Lista de leitura As melhores da Amora!

Park Jimin era somente um humano normal, nascido nas redondezas de Busan e criado nos holofotes de Seul. Era o filho único de Park Chanyeol, um famoso empresário, e por isso era o mais cortejado entre os homens, pois a aparência angelical e inocente atraía vários olhares indecentes pela parte masculina. Contudo, Jimin nunca se sentiu verdadeiramente atraído por nenhum homem daqueles.

Isso, claro, até pôr os olhos em Jeon Jeongguk.

O homem exalava um ar predador tão excitante e perigoso que não foi sequer cinco minutos para Jimin se prender àqueles olhos negros, ao sorriso de lado e as mãos grandes, terminando, por fim, rendido aquele maravilhoso homem que não parecia ser humano de tão perfeito. O que resultou, claro, em uma noite intensa e inesquecível, cheia de paixão e desejo.

Jimin nunca esquecera aquela noite. Fora leviano e indecente, deitando-se com um homem desconhecido e sedutor, mas havia sido a melhor experiência de sua vida, mesmo que soubesse que Jeongguk nunca mais voltaria a procurá-lo e que o esqueceria no dia seguinte. O que, felizmente, jamais chegou a acontecer.

Jeongguk retornara a sua vida, semanas depois, decretando que Jimin era seu e que agora seria seu marido. Mas, assustado com toda aquela reviravolta, o Park de brinde fora surpreendido com a notícia de que, mais que um humano, Jeongguk era um lobo.

Um lobo alfa, líder da matilha mais antiga do país e o mais poderoso Jeon em décadas, que voltara para tomar o que era seu por direito.

Porque Jimin gerava seu filho.

Onze.

Era aquela a realidade da família Jeon, mais precisamente, do patriarca alfa Jeon Jeongguk e seu esposo ômega, Jeon Jimin. Onze filhotes. Onze filhotes meninos, todos alfas lúpus.

A verdade era que, aparentemente, além de lobos, eles também eram coelhos. Jeongguk não fazia ideia de como eles haviam chegado ao ponto de serem reconhecidos em todo o país como o casal com maior número de filhos homens e alfas, e nem em como seu delicado esposo havia passado por sete duras gestações. Ele somente lembrava-se de saber que seu ômega desejava uma menina, uma doce menina que pudesse rechear aquele azul imenso de um rosa bebê, e que pudesse lhe fazer comprar vestidos, sainhas, tiaras e bonecas. E que, talvez, pudesse sair com pelo menos algumas características suas, considerando que, desde sua primeira gravidez, Jimin somente via refletido em seus filhotes a imagem de Jeongguk. Nada de si, oras, e fora ele quem dera a luz!

Então, passados exatos três anos desde sua última tentativa — que resultara em um lindo alfa de fofos dentinhos tortinhos de coelho —, Jimin achara ideal tentar mais uma vez, como uma bela última tentativa. Claro, que, jogando a culpa no fato de que ele odiava números ímpares, não no fato de que, para si, a esperança sempre é a última que morre.

Todavia, estaria Jeongguk de acordo com mais uma proposta? O pobre alfa estava farto de tantas noites acordado e de tantas fraldas, mas negar um filhote era, para o lobo de um ômega, uma recusa dolorosa. Mesmo que este mesmo ômega já tivesse tido onze filhotes, sempre seria algo doloroso.

E, então, ou Jeongguk aceitava e virava pai pela décima segunda vez, ou ele negava e deixava seu ômega profundamente magoado e triste consigo. E então, o que ele escolheria?

“Só mais um, Gukkie-ah.”

Alfas Lúpus sempre foram obsessivos, frios e calculistas, além de insensíveis e predadores. Raros, e mesmo sendo a categoria mais violenta que já existiu, extremamente desejados e cortejados. Entretanto, de todos os Alfas Lúpus que já existiram, Jeon Jeongguk sempre fora o único diferente.

Jeongguk não era um Alfa violento, tampouco rude ou arrogante. O herdeiro dos Jeonʼs era alguém amável, um alfa de méritos, que nunca desrespeitou uma ômega ou as iludiu. Insanamente desejado e disputado, com inúmeras ômegas desejando serem marcadas por ele. Mas, em contrapartida, Jeongguk já possuía alguém: seu coração sempre pertenceu a Park Jimin.

O pequeno filho dos Parkʼs sempre fora um menino marrento, e mesmo que não quisesse admitir, Jeongguk sempre fora perdidamente apaixonado por ele. Porém, quando os boatos na cidade apareceram de que o Park seria um Alfa igual toda a linhagem de sua família, o coração do Jeon se quebrou. Já estava destinado que em seu décimo oitavo aniversário, Jimin seria um belíssimo Alfa, um Alfa como ele sempre almejou em toda sua vida.

Todavia, nada o preparou para a surpresa que aconteceu na primavera seguinte aos boatos que rolaram desde então: ele, de repente, fora obrigado a se casar com Park Jimin, pois em seu mais esperado aniversário, Jimin fora atingido por uma febre descomunal de um cio que se assemelhava muito ao de uma mulher ômega.

A sociedade inteira tentou não acreditar, mas foi impossível esconder por mais muito tempo; indo contra toda a ciência que já se existiu, em seu décimo oitavo aniversário, Park Jimin foi declarado um ômega.

E o pior, na concepção do pequeno Park: um ômega destinado a Jeon Jeongguk. O Alfa Lúpus que ele mais odiava e repudiava em todo planeta terra.

“— Nosso coração é um órgão que controla nossas ações e palavras através dos sentimentos, e eu nunca brincaria com ele. Principalmente depois do meu acidente, onde eu me tornei um ninguém em questão de segundos e perdi toda uma vida, a qual você fazia parte e eu nunca soube disso. — Os olhos molhados e chorosos do Park se encheram de um brilho característico, e naquele instante, uma imensidão de imagens daqueles mesmos olhos acometeram Jeongguk; sempre fora ele. — Você me trouxe uma vida em questões de dias e lembranças em questões de noites, e muito mais além disso, Jimin. Eu não posso te deixar ir e perder tudo isso outra vez.

— Por quê?

A vozinha doce e chorosa parecia ainda mais bela naquele momento, se aquilo fosse possível.

— Porque eu continuo a te amar da mesma forma que há seis anos atrás, só que agora pela segunda vez.”

Onde eles se conheceram ainda crianças, e o para sempre, sempre prevaleceu.

Onde Jimin era um homem que recém havia tido bebê, e se sentia envergonhado em amamentar seu filho na frente de seu marido, Jeongguk, que se sentia o homem mais bobo de todo o mundo vendo seu pequeno sol alimentar o pequeno mundinho deles.

Onde Jeon Jeongguk queria muito ser pai e, consequentemente, arrastava seu maridinho para as suas ideias pra lá de indecentes.

Atrás do balcão da cozinha dos sogros, no banco de trás do carro, na mesa do escritório, no banheiro da festa de noivado da cunhada...

Porque quando Jeongguk queria tomá-lo, o pensamento era certeiro: “dentro, Gukkie. Faz dentro.”

Porque, ora essa... Ele queria ser pai!

Onde Jimin nunca achou que poderia engravidar e, numa simples noite… recebe a notícia de que está grávido. De um alfa impossível demais para si.

Jeon Jimin e Jeon Jeongguk eram duas estrelas em ascensão no futebol, muito bem casados, e pais de primeira viagem — e muitíssimo jovens, inclusive, mesmo que tivessem alguns neurônios a menos. Passando, contudo, pela primeira experiência ruim, que se dera ao fato de que a pequena filha de ambos — Jyun — era muito “famosinha” na escolinha que estudava, atraindo, assim, múltiplas atenções, mas também algumas várias inimizades.

E, como os belos papais e tios babões que eram, era extremamente óbvio que eles nunca deixariam aquilo passar imune, porque ninguém ofendia a menininha deles e saía ileso.

N-i-n-g-u-é-m.

Onde Jeon Jeongguk e Park Jimin eram um casal, com uma pequena filha, enquanto tentavam conciliar o trabalho — já que possuíam um grupo com seus outros cinco amigos e tios babões da pequena criança — com a vida pessoal, amorosa e paternal. Porque Naeun era uma bebê muitíssimo bem comportada, mas se enchia de birra quando não podia mamar na hora correta. E foi quando eles tiveram de tirar a atenção dela de Jimin — a sua fonte de “alimento” — para a pelúcia dele, o fofíssimo Chimmy.

E, olhe só, deu certo. Menos quando ela viu seu papai vestido dele.

Onde os pequenos primogênitos da família Jeon se encontravam com saudades do seu papai, que era o coelho “líder”, junto de sua “mamãe”... Que, por sinal, era um homem.