Charliey

Park Jimin era uma pessoa completamente normal. Com seus 21 anos, conseguira um bolsa de estudos em sua tão sonhada faculdade de pediatria, tinha um emprego estável com um bom salário numa livraria no centro da cidade. Era completamente normal, exceto por uma coisa: sua paixão obsessiva por gatos.
Com dez gatos, o loiro pensava que sua vida não poderia ficar mais complicada e confusa, mas ficaria. Após a chegada dos irmãos gêmeos, Jeon Jeongguk e Jeon Jung Hyiun na faculdade, a vida do baixinho viraria de pernas pro alto, este estivesse ou não preparado para isso.

Eu gosto de você, mais do que deveria gostar
Eu te amo, mais do que deveria amar
E eu sinto a sua falta, mais do que deveria sentir

Não tinha a companhia de sua mãe, pois essa vivia pra trabalhar, vivia por si mesma. Seu pai se foi quando tinha 5 anos, quando teve sua primeira complicação na saúde, ele havia arrumado outra mulher durante o tempo que o ruivo e sua mãe haviam ficado no hospital, e claro, ela o culpou. Não tinha amigos no colégio e muito menos fora dele. Onde morava não tinha crianças na rua, então sempre brincava sozinho. Depois, viveu em um hospital metade de sua adolescência porque uma doença havia se instalado em seu corpo. Ela tentava fazer o coração de Jimin parar de bater. Tentava fazer os seus pulmões pararem de funcionar. Havia se instalado no corpo saudável de Park Jimin, uma doença que queria tirar-lhe a vida. Então sempre pegava se perguntando, onde deveria estar a vontade de viver?
E foi quando ele apareceu. O garoto moreno e alto. Que tinha um sorriso encantadoramente infantil, tinha olhos que brilhavam feito estrelas no céu, apesar de arrogante e orgulhoso tinha um coração tão puro, que deixava Jimin encantado. Ele foi e ainda é, a pessoa qual o ruivo mais amou.
Foi naqueles olhos e naquele sorriso, foi em Jeon Jeongguk, onde Jimin encontrou sua vontade de viver.

Park Jimin um ótimo garoto que perdera o pai com 19 anos, tendo que se tornar o homem da família, mesmo que já fizesse esse papel antes. Desde que seu pai morrera, havia se tornado voluntário junto com algumas outras pessoas para trazer alegria à vida de crianças com câncer do hospital. Ele não tinha muitas ambições ou desejos, não, até conhecer Jeon Jeongguk.

Preso a uma cadeira de rodas desde seus 17 anos, depois de ser vitima de um assalto, o antes ativo e esportivo Jeongguk, desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que o Jeon não sabe é que Jimin está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

"Eu estava quebrado em milhões de pedaços
Até você me dar foco
Astronomia ao contrário
Fui eu que foi descoberto
Eu pensei que nunca iria te achar
Quando de repente eu te vi..."

Oh, querido, você se lembra da promessa que fez? E onde está você agora? Eu prometi e ainda estou aqui, morrendo lentamente... morrendo de saudades.

“ O que ele mais gostava era de dias chuvosos. Ele não precisava se esconder em lugares escuros e sujos por medo. Quando há chuva, não há perigo. Porque com medo da chuva, todos os outros se escondiam.”

Park Jimin nunca tivera uma vida fácil. Conturbado e cheio de problemas, ele se vê perdido. Mas mesmo assim, algo dentro do rapaz dizia para que não desistisse de viver, não desistisse de lutar.
Coincidência ou não, ele acaba conhecendo Jeon Jeongguk, alguém que deixaria uma grande marca nele, sem que ambos pudessem imaginar.

Você se lembra daquele mês de inverno, aquele que me levara até tua casa, que me fez chocolate quente e assistimos filme agarradinhos de baixo do cobertor? Depois você disse que iria tomar banho e eu me ofereci a ir contigo? Se lembra que eu lavei teu corpo todinho naquela água quentinha olhando em teus olhos e te desejando? Sussurrei pra ti; “Tu me deixa, algum dia, ter todo esse teu corpo branquinho e pequeno apenas pra mim?” você sorriu envergonhado e concordou. Não trocamos mais palavras, apenas beijos. Eu encostei minhas costas na banheira e tu encostou sua cabeça em meu peito.

Nem sempre nosso apartamento era preenchido pelos sons de suas risadas se misturando com a minha, da sua voz cantando nossa musica preferida sendo acompanhada pela minha mas começou a acontecer depois de um tempo. Mesmo que ainda houvesse os nossos gritos das brigas, seus soluços e meus xingamentos, logo em seguida vinham os nossos gemidos se misturando com o rangido da cama. É incrivelmente bom sentir o teu corpo pequeno abaixo do meu, tua pele queimando sobre a minha. Teus lábios sobre os meus. Teu corpo completa o meu, o teu coração quente completa o meu frio.