Fanfics de Hannibal - Concluídas - Tag Romance

"Will tinha feito questão de escolher o melhor dos vinhos para o jantar.

Ele sabia do que Hannibal gostava e se havia algo que o Lecter apreciava era uma bela bebida fina e de alto preço. O Graham desejava agradar o psiquiatra com aquele pequeno presente, porém, as intenções do agente não eram as das mais puras. Ah não, não eram mesmo. O homem não estava fazendo aquilo somente por bondade ou por ter perdoado o Lecter após a facada nas costas que tinha recebido.

Na verdade, o perdão estava longe de si. O que Will verdadeiramente buscava era vingança. Uma bem doce e da qual poderia desfrutar por um belo tempo. Ele queria que Hannibal lhe pagasse da mesma forma. Queria o mais velho atrás das grades após Hannibal tê-lo colocado em um hospício, fazendo com que Will fosse acusado injustamente de assassinatos que nunca havia cometido, fazendo o Graham duvidar de sua própria sanidade mental."

"Hannibal cortou as quatro romãs com muito cuidado e de modo simétrico.

Ele sorriu para si mesmo enquanto colocava as frutas em um prato que era perfeitamente branco e feito da mais fina porcelana. O Lecter se sentia bem satisfeito com a própria escolha, que fora repensada várias vezes para aquela noite.

O psiquiatra queria uma sobremesa que tivesse um significado por trás, algo que pudesse dar a Will pistas sobre o que ele sentia pelo Graham. Hannibal gostava de flertar de modo sutil com o agente do FBI, principalmente por saber o quanto o mais jovem era inteligente.

E naquela noite estavam apenas os dois na casa do Lecter, o que deixava Hannibal um pouco mais “ousado” e livre. O homem pegou talheres de prata polida e seguiu para a sala de jantar, vendo que Will permanecia sentado de modo paciente. E como sempre, o moreno estava muito bonito e até mesmo elegante, usando um terno de tom azul escuro que realçava o tom sua pele branca e de seus olhos."

"Will suspirou, finalmente terminando de varrer o quarto de Hannibal.

A luz clara e quente da manhã invadia todo o ambiente grande e bem decorado, aquecendo o cômodo do rei. Ainda era cedo, o dia havia apenas se iniciado e o Graham tinha mais tarefas a realizar no castelo, como cuidar dos cavalos do Lecter, ajudar a preparar a comida e limpar outros cômodos. Ele nunca parava, mas, já estava habituado a rotina intensa. Claro que era cansativo, mas, o jovem de vinte e dois anos não tinha do que reclamar. O Rei o tratava muito bem.

Hannibal era gentil. Um governante muito sábio e justo. Liderava com a mente e com o coração. E Will o admirava. Realmente o admirava. E o amava também. Amava muito mais do que deveria e sabia que aquilo era errado, mas, o Lecter também o amava. Os dois tinham um relacionamento secreto e bem discreto, pois sabiam bem que homens como ambos não eram bem vistos pela sociedade daquela época. E se soubessem que o Rei andava dormindo com o próprio criado, ambos poderiam ser condenados a morrerem enforcados. Fora que Hannibal era casado com Alana."

"Hannibal conhecia bem demais aquele tipo de sentimento.

Chamava-se ciúme. E aquela emoção parecia uma espécie de monstro obscuro, de olhos vermelhos e que enfiava as unhas no estômago do Lecter, incitando-o à raiva. O homem cerrou o punho devagar, como que em um rápido reflexo ao ver a doutora Alana tão perto de Will. Perto de algo que pertencia ao homem.

Hannibal estreitou os olhos, como um predador astuto, analisando cada movimento de seu amante e da Bloom. Seus dedos tamborilavam devagar na tampa da mesa, ansiosos. O Graham riu baixo de alguma coisa que Alana disse. O monstro dentro de Hannibal se retorceu devagar, parecendo rosnar. A pulsação de Hannibal aumentou. Suas pupilas se dilataram de modo furioso."

"Hannibal não se considerava um homem ciumento.

Porém, quando se tratava de Will, o Lecter poderia perder facilmente toda a boa postura que insistia em mostrar e toda sua frieza e toda sua indiferença eram deixadas de lado, tornando-o cego por alguns momentos obscuros.
E naquele momento, o Lecter não gostava de saber que o Graham estava sendo alvo dos desejos do Grande Dragão Vermelho. O homem considerava tal coisa um ultraje, principalmente pelo fato de tal vil criatura tencionar machucar o moreno.

Hannibal não permitiria que o Dragão ferisse Will. Não deixaria que ele tocasse em um só fio de cabelo do alvo de seu maior amor. Will fora feito para si e não seria uma pessoa qualquer que o tiraria de si. Não quando ele estava tão perto de finalmente tê-lo em suas mãos como sempre desejara."

"Hannibal descobriu que era muito fácil carregar Will em seus braços.

O corpo macio e quente do Graham cabia de modo perfeito em seus braços enquanto o Lecter caminhava devagar pela neve, ofegando de leve, olhando a casa de Will. O loiro sabia que a porta estava aberta, então, não teria problemas em entrar e colocar o menor na cama. Ele precisava cuidar do moreno.

Will havia sido ferido pelo cozinheiro de Mason, que o cortara no rosto. Se Hannibal não tivesse agido depressa, o Graham poderia estar morto naquele momento e pensar naquilo fazia Hannibal tremer por dentro. Ele não suportava a ideia de perder Will. Então, ter chegado com o mais jovem em casa era um grande alívio."

"Will ainda tentava se acostumar com aquela sensação vasta e estranha de intimidade.

Dividir uma cama com Hannibal ainda se provava uma tarefa um tanto quanto... Difícil para o Graham, que nunca havia feito aquilo antes de fugir junto do grisalho. Tê-lo tão perto, sentindo seu cheiro fazia pensamentos nada inocentes florescerem na mente do moreno. E aquilo o fazia se perguntar se realmente andava faminto pelo mais velho.

E sim, ele sabia que estava. Aquela fome se tornava cada dia mais forte e insistente ao ponto de fazer o estômago do maior doer com pontadas. Doía como fogo em suas entranhas. Porém, todo seu sofrimento era silencioso, permanecendo somente para si, um segredo obscuro. E ele então só deixava as chamas o consumirem pouco a pouco."

A família Lecter tenta se reajustar a uma nova realidade quando um pequeno deslize os faz fugir de sua terra natal.
Hannibal Lecter e seus três filhos têm o trabalho de lidar com papéis característicos na nova cidadezinha quando um surto inexplicável toma conta do mundo. Agora eles têm que descobrir uma forma de viver conforme sua verdadeira natureza em uma sociedade que luta para permanecer intacta.

"Se havia uma coisa que Hannibal amava fazer era adorar seu amado Will Graham.

Era como se o Lecter tivesse sido feito para aquilo. Sob o olhar daquele homem, ninguém chegava aos pés do agente do FBI. O moreno era como um Deus para o psiquiatra, uma entidade que estava ali para que Hannibal se curvasse perante seus pés e se arrastasse por ele sem nenhum tipo de pudor.

Somente Will era capaz de exercer uma espécie forte de feitiço sobre Hannibal, entorpecendo cada um de seus instintos, tornando o terapeuta tão selvagem quanto um animal. Tudo no menor era um convite explícito, aberto como um livro. E Hannibal era incapaz de negar ao mais jovem o prazer carnal e espiritual e também era incapaz de lhe negar qualquer tipo de afeição. O coração de Hannibal estava acorrentado pelo poder do mais jovem."

"O Graham aguardou por uma resposta ao toque. Ficou apreensivo, mordendo o lábio sem notar. E quando menos esperava, ouviu o som suave e constante de passos. A porta rangeu e uma figura alta e trajando um belo roupão apareceu.

- Will? Está tudo bem? - Hannibal soou preocupado. Ele parecia grogue pelo sono interrompido.

- Eu... Tive outro episódio de sonambulismo. - As bochechas de Will ficaram vermelhas. - E acabei vindo parar aqui. Eu posso entrar?

- Claro. Minha casa sempre estará aberta para você. - Os lábios do Lecter se curvaram para cima em um sorriso leve e ele abriu espaço para o menor entrar.

Will sussurrou um "obrigado" e adentrou na residência do maior, escapando do frio da madrugada. O interior da moradia de Hannibal era convidativa e aconchegante como uma antiga amiga. A luz da sala estava acesa."