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Quando Jisung vê o superior que odeia em uma situação inusitada, desejos confusos começam a lhe perturbar e ele precisa lidar com uma verdade difícil de admitir.

E, no fim, nem sempre as almas gêmeas estão destinadas a ficarem juntas. Elas podem se conhecer, se amar, mas, no fim, o destino pode ser cruel. Porém, na próxima vida, talvez possam ficar juntas.

Hwang Hyunjin havia entendido exatamente o que estava acontecendo, já do outro lado, Han Jisung parecia ignorar completamente todos os sussurros de sua alma gêmea. E embora Hyunjin desejasse contar ao outro toda a verdade, simplesmente não podia, afinal as regras eram claras: para que desse certo, ambos precisavam perceber sozinhos e para o azar de Hyunjin, sua alma gêmea era extremamente sonsa.

Completar 24 anos é um feito e tanto, principalmente se levar em conta que é com essa idade que os jovens ganham a visão e se tornam capazes de enxergar as cores das almas ao redor, o que facilita entender emoções e principalmente encontrar sua alma gêmea na mistura de cores.
Felix não ansiava por alguém que fizesse sua alma vermelha mudar de cor, enquanto tudo que Jisung esperava era que sua alma amarela ganhasse um lindo tom de verde, mas odiou quando simplesmente o mundo ficou laranja.

O sistema de premiação da Soul Delivery Service para quem realizasse o maior número de entregas por mês tornava a rivalidade entre os funcionários muito pior. De tantas farpas que trocavam, virou questão de honra para Han Jisung e Hwang Hyunjin conseguirem o título tão inútil de melhor entregador. Ao menos até o destino resolver intervir e reunir ambos em uma missão: irem juntos entregar uma remessa de mais de cinquenta pizzas em um evento perto da entrada da cidade.
Se antes eles já não iam com a cara um do outro, após trocarem o primeiro beijo, perdidos no endereço do cliente, passaram a se odiar mais ainda. De mentirinha, lógico, porque eles eram predestinados.

Jisung sempre se sentiu incompleto e, em um momento de desespero, pediu à fonte dos desejos que lhe revelasse sua alma gêmea. Para sua surpresa, os sonhos que começou a ter mostram quem é essa alma gêmea, mas ele nunca imaginou que se tratava de um agiota enigmático.

Jisung não suportava Seungmin, o seu colega de trabalho irritante que adorava o tirar do sério. Sempre deixou claro para si mesmo que tudo o que sentia por ele não passava de um ódio imenso por todos os momentos de provocações que tinham. Mas, ao de repente ter os seus olhos abertos para uma nova possibilidade, percebeu que, talvez, o que sentisse por ele fosse mais do que uma intensa antipatia.

Jisung retorceu o nariz ao perceber a tatuagem mal feita gravada em sua pele.
Estranhamente o rapaz de braços fortes tinha um dom de causar em Jisung um comportamento bastante atípico. Até porque: um, Jisung jamais agia com grosseria ou de forma pouco educada. Dois: Jisung amava os desenhos feitos por Jeongin, seu sobrinho de quase quatro anos de idade. Portanto, o problema não era a tatuagem, o problema era a presença de Seo Changbin.

Hyung, se você estiver lendo isso, eu tenho um último pedido: não culpe as flores!

Han Jisung chamava atenção por onde passava, não só por sua beleza. Talvez se sua profissão fosse outra, ele não se destacaria tanto, mas não teve essa sorte. Sofria os efeitos de ter uma alma gêmea compatível, após os 20 anos de idade a cor de seus cabelos começou a mudar para a cor favorita de sua alma gêmea, o que o fazia se questionar frequentemente por que sua alma gêmea não poderia gostar de preto ou algo do tipo. Tinha que ser logo verde? Mas precisava admitir que era um pouco hipócrita em querer que sua alma gêmea tivesse uma cor favorita mais discreta, afinal ele mesmo não gostava de cores consideradas neutras, e sabia que nem todo mundo iria gostar de andar por aí com um cabelo vermelho cereja, sua cor favorita.