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História ♤ King ♤ - Capítulo 23 pt.1 - I am the King.


Escrita por: ZoeCha

Notas do Autor


Iai galerinha do bem que não desistiu da fic, tudo bem com vocês???
Bom, já faz um tempo que eu tenho essa parte escrita. Eu ia fazer de presente de aniversário pra uma amiga minha, já que ela gosta mt da fic mas eu nunca posto (perdão, irei explicar mais logo abaixo), só que eu não tinha percebido que dava pra dividir esse capítulo em 2 partes, então a burra aq deixou ele pegando pó por vários meses k
Perdão dnv
Bom, sobre o fato de eu quase não postar mais (ou não postar), é pq eu nn me inspiro mais pra escrever essa fic. Eu não quero deixar ela inacabada, e tenho planos de algum dia finalizar, mas não é o meu foco. Sinto muito por decepcionar vocês.
Eu escrevia essa fic quando eu estava em outra fase da minha vida, uma bem complicadinha, e ela era meio que uma válvula de escape.
Hoje em dia eu não preciso mais disso (grazadeus), e a vibe dela é bem triste pra mim de escrever. Por isso que eu evito.
Mas eu amo King, é meu xodó e eu nunca conseguiria viver sem.
Enfim, voltando pro que interessa: eu irei postar de vez em quando, mas vai continuar demorando bastante. Sinto muito, leitores.
Obrigada a todos que ainda se empenham, comentam ou leêm a fic mesmo assim. Vocês são uma força imensa pra eu continuar postando.
Obrigada aos favoritos também! São muitos aliás, eu tô, uau! Sem palavras! Nunca esperei ter tanta gente assim a fim de ler as besteiras que escrevo.
Já enrolei demais, foi mal k isso daqui virou quase um capítulo inteiro, mas eu sentia que devia uma explicação a vocês.
Boa leitura! Vejo vocês lá embaixo!

Capítulo 25 - Capítulo 23 pt.1 - I am the King.


Fanfic / Fanfiction ♤ King ♤ - Capítulo 23 pt.1 - I am the King.

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Nervoso. É assim que eu me sinto.
Talvez essa nem seja a palavra correta, mas não consigo pensar em outra que tenha um significado tão próximo do que eu estou sentindo.
A vontade de que o dia chegue, mas também o contrário. Esperar que ele nunca venha, para que possa continuar a viver estes meus últimos dias como príncipe para sempre.
Ser rei vai ser algo extremamente difícil, e cada vez que a hora tão esperada fica mais perto, não tenho certeza se é exatamente isso o quê eu queria para a minha vida.
Porém, sei que mesmo que eu não quisesse, não teria outra escolha. Sou o filho mais velho, e é minha obrigação ter o trono de meu pai. Desde que nasci, fui preparado somente para isso.
É somente isso que eu sei fazer.
Estou tão avoado que nem percebo que minhas pernas se movem sozinhas, indo para um local que apenas o rei e seu herdeiro podiam saber da existência: o quarto da Coroa. Para chegar, temos de descer lances e mais lances de escada para acabar em um corredor escuro, no qual as tochas acendiam-se sozinhas a cada passo que se dava.
Não se passava nenhum som externo, e assim acontecia com o interno. Não entrava, mas também não saía. Tudo que podia-se ouvir era o ruído das tochas queimando, juntamente de meu andar leve e treinado para não fazer barulho.
Avisto ao fim do corredor uma pequena iluminação, e já sabendo do que se tratava, não me admirava ao ver que era uma porta folheada em ouro. Muitas foram as vezes que vim aqui, mais que o bastante para que eu soubesse cada curva, cada caminho e cada detalhe que poderia aparecer.
Me aproximo mais da entrada folheada, a qual provavelmente foi roubada injustamente de outros reinos em guerras ou invasões, encostando com cuidado meus dedos na porta. A empurro com força, abrindo somente o necessário para que eu consiga passar para o outro lado.
Preciso de um pouco de tempo para que minha vista se acostume à iluminação ao meu redor, observando incontáveis jóias, das mais pequenas até as mais grandes, as quais enfeitavam às paredes e ao teto. Cada pedraria deveria valer uma fortuna, e somente essa "barata" decoração poderia salvar milhares de reinos em colapso e necessitados de dinheiro.
Armaduras velhas, trajes reais, mantos reais, retratos dos antigos reis... tudo se encontrava em somente um local. Essa sala deve ser mais rica do que o nosso próprio reino, sem nem precisando estimar o valor de tudo o quê está aqui. O brilho já falava por si só.
Porém, com tantos itens para se observar, ninguém nunca conseguiria olhar a atração principal de uma vez, ignorando todas as outras que estavam ao seu redor. A coroa do Rei, a que tudo regia e que tudo dominava, estava bem no centro, iluminada por várias das mais diversas velas. Sorrio um pouco, subindo os quatro degraus que levavam ao coração da sala.
Ela estava dentro de uma cúpula de vidro, protegida de qualquer que fosse o mal que pudesse a atingir. Inclusive das mãos do rei que a possuía. "Mãos poluídas não devem se apossar de algo tão sagrado como a coroa", um dia me disseram, e assim sigo à risca este conselho.
Aproximo cuidadosamente minha mão do vidro, passando a ponta do dedo no reflexo daquele adereço, quase que como desenhando a sua forma.
Seu brilho me cativava, suas pequenas curvas eram delicadas, perfeitamente feitas para a cabeça de um rei.
Minhas mãos quase me traem por breves instantes, ousando tentarem levantar a guardiã do tesouro. Seguro-me antes de fazer tão arriscado ato, lembrando-me mentalmente que, em breve, ela será minha.
Abaixo minha cabeça pedindo perdão por quase ter caído à tentação, e quando sinto-me preparado, olho novamente para a coroa. Contudo, no lugar de seu domo a revelar, estava refletindo a mim.
Mais especificamente, ao meu rosto.
Via-me pálido como sempre, mas com um pequeno resquício de um sorriso triste no rosto. Meus olhos nada diziam, e como uma forma de pedir ajuda, encosto a mão que estava na cúpula em minha bochecha.
Estava fria, e com aquele sentimento de perda e nervosismo que sentia desde dias atrás, pergunto-me novamente, mas dessa vez com uma certo pesar ao me lembrar...
Seria isso mesmo o quê eu queria?...
-- Ela é linda, não é, Vitya?...
Dou uma risada baixa, e ainda sem olhar para trás, respondo à minha companhia repentina com um certo tom de ironia.
-- Certamente, meu pai. Certamente.
Ele não via o quê eu estava presenciando. Era provável que estivesse falando da coroa, e eu sabia muito bem disso.
Mas a cúpula, ela dizia outra coisa.
Meu reflexo, a mim, ela mostrava outra coisa.
-- Meu filho, não nos falamos há um bom tempo.
-- O senhor anda bem ocupado para quem está deixando de ser rei.
-- Tenho de deixar poucas pendências para você cuidar quando finalmente for coroado. Temo que não consiga tomar conta de tudo no seu primeiro dia.
-- Por favor, pai. Olhe para o seu filho. Sabemos muito bem com quem está lidando.
Ele dá uma risada fraca, e a sala se enche de silêncio novamente. O silêncio constrangedor de pai e filho, que nunca mais se falaram normalmente depois da tragédia com a máscara. Tudo causado por um deslize.
Tudo causado por um erro meu.
--- E então? Como estamos?
Sorrio fraco. Ao menos ele está tentando puxar algum assunto.
-- Sinto-me nervoso.
-- Entendo. Já passei por isso, então sei como é. Mas como conselho, tudo que posso dizer é: siga em frente, não se arrependa. Você se preparou a vida inteira para isto, não faça seu esforço se perder na reta final.
Com certa dificuldade, viro minha cabeça para o olhar. Estava praticamente sem cabelos, com olheiras profundas e a pele totalmente desgastada. Se seu físico estava assim, não posso dizer o quê se passava pela sua cabeça.
Mas com certeza não era algo bom.
-- Consigo dizer que esta conversa melhorou um pouco meu ânimo. Obrigado, meu pai.
Uma conversa baseada em mentiras, podemos dizer.
Continuo o olhando, mas decido virar minha cabeça para outro lado. Seria meio estranho o encarar por tanto tempo depois de finalizar a conversa com minha frase, mesmo sabendo que ela não estava totalmente acabada.
Se ele prolongou por tanto tempo, sei que algo quer vir arrancar de mim. Yakov sempre fez isso. Afinal, foi com ele que eu aprendi que "nada é de graça".
Muito menos quando minha felicidade está envolvida.
Demora um pouco para que ele volte a falar, e como eu já estava aguardando, não foi nada surpreendente ter a conversa estendida mais um pouco.
-- Na verdade, meu filho, eu vim falar de uma outra coisa.
-- Sim? O quê deseja? É algo sobre minha coroação?
-- Mais importante que isso.
Sim, sim. Várias coisas são mais importantes que a coroação do seu próprio filho.
Dessa vez o encarava com vontade, e já via horizontes com diferentes conversas. Em todos eles, eu acabava mal.
O silêncio antes do terror, a notícia final que poderia acabar com meu dia. Talvez eu não devesse ter vindo visitar essa coroa tão cedo.
Ele me olha com determinação, e na verdade não fala como se fosse uma opção.
Eu sinto do fundo do meu coração.
Eu sei.
-- ...você precisa de uma rainha.
Isso foi uma ordem.
Contudo, mesmo assim, eu tinha de tentar...
-- M-mas, pai...
Sinto uma pontada de desespero me atingir. Eu não posso me casar. Não mesmo. Se eu o fizer, não serei feliz. E muito menos Yuuri.
Eu amo alguém, e prometi para sua mãe que cuidaria de si.
Eu não posso...
-- Vitya, convenhamos que você está ficando velho. No dia da sua coroação, você fará 29 anos. Daqui a pouco não poderá mais ter filhos, e consequentemente, herdeiros.
Sinto minha respiração ficar descompassada, e a calma, que antes já era pouca e quase inexistente, some totalmente.
Fico meio tonto, e me seguro no canto mais próximo para não cair.
Eu preciso me acalmar...
-- Já era para você ter se casado há tempos, mas sempre recusava qualquer uma que eu lhe trazia. Por anos, eu também pensei que uma rainha era desnecessária para você.
Se o senhor realmente pensava isso, então por qual motivo está fazendo isso agora?!
-- Vitya, com toda a certeza do mundo, eu posso lhe afirmar isso.
Ele segura as minhas mãos com força, e sou obrigado a olhar para meu pai.
Me seguro para não cair no chão, ainda sentindo o medo tomar conta de mim.
Isso não pode estar realmente acontecendo...
-- Você é um rei perfeito. Mais do que todos que já existiram. Todos lhe admiram e lhe respeitam, e isso é essencial para reinar. Mas, como seu pai, um dia você irá ficar velho. E agora percebo que se não o tivesse, não aguentaria ficar no trono por muito tempo mais.
Talvez, se você não fizesse tantas decisões erradas e não gastasse tanto dinheiro com coisas desnecessárias...
-- É cansativo, Vitya. E você sabe disso mais do que ninguém.
Olho-o com tristeza, e acho que ele percebe o quanto essa conversa está fazendo mal para mim. Sua cara de determinação se desfaz, e agora toma lugar a de pena, finalmente dando espaço para que eu fale consigo.
-- ...se você não tiver filhos, quem irá ter a coroa?
Finalmente eu consigo respirar um pouco. Depois de tanta informação de uma vez em minha cabeça sinto-me cansado, e falo a única pessoa que me vêm à mente neste momento.
-- Temos a Yurio, não temos?...
Ele arregala os olhos como se eu estivesse falando algo extremamente proibido, soltando minhas mãos em um susto.
Yakov suspira um pouco, e me encara decidido.
-- Vitya, Yurio não tem sangue real. Ele não tem treinamento, mentalidade, muito menos personalidade para isso. Espero que você se recorde que, na verdade, ele não é seu irmão, e nunca foi. É como um forasteiro que decidimos adotar por pena. E foi exatamente isso que aconteceu. Não podemos pôr uma pessoa de fora no trono. Nunca. É como atirar uma pedra no escuro.
Ok. Ainda bem que ele soltou a minha mão.
Eu sinceramente não sei mais o quê eu sinto.
Não sei se é raiva, não sei se é nervoso, não sei se é ódio ou tristeza.
Só sei que se ele continuar falando do meu irmão assim...
-- Enfim, resumidamente, Yurio nunca poderá subir no trono. E eu faço questão de que isso nunca ocorra. Estamos entendidos, Vitya?
Eu imaginei várias cenas em que eu dava um soco nesse velho mal cheiroso e desgraçado, arrancando vários dentes de sua boca pra ver se aprendia a não falar mais do que devia. Até pensei em arrancar o resto dos cabelos que restavam naquela cabeça oca, já que eles não faziam nada além de enfeitar. Não deveriam fazer diferença para quem já é horroroso por dentro.
Eu estava no limite. Totalmente no limite.
Ninguém fala assim do meu irmão. Não sem sair ileso. Porém, decidir entre ficar no calabouço pelo resto da minha vida por agressão ao rei, ou simplesmente aceitar tudo de boca fechada e poder acabar com essa tortura de uma vez por todas, eu preferi a segunda opção, mesmo que fosse contra o meu gosto.
-- Vou falar mais uma vez, estamos entendidos?
-- ...Sim, meu pai.
-- Ótimo.
Ele se vira como seu objetivo estivesse sido completado, caminhando aos poucos até ficar perto de mim o bastante para que conseguisse colocar a mão em meu ombro.
Arrepio-me com o toque. Não estou acostumado a tamanha intimidade com meu velho, ainda mais depois de uma conversa dessas...
-- Espero que seja um bom Rei como todos estamos pensando, e que cuide de seu reino tão bem quanto eu.
Me tremo um pouco. Aquela conversa estava prestes a acabar, e eu não pude fazer nada a respeito...
O quê eu tinha me tornado? Uma marionete de meu pai? Uma ferramenta necessária para que o reino continuasse nas mãos dos Nikiforov?
-- Além disso, que você ame tanto a sua Rainha quanto seu "Pequenino".
Estava tão disperso em meus pensamentos que nem havia percebido. Em míseras frações de segundos, por milésimos que seja, eu falhei. Minha mente estava branca, meus pensamentos embaralhados, e apenas aquela palavra que tanto carregava me fizera voltar a realidade.
Meu pai. Meu criador. A pessoa que eu mais admirava e odiava. Ele falou de Yuuri.
Ele sabia. Era a única coisa que eu tinha certeza.
Ele sabia, e podia usar isso a qualquer hora contra mim.
Entrei em êxtase. Não havia pensado no quanto as minhas ações poderiam afetar a mim e ao pequeno.
Eu não posso deixar que meu pai conte a mais ninguém. Não me importo que seja minha ruína, mas sim que Yuuri não consiga mais reinar por minha causa.
Eu tenho que fazer alguma coisa.
Virei-me para trás, decidido em confrotar meu velho. Iria levar uns castigos? Talvez. Mas não me importo. Corro meus olhos pelo quarto a procura de uma sombra sequer. Não vejo nada. Com um mínimo de desespero já se formando em meu interior, procuro-o uma segunda vez. Novamente, nada. Após a terceira, com um peso indiscritível em meu peito, tenho a certeza de que ele não estava lá.
Meus olhos arregalam, sinto as lágrimas começarem a se formar.
Não. Não. Não. Não. Não!
Tento correr, porém tropeço em meu manto, dando de cara com o chão.
-- ARGH! FILHO DUMA PUTA!
Sinto uma dor breve em minha bochecha e solto um grunido, mas ignoro a latência e levanto o mais rápido possível, para em seguida entrar em disparada.
Puxo a porta com força, a ponto dela quase bater na parede, pulando para fora no mesmo instante.
Olho para o corredor escuro em minha frente, e dessa vez as lágrimas saem sem meu consentimento.
Não quero acreditar no que está acontecendo. Minha consciência não aceita que, mais uma vez, eu tinha acabado com tudo.
A fúria toma conta de meu corpo, e começo a socar a porta atrás de mim.
-- De novo não... 
Merda.
Merda.
Merda.
Merda.
Merda.
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Sinto que o resto do dia se baseou em mim, caminhando pelo castelo totalmente no automático, respondendo as perguntas basicamente com "sim" ou "não", sem prestar atenção em mais nada além dos meus pensamentos.
Eu estava tão preocupado. Tão avoado. Aquele não era o Victor, o rei que todos pensavam conhecer e admirar. Mas era estupidamente difícil manter a compostura em uma situação como essa. Nem mesmo eu conseguia ser indiferente a tudo neste mundo, por mais que eu quisesse. Sinceramente, nem sei como aguentei cumprir todas as minhas tarefas diárias. O peso que sentia em meu coração era o bastante para acabar com o meu psicológico por completo. Era como se eu tivesse traído Yuuri, como se eu fosse um perdedor inútil e covarde, que não conseguia lutar contra o próprio pai para defender e salvar àquele que ama.
Cheguei no meu quarto, fechando a porta lentamente para não acordar ninguém. Já era tarde, e a última coisa que eu queria era ter que lidar com alguma pessoa no momento. Pela primeira vez na vida eu sentia que precisava de um tempo sozinho para me recuperar. Nem Yuuri seria capaz de me animar agora. Uma boa noite de sono seria o bastante para eu melhorar de todo este pesadelo. Amanhã eu saberia o que fazer com Yakov.
Eu tinha de saber, caso contrário...
-- Victor! Você chegou!
Uma pessoa menor que eu me abraça, e eu tomo um susto por estar de guarda baixa. O peso dele sobre o meu me fez dar um passo para trás, e logo percebo quem estava ali, mesmo que o quarto estivesse escuro o bastante para esconder aquele loiro reluzente que era a cor de seu cabelo.
Eu acaricio os seus fios, devolvendo o abraço, mas sem vontade alguma de continuar ali. Eu somente queria um espaço para mim. Só isso. Não era uma boa hora para aquilo.
-- Yurio, por quê me esperou até esse horário? Na verdade, por quê está aqui?
Sento-me na cama, fazendo um gesto para que ele viesse junto de mim.
-- B-bom, eu...- Yurio estava meio vermelho, mexendo em suas mechas, enrolando-as e as separando enquanto andava até mim.- Sabe, eu queri-
Interrompo-o, tendo em mente que era uma falta de educação fazer aquilo. Contudo, no momento, eu nem ligava mais para isso. Somente queria ficar sozinho.
-- Já é tarde, e você precisa ir dormir. Sabes que a minha festa é daqui algumas horas, e você será uma das atrações principais. Não pode ficar cansado e tratar todos mal por que está exausto.
-- Eu nunca fiz isso!
-- Ah, você fez.
-- Victor!
-- Yurio. - encaro seus olhos, mostrando toda a certeza que eu tinha ao proferir estas palavras. - Você sabe que sim.
-- Nngh... - ele abaixa a cabeça, fazendo um biquinho enquanto se escondia de mim.- Odeio quando você está certo...
-- Exato. E como você, meu querido irmão, sabe disso, é melhor ir e descan-
-- Não! Victor-
-- Yurio, por favor, eu não estou em um dos meus melhores momentos.
Ele me fita com olhos insistentes, parecendo querer falar algo que não saía faz muito tempo.
-- Mas eu preciso te falar isso, Victor. É importante.
Ele continua me encarando, e como eu não falo nada, segue em frente. Mal sabe ele o quanto eu estou tentando não ser completamente grosso.
-- S-sabe, desde o segundo em que pisei neste castelo, sempre me senti deslocado. Óbvio, eu não nasci aqui. Não saí de um útero nobre, também não tenho sangue real, não tinha boas maneiras e não sabia o que era até me ensinarem. -- ele deu uma pausa para respirar, parecendo ganhar a coragem necessária para falar o que estava por vir - Contudo, quando eu...
Sinceramente, eu não aguento mais.
-- Pelo santo amor de Deus, Yuri Plisetsky! Você não vai terminar isto?! - levanto-me da cama, botando a mão na cabeça ao sentir um pequeno incômodo ali. - Se você precisa desabafar, tudo bem, eu compreendo, todos nós precisamos em algum momento da vida. Mas agora, realmente, não é a melhor hora! Será que você não é maduro o suficiente para ver quando seu irmão precisa ficar sozinho? Ou eu tenho que ser rude deste jeito e colocar em palavras o que eu quero que você faça?!
Yurio me olhava pasmo, a mão que antes estava fechada em um punho nervoso, agora completamente aberta. Havia um pequeno brilho ali, e... agh! Isto somente piora a dor de cabeça!
-- Saia do meu quarto, Yuri! Eu não quero falar com você, nem com ninguém! Vá!
Viro-me de costas para ele, tirando a blusa para trocar de roupa e ir dormir. Eu não estava com paciência para estas besteiras dele. Deixei isso bem claro desde o início. A culpa não é minha se precisei agir desta for-
-- Vitya, por que você está sendo tão frio? Aconteceu algo? Quer ajuda?
Olho para trás, e ele estava bem próximo de mim, com a mão levantada para encostar em minhas costas.
Ele tinha um brilho nos olhos, e eu sentia que ele genuinamente queria me ajudar. Mas, mais uma vez, eu já estava sem paciência.
-- Eu não te mandei sair, Yuri?! - dou um tapa forte em sua mão e ele a segura, tentando reter uma cara de dor. - Deixe-me em paz! Eu não quero você aqui!
Yurio ficou parado, sem reação para o que eu tinha acabado de fazer. Nunca que eu tinha dado um tapa em alguém, muito menos levantado a voz. Eu sempre disse não à violência e, sim, eu estava com raiva, estava preocupado com meu pequeno, mas sabia que aquilo tinha sido maldade. Ele não tinha feito nada de errado e, além disso, era o meu irmão. Somente queria me ajudar.
Eu ia me desculpar, contudo, quando vi o seu rosto, as palavras se engasgaram na minha garganta. Ali estava estampada a mais profunda decepção, junto de uma tristeza inacabável, com lágrimas silenciosas rolando pelas suas pequenas e rosadas bochechas.
Ficamos em silêncio por um breve período de tempo, ambos paralisados, sem ousar mexer um músculo sequer. Eram surpresas demais para um dia só, e eu sentia que se fizesse mais alguma coisa, tudo poderia se despedaçar em mil pedaços.
-- Você se acha superior, não acha?
Ele havia me pego de surpresa. Eu não sabia como responder.
-- E-eu...
-- Você se acha bonito, poderoso, um deus na terra. E, é óbvio, por que não seria?! Foi mimado toda a sua vida, não passou fome, não sabe o que é ter que escolher entre a vida dos seus pais ou a sua, muito menos a dor de perder uma família! -- Yurio não parava de falar, e também não me dava a chance de responder. -- Você vai ser um rei poderoso, todos te respeitam e te admiram, então por que ligar para os outros, não é?! Por que ligar para o seu próprio irmão, quando você está muito bem sozinho?! - Eu estava sem palavras. Ele nunca havia agido assim comigo. - Sinceramente, nem sei por quê tentei. Você é egoísta, egocêntrico, como eu pude te admirar tanto?! Além disso, você não me trata com o mínimo de respeito! Não sei como pude ser tão cego, ao ponto de pensar que por conta de você, por conta do Yuuri, eu era bem vindo aqui, nesta porra de castelo!
-- Olhe o vocabulário, Yurio!
-- Olhe você uma coisa! -- ele abre a outra mão, e com isso eu vejo um pequeno anel de prata com três pedras encrustadas, brilhando em cima de seu palmo. -- Eu tinha feito essa... essa merda para você! Eu fui até o mercado da cidade, passei um dia lá, somente para poder te dar isso hoje, antes da sua coroação! -- O choro dele se intensificava a cada palavra dita e, em mim, a culpa somente crescia. -- Por que eu sabia, Vitya, sabia que você estava nervoso! Eu sabia que você precisava de apoio, então quis presentear o meu irmão, que tanto amo e admiro! Eu queria tanto poder dizer o quanto sinto orgulho de você, o quanto você me ajudou mesmo quando não sabia, que eu estava ansioso para ver o ótimo rei que você iria se tornar! - o seu rosto se contorce, e em um movimento súbito, ele joga o anel para o lado, pegando-me, mais uma vez, de supresa. De repente, ele abaixa a voz, saindo mais como um choro fraco do que como, verdadeiramente, uma frase. - ...mas, agora, eu nem sei mais...
Yurio começa a andar para longe de mim, com as pernas parecendo pesos de 30kg, vendo o esforço que ele fazia para se mover a cada passo. É óbvio, até eu me sentia assim. A tensão entre nós estava insuportável, e nunca havíamos brigado desta forma.
Afinal, eu não dei motivos para que ficássemos assim. Por que ele nunca havia sido rude comigo, nem eu com ele. Nem mesmo quando estavámos nos nossos piores dias. Nem mesmo quando eu havia o deixado sozinho.
Aos poucos, eu percebi novamente: tudo isto era minha culpa, e eu deveria tentar ao menos me desculpar com ele.
-- Yurio, espe-
Ele me corta, frio e grosso, como uma lâmina de faca.
-- Boa noite, Vitya. Espero que tenha um bom baile amanhã.
Eu começo a andar em sua direção, com o propósito de o parar, mas Yurio consegue alcançar a porta antes de mim. Antes de a fechar, ele dá uma pequena reverência, fitando no fundo dos meus olhos, dizendo suas últimas palavras daquela escura e gélida noite:
-- Vossa Majestade.
Nunca palavras de tamanho respeito foram utilizadas com tanta fúria e desgraça para mim.
♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤♡♤


Notas Finais


E aí? Gostaram?
Gente acabei no clímax sou péssima fnskznwkjzlajskw
Comentem aq em baixo oq gostaram, oq pode melhorar e se fiz algum erro!
Obrigada mais uma vez!
Tia Zoe ama vocês
E...
ZOE OFF!
(Acharam q nn ia ter, né, safadinhos???)


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