Ersiro

O Marido do meu Irmão é quase uma obra paradidática à cultura LGBT+, especialmente no que tange as páginas especiais dedicadas às explicações do personagem Mike com conteúdo informacional sobre o grupo e sua luta.
A história trata sobre preconceito, ressignificação de conceitos tradicionais e naturalização de relacionamento entre pessoas do mesmo sexo de modo sutil e delicado, com uso de narrativa simples e acessível, por meio de acontecimentos corriqueiros do dia a dia mediante contraste de ideias entre um adulto e uma criança.
Aborda os temas relacionamento familiar e morte com enorme elegância e suavidade, transmitindo uma explosão de emoções.
Da minha experiência pessoal de leitura, vejo um contraste enorme de linguagem e postura dos personagens de um mangá como este e um shonen, onde há muitas problemáticas a serem observadas como hipersexualização da mulher, misoginia, homofobia e falta de representatividade além do padrão homem hétero e cisgênero.
Possui cenas de nudez não explícita e ainda me é caro o porquê da classificação indicativa para maiores de 18 anos, podendo limitar o acesso à informação valiosa que a obra registra sobre a comunidade LGBT+.
É esta uma obra que reflete o desejo da comunidade LGBT+ em ser compreendida e não mais demonizada, em ser amada, respeitada e não mais odiada; além da esperança que as novas gerações carregam no avanço da compreensão e erradicação da opressão sofrida pela pluralidade de identidades de gêneros e orientações sexuais.
A edição da editora @editorapanini é um primor de qualidade gráfica e tradução.