Apesar de demonstrar o contrário, Lee Minho era um covarde. Durante um ano, ele esteve colocando bilhetinhos anônimos que expressavam seu amor secreto no armário de Bang Chan. Porém, um certo dia, ele cansou de se esconder e prometeu a si mesmo que aquele centésimo bilhete, devidamente assinado, seria o último.
Changbin não imaginava que, apenas com alguns ingredientes e um tropeção, estaria causando uma situação daquelas. De repente, era o responsável por uma poção proibida e sua paixonite já não era mais algo unilateral; e tudo por causa da sua tataravó — esperava que ela estivesse, pelo menos, assistindo e se divertindo com tudo aquilo.
Changbin esconde uma paixão por Felix a anos, mas naquela única aula que tinha com o Lee todas as semanas, ele tomou coragem e entregou ao garoto uma cartinha, junto com um KitKat. O que o restava era apenas esperar.
Felix o conheceu em mais uma de suas noites em festas, que achava que iria ser apenas observando os outros, como sempre fazia, mas no meio daquela multidão de cores brilhantes, um sorriso brilhou mais que tudo.
Bang Chan nunca se importou com a ausência das cores, enquanto Lee Minho sempre buscou por algo que trouxesse vivacidade para seus dias cinzentos. Até que ambos se encontraram, passando a conhecer o azul e o vermelho, que eventualmente pintariam suas vidas como uma noite púrpura.
Félix simplesmente não podia acreditar que havia estragado sua chance de mostrar que era um duende capaz de sair para ajudar o Papai Noel em noites de Natal. Pior, foi a segunda vez que estragou!
Mesmo não podendo entregar os presentes por conta de um descuido, Félix se sentiu feliz em ter feito dois novos amigos naquele dia. E principalmente, em ter trago a felicidade de Jeongin e a crença na magia do Natal de Chan, de volta.
Bang Chan amava muito Seo Changbin, mas jamais aceitaria perder seu "posto" de Power Ranger vermelho para o namorado. E Changbin, na verdade, não desejava ser o Red Ranger — ele preferia mil vezes a rosa —, mas nunca iria admitir esse mero detalhe porque gostava de ver Chan irritado.
Observando o guerreiro que reluzia em dourado à luz do pôr do sol, Minho sentiu florir em seu âmago um sentimento que nunca antes sentira por nenhum outro mortal: o mais puro e genuíno amor.
Lee Minho era apenas um humano comum, que nunca fez muita questão de se preocupar com as coisas complicadas da vida, ainda mais se estivessem relacionadas ao amor. Porém não podia negar que havia algo diferente naquele belo vampiro no trem. Aquela sensação literal de calor que sentia diante da presença alheia era a prova de que algo os conectava. Era como se já o conhecesse, mesmo sem nunca tê-lo visto... de alguma forma, sabia que estavam destinados. Christopher Bang era seu déjà vu.
Ele era alguém que achei que jamais fosse esquecer, antes, durante e depois que tudo se dissipou feito água que virou vapor. Mas então parei para refletir que não nos lembramos do rosto de estranhos, de como eles são, justamente porque são estranhos. Então, por que eu me lembraria de uma história incerta de alguém que se tornou tão meu desconhecido quanto meu amado?
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