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[...] Phos havia ido ao extremo em busca de te recuperar, fragmento por fragmento. Até ter juntado todos os seus cacos e seu coração.

O brilho turquesa de Phos se sobressaía no branco do inverno como um único ponto brilhante no céu de noite. Para alguém como você, que estava acostumada ao mundo sem as cores, ela era quase ofuscante.
Ainda assim, não conseguia desviar o olhar.

A mão dela, que antes estava escondida por baixo dos lençóis, pegou a sua em um fraco toque, mais forte o suficiente para dar a entender que a pergunta ia muito além do que a já pronunciada. Phos sorriu fracamente, o estado de Antarcticite não era lá muito animador, mas era bom o suficiente para estar muito mais aliviada por tê-la agora ali do seu lado. E inteira… em partes.
— Talvez pensando nas palavras do Aechmea. Sobre o ritual de casamento dos humanos. Se ele pode o fazer entre um lunário e uma gema, que obviamente não são humanos, será que seria possível entre duas gemas?

— Seus cabelos… parecem os da…
— Sim, são dela — passou com calma os dedos pelos custos fios, brilhantes e azuis como um céu estrelado sem luar — Sem a Lápis Lazuli eu sequer teria despertado.
Certamente que algo de muito ruim havia se passado. O silêncio se fez presente, confortável para que ambas pudessem entender o presente momento com tantas notícias e procurar palavras para se confortarem com o futuro incerto.

O sol não era algo egoísta. Então Cinnabar também não podia ser.

Ainda que o mar tenha levado Cinnabar até Phosphophyllite, suas ondas marítimas não foram o suficiente para o petróleo de seus sentimentos.

Que bom seria se isso fosse um sonho; eu poderia ter te salvado, ou não gritado por ajuda, ou até mesmo não teria participado desse inverno com você. Eu poderia não ter te conhecido, por mais que meu coração doa com o pensamento, se você estivesse bem, eu não me importaria.

Mas eu acordo, a neve cai lentamente do lado de fora, as geleiras fazem um barulho horrendo, você ainda está na minha mente, e tudo que consigo sentir é meu coração cheio de cacos.

Sem se dar conta, passou a olhar para o céu e suplicar silenciosamente para que fosse levada da Terra. Ninguém parecia escutá-la. Era um grito interno sem resposta, com as soluções parecendo cada vez mais inatingíveis e distantes, quase meras ilusões.

Onde a única coisa que Cinábrio quer é esperar pelo amanhã para que Phos possa cumprir sua promessa.

Seria ou não uma boa idéia Diamond ter dado um gato de estimação para Cinnabar, que certamente a lembrava certa pessoa irritante, porém adorável.