Lista de leitura 💥Temas: Janeiro, Fevereiro & Março💥

Se é no Ensino Médio que os primeiros passos para a vida adulta são dados, aqueles quatro jovens concluem, então, que a adolescência é, definitivamente, a pior fase de toda a bagunça que é crescer.

Ou um clichê sobre lidar melhor com as emoções, fazer amigos, se apaixonar e ser confuso; afinal, a inconstância da vida existe para que possamos compartilhar boas memórias.

Katsuki Bakugou estava vivendo a realidade de universitário com os bolsos apertados, havia decidido dividir um apartamento com outros desconhecidos para equilibrar as contas. 

Com a convivência, descobriu diversas manias estranhas que nunca tinha imaginado, pois novas pessoas significavam novos hábitos alheios ao seu redor, no entanto, Kirishima Eijirou, o último a se acomodar no quarto desocupado, parecia um pouco mais “normal” no cotidiano.

Claro que sua vez de passar vexame com o colega chegaria, mas Bakugou queria mesmo conhecer um pouco mais.

Bakugou Katsuki se recusava a acreditar que poderia se apaixonar. Ele era um assassino, não poderia existir um ser na terra que ele não conseguisse matar. Katsuki sabia dos perigos, ele não queria um ponto fraco ou alguém que o fizesse desejar uma vida comum.

Contudo, Katsuki também não conseguia evitar querer Kirishima Eijirou, a única pessoa que o fazia ter esperanças de seguir em frente e deixar de lado todo o sangue de sua vida.

Admirando a beleza do menor, Bakugou chegou a conclusão de que realmente não tinha nada mais excitante que Kirishima. Amava o ruivo de todo o coração, mas era difícil não ter pensamentos impróprios ao ver aquela perdição carmesim, por isso considerava Kirishima Eijirou seu maior fetiche.

Katsuki Bakugou era o maior chefe de cirurgia geral de todos os tempos, mas não se importava em colocar este rótulo como um título, tudo o que importava era o trabalho bem feito. Não precisava de reconhecimento se seu paciente não chegasse a voltar para casa.
Um marco histórico o deixa ainda mais notório como um profissional genial, mas tudo o que ele precisava depois de ganhar mais um título com suas habilidades sobre-humanas, era o calor e a compreensão de seu marido, Kirishima Eijirou, que o via muito além do palanque em que as pessoas insistiam em posicioná-lo.

Bakugou engole os palavrões a serem proferidos ao mesmo tempo em que xinga Tenya por impor uma regra como aquela ao apartamento compartilhado.

Katsuki tinha acabado de se mudar, algo maravilhoso para se livrar do barulho estressante dos bailes que aconteciam perto da casa de seus pais.

Contudo, apesar da calmaria nos primeiros dias de estadia, um casal que morava no apartamento ao lado estava quase se tornando mais insuportável do que a baderna nas ruas do bairro anterior.

Certo de que não deveria aceitar essa situação constrangedora de ouvir os atos alheios através da parede, decidiu dar uma resposta à altura, conseguindo enfim uma solução para suas noites de sono tranquilas.

Bakugou sempre achou que fosse um ômega quebrado ou que havia nascido com algum defeito de fábrica, pois nunca tinha se sentido atraído por alfas e betas. Até que em um verão, junto a Kirishima, ele finalmente entende o que há de errado... A verdade era que Katsuki se atraía por ômegas, e que estava apaixonado por seu melhor amigo: Eijiro Kirishima, o ômega mais lindo que já tinha visto.

Repetidas vezes, Katsuki evitava passar por aquela avenida; dentre tantas, era a que nutria inúmeras sensações ruins e a lembrança do que tanto o assombrava.
Saber que seu apego por um bem material tirou a vida do seu amor não era o bastante, Bakugou também se torturava com atitudes impulsivas naquela manhã.

Shinsou Hitoshi revirou os olhos ao se sentar na cadeira. Odiava que, mesmo já estando próximo da maioridade, sua mãe ainda insistia em lhe obrigar a pisar na igreja todo Natal. Naquele ano, porém, haviam se mudado, e tudo era novo — incluindo o coral natalino.
Os sinos badalando lhe davam sono, as rezas lhe deixavam entediado e, por Deus, a nuvem espessa de neve no chão e caindo dos céus lhe lembrava do quanto preferia estar com seus pais, Aizawa e Yamada, e sua irmã, Eri, comendo biscoitos e panetones em volta de uma lareira. Mas, claro que estava ali, e só poderia vê-los quando a mãe decidisse que ele estava santificado o suficiente.
Em meio a tudo, enquanto olhava para o palco de maneira tediosa, as pessoas se ajeitando lhe chamaram a atenção. Seus olhos quase saltaram para fora quando um garoto de cabelos loiros e face ranzinza abriu a boca para cantar as músicas natalinas. Ali, o seu mundo parou, seus sentidos se prenderam em admirar o loiro e nada mais importava, nem mesmo o badalar do relógio anunciando ser Natal.