivo, mas ainda sim havia algo de errado.

Ponderando nas inúmeras possibilidades, Judy pensava em todos as lições ensinadas no manual e refletindo nas novas informações. Suspeitando de estas serem falsas e levarem para outra emboscada, não chegava a nada.  

 

- Nick, me desculpe pela discussão na fábrica... - Pedira - É só que... 

-  Apenas tome cuidado. - Ele andara para fora do cômodo - Nosso horário de trabalho acabou. Vamos? -  

 

Seu parceiro não falava ressentido ou furioso, agindo daquela maneira, não expressava nada mais que normalidade. Não era um jogo de razões pelo qual sairia vitorioso junto de um prêmio de ouvir "desculpas", no entanto se as coisas voltassem a ser como eram, pediria perdão mesmo se estivesse certa na situação.  

Nada poderia-se equiparar ao pesar de ver alguém mudar por conta de uma briga. Além, nada pode se comparar ao saber que apenas ela poderia retomar aquela magia de dinamicidade. E, ao falar aquelas palavras, não admitia que estava errada, porém admitiu que compreendia o lado de seu parceiro. 

Ao menos, fora isso que ressoou em sua cabeça ao bater o cartão e ir novamente para o apartamento decadente. Esperava acordar de manhã e receber as respostas como Maria que apareceu no escritório repentinamente, mas o duro fato da realidade permanecia em si: Isso nunca aconteceria.  

Desde que iniciou o caso sabia das incontáveis possibilidades dos perigos. Uma ameaça desconhecida junta de um grupo completamente desconhecido, fazendo experiências as quais não tinham informações. Além disto, Ana não saia de sua cabeça, imaginando as terríveis consequências de ter perdido sua parceira, pressentindo uma onda de arrependimento por não ter sido melhor. Mesmo dando tudo de si, ela sempre pensou que fora insuficiente e nem mesmo ao deitar sua cabeça no travesseiro duro pode retirar isso. Apenas os sonhos poderiam lhe reconfortar.  

Perder alguém nunca foi fácil para nem mesmo o policial mais treinado de toda academia, embora lidasse bem com a situação. A pressão por parte dos colegas não era vista em Ana, do contrário, o sorriso daquela chacal sempre lhe relembrava de que falhar era normal, a qual havia caído inúmeras vezes.  

Recordava-se ainda dos bons momentos, risadas e até desavenças. Se a saudade, que não se equiparava a saudade de seus pais, não lhe consumisse por inteira impiedosamente junto de sua consciência, permaneceria relativamente bem. Seus pensamentos julgavam-lhe pela falta de prudência, fazendo-a se sentir nada mais que uma simplória novata de volta à estaca zero, mesmo tendo seguido cada linha do Manual ao montar seu incrível plano, o qual dera certo em partes.  

Mas se nem mesmo tal sensação desconfortante poderia remendar seus sentimentos ruins, nem mesmo o companheiro poderia. Sua noite não estava sendo nada confortável, com este virado para o lado, como quem ignora o animal ao seu lado. Estimava que, no fundo, poderia contar junto a esse para continuar firme no caso, fazendo suas piadas. Caso contrário, provavelmente teria que dar adeus após a conclusão deste, desfazendo uma linda amizade. Definitivamente, era independente em quase todos os aspectos, e não poderia negar a falta de seu parceiro caso ocorresse tragédia semelhante. Tinha a certeza de que ele encontraria seu caminho sozinho, quem sabe não ajudariam-se de vez em quando noutros casos futuros.  

Os olhos pregados de sono almejavam o descanso, porém a dor nos braços e nas pernas impossibilitavam qualquer tentativa de dormir. Reclamando, andou até ao banheiro, o frio do piso de madeira a tentara impedir, porém chegou aos remédios uma hora. Ao voltar para sua cama, ninguém mais que Clang observava Nick. 

 

- Adorável, não? - Murmurou – Shh... Está dormindo. -  

 

O pequeno susto apossou-se rapidamente dela e quase largou o copo de vidro, mas manteve-se firme. Quando Clang se virou, desapareceu tão rápido como surgira. Alucinações, exatamente como a doutora Maria tinha ditado.  

 

- Podemos usar os animais para muitas coisas... Pequenina. - Ele murmurou -  

 

Ela o ignorou. Lembrou dos sintomas citados, muitas vezes alucinações de vozes e figuras estavam inclusos. Todavia ao ouvir as palavras frias do maníaco, espantou-se com a própria ideia que surgira na mente. Havia o plano perfeito para prender Clang e Lucas T, quem sabe Pedro L, em uma única oportunidade, matando duas cartadas com uma só cajadada. E, desta vez, ninguém seria capturado.  

Com um sorriso no rosto, tomou seus remédios, nunca tendo tomando-os tão armago, fez certa careta, mas os engoliu. Deitou-se confortavelmente, acompanhada de certa calma serena, qual dando certa luz aos pensamentos os quais subjugavam-na como incompetente. Iria provar o contrário a ela mesma e, quem sabe, para Clang que a subestimava, nem mesmo os roncos pesados de Nick poderiam afetar seus pensamentos. 


Notas Finais


WOOOOOOOOOW! É, eu sou péssimo ou bom com reviravoltas.
Eu diminui a quantidade de palavras pois percebi algumas coisinhas: No mundo atual que vivemos, é quase IMPOSSÍVEL ler uma obra com mais de 100 mil palavras. Decidi comparar Best-Sellers e outras grandes obras e contestei as informações entre detalhes demais e objetividade. Decidi ficar com informações exatas, precisas e detalhes apenas em alguns momentos.

É óbvio que o Drama ainda viverá na história, afinal, é o berço de toda essa obra (se é que posso chamar a O LBS de obra), mas espero que gostem da mudança. Será boa para todos!

Gostaria, por ultimo, de desejar um ótimo 2018 a todos! Começamos o ano com o pé esquerdo devido a algumas catástrofes, todavia tenho total certeza de que 2018 será o ano para melhorias! Estou com grandes PROJETOS em andamento, tal como o PROJETO-VIKING entre outros.

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Essa história abaixo eu recomendo galera! Tem uma escrita que olha... Me conquistou! Além de utilizar no enrendo seriedade e fazer críticas à nossa sociedade, assim como o filme! Brilhante, não?

Pilares de vidro. (Zootopia): https://spiritfanfics.com/historia/pilares-de-vidro-9186034

Então foi isso pessoal! Gostaram de algo? Comentem! Não gostaram de algo? Comentem para que eu possa evoluir e ajustar a história!

Sombra e água para vocês, irmãos! - Dekonado.

" - Eu nunca matei ninguém. A performance que é de MATAR." - Jhin.


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