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Julieta Sampaio é prova viva de que mesmo com o passar do tempo, algumas feridas podem nunca se fechar. Ela tinha só oito anos quando o pai, Augusto Sampaio, faleceu por problemas cardíacos. Augusto e a esposa, Vitória, eram donos de uma pequena fazenda no interior de Minas Gerais, onde criavam gados e possuíam algumas plantações. Com a morte do marido, Vitória se viu perdida, pois era apenas ele quem administrava tudo. Foi então que resolveu contratar Osório Bittencourt para ajudá-la com os negócios. Osório aproveitou para seduzir a viúva e acabaram se casando um ano depois. Julieta era a única que não o via com bons olhos, sentia-se insegura ao seu lado, mas aceitou o casamento, pois queria a felicidade da mãe. Além disso, Osório era respeitado e admirado por todos daquela cidade, Julieta chegou a achar que realmente não havia motivos para duvidar de sua índole. Tempos depois ela saberia que não estava errada. Sua vida vira do avesso e ela se vê obrigada a tomar uma difícil decisão: largar tudo para sobreviver ou ficar para morrer. Ela tomou sua decisão, mas as consequências de suas escolhas a acompanharam e mesmo tendo se passado muitos anos, suas feridas permanecem mais vivas do que nunca.

Julieta é presidente de uma Empresa muito importante no país. Ela é mãe de Camilo, um menino de 5 anos muito doce e gentil.

Mas sua vida muda quando o seu pai adoece e ela terá que voltar para o Vale Do Café onde ela cresceu. Mas ao voltar para o Vale ela não esperava encontrar o seu amor do passado.

A grande verdade é que não fomos feitos para o “pra sempre” e no fundo, sempre soubemos disso. Todo mundo um dia vai te decepcionar. Sua mãe, seu pai, seu marido, sua amiga, seu vizinho. Todo mundo um dia vai fazer uma merda federal e ferrar com tudo que você sonhou. Foi assim que aconteceu com a Rainha do Café. Julieta era dona de tantos sonhos, tantas verdades floridas e bonitas. Ela queria uma vida cheia de cor. Um amor verdadeiro como os desses livros de romance, um que durasse o tal do “pra sempre”. Depois de tudo o que passou, ela só queria uma realidade mais doce. Mas não. Porque a vida não é um conto de fadas. A vida é meio amarga, azeda, meio de verdade, sabe? Sempre foi assim com ela e não seria diferente agora.

Na sociedade Paulista do século XX, Aurélio Cavalcante é conhecido como o filho parasita e inútil do excelente Barão do Ouro Verde; enquanto Julieta Bittencourt, por outro lado, é a impetuosa Rainha do Café, dona de um império indestrutível, mas de uma personalidade inquestionavelmente ignorante. Tudo naquela elite enfadonha, portanto, tinha um nome, estigma. Entretanto, fora dos ares paulistas, em específico no que diz respeito de um dos bailes mais famosos do Rio de Janeiro – o baile de máscaras dos Serafins –, Julieta e Aurélio eram apenas dois corpos sem rótulos, nomes ou qualquer identificação. Por uma noite de um quase outono, a lua cedia palco para que se encontrassem e a multidão de pés, de repente, dava lugar à dois pares solitários. Sobre isso, há quem diga que o outono traduz viver o esplendor em si. Um quase outono, então, era sinônimo de prelúdio para o esplendor e fazia com que uma simples; ou quase, estação fosse atípica, especial.