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Yuji estava tendo sérios problemas com seu primeiro dentinho que estava querendo cair, fazendo seus pais entrarem em desespero. Passariam mais uma madrugada acordados, visto que a dor do dente incomodava a criança para dormir. Porém, Kento teve uma idéia genial, que caso fosse aceita por Satoru, envolveria o doce favorito do pequeno e uma fantasia vergonhosa que um deles seria obrigado a usar, mas sempre por uma boa causa, lógico.

ㅤTodos nós temos algo que só de lembrar, bate aquele constrangimento ou vergonha alheia, com Kento Nanami não seria diferente. O loiro guardava em sua mente todos os detalhes de quando perdeu sua virgindade com o namorado, Saturo Gojo, e desde esse dia, ele entendeu o verdadeiro significado de lembrança vergonhosa.

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Embaixo daquele fenômeno, tão natural, Kento ouviu as palavras que destruíram seu coração. Contudo, ele sabia que Saturo, em parte, não tinha culpa. Afinal, o jovem possuía seu próprio coração preso a uma paixão antiga e esquecer isso do dia para noite não era uma tarefa fácil. E mesmo que a situação em que se encontrasse parecesse angustiante, a frase que sua falecida mãe lhe dizia, nunca fez tanto sentido quanto naquele momento: “Amores sempre vêm e vão, são como as aves de verão.” E se Gojo precisava lhe deixar para que fosse feliz, então que o fizesse. O adeus machucava, mas deixaria o albino ir sem arrependimento, deixaria-o ser feliz e logo aquela sensação de vazio passaria como o inverno.

Kento Nanami era uma rachadura. Sentia-se incompleto desde uma perda terrível em sua vida. Satoru sofria em silêncio, e seria ele capaz de amar Kento, mesmo depois do que ele havia tentado fazer? Nanami sabia a resposta, bastava apenas saber se seu companheiro o conhecia tão bem a esse ponto.

ㅤㅤAh, Gojo sente tanta saudade. Tanta falta dos cabelos loiros brilhando no sol, enquanto esparramados por seu peito, todas as manhãs. Sente tanta falta dos abraços de urso que sempre dava no amante, mesmo em meio às reclamações alheias. Sente tanta falta dos sorrisos debochados; dos olhares reprovativos direcionados a ele quando fazia algo bobo; do revirar de olhos das obes amendoadas que vinham antes do loiro se render e dar lhe um beijo carregado de carinho, junto a um sorriso bobo. Sente tanta saudade que se pergunta: “Ainda vale a pena, se você não está mais aqui comigo?”

Eles não tinham nada a ver um com o outro. Para falar a verdade, Nanami odiava Satoru. Não o levem a mal, ele o admirava como um profissional, sabia que não existia ninguém mais qualificado que ele naquela empresa. Mas não existia a mínima chance dele respeitar alguém que conseguia ficar tão animado numa segunda de manhã.