tiohepereira

Aflição, agonia, medo. Essas palavras definem bem o que eu senti quando passava perto daquela casa. Um lugar sombrio que ficava bem no final da rua, perto do riacho que, na época da chuva, inundava as ruas do bairro. A casa já havia sido tomada diversas vezes pelas águas, e numa dessas enchentes é que se originou a história de assombrações.

Ele bateu três vezes na minha janela e eu fui atendido. Eu tinha por volta dos sete anos e a inocência ainda corria pelas minhas veias. Vitor fez um sinal com a mão, pedindo silêncio, e eu atendi prontamente. Ele estava na frente, me guiando na escuridão daquela cidade do interior paulista. Dois dias antes, ele me falou do seu novo esconderijo secreto: um carro velho abandonado na antiga serraria da cidade…

Eu realmente amava ser possuída por ele. Noite após noite, ele vinha ao meu quarto e realizava minhas fantasias mais secretas de prazer. Era como se nossas essências estivessem interligadas, se é que isso é possível devido a nossas naturezas tão distintas. A primeira vez que senti aquele ser noturno sobre mim, invadindo minha intimidade com um vigor e um calor tão intenso que me arrepia todo o meu corpo, só de lembrar…