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História Zulema Zahir, As Histórias não Contadas - A Fuga FINAL


Escrita por: HellenaAlen

Capítulo 7 - A Fuga FINAL


Final: Uma mentira verdadeira


Zulema iria garantir que Saray não estragasse tudo. Enquanto Macarena cuidaria que Fábio não estragasse tudo. Depender dessa gente toda estava me estressando. Mas no meio dessa confusão toda, eu tinha um pouco de diversão.

Já que agora todos sabiam que eu e Zulema pretendíamos nos casar, não havia tanto problema em passarmos o dia juntas.

Contei a ela parte do plano. Como os casamentos são respeitados, e a segurança é um pouco menos rígida nesses eventos. Claro que como as noivas seríamos nós duas, a segurança não faria vista grossa. Poderia dizer que seria a segurança normal. E com isso eu poderia lidar facilmente.

Marcamos a data, para a mesma tarde em que seria a despedida do inspetor Castillo. Ninguém suspeitou de nada, aparentemente era só uma coincidência.

Zulema e eu encontramos uma escuta dentro da cela alguns dias depois. Eu bem que suspeitava. Por sorte não falávamos muito lá dentro.

A noite, Zulema passou a dividir a cama comigo, eu posso dizer que ela era uma atriz excelente. A escuta ficava perto de nossa cama. E no meio da madrugada, nos cobriamos com o lençol, eu ficava por cima de seu corpo enquanto ela gemia alto o suficiente para que ouvissem pela escuta.

Depois de um teatro desses ela deitava ao meu lado como se fôssemos pessoa normais, e não presas fingindo ter relações para não chamar a atenção para uma futura fuga.

O dia do casamento foi se aproximando, Zulema não tinha quem chamar se não Saray. Que não poderia ir pois não se envolveria com a fuga.

Eu... Boa parte da minha família estava fugindo da polícia, a parte que me restava, fingia que eu não existia... Seria o casamento mais triste da história, se esse fosse um casamento de verdade... Mas não era, não éramos amigas de verdade, era tudo parte do plano. Assim que estivéssemos do lado de fora, nunca mais nos veríamos de novo.

Quando finalmente o dia chegou, eu estava nervosa, algumas presas nos ajudaram com vestido e maquiagem. Diziam que era normal estar nervosa. Se elas soubessem...

Quando finalmente eu estava em um vestido de noiva, e olhei para Zulema que também vestia um eu sorri. Nunca me imaginei casando... Era uma sensação tão estranha. Tive que balançar a cabeça algumas vezes para lembrar que aquilo não era real.

Um dos carcereiros nos levou para uma salinha onde seria o casamento. Não fariam na capela, como eu já havia imaginado, a capela era muito aberta. Não dariam a chance para que algo acontecesse. Mas assim que olhei nos olhos do padre tive que conter meu sorriso em reconhecer-lo.

Macarena de fato conseguiu fazer as ligações que eu precisava. Conseguiu contatar quem eu precisava. Estava tudo dando certo.

De um lado da sala eu podia ver 3 carcereiros, do outro lado mais 3.  Todos armados e em alertar.

O casamento correu bem, eu a aceitei, ela me aceitou. Assinamos documentos e então o "padre" fez algo que eu não esperava. Ele perguntou se eu tinha algo a dizer para a minha esposa...

-Ah... Bom... Eu... - Olhava ao redor procurando algum olhar reconfortante mas só encontrava guardas tensos prontos para pegar em suas armas. Até que olhei para Zulema que aparentava estar calma - No meio desse monte de puta eu consegui te encontrar... - Comecei tentando formular alguma coisa de improviso - Parece besteira mas, você segurou a minha mão, você me fez ter esperança quando eu já não tinha mais vontade de viver... Eu não sou o tipo de pessoa que se casa, mas cá estou eu. Casando. E gostando disso, porque agora eu sei que vou te ter do meu lado pra sempre. E isso é melhor do que qualquer outra coisa - Ela me abraçou forte em resposta, por um instante achei que ela tivesse gostado do que disse

-Fez isso de improviso ou escreveu votos pra mim? - perguntou em um sussurro enquanto ria escondendo o rosto no meu ombro

-Cala a boca - Devolvi em um sussurro enquanto ela se afastava

-Bom eu não preparei nada... Mas acho que posso falar alguma coisa... - Disse respirando fundo antes de continuar a falar - Eu sou um escorpião. Muitos tem medo por conta do nosso veneno... Não tiro a razão deles, quero dizer, é bom que tenham medo. Mas você não teve medo. Você não tem medo... Você gosta do meu veneno e isso faz de você a única pessoa que eu não quero envenenar. Porque eu nunca te faria mal.

Nada daquilo era verdade, mas eu estava adorando ouvir essas coisas.

Quando ouvi um telefone vibrando naquela sala, eu sabia que estava na hora de começar. E assim que o telefone parou de vibrar, as luzes se apagarem, eu puxei Zulema para perto do padre que me passou uma pistola.

Eu apontei a arma para a cabeça do padre, e obriguei os carcereiros a largarem suas armas e algemarem uns aos outros.

Pouco depois os guardas estavam rendidos enquanto ouvíamos gritos se aproximando.

-Temos que ir - Peguei na mão de Zulema que me me olhava confusa.

Talvez eu devesse ter contato o plano todo para ela, mas não tive tempo para isso. Ela apenas pegou em minha mão e nós saímos de lá, os portões estavam todos abertos, as luzes de emergência estavam apagadas, e eu tinha apenas uma pistola e uma noiva confusa me seguindo até o lado de fora onde entramos num furgão que saiu de lá o mais rápido que pôde.

Dentro do furgão estava meu irmão com um computador e no banco da frente meu tio no volante.

Tiramos aquelas roupas chamativas e vestimos roupas mais discretas enquanto ela me olhava confusa.

-Como conseguiu isso?

-Meu irmão hackeou a prisão... Abriu todas as portas, incluindo as das celas e as da solitária... Por isso a gritaria das presas histéricas. E por isso nenhum outro guarda apareceu, devia estar uma confusão enorme com as outras presas.

Fora o fato de que estavam com metade dos guardas trabalhando naquela tarde por conta da despedida de Castilho

-Não está esquecendo de nada? - Arqueou a sobrancelha mas eu não entendia o que ela queria dizer - Macarena? - Tentou novamente

-Agora não. Uma coisa de cada vez... - Revirei os olhos.

Macarena, Macarena... Ela ficou encarregada de cuidar das câmeras de seguranças, com o cartão do ex namorado e com o resto do presídio indo a loucura, sabia que ela não teria problemas com isso.

O único problema era tirar ela de lá... Sendo que eu já estava do lado de fora...

Essa era a parte do plano que eu não podia contar para a Zulema.

Saray... Eu prometo que cuidaria de Zulema, e que iria ver Estrela por ela. Foi tudo o que eu precisei para convencê-la a fazer uma pequena participação no plano.

E se Zulema soubesse, talvez desistisse, pelo que pude ver, a segurança de Saray era importante para ela, já devem ter passado por muita coisa juntas.

A parte de Saray era simples, e acho que ela até ficou contente com isso. Assim que Macarena se livrasse das filmagens, Saray deveria a surpreender e a espancar ao pondo de não conseguir se levantar.

Quando a encontrassem, teriam que levá-la ao hospital, isso provavelmente levaria uma meia hora no mínimo. Já que teriam que controlar todas as detentas para só então encontrar Maca.

-Eu prometi para Macarena que ela sairia de lá...

-Não deveria fazer promessa que eu que vou ter que cumprir - Logo peguei um celular com o meu irmão - Notícias do padre... - Falei mais para mim do que para eles enquanto abri a mensagem no celular - O padre disse que a ambulância saiu - Meu tio parou o furgão bruscamente e eu fui a primeira a sair de lá.

Zulema me seguia sem fazer perguntas, o que de certo modo me preocupou, mas eu estava agradecida que não teria que ficar respondendo suas perguntas.

Andamos duas quadras até um carro preto que estava esperando por nós, a chave do carro já estava no contato.

-Você dirige - Falei indo para o banco de carona

Zulema entrou no carro e ficou esperando eu lhe dizer para onde ir. A guiei até um cruzamento e a mandei esperar um pouco longe dali.

No porta-luvas encontrei remédios, curativos, anti inflamatórios... Tudo o que seria necessário se Saray tivesse feito tudo como eu mandei.

Eu estava ao lado de Zulema, e quando eu ouvi a ambulância se aproximando eu vi a cena em câmera lenta. A ambulância vinha lentamente e o furgão do meu tio vinha atravessando o cruzamento, os veículos se chocaram num acidente talvez maior do que eu esperava. Mas logo eu vi meu tio sair do furgão com uma arma na mão e indo abrir a porta da ambulância.

Eu não me movi, apenas assisti enquanto ele trazia Macarena em seus braços para dentro do nosso carro.

-Temos que sair daqui - Apressei Zulema que parecia não acreditar no que havia visto

-Para onde?

-Para onde você quiser, pode escolher o destino da lua de mel, desde que pise no acelerador agora - E então ela acelerou nos tirando de lá o mais rápido possível.

Meu tio foi enfermeiro a muito tempo, ele cuidou dos ferimentos de Macarena antes de deixarmos ele no meio da estrada com dinheiro mais que suficiente para sumir do país, sabia que ele cuidaria do meu irmão também.

Nós... Não tínhamos um destino, mas eu sentia que seria divertido independente de pra onde Zulema nos levasse.

Eu fiquei umas duas semanas com Zulema e Macarena, e de fato foi divertido. Mas eu estava começando a sentir algo por Zulema, não sei se eram por suas brincadeiras sobre a lua de mel, ou se era por sua aproximação comigo, mas sabia que não teria futuro nisso, era um sentimento inútil que eu tinha que me livrar.

Eu tinha que ir embora, então as deixei para trás.

Sabia que ficariam bem, Zulema era cuidadosa, daria tudo certo, desde que eu ficasse longe. Afinal, nunca fui boa nessa coisa de me esconder.

Por um lado eu senti que estava protegendo-as, já que eu chamava a atenção que nós não poderíamos chamar, quanto mais longe de mim, mais seguras elas estariam.

Na verdade essa foi a melhor desculpa que eu pude arrumar naquele momento.

Eu via nos olhos de Zulema que ela não acreditava, mas não se opôs.

Eu parti... Fugi da minha esposa de mentira, da minha lua de mel falsa e de um sentimento tão verdadeiro que foi me tomando por inteira.

Mas um sentimento que seria melhor esquecer.

-Espero não te ver nunca mais - Falei com sinceridade para ela que apenas sorriu

-Some logo daqui

Se eu a visse de novo, seria porque fomos pegas, então eu realmente não desejaria vê-la novamente.

E era melhor assim, antes que esse sentimento me machucasse mais. 



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