kidol

Kihyun dedilha o vidro da janela como se pudesse tocar as gotas roxo-uva que escorrem lentamente até atingir o chão. O temporal indicava o encerramento de um capítulo ao qual não se sentia pronto para concluir.

Chaeyoung diz que fui embora há tempos, mas fantasiei minha estadia no mesmo lugar, procurando emoções vazias. No entanto, enxergando a realidade fora das lentes do mundo criado em minha mente, percebo que, talvez, jamais cheguei a realmente estar aqui.

Moro numa miúda casinha de madeira com três cômodos além de um banheiro minúsculo. As paredes feitas de tábuas recém tingidas de verde-esperança, carregam uma variedade de memórias, as quais me apego como recordação da sensação outrora esquecida de sentir-me viva, com um coração agitado no peito.

Às três e três da manhã, numa quarta-feira tempestuosa, em seu quarto miúdo, carinhosamente apelidado de planeta particular (ou seria apenas um asteróide?), Heeseung reflete sobre suas duas décadas de existência, acreditando estar diante do fim inevitável.

Quando se está preso numa ilusão idealizada, o mundo real torna-se cada vez mais assustador, como uma ameaça iminente. E embora haja esforço para escapar, a realidade continuará existindo, sendo um fantasma persistente.

Jungwon passava o dia inteiro tirando foto no espelho porque era bonito. Era mesmo. Ia fazer o quê? Negar?

Às seis da tarde, sob um céu semelhante à pintura a óleo, observando o quintal pela janela da cozinha, Heeseung e Jake encontram conforto entre a paisagem crepuscular e conversas agradáveis.

Minjeong tem uma revelação bombástica — e isto tudo na clareira úmida da cidade, onde tudo está abraçado por árvores, pinheiros secos e um clima denso-mórbido —, fazendo Jimin tremer totalmente na base como se estivesse inserida naquele romance vampiresco lá. No entanto, aparentemente tod’essa tórrida situação não passa de uma piadinha de mau gosto de Minjeong, naturalmente sagaz, mas não é como se Jimin também não pudesse tirar proveito da coisa toda…

Como diria a Nicha Yontararak: “Oh, meu Deus!”.