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História - Your eyes dont lie - - I could do nothing to prevent.


Escrita por: KahJauregui

Capítulo 11 - - I could do nothing to prevent.



Secou os cabelos sedosos e  escovou-os bem, depois maquiou-se com cuidado, realçando discretamente os olhos Castanhos. Intimamente agradeceu a Vera por ter lhe proporcionado essa possibilidade de ficar uns momentos a sós, assim pôde ordenar seus pensamentos e se recuperar do choque que a súbita e perturbadora presença de Lauren lhe causara. Com essa ela não contava! E agora, o que aconteceria? Qual seria o desfecho daquela história maluca? Tudo dependeria de como Lauren iria encarar a explicação. Será que ela entenderia por que ela estava no lugar de Lucy? Será que preferiria não desmascará-la? Camila já estava bem mais controlada agora, embora ainda sentisse uma certa apreensão. Revirava o guarda-roupa de ponta a ponta procurando o melhor vestido para usar. Sem dúvida uma mulher se sente muito mais segura e confiante quando está bem arrumada, com boa aparência, e Camila ia precisar de muita confiança. Estava só com a roupa de baixo, empenhada nessa atividade, quando bateram na porta e ela se surpreendeu.
— Quem é?
Porém, em vez de ouvir uma resposta, a porta se abriu  e Lauren entrou. Camila pegou depressa o roupão para se cobrir, mas ainda percebeu o olhar insolente com que ela a avaliou naquele breve instante. Ela emudeceu.
— Podia ao menos ter esperado que eu dissesse para você entrar, não é? — disse ela ríspida, com ódio por ela a ter pegado desprevenida mais uma vez.
— Ué, grande coisa! Você estava lá na piscina, muito tranqüila com Austin, e seu biquíni era menor do que isso que está usando agora. — Ele sorriu e se aproximou dela com um andar ágil e elegante.
Camila teve vontade de dizer-lhe que Austin não a olhara daquele jeito, como ele, como se ela fosse um objeto para ser avaliado e comprado se agradasse. Mas, enfim, não estava em situação de dizer nada.
— Não estava me referindo à minha roupa... só que gostaria que tivesse pedido permissão para entrar em meu quarto.
— E desde quando preciso de permissão para entrar no quarto de minha noiva?! — disse ela, olhando-a com ironia.
— Nós duas sabemos muito bem que não sou sua noiva... — disse ela baixando o olhar, constrangida.
— Mas todos pensam que é. Aliás, elogiaram tanto você que já estou me sentindo orgulhoso. — O sarcasmo na voz dela feria-a como um punhal.
Ela baixou o olhar para não encará-la e não pôde deixar de notar o corpo bonito e bem proporcionado, moldado pela elegante roupa que trajava.
— Sinto muito por tudo isso, senhora Jauregui. Eu... — começou Camila titubeante.
— Ora, por favor, continue a me chamar de Lauren.
Ela apertou contra o corpo o roupão de cetim que pegara às pressas e nem tivera tempo de vestir e moveu  a cabeça, jogando os cabelos para trás das costas.
— Sinto muito — repetiu Camila.
Ela fez um esgar de ironia.
— Ah, quanto a isso não tenho dúvidas! Minha chegada foi um tanto inoportuna para você, não é?
— Não foi o que eu quis dizer e você sabe disso. — Havia um certo tom de desespero na voz dela, mas Lauren não parecia impressionada. Ao contrário, parecia achar graça.
— Você não vai querer me convencer, agora, que sente muito por ter conquistado a simpatia de Vera, não é?! Acha que vou acreditar numa coisa dessas? — O tom era de desprezo e arrogância. Camila sentia-se minúscula perto dela.
— Você fala como se fosse um golpe sujo... uma atitude baixa... — protestou ela fracamente, e seu queixo tremia como se fosse chorar. — Nunca houve intenção de ferir ninguém ou de causar qualquer mal.
— Você poderia explicar isso a Vera? — disse Lauren com rispidez, as narinas dilatando-se de raiva.
Camila baixou a cabeça, envergonhada, os olhos inundados de lágrimas, numa atitude silenciosa de quem admite a derrota. Era verdade que não havia a menor intenção de se causar mal a alguém. Tudo começara como uma inocente brincadeira, só que agora atingira proporções drásticas. Quando Vera descobrisse quem na verdade era Camila, ficaria decepcionada e seria doloroso.
— Eu explico, sim... — murmurou Camila.
— Sem dúvida, vou ficar encantada com sua história, mas por enquanto ainda não vai contá-la — interrompeu ela bruscamente, com voz de desdém e frieza. — Minha romântica tia achou que nós duas deveríamos ficar a sós esta noite, já que estivemos tantos dias separados.
— Você ainda não contou a ela? — Ela arregalou os enormes olhos castanhos, incrédula.
— Espero você lá embaixo dentro de meia hora,— disse ela sem responder à pergunta. — Isso lhe dá tempo de sobra para inventar uma desculpa plausível. — Lauren deu um passo em direção a ela e instintivamente Camila recuou e se retraiu. Lauren sorriu, zombando dessa atitude, e foi até o armário que estava aberto, de onde tirou um vestido de jérsei tom chocolate. ordenando:
— Vista este. Combina bem com o castanho jovial de seus olhos, que parecem tão inocentes!
Lauren jogou o vestido para ela e saiu do quarto. Camila estava quase sem fôlego e só então percebeu quanto a presença dele a sufocara. Sentindo as pernas trêmulas, deixou-se cair na banqueta de veludo diante da penteadeira, as palavras de Lauren ainda ecoando em seus ouvidos. Ela teria de passar a noite toda sozinha com ela! Uma noite inteira agüentando aquelas frases sarcásticas que a alfinetavam! Naturalmente ela não iria acreditar na história. E, na verdade, Camila percebia agora quão absurda parecia aquela invenção do disfarce e quão egoístas eram os motivos que tinham impulsionado a trama toda.
Sufocou  um riso nervoso. Sabia que seria perigoso aceitar aquele disfarce, que seria terrível ter uma inimiga como Lauren.  Por que não ouvira sua consciência, então? Por que se deixara levar e cedera aos argumentos da prima? E agora? Bela encrenca em que estava metida! Agora iria pagar caro pelo que fizera. Lauren seria impiedosa e iria castigá-la severamente! Quanto a isso não havia a  menor dúvida. E o pior é que ela não podia fazer nada para evitar.
 



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