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História " As Long As We Are Together " - Loving can heal


Escrita por: itzandysrc

Capítulo 27 - Loving can heal


A decisão foi totalmente inesperada. Estávamos começando a considerar a opção de ter Lucy como segunda filha, Mary, a garotinha alegre, e até Lana, que havia nos ignorado quase o tempo inteiro, apesar de exibir um sorriso amigável. Mas de todas elas, Annabeth escolheu Ashanti. 

Quando a menina virou novamente, olhando nos olhos de Annabeth diretamente, eu soube que elas tinham algo, que Anna não a havia escolhido apenas por escolher. Uma espécie de conexão que era mais especial do que a que era criada com a convivência. A conexão imediata, quando você apenas sente que vai se dar bem com alguém. Pareceu ser exatamente isso o que estava acontecendo.

Ashanti nos olhou como se não pudesse acreditar, recebendo olhares exatamente iguais em troca, das outras crianças. 

—Ela? — Lucy perguntou, quase engasgando. Eu não entendia o olhar maldoso de algumas crianças para Ashanti enquanto ela estava lutando para segurar lágrimas. 

—Ela. Ela, Shanti — Anna segurou minha mão e apontou, como quem aponta o brinquedo desejado —Ela tem pele bonita. E. E coração bonito. 

A menina a nossa frente abaixou a cabeça, e andou até nós, parecendo envergonhada ou assustada. Só levantou os olhos quando teve certeza de que encontraria os de Anna.

—Você... Você quer me adotar? 

—Simmmmm! — Anna riu, e se atirou contra a menina, envolvendo os braços em volta do seu pescoço em um abraço. Ashanti não retribuiu, apenas fechou os olhos como se quisesse memorizar aquilo. Abriu os olhos marejados apenas para nos olhar. Nós sorrimos, ela não retribuiu. Seria uma criança problemática? Uma criança traumatizada? Annabeth havia começado a falar das coisas que fazíamos em casa e de como era ter duas mães, e eu a agradeci mentalmente. Teria tempo de conversar com minha noiva, que parecia tão preocupada quanto eu. 

— Por que você acha que Anna a escolheu? 

—Eu não sei... Estou tão surpresa. Você sabe o quanto Anna gosta de abraços e sorrisos e ela nem reage a eles... Não sei se devo ignorar sua decisão por ser apenas uma criança ou aceitar exatamente por isso. 

—Vamos falar com Rebecca sobre ela. Talvez ajude. Só... Você não acha que ela tem algo incrível por trás disso tudo?

—Sim... Tem alguma coisa nos olhos dela.como se sua esperança tivesse sido apagada há muito tempo, e ela esperasse desesperadamente que nós a acendêssemos — Lexa suspirou, me puxando para um abraço — Eu aceito ela. Aceito qualquer coisa se estiver com você. 

—Não me diga essas coisas. E se eu derreter nos seus braços?

—Vai ser nojento, por favor, não. 

Ri e segurei seu queixo, sorrindo mais ainda quando seu olhar alcançou meus lábios. Era como se nossos olhos soltassem faíscas ao se encontrar. Mordi o lábio com um pouco de força quando ela se aproximou para me beijar, mas, claro, fomos interrompidas.

—MAMA! —O grito ecoou em minha cabeça, me fazendo fechar os olhos. Quando abri, Annabeth olhava para Ashanti de forma travessa — Elas fazem isso o tempo todo. Beijo. Mwah! Beijo — Ela riu e puxou o rosto da outra, dando um beijo estalado nos lábios. 

—Annabeth, amor, não — Lexa se agachou para ficar na altura da filha —Se você quiser beijar meninas quando for mais velha, está tudo bem, mas agora não, ok? 

—Por que não? É divertido — Anna estava visivelmente aborrecida. Seus lábios formando aquele biquinho adorável.

—Porque se você beijar agora, não vai ter tempo para desenhar, nem para brincar, nem dar abraços quentinhos. Essas coisas são bem mais divertidas, não são?

—SIMMMM! —Anna riu, batendo palmas e puxando a mão de Ashanti para falar com as outras meninas. Só então eu notei que ela já conseguia andar apesar das pernas fracas, e sua fala estava melhor. Aquela menina era tão adorável e esperta. Como podia haver algo errado com ela?

—Caralho, acabamos de ver o primeiro beijo da nossa filha — Lexa sussurrou, quando levantou do chão. Gargalhei com a hipótese de que minha doce Annabeth seguiria nosso caminho.Meu coração de mãe estava dividido entre o orgulho da inocência de nossa filha ou os ciúmes dela. Aquele sentimento de enjoo quando você imagina que a coisinha que ainda pede para dormir com você quando tem medo do escuro, um dia não vai mais ser apenas sua. Aquilo era assustador. 

—Oi meninas! — Rebecca apareceu repentinamente, com um sorriso de orelha a orelha — Vocês perderam a garotinha?

—Praticamente — Minha noiva riu, apontando para onde nossa filha estava, com várias crianças em volta dela. 

—Ela está segurando a mão da Ash! — Rebecca pareceu assustada, se erguendo na ponta dos pés para ver melhor. 

—Ela a escolheu... Você tem alguma informação sobre Ashanti?

—Bem, — Ela começou a andar, e nós a seguimos, olhando para trás antes para ver Annabeth perfeitamente bem conversando com outras crianças — Ashanti chegou aqui com quatro anos. Ela era muito calada desde o início. Evitava qualquer interação, menos as discussões. Ela teve um período bem... Agressivo. Até que uma mulher chamada Jessica, apareceu aqui. Ela era uma assistente social, como eu sou, e veio passar um tempinho trabalhando aqui. De todas as crianças, Ashanti foi a que mais se apegou a ela. Aquela garotinha estava tão apaixonada por tudo que Jessica fazia, e fazia com ela, que começou a implorar para que a assistente fosse sua nova mãe. Mas você conhece as regras estúpidas do profissionalismo. Jessica estava a ponto de ser promovida, e apesar de amar muito a pequena, ela precisou sair daqui o mais rápido possível. 

Meu coração pesou com cada palavra. Lexa suspirou e segurou minha mão. 

—O que aconteceu depois? — Minha pergunta saiu como um suspiro doloroso.

Ashanti esperou por ela por um mês inteiro. Quando descobriu que não a veria mais, sumiu por alguns dias. Quando apareceu, estava mais silenciosa e mais agressiva. Precisou passar por todo o processo da psicologia e da psiquiatria para que conseguissem torna-la apenas calada, não agressiva. Desde então, ela é a última garota daqui com chances de adoção. 

Eu iria dizer que não mais. Que agora ela seria nossa filha e nós nunca precisaríamos ir embora, que encheríamos seu pequeno coração de amor, mas não pude nem iniciar a frase. Um grito que eu conhecia muito bem atravessou o corredor, e só então eu percebi o quanto tínhamos andado. O grito de Annabeth não parecia nada aninado. Parecia desesperado. 

Eu, Lex e Rebecca trocamos apenas um olhar antes que Lexa me puxasse pela mão até o refeitório. 

A cena era assustadora. Uma mutidão de crianças estava reunida em um canto do cômodo, onde alguns garotos pareciam rir. Vi Ashanti, o olhar marejado e furioso, a mãozinha segurando firme a de Annabeth, que estava encolhida ao lado dela, chorando. 

—Chorando pela mamãe, é? — Um garoto provocou.

—Be-bê-zo-na — Outro riu, apontando. 

—Calem a boca. Se afastem de nós, idiotas — Ashanti esbravejou, mas sua voz embargada não ajudou a parecer ameaçadora. Minhas pernas eram chumbo enquanto eu ia até lá, tentando passar entre as crianças amontoadas, a mão trêmula de Lexa segurando a minha o tempo inteiro. Assim que Annabeth nos viu, correu com as pernas fracas até os braços de Lex, que já estava ajoelhada esperando. 

—Shhh... Eu estou aqui, nada vai machucar você — Lexa sussurrou, balançando a pequena que soluçava. Eu teria me ajoelhado e abraçado as duas, mas tinha outra coisa para fazer.

—Garotos — Chamei, tentando parecer calma. Eles riam entre si, mas pareceram congelar quando me viram. Ashanti estava paralisada — A vida tem uma regrinha, que todas as vezes que você for mau com alguém, a vida será má com você.  Eu sinto muito que tenham desperdiçado tempo provocando essas meninas, porque como vocês pode ver, — Puxei a mão da garotinha negra ao meu lado. Ela ainda parecia assustada, mas agarrou minha mão com força — Ela é uma guerreira. Ela é bem mais forte do que isso. E além de ser uma guerreira, ela é uma princesa. E princesas realmente não perdem tempo com pessoas más. Não temos tempo, não é pequena?

Tive certeza que ela me olhou como já havia olhado para Jessica. Com amor e esperança.  Como se eu fosse sua salvação no meio do inferno que estava vivendo. E talvez fosse. 

—Não temos tempo — Ela sussurrou, antes de se desmanchar em lágrimas quando a abracei. 

—Shanti! — Anna exclamou vindo até nós para um abraço. E então todas as boas crianças se juntaram a nós, provocando gargalhadas. Aquilo tinha cheiro de felicidade. O sorriso de Ash era a plena felicidade. 

xxx

A maior das dificuldades - depois de explicar para Lucy que não poderíamos ficar com ela -  foi separar Annabeth de Ashanti. Tivemos que pedir permissão para levar a garotinha para um restaurante, porque nossa filha simplesmente não comeria sem ela. Ash falou pouco e na maioria das vezes, com Anna, que a fazia sorrir o tempo inteiro. Mas depois do almoço, precisávamos ir. E apesar de saber que voltaria a vê-la, Anna chorou por um bom tempo, gritando que Ashanti era sua irmã e que precisava morar com ela. Depois dos soluços, a pequena bocejou e dormiu em meus braços.

—Além de ver o primeiro beijo da sua filha, você está vendo ela sofrer por amor — Lexa murmurou quando estacionou na frente de casa. Beijou o nariz de Anna e sorriu para mim. Aquele sorriso que iluminaria o mundo inteiro. Aquele sorriso que me fazia querer cuspir meu coração por estar batendo tão dolorosamente forte.

—Não transforme isso em um romance — Ri, apesar de meu corpo estar tenso. Ter aquela mulher tão perto era um perigo — Vamos sair do carro... Não quero agarrar você em cima da nossa filha — Suspirei. Lexa abriu um sorriso mais bonito ainda. 

Annabeth acordou assim que a coloquei na cama. Precisei deitar-me ao seu lado e cantar Twinkle Twinkle Little Star várias vezes para que ela finalmente fechasse os olhinhos azuis e dormisse.  E então pude sair do quartinho com cheiro de perfume de bebê.

A voz de Lexa ecoava no corredor, em um tom um tanto imponente. Observei enquanto ela ia de um lado para o outro, segurando o celular com uma mão e gesticulando com a outra. Soube que era alguém do trabalho imediatamente, mas sinceramente, eu não queria saber quem. Estava preocupada apenas com a forma que seus quadris se moviam naquela cueca box preta, com aquela regata preta que apertava suas curvas, mostrando cada detalhe, deixando seus seios deliciosamente apertados. Se eu morresse ali, com aquela imagem na cabeça, eu morreria feliz. 

Quando subi o olhar, ela me encarava com um o sorriso mais safado do mundo, passando a língua pelos lábios. Meu corpo pegou fogo, e o fogo queimou cada cantinho. Mas logo ela precisou tirar os olhos dos meus, para voltar a falar no telefone.

—Sim, estou ouvindo. Perdão — Minha noiva continuou, e eu continuei estática, sem reação diante daquele corpo, até que ela piscou para mim e moveu os lábios. Só consegui identificar o que ela dizia por que minha atenção estava totalmente nela. "Mais tarde". Sorri com aquela promessa, e me esforcei para rastejar até o banheiro para um banho gelado, tentando tirar o calor do corpo. 

Não adiantou nada. Quando voltei para o quarto, Lexa estava de bruços na cama, lendo alguns papéis e mordendo a ponta de uma caneta de leve. O quão sexy era aquilo numa escala de zero a Lexa Woods? 

—É mais interessante olhar para minha bunda de longe do que vir aqui? — Ela murmurou. Suspirei. Aquela voz rouca me enlouquecendo de todas as formas possíveis. Senti meu coração explodir em batidas descontroladas quando passei por perto para ir até o guarda-roupa pegar algo para vestir, mas ela me puxou para perto pela perna, fazendo com que eu caísse deitada na cama. Aquilo era injusto. Injusto que a única coisa que escondia minha nudez era um roupão enquanto ela estava vestida. Que eu estivesse de barriga para cima, indefesa, e ela de bruços, me despindo com os olhos. Que fosse tão irresistível...

Lexa estalou a língua, abrindo um sorriso safado quando colocou uma perna de cada lado do meu corpo, se inclinando para sentar em meu colo lentamente. 

—Qual é o propósito da tortura? — Perguntei, entre um meio-gemido quando ela me puxou para sentar. A morena riu a excitação evidente em sua voz. Abri os olhos apenas para ver seus olhos verdes assumirem um tom quase musgo lentamente enquanto deslizava as mãos no espaço aberto do roupão.

—Não preciso de um propósito. Você é minha — Ela umedeceu os lábios antes de beijar meu pescoço, lentamente, deixando pequenas mordidas depois de cada beijo. Suas mãos deslizaram por meus ombros, descendo o roupão. Lexa parou antes de descobrir meus seios, negando com a cabeça antes de rolar na cama, me colocando sentada em seu colo — Clarke, tem ideia do quão bonita você é? Sabe o quanto eu amo seu corpo e o brilho dos seus olhos? — Sorri, sentindo minhas bochechas esquentarem aos poucos. A mulher que eu adorava me olhava com um olhar de pura adoração e eu não poderia estar mais feliz com a reciprocidade.

—Me deixe saber mais uma vez — Pedi em um sussurro. Minha noiva sorriu, e eu soube que ela sempre atenderia meu pedido. 

Lexa me virou e me colocou deitada na cama, cobrindo meu corpo com o seu logo depois. Meu roupão se foi, e sua regata também. E então as coisas começaram a ganhar intensidade. Ela empurrou seus papéis para fora da cama com os pés, deixou a caneta no criado mudo, e então voltou a me beijar. Entrelacei meus dedos em seus fios de cabelo e puxei, apenas pelo puro prazer de sentir seu sorriso contra meus lábios e ouvir seu gemido fraco. Ah, eu conhecia aquela mulher. Conhecia aquele seu lado que adorava os puxões de cabelo e os movimentos intensos. Como eu poderia ser diferente se éramos apenas uma naquele momento?

—Como você me quer Clarke? Estou tentando fazer amor e você me faz querer... Foder. Isso não é justo... — Lex suspirou, ainda com os lábios colados nos meus. Sorri e empurrei seu corpo, derrubando-a na cama. A morena me olhou totalmente surpresa quando apoiei os braços na cama, do lado da sua cabeça, e coloquei meus olhos nos seus, duas esmeraldas pegando fogo. 

—Quem disse que não podemos fazer os dois ao mesmo tempo? — Senti seu corpo tremer abaixo do meu. 

—Podemos? —Seu sorriso cresceu enquanto subia os dedos por minha cintura. Não tive tempo de responder antes que ela me beijasse de novo, de forma apaixonada e intensa. Eu estava totalmente concentrada no beijo, mas não conseguia mais ignorar o calor, o suor, o desconforto entre as pernas. Não conseguia disfarçar minha vontade de tê-la de uma vez. E como éramos uma só, ela adivinhou. 

Fechei os olhos com força e gemi de forma quase desesperada quando ela segurou minha cintura e moveu meu corpo com o seu. Droga, eu odiava aquela cueca box agora mais do que havia amado há algum tempo atrás. Odiava não sentir seu corpo contra o meu diretamente. Mas parar não era uma opção. Não tão cedo. 

— Clarke, eu... Preciso... — Balbuciou. Senti seu corpo mais tenso a cada segundo, e então, em um movimento cruel e impulsivo, me afastei dela. 

Lex me encarou com uma expressão de pura frustração e excitação, os olhos verdes queimando mais e mais. Eu estaria rindo se não estivesse na mesma situação. 

—Não tão cedo, Woods. Estamos só começando — Pisquei. E a única certeza que eu pude ter foi que estávamos longe do fim.

Por uma hora inteira, nos perdemos em nós mesmas por tantas vezes que perdemos a conta. Perdi toda a noção do que eu dizia, das marcas que deixava no corpo da mulher que apenas implorava por mais, implorava para que eu acabasse com aquela tortura deliciosa que estava nos levando a loucura. 

— Porra... Por favor...— Lex gemeu, desesperada, se contorcendo na cama e puxando os lençóis quando eu  retirei meus dedos dela, de novo. A morena estava fora de si, desesperada para que eu a fizesse ir ao céu e explodir em prazer como fogos de artifício. E logo eu iria — Rápido... 

—Ei — Chamei baixo, sorrindo quando seus olhos totalmente escuros se abriram. Caí por cima dela, arrancando um gemido surpreso quando nossas intimidades se encontraram. Foi quase como almas se encontrando — Vamos fazer amor. Vamos fazer amor como jovens em um amor proibido. Vamos fazer amor como se fosse a primeira e a última vez. Por favor...

Não precisei dizer mais nada. O suor apenas fez com que meu corpo se movesse sobre o dela facilmente. Nos olhamos nos olhos com uma intensidade maior do que a que palavras um dia teriam. E então explodimos juntas em um orgasmo alucinante, nossas mãos encaixadas, as alianças se encontrando, nossos olhos se encontrando, nossas almas se encontrando entre as palavras aleatórias entre gemidos e suspiros. Meu coração parecia querer escorregar para fora junto com o líquido que molhava nossas coxas e o lençol. Lexa me fez cair ao seu lado e rebolou desesperadamente, tentando arrancar os últimos segundos de prazer. Droga, aquilo era enlouquecedor. Eu podia jurar que estava deixando meu corpo. 

—Eu amo você — Sussurrei quando ela caiu ao meu lado. Seu peito subia e descia de uma forma desesperada e eu podia ouvir as batidas do seu coração. Ou as do meu, assim que encontrei aquele olhar carregado de amor, o verde claro aparecendo aos poucos. Aquela mudança de cor era hipnotizante. Só consegui respirar novamente quando vi a cor original de volta.

— Sempre estarei com você. — Ela sussurrou preguiçosamente, deixando minha cabeça cair em seu peito.

— Sempre estarei com você? Eu digo que amo você e você diz isso ?  —Empurrei, fingindo estar ofendida..

—Eu amo você. Eu amo você e isso é indiscutível e irremediável. Está bom agora?

—Uh, minha noiva sabe algumas palavras — A morena me cutucou, puxando meu rosto para perto, sussurrei em seu ouvido — Sabe o que eu sei? Que logo Annabeth vai chegar aqui fazendo perguntas sobre tudo, e eu realmente não quero contar pra ela do que os lençóis estão molhados. Podemos tomar um banho e trocar os lençóis, e fingir que fomos heterossexuais por todo esse tempo?

Ela riu e rolou para fora da cama, voltando logo depois. Lexa me olhou nos olhos com um sorriso apaixonado antes de me pegar no colo para levar até o banheiro. 

—Você derrubou minhas defesas com esse sorriso, Griffin. Todas elas. 

 

Mais tarde, ouvimos um grito ecoar no corredor. Soava como um "HÁ!" vitorioso. Antes que pudéssemos sair do quarto para descobrir o motivo do grito, Annabeth empurrou a porta e entrou, segurando vários ursinhos de pelúcia entre os braços e uma espada de plástico com a ponta dos dedos. A pequena colocou os ursinhos em cima da cama, suspirando aliviada, e logo se afastou, segurando a espada com os braços um pouco trêmulos. Uma sequela do maldito câncer. Não me preparei para o "HAAAAÁ!" alto que ouvi assim que a espada derrubou todos os ursinhos. 

Anna se curvou com uma mão atrás das costas, agradecendo.

—Os derrotei. — Abriu um sorriso vitorioso. Lex se inclinou, pegando um ursinho com a expressão mais confusa.

—Você derrotou... Seus ursinhos?

—NÃO! — Annabeth arrancou o brinquedo da mão de Lexa — Esses são os monstrinhos na minha cabeça. Essa — Apontou para si mesma — Sou eu. Anna. Matando monstrinhos. Olha. 

A pequena apontou para sua cabeça, mostrando o espaço sem cabelo já conhecido. Troquei um olhar confuso com minha noiva, que parecia ainda pior.

—Meu amor...

—Ops, errado — Anna riu, apontando para o outro lado da cabeça, onde um fio loiro quase dourado começava a crescer. Não era grande coisa. Nós sabíamos que seu cabelo voltaria a crescer. Mas o sorriso em seus lábios... Era como se eu visse o sol verdadeiro pela primeira vez — Derrotei eles, Mama. Eu estou c-cura... Cura...

—Curada, meu amor — Lexa riu, pegando a pequena no colo — O amor pode curar, e nós te amamos.

—Hmmm... eu amo.... Nutella — Não consegui evitar sorrir com a doce e inocente gargalhada ecoando no quarto enquanto Lex fazia cócegas com um belo sorriso. Fechei os olhos subitamente, sentindo toda a dor e todas as memórias ruins serem curadas, apenas por amor, apenas pela gargalhada das duas pessoas que eu mais amava. Nós estávamos curadas.



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