Era a forma como o céu estava tingido de marinho e o tempo estranhamente ameno para um fim de tarde de inverno que me fez ter uma recordação muito vaga. Um sentimento à espera de ser compreendido. Nunca o entendi.
“É que… É uma cidade tão pequena e, sei lá, nunca te sentiste fora de sítio, deslocado, como se não te sentisses em casa?”.
Jackson parece satisfeito com a sua permanência na cidade de Darwin, bem a norte da Austrália, onde vive grande parte da sua vida e da qual não sente coragem de sair. Com um melhor amigo e com a entrada de Oliver na sua vida, Jack, se interiormente se sente encurralado naquela cidade, tenta evitar os pensamentos de fuga o mais que pode e camufla os medos com mentiras interiores de conforto e bem estar em Darwin.
Quando ganha coragem de sair finalmente da sua terra por um curtíssimo intervalo de tempo e conhece Manhattan com Oliver, esse novo lugar torna-se num pensamento arrebatador que Jack tenta combater.
No entanto, entre questões familiares, um medo absurdo de deixar Darwin, com um desejo tremendo de se sentir autossuficiente e, ao mesmo tempo, com a questão intermitente de onde será o seu verdadeiro lar, Jack tem que decidir se deve deixar o conhecido para trás e aqueles que, apesar de tudo, lhe fazem tão bem e partir finalmente numa viagem para encontrar coragem fora do lugar onde sente não pertencer.
Uma história sobre o destino, a felicidade, a busca por plenitude, amizades, amores e, essencialmente, sobre as pequenas coisas e o que nos faz sentir, verdadeiramente, em casa.
O komorebi desliza-nos pelos rostos, ombros, corpos. O olhar aprisiona-se no chão, onde as luzes e sombras bonitas se espalham por entre a folhagem. E depois, por isso, e mais uma vez, a solidão futura e imaginária, talvez, invade-me.
A vida parece-te tão longa, pequena. A ilusão da perpetuidade deixa-te serena e queria dizer-te que somos efémeros e que não tarda nada, quando fechares os pequenos olhos e os abrires num dia novo de mil oportunidades e esperanças, poderás ver que eu os fechei e não os voltei a abrir.
A vida é um sopro, apetece-me contar-te. Mas há tanta beleza na infinidade da vida, não é?
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