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História - Your eyes dont lie - - Are you afraid of me, is not it?


Escrita por: KahJauregui

Capítulo 18 - - Are you afraid of me, is not it?



— Hum... você é uma loucura — murmurou Lauren com voz aveludada. — Agora entendo por que Austin está tão enfeitiçado, apesar desses seus olhos inocentes. Só que eu não me deixo enganar assim tão fácil. Pena para você, não é?
— O que quer dizer com isso? — disse ela ainda meio ofegante, sem querer aceitar a frieza que ela começava a assumir.
— Primeiro você me encarou com esses seus enormes olhos, cheios de inocência, apelando para minha compreensão, depois demonstrou raiva e rebeldia para que eu admirasse sua coragem, em seguida, como nada disso funcionou, você se tornou submissa e ardente. Agora o que vai tentar para conseguir o que quer de mim? Lágrimas? — Lauren riu. — Esses truques femininos não funcionam comigo, Camila. Há muito tempo aprendi a me defender deles. Comigo não pode fazer o que faz com Austin. E não adianta tentar mais nada porque não vou deixá-la ir embora. Vamos continuar fingindo que estamos noivas. Afinal, foi você, com sua farsa, que nos levou a isso.
Ela conteve as lágrimas, sabendo que Lauren jamais acreditaria que elas tinham sido provocadas por aquela acusação tão feroz e injusta. Tinha esquecido que Lauren estava acostumada a ver mulheres se entregarem a ela e depois descartar-se delas sem o menor escrúpulo, e se deixara levar pelo que sentira no momento, sem raciocinar. Para Camila fora uma emoção forte e nova, como se um vulcão tivesse sido ativado dentro dela. Teve vontade de fazer amor com ela.
— Você me forçou a beijá-la! Eu nunca a seduzi nem a provoquei para que me beijasse! — disse, chocada. — Como ousa me acusar assim?
— Você ainda vai ver que eu sou muito ousada mesmo — ela ria, zombando da indignação dela. — Agora uma coisa ficou estabelecida: você realmente me pertence.
— De jeito nenhum! — negou ela com veemência antes que seu coração traiçoeiro lhe dissesse o contrário.
Lauren ignorou a resposta, colocando a mão nas costas dela. A certeza com que ela falara provinha do fato dela haver correspondido com ardor às suas carícias. Para Camila, entretanto, as coisas tinham piorado bastante: era terrível descobrir que não era tão indiferente a ela quanto pensara. Ela a atraía como um ímã, obrigava seus sentidos a estarem sempre cientes da sensualidade dela e forçava-a a admitir os desejos da carne, apesar de tratá-la com desdém e arrogância.
Tremia com a proximidade de Lauren, embora sua mente quisesse repeli-la. Antes de ligar o motor Lauren virou-se para ela e largou em seu colo um objeto brilhante.
— Acrescente isso às emoções que colheu esta noite — disse ela.
Apesar da pouca iluminação, Camila reconheceu logo a pulseira de rubis e diamantes que tinha sido o primeiro presente que Lauren dera a Lucy. Virou-se para ela, na mesma hora, com uma expressão atônita. Lauren estava de perfil para ela, olhando fixo para frente.
— Onde arranjou isto? — sussurrou ela.
— Lucy jogou em cima de mim num momento de raiva.
— Lucy?
— Tenho certeza de que já deve ter-se arrependido. Afinal, é uma pulseira cara.
— Quando você viu Lucy?— Sem querer ficou em suspense, esperando a resposta.
— Hoje. Ela ficou quase tão desconcertada quanto você quando me viu, só que se recuperou mais depressa. — Ela olhou Camila de relance, com um riso cínico, antes de se concentrar de novo na estrada.
— Pensei que você tivesse viajado a negócios.
— Os negócios eram secundários, o principal objetivo da viagem era encontrar Lucy.
— Ela ficou muito chateada? — perguntou Camila, imaginando a cara da prima ao saber que a farsa fora descoberta.
— No começo ela se mostrou arrependida e quase humilde... até que entendeu que não haveria reconciliação, que nosso relacionamento estava definitivamente terminado. De qualquer modo, parece que a carreira dela como atriz está em primeiro lugar agora. Mas, mesmo assim, ficou furiosa quando soube que eu fiquei noiva de você.
— Por que você foi dizer uma coisa dessas para ela?
— Porque é verdade. Acho que deveria contar a ela, ora.
— É um acordo só entre nos duas, por causa da sua tia, e não um noivado no verdadeiro sentido da palavra — disse Camila.
— Isso é o que você insiste em dizer. Será que é porque se sente culpada de ter me afastado de Lucy? Mas, conforme sua prima me falou hoje, você está acostumada a ficar com as coisas que ela não quer mais. Será que uma noiva de segunda mão é muito diferente de um vestido?— A piadinha cruel feriu seu orgulho.
— Que eu saiba, não tenho noiva nenhuma, nem de primeira nem de segunda mão!— retrucou Camila com frieza.
— Não tente me dispensar assim. Você me pertence por enquanto.
Ela apertou nas mãos a jóia fria.
— Por que me deu essa pulseira?
— Não me diga que está preocupada. As mulheres como você e sua prima adoram ver as pessoas gastarem dinheiro com elas! — disse ela com cinismo.
— Sem dúvida isso deve ser muito natural entre o tipo de mulheres com que você está acostumada a lidar! — retrucou ela em tom cáustico, querendo revidar o sarcasmo. — Além disso, elas devem saber que presentes caros é tudo o que você pode dar, pois uma mulher sem coração não é capaz de amar.
— Ah, essa sua maldita insolência! — grunhiu Lauren, dilatando as narinas. O trânsito estava movimentado e ela não podia desviar a atenção. — Ninguém fala comigo desse jeito!
— Então já é hora de alguém começar — retrucou ela e acomodou-se melhor no banco do carro.
Lauren agarrou o pulso dela e puxou-a para perto de si, sem desviar os olhos da estrada.
— Por que você insiste em provocar minha raiva? Será que é tão insegura assim da sua capacidade de provocar o desejo de uma mulher que prefere deixá-la furiosa a deixá-la indiferente?
— Não, não é nada disso! — disse ela com voz áspera, tentando libertar o pulso que ela aprisionava entre os dedos.
Lauren olhou-a de relance.
— Você tem medo de mim, não é isso? Fica aí toda arrepiada e assustada como uma gatinha indefesa.
— É... é isso sim — concordou ela, para encerrar logo aquela conversa, sabendo que havia um fundo de verdade naquela afirmação.
Lauren largou a mão dela e Camila ajeitou-se de novo no banco macio, esfregando o pulso no lugar que ela apertara. O silêncio da noite era bem melhor do que aquela troca de agressões e alfinetadas.



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