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História - Your eyes dont lie - - You never ask,Lauren.you order


Escrita por: KahJauregui

Notas do Autor


O QUE EU TO FAZENDO POSTANDO AS 23:30?
Não sei HAUSHAUSH

Capítulo 22 - - You never ask,Lauren.you order



— Mas, então, por quê? Por que você quer se casar? — Ela balançou a cabeça, sacudindo os cabelos chocolate, como se quisesse assim se livrar da agonia e mal-estar que as palavras dela estavam provocando.
— Eu já lhe disse — falou Lauren zombeteiramente — uma mulher não serve só para se levar para a cama, tem outras utilidades... e eu preciso de alguém para cuidar da minha casa, receber meus convidados.
— E você não pensa no que sua mulher possa querer? Ela pode ter outros desejos e aspirações! — disse ela com dificuldade, sentindo um nó na garganta.
— Ela terá tudo o que precisar, não lhe faltará nada. Está se esquecendo de que eu sou muito rica!
— Eu tinha razão — disse ela, as lágrimas escorrendo por suas faces —, você não tem coração, mesmo! — completou, enquanto lutava para tirar o anel de safira do dedo.
Mas Lauren segurou com força a mão dela e colocou-a sobre seu peito bem em cima do coração, que batia forte.
— Tenho sim, veja — disse Lauren e em seguida enlaçou-a pela cintura e puxou o corpo dela para junto do seu 
Os lábios de Lauren se apossaram dos seus mais uma vez, sentindo o gosto salgado das lágrimas que os tinham banhado. Novamente o ardor do beijo transmitiu a ela a mesma intensidade de desejo que Lauren sentia, arrancando uma resposta apaixonada. Ela já não resistia mais à volúpia daquele contato. Abraçou-se a ela, afundando os dedos nos cabelos macios da nuca dela, até que Lauren afastou um pouco o rosto, quebrando o encanto do momento.
— Puxa, como eu quero você, Camila! Que diabo!
— Não!— negou ela, com raiva.
Com uma força de que nem se imaginava capaz, Camila conseguiu se libertar daquele abraço. Deu um passo para trás, ainda titubeante, depois virou-se e correu em direção à casa, enquanto ainda lhe restava alguma energia para resistir à avassaladora atração física que Lauren exercia  sobre ela.
Uma enorme praça arborizada marcava o fim dos seis quilômetros de ponte que unia a ilha Dauphine ao continente. A estrada era dividida por exuberantes gramados pontilhados de altas palmeiras. Nem uma nuvenzinha manchava o azul profundo do céu e o sol dourava tudo, irradiando um agradável calor. Camila estudava atentamente cada detalhe do cenário, determinada a não prestar atenção e a evitar os olhos verdes de Lauren sentada ao volante do carro luxuoso.
— Lauren — disse Vera, que estava sentada no banco de trás, ao lado do juiz — será que você levaria Gerry e eu até a marina da enseada? Ele quer dar uma olhada no barco dele e estou certa de que você vai mesmo preferir mostrar a ilha a Camila, sozinha.
— Não sabia que tinha um barco, juiz — comentou Lauren, ignorando o comentário da tia.
— Ora, não é nada de ostensivo, é apenas uma lancha com uma boa cabina que me possibilita pescar em alto-mar — retrucou ele. — Desde o outono passado que eu não saio com ela. Por isso achei melhor verificar suas condições para ver se está tudo em ordem. Mais tarde vocês podem passar por lá, pegar Vera e eu e nós iremos fazer um piquenique na praia.
— Será que você se sentirá segura ficando algumas horas sozinha comigo? Dá para suportar, Camila? — disse ela, olhando-a com os olhos semicerrados e um ar de riso e notando a postura tensa dela.
Desde a conversa que tinham tido na manhã anterior, Camila estava fazendo tudo para evitar ficar a sós com Lauren. As duras palavras que ela dissera a respeito do amor ainda ecoavam em seus ouvidos, fazendo doer seu coração.
— Mas que pergunta mais boba! — exclamou Vera com um riso estranho. — Ela é sua noiva, afinal.
— Só que não parece muito animada com a sua sugestão.
O comentário de Lauren obrigou Camila a dizer algo.
— Muito pelo contrário — disse ela, forçando um tom jovial — tenho certeza de que vai ser bem interessante ter você como minha guia turística, Lauren. Você tem sempre um modo exclusivo e incomparável de ver as coisas!
A ironia sutil do comentário não passou despercebida para ela e Camila notou isso no olhar que lhe lançou.
Depois de terem deixado Vera e o juiz no ancoradouro, Lauren dirigiu o carro lentamente ao longo da marina para que Camila visse os vários tipos de barcos ancorados lá. Havia veleiros, pequenos e grandes; iates; lanchas dos mais variados modelos, com cabina ou sem cabina; e, mais ao longe, os barcos de pesca.
— Todos os anos há uma procissão religiosa dos pescadores que saem pelo mar com seus barcos, todos enfeitados — disse Lauren, depois olhou-a de relance com um ar divertido. — Como vê, estou levando a sério meu dever como guia turístico.
Por nada desse mundo Camila iria demonstrar a ela que estava interessada nas coisas que ela lhe explicava, por isso resolveu ficar calada.
— Próxima parada em nossa excursão turística é o Forte Gainer — acrescentou ela.
Dirigiram-se para lá em silêncio e quando estavam entrando no pátio do forte, ele perguntou:
— Você conhece algo sobre a história desta região?
— Não, não conheço nada — admitiu Camila, esperando que Lauren a olhasse com desprezo, mas ela lhe deu um sorriso totalmente sincero.
— Então, permita que eu tenha o prazer de ser a primeira a esclarecê-la — disse, colocando a mão dela em seu braço e conduzindo-a pela rampa que levava à torre do forte. — A ilha Dauphine foi batizada assim pelos franceses quando sua primeira expedição militar aqui se estabeleceu em 1699 e fez dela uma importante base antes de conquistarem o Território de Louisiana, que vai desde o Golfo do México até a região dos Grandes Lagos, estendendo-se na direção oeste. A cidade de Mobile era a capital desse território francês e a ilha Dauphine era o porto de entrada e saída que servia dois terços do Continente Norte-Americano.
— Eu sempre relacionei New Orleans ao Território da Louisiana... — murmurou Camila.
— A maioria das pessoas faz o mesmo. — Lauren balançou a cabeça. — Você já ouviu falar das garotas mandadas pela Coroa Francesa para New Orleans? — Camila fez que não com a cabeça. — Pois aqui também aconteceu o mesmo, só que vinte e quatro anos antes. O navio francês "Pelican" atracou no porto da ilha Dauphine trazendo a bordo vinte e quatro garotas mandadas pelo rei da França para que se casassem com os homens que estavam vivendo aqui e estabelecessem famílias ao redor do Forte às margens do rio Mobile. Esse foi o início da cidade que hoje é Mobile. As moças ficaram conhecidas como as "Garotas do Pelican".
— E elas se casaram com os homens?
— Claro! Elas vieram para servir seu rei. — Houve uma breve pausa em que Lauren fixou o olhar em Camila. — Ué, que milagre! Não vai protestar contra casamentos sem amor? — disse ela em tom zombeteiro. — Ou será que a idéia de atravessar um oceano, viajando para o outro lado do mundo, para se casar com um estranho já é por si só muito romântica?!
Camila franziu as sobrancelhas e lançou um olhar frio.
— Não acho que devo responder perguntas feitas por uma insolente guia turística!
Lauren sorriu sem achar graça.
— Por que me acha insolente? Só porque lhe pedi para ser a minha "garota do Pelican"?
— Você nunca pede, Lauren. Você ordena. — Camila suspirou, sabendo que ela sempre conseguia intimidá-la.
— Quer que eu lhe peça? — murmurou ela com voz aveludada bem junto de seu ouvido, num momento em que haviam parado para contemplar a paisagem.



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