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Elas caíam pesadas, tal como os passos corridos de Jongin com seus tênis de rodinhas e ele não esperava conhecer uma pessoa que fizesse seu coração bater mais rápido do que quando deslizava pelas ruas, mas Sehun poderia provar que ele não havia experimentado nem metade da estação ainda.

A lenda sobre o coração e lágrimas da deusa Freya era o que regia a cidade em que Sehun morava. Ao tornar-se o mais novo capitão dos corsários do reino de Grinde, o Oh fora convocado para participar de uma expedição: o rei queria que seus homens encontrassem e levassem até ele o coração perdido da deusa, podendo assim, tornar-se o único rei de Grinde pela eternidade.

Sehun era filho de um dos corsários mais famosos do reino de Sannes e, mesmo não querendo, acaba convencido pelo pai já aposentado a realizar os testes para ser o mais novo corsário do rei Kim. Ele só não esperava encontrar o amor durante noites banhadas pelo cheiro das flores e iluminadas pela luz das estrelas.

Essa história acontece numa cidade belíssima, cheia de prédios altos e luzes alucinantes. Numa cidade onde as noites são longas e os dias são amarelados, onde as pessoas são belas e as suas roupas sempre estão limpas. Era fácil se enganar naquele lugar, sob o efeito hipnótico do controle eficiente da informação.

Essa é uma história sobre um rapaz pobre, hackers e um governo tirano. Sobre amor materno, amizade e rebeldia. Sobre meninos perdidos, um vestido vermelho e slaps num baixo elétrico.

Mas, acima de tudo, é uma história sobre liberdade.

Vítima de uma armação, o dançarino Oh Sehun é o mais novo criado-de-bordo do Ophelia, uma das inúmeras embarcações que aportam em Maraak. Lançado em uma aventura cujas estrelas são guias, Sehun se vê cada vez mais próximo da tripulação, com destaque para Kim Jongin, o belo cirurgião do navio.

Jongin era um corsário exemplar, sempre pronto para servir sua pátria em qualquer situação que fosse. Porém, quando menos esperava que a vida fosse mais do que cumprir ordens, ele conhece Sehun e algumas histórias sobre um mundo novo. Um mundo que vai levá-lo onde nunca imaginou e fazê-lo ser, quem nunca pensou.

Seguindo a profecia que seu tataravô deixou para si, Sehun vai em busca de uma pequena ilha onde lá deve haver um baú. Determinado, não contava que no meio de seu processo encontraria um tritão que mudaria toda sua rota.

Sehun lembrava de ouvir seu pai dizer que o céu era o caminho e as estrelas o guiariam, mas ele fingia não acreditar nas palavras de um velho morto. Isso até conhecer Jongin, o filho de um “explorador”, que se dizia capaz de encontrar até mesmo o maior dos tesouros que os deuses poderiam deixar, somente lhe faltava uma coisa: o mapa. E Sehun era o melhor em ler. Ao menos, o melhor em ler as manchinhas cintilantes da escuridão.

O mito que cercava todos os seres desconhecidos daquele mar tal como o seu senhor: a epopeia de Fórcis era sem sombra de dúvidas a história que marcava cada uma das pedras daquela cidade em sua essência, seus grandes feitos eram louvados e seus erros temidos.

Os filhos de Fórcis foram sentenciados à queda ao mundo terreno com suas aparências transformadas, não poderiam mais passar pela existência humana da maneira comum.

E mesmo que a história mudasse de vez em quando, todos sabiam que ao ouvir o canto de um sereno a melhor coisa era abandonar o nevoeiro, mesmo que isso significasse voltar para uma armadilha das serpentes marinhas em pleno alto mar.

A mando da Coroa de Revninge, o corsário, Sehun recebe a missão de trazer o baú de Freya para a cidade e entregá-lo à realeza. No entanto, ao ter que trabalhar com outro corsário, Jongin, a única pessoa que possui o Mapa de Estrelas que leva até o baú, ele percebe conhecer o homem de águas passadas.