girl-power

Levantou do chão, cambaleando. Acabara de ser atropelada, mas, para sua sorte, o álcool fez com que qualquer possível dor não fosse sentida. Ela estava bêbada demais para se importar com oque acabara de acontecer, ao contrário do homem que a atropelou.

“Pare, por favor.” Insistiu o jovem. “Deixe-me pelo menos leva-la ao hospital. Ou para sua casa, se preferir.” Acrescentou ao perceber que a moça de cabelos vermelhos não entraria em seu carro se fosse para ir a algum lugar que não fosse onde morava. E funcionou. A jovem abriu a porta do automóvel e jogou-se no banco de carona. Rapidamente o carro encheu-se pelo fedor de álcool. “A noite deve ter sido difícil” pensou, analisando a ruiva de maquiagem borrada e meia-calça rasgada. “Onde você mora?” Tentou quebrar o silêncio. Nenhuma resposta fora obtida para sua pergunta. Olhou para a moça que, surpreendentemente, estava dormindo feito pedra ao seu lado. Aparentemente ela não estava acostumada a beber e ele não podia deixa-la na rua, não é mesmo? Bufou, olhando para suas mãos e pisou no acelerador.

Lembro-me da primeira vez que o vi. Cabelos em um topete, jaqueta de couro, exalando perfume caro e um grande ego. De alguma forma aquela combinação me atraiu. Não estava em meus planos apaixonar-me, não. Muito menos depois de minha última experiência com o amor. Mas, aquilo acabou acontecendo, não apenas comigo, mas com ele também. Quem diria que aquele rockstar na verdade era um louco apaixonado? Quem diria que ele faria músicas para mim? E, o mais importante, quem diria que eu gostava de tudo aquilo?

Sem querer acabei descobrindo que o amor é uma droga que quando se começa a usar, é quase impossível parar. Ah, o amor. Nos transforma em loucos, mas não qualquer louco. Prefiro dizer que vemos o mundo de uma maneira diferente quando estamos amando. Ou, como disse-me uma vez, “seja cruel comigo, porque eu sou louco por você. Você me tem, querida. Mas você é minha? Alyssa, você é minha?”.

Sim. A resposta é sim. Eu sou sua, totalmente sua, Alex Turner.