mrsreggie

O amor sempre foi um assunto complicado e borrado nas bordas para Evan. Normalmente, em lares saudáveis, as crianças crescem já tendo uma boa ideia do que é o amor. É o sentimento que enche os olhos da mamãe quando ela me pega no colo. Está no sorriso do papai quando ele me vê em meu terno para o baile. Para Evan, o sentimento que enchia os olhos de sua mãe quando ela o pegava no colo não passava de um desgosto profundo, não realmente relacionado a ele, mas sim ao que sua vida havia se tornado após casar e ter o primeiro herdeiro Rosier. O sorriso de seu pai quando o via em seu mais novo terno, não para o baile, porque os Rosier eram ensinados de forma domiciliar, mas para uma reunião de negócios que seu pai insistira que acompanhasse, não passava de escárnio. Raiva, se você prestasse um pouco mais de atenção em como as bordas do sorriso estremeciam nos cantos. Então, sim, amor nunca foi algo definido para Evan, algo que ele compreendia. Ele evitava pensar no assunto. O amor nem era tão importante assim.

Após fugir de casa após mais uma briga com seus pais, o loiro se encontra numa feirinha local na cidade vizinha. É quando ele o vê pela primeira vez: cabelos tingidos de preto com uma raiz loira começando a aparecer, tatuagens espalhadas por todo o corpo, um piercing argolado no nariz e os olhos castanhos mais profundos que Evan já havia visto. Se apaixonar nunca esteve em sua lista de planos para aquela viagem, e passar a viajar pelo país com um estranho em busca de algo que lhe era totalmente desconhecido — o amor — também não. Céus, Deus definitivamente deveria estar rindo dele no céu naquele momento.