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Após quebrar a boneca preferida de sua irmã mais nova, Justin encontra-se em uma enrascada quando a mesma, misteriosamente, ganha vida. O rapaz, que estava assustado e confuso, procura alguma saída, alguma explicação para o que havia acontecido. Entretanto, tudo fica ainda mais terrível quando o mesmo começa a nutrir sentimentos pela boneca. Seria possível uma boneca que nem coração possuía, retribuir os sentimentos de Justin? Caso não fosse, infelizmente, teríamos um coração partido por algo que, possivelmente, nem real fosse.

Uma grande porcentagem do oceano nunca fora estudada, o que fazia com que coisas existentes nunca fossem reparadas pelas pessoas da superfície. Após um maremoto na cidade de Gold Coast, habitantes alegaram ter visto caudas de seres quase inexistentes: sereias. Justin, um biólogo que perdera a mãe nesse mesmo acidente, ficou encarregado de verificar boa parte do mar da cidade onde habita. Ele só não sabia que sua pesquisa estaria bem ao seu lado em poucos dias, convivendo com ele como se fosse uma completa humana. Netuna havia ganhado pernas para tentar salvar seu reino das mortes que as pesquisas resultariam, a sereia só não sabia que a superfície lhe traria surpresas boas, e também ruins. Netuna não estava à salvo, talvez um deslize acabasse com todos os seus planos, mas alguém poderia a ajudar. Justin deveria apenas escolher entre sua amada e seu trabalho, sua pesquisa. Cabia a ele dar a liberdade para Netuna, ou fazê-la ficar para se tornar um experimento qualquer, ameaçando não só a ela como também toda a sua espécie.

Na vida, todos nós temos um propósito. Confesso que nem sei qual fora o meu. Eu nunca poderei descobrir o que Deus terá predestinado para mim no futuro, e lamento. Eu pensei que poderia estar aqui para ser feliz, para poder conhecer novas pessoas, mas não posso. Pensei que estaria aqui para ser amada por Justin, para deixar de ser a garotinha que sofre nas mãos dos colegas. Eu apenas pensei, pensei em tudo antes de estar livre. Antes de acabar com tudo que um dia me infernizara, antes de acabar comigo.

Em cada movimento que Anelisse fazia, um sorriso saia dos lábios de Justin. Seus olhos brilhavam cada vez mais, ele amava cada passo leve que ela dava naquele chão, liso e frio. O coração de Justin se apertava só de se lembrar que aquilo tudo acabaria um dia, que talvez, ele não veria, nunca mais, a sua bela bailarina em ação. Seu amor por ela já era notável, todos que os olhavam em sincronia, já sabiam que se amavam e se almejavam. Um simples segurança que se apaixonou por sua bailarina, era essa a posição em que Justin se encontrava. Ele queria ter a conhecido a mais tempo, a conhecido quando ela recebeu a pior notícia de sua vida. Ele queria ter estado lá para confortá-la e ajuda-la. Justin e Anelisse eram dois grandes corações, se encontravam unidos por tudo. Bombeavam apenas para que eles pudessem se amar, estarem juntos. Entretanto, um deles, infelizmente, pararia de bater da pior forma. Poderia ser então, o martírio fim da ciranda da bailarina.

De ano em ano os caçadores de más-almas visitavam o vilarejo, em busca das pessoas que eram descendentes de pessoas ruins, ou em busca das próprias pessoas com as almas obscuras e más. Justin havia vindo de uma família pecadora e justiceira, uma família ruim. E, quando nasceu, sua mãe lhe presenteou com uma capa da cor vermelho-sangue. Rezava a lenda que, todos que usassem essa capa teriam suas almas escondidas dos caçadores, e assim, passariam despercebidos. Contudo, a regra que sempre fora cumprida pelas poucas pessoas que usavam a capa, fora quebrada por Justin. Ele fez tal ato para proteger sua amiga e amada, Surya, quando os caçadores foram fazer a busca. Pois, assim como Justin, Surya possuía uma má alma, pecadora e obscura.

[TRABALHANDO EM LIVRO/ORIGINAL] Segundo a cultura indiana, as mulheres só poderiam ter seu primeiro beijo e sua primeira relação sexual após estarem completamente entregues e comprometidas com um homem: seu marido. Entretanto, com Aditya fora diferente. Ela havia caído na tentação do desejo e deixou-se levar pela luxúria, acabando por pecar pelos olhos de muitos. Ela havia se esquecido das regras de seu país assim que conheceu Justin, um fotógrafo designado a fotografar a Índia e seus costumes. Aditya havia sido atraída para o inferno que possuía olhos castanhos, e a mesma não queria que tivesse volta.

Prever, isso era algo que cabia à Clarice à todo o tempo. Ter visões de acontecimentos futuros pertencia ao seu ser, era algo que já havia se tornado parte do seu cotidiano. A mesma nunca havia tido uma visão errada, algo que realmente não acontecesse. Até ela ter a sua última visão, a qual ela tanto havia se limitado a pensar, a qual ela tanto temeu acontecer. No fim, Clarice viu que tudo o que a mesma havia feito, fora por si mesma. Viu que a morte esteve presente em seus olhos a todo o tempo, ela apenas não havia a enxergado como devia.