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Emma sabia que sua cor favorita era vermelho. E que todas as noites procurava por uma estrela em especial no céu, a primeira a surgir e última a sumir. Sabia que seu sorvete favorito era o de morango e que todas as manhãs antes de sair para ensaiar gostava de ovos mexidos e de conversar com Antônio e Zelena sobre as notícias da cidade onde estavam no momento.
Tinha noção que as flores possuíam significados, mas sua favorita era o girassol. Sabia que a cicatriz em sua nuca era um mistério e a de seu braço a deixava confusa.
Emma sabia que as estrelas eram um mapa, que o A deveria ser puxado para a direita e que um artista deveria ter sua musa. Sabia como posar para um, mas como se nunca havia conhecido alguém que pintasse?
Ela sabia que as cores se misturavam e que o vermelho significava perigo, energia e guerra. Mas também sabia que significava amor.
Sabia muito sobre Manet, Millet, Caravaggio e Rembrandt, mas sentia que havia esquecido tantas outras mais. Talvez as mais importantes de toda sua vida. Nunca se considerou aventureira, mas dessa vez buscaria por uma.
Não sabia o que ia encontrar, mas sabia que precisava lembrar. Somente temia que o que encontrasse desmoronasse tudo o que sabia ser real sobre si.

“Então, o que vocês, seus pequenos maníacos, gostariam de fazer primeiro?”

Jennifer Jareau levantava todos os dias sabendo que estava vivendo em um mundo selvagem. Em algum momento as jaulas se romperam e tudo pareceu se transformar em um lugar onde só o mais forte sobrevivia, ela não tinha certeza se era um dos mais fortes.
Enfrentando a dor da perda, daquele sentimento de falta, ela continuava andando entre prédios de uma selva de pedras onde o perigo estava em todas as esquinas, ela nem ao menos sabia porque queria tanto viver. Odiava política e, política está em tudo, detestava o metrô lotado, mas seu carro não saía da garagem, seus pensamentos eram como um buraco sem fundo dentro da própria cabeça. Ela nem sabia que odiava tanto abraços até todos não pararem de abraçá-la.
Até Emily entrar em sua vida.
Desde então, tudo o que Jennifer quer é que Emily a segure naquele selvagem, selvagem mundo.

A Agente Jereau nunca imaginou sua vida sem Emily Prentiss, nunca quis imaginar, nem sabia se podia.
Mas Emily Prentiss agora estava morta e JJ precisava de seu amor de volta.

Querida Emma,
Apesar de estar endereçada à você, essa é uma carta para a saudade.
Eu não sei onde você está e agora quem me acompanha é a saudade que eu tenho de seu sorriso brilhante. Eu não sabia que podia doer tanto, eu não sabia que a saudade era algo que eu podia tocar, ou que podia me tocar, até ela fazer um carinho em meu ombro, se sentar ao meu lado e me dizer que ficaria comigo até o dia que você voltasse.
Essa é uma carta para a saudade, porque eu temo que ela seja minha nova companheira. Porque eu estou com saudade de você.
E se, mesmo sem te entregar, eu soubesse que você leria essa carta, eu diria, por favor, volte. Volte para o outro lado do corredor, para a bancada ao meu lado no laboratório, para a pista de corrida que parece tão parada quando você não está.
Volte para mim.
Porque eu estou com saudades e escrever cartas não é mais tão interessante assim.
R.M

Giovanna não acreditava em destino, mas tinha algo sobre Fernanda que ela só poderia acreditar que tudo aquilo tinha sido premeditado ou programado por algo muito maior que elas. E desde que conheceu a carioca, tudo a fazia pensar que sim, era destino.

Clara nunca tinha imaginado uma vida sem Theo. Sem seus toques grossos ou palavras ácidas.
Ela nunca tinha pensado que não era feliz ao seu lado. Ela nunca tinha reparado o quão machucada estava.
Até Helena chegar e mostrar que o amor não doía, não feria da forma que Clara achava que feria.
Foi com Helena que Clara soube, que amor era o que sentia quando olhava para a mulher e não o que sentia quando Theo a tocava antes de dormir.

Se Regina Mills previsse o futuro, ela diria com toda certeza que Emma Swan seria sua morte.
Não precisava de muito para saber disso, mas todas as resoluções acabavam nessa certeza, e se perguntassem ela diria que não queria sair daquela bagunça.
Ela não poderia.
A loira era como um imã. Atraía a todos, atraía confusão, atraía relações fáceis, atraía Regina com um estalar de dedos. Um olhar sobre o ombro e a morena ajoelhava sobre seus pés.
Regina sabia que Emma era um perigo.
Mas não podia se importar menos com essa certeza.

Confesso amar a armagura de versos
O amor das palavras
Mas são apenas palavras
Que eu apenas senti demais.