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Jongin nunca imaginou que pudesse existir algo mais perigoso que seu estilo de vida carregado de assaltos intergalácticos e marmanjos procurados de outros planetas, mas o "gato" de seu sobrinho provou o contrário quase que num passe de mágica. Literalmente.

No milênio da tecnologia — também chamado de Era Fantasma —, Oh Sehun anda equilibrando-se na linha tênue entre sobreviver e, de fato, viver. Graças à frágil herança genética dos seres humanos, ele, assim como milhares de outros infelizes, sofre com uma doença degenerativa. Negligente, descuidado e cansado de suas visitas frequentes ao hospital, o Oh acaba recorrendo a uma solução mais prática para tratar da sua doença: um androide.
Contudo, com o passar dos dias e a convivência com uma inteligência artificial que vai além da sua compreensão, ele começa a se perder entre o que é real e o que parece ser.
Mas, afinal, o que significa estar vivo? E, acima de tudo, o que significa ser humano?

Vida.
O que é estar vivo?
Jongin era enfermeiro em uma clínica especializada em criônica e, para ele, essa pergunta é muito mais complexa do que parece. Sua maior curiosidade era acerca de Oh Sehun, um dos pacientes mais antigos daquele lugar que, depois de séculos submerso em nitrogênio, finalmente tem a sua oportunidade de voltar à vida. No entanto, algo estranho acontece e Sehun acaba sendo alvo de inúmeras instituições ao redor do mundo.
Mal sabia Jongin que, no dilema de ajudar aquele paciente, estavam implícitas as respostas pelas quais ele vinha procurando há muito tempo.
E em meio a avenidas e plataformas, biohackers e organizações criminosas, as ventanias soltas corriam pelas metrópoles que não dormem.

Essa história acontece numa cidade belíssima, cheia de prédios altos e luzes alucinantes. Numa cidade onde as noites são longas e os dias são amarelados, onde as pessoas são belas e as suas roupas sempre estão limpas. Era fácil se enganar naquele lugar, sob o efeito hipnótico do controle eficiente da informação.

Essa é uma história sobre um rapaz pobre, hackers e um governo tirano. Sobre amor materno, amizade e rebeldia. Sobre meninos perdidos, um vestido vermelho e slaps num baixo elétrico.

Mas, acima de tudo, é uma história sobre liberdade.

Numa terra distópica habitada por seres noturnos e governada por Ira – um titã renascido das profundezas do Tártaro – os poucos humanos vivem escondidos. Jongin, um caçador de recompensas, e Sehun, um soldado das Forças Armadas Americanas que vaga pelo mundo matando Fúrias, se conhecem e começam uma jornada para destruir Ira e devolver a paz para a Terra.

Sehun, um dedicado médico no auge de sua profissão, propõe ao Conselho de Medicina um transplante de órgãos, algo que poderia não só revolucionar o mundo, mas salvar milhares de vidas. A rejeição de seu projeto, porém, não foi o único acontecimento a lhe desestabilizar, pois o resultado de sua frustração foi a criação de Kai: um "monstro" híbrido, fruto de seus testes e experiências que poderia dar credibilidade ao seu trabalho, mas também lhe trazer problemas.

Uma missão fora do comum faz um Capitão de carreira ilibada ter de lidar com um Subtenente problemático. Uma ancoragem questionável faz o estresse — e quem sabe algo a mais — vir à tona.

Certificando-se que mais ninguém os ouvia, Sehun observou Jongin convicto. Tudo o que estivesse fazendo a partir dali, poderia trazer consequências de vida ou morte.
— Você quer saber no que eu acredito?
O outro assentiu.
— Acontece que eu não acho que somos apenas pacientes, como eles dizem.
— E o que mais poderíamos ser? — mesmo sem intenção, soou zombeteiro.
— Acho que somos cobaias, Kai. Todos nós. — Sehun respondeu à indagação numa voz sussurrante, de quem revela um trágico segredo.
O moreno piscou duas vezes, tentando assimilar o que lhe foi dito.
— Me conte mais sobre isso — pediu por fim.
E Sehun contou.