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História - Your eyes dont lie - - Heart Pain


Escrita por: KahJauregui

Capítulo 31 - - Heart Pain



— Ah, não pode ser! O senhor deve estar enganado... balbuciou ela.
— Ela deixou o endereço da casa dos pais para que eu encaminhasse a correspondência dela e disse que a senhorita não ia mais voltar — disse Tom e inclinou a cabeça com uma expressão séria. — Talvez seja melhor telefonar para sua tia.
— É, sim, acho que é melhor mesmo — concordou Camila com olhar ausente, chocada por ter descoberto de repente que não tinha onde ficar. — Se quiser, a senhorita pode usar o telefone aqui da portaria — ofereceu ele, conduzindo-a para lá.
Camila se deixou levar e com um terrível constrangimento discou o número da casa dos tios. No segundo toque atenderam e ela imediatamente reconheceu a voz da tia.
— Alô, tia, aqui é Camila... — foi tudo o que conseguiu dizer.
— Não pensei que você ainda tivesse o descaramento de ligar para cá — declarou a tia em tom glacial —, depois de tudo o que fez para minha pobre Lucy! Como é que se atreve a aparecer de novo? Estou admirada!
— Como assim, depois de tudo o que fiz para Lucy? — repetiu Camila, sem entender.
— É claro! Minha pobre filhinha ficou arrasada quando descobriu que você tinha roubado a noiva dela, na cara dela, sem que ela percebesse. Ela confiava tanto em você e você nem se importou de magoá-la e fazê-la sofrer! Quando penso em como seu tio e eu nos sacrificamos para criá-la como se fosse nossa filha... e é assim que você nos retribui! Que coisa horrível!
— Vocês não tiveram de se sacrificar coisa nenhuma — o queixo de Camila tremia e seus olhos encheram-se de lágrimas. — Meu pai deixou dinheiro suficiente para que eu fosse sustentada durante todos esses anos!
— E você esbanjou à vontade! Pois bem, não pense que vamos continuar a sustentá-la! Sua rica noivinha que cuide de você agora e fique fora de nossas vidas! Você já nos causou bastante mal!— disse a tia com aspereza e bateu o telefone.
Era evidente que Lucy não tinha contado a verdade aos pais, que não dissera como é que Camila tinha ido parar em Mobile, fingindo ser a prima. Só Deus sabia que mentiras ela contara aos pais depois que Lauren rompera o noivado, deixando-a cheia de despeito. Camila jamais saberia. Tudo o que sabia no momento é que os tios não queriam mais saber dela, não a queriam ver nem pintada de ouro.
Camila curvou os ombros sob o peso da situação aterradora e virou-se para Tom perplexa, com ar de abandono. Ele a fitou com olhar compreensivo.
— Eles não querem saber de você, não é? — perguntou ele, compadecendo-se com o jeito resignado com que ela balançou a cabeça fazendo que sim.
— O que vou fazer agora? — Camila suspirou, depois deu uma risada amarga. — Nem sequer tenho dinheiro para passar a noite em algum hotel!
— Posso lhe emprestar... — ofereceu ele gentilmente.
— Não, não, obrigada, mas não posso deixar que faça isso — protestou ela, triste, sacudindo a cabeça com firmeza. — Eu me arranjo, pode deixar.
— E se eu lhe oferecesse ao menos um lugar para passar a noite? — E antes que Camila pudesse responder qualquer coisa ele acrescentou, depressa: — Eu e minha mulher temos um bom quarto de hóspedes em nossa casa. Não seria incômodo nenhum para nós e assim a senhorita teria um lugar para ficar até que se acalme e resolva o que vai fazer.
— Eu já sei o que vou fazer. Vou procurar um emprego sem demora.— Camila sorriu sem alegria. — Não posso mais aceitar caridade dos outros. Eu não quero mais isso! — As palavras ásperas da tia ainda ecoavam em seus ouvidos.
— Não se trata de caridade — insistiu Tom, compreendendo o motivo real que a fazia responder daquele jeito, com tanto amargor. — Assim que a senhorita encontrar um emprego e estiver recebendo pode nos pagar pela hospedagem, a quantia que achar justa. — A oferta era bastante tentadora, mas Camila hesitava. — Vamos fazer uma coisa. Pode pensar à vontade, não precisa responder já — sorriu ele — sente-se aqui no sofá, tome um café e relaxe um pouco. Daqui a uns quinze minutos acaba meu horário de serviço. Jenkins já deve estar chegando para me substituir e daí eu vou embora. Se decidir outra coisa posso lhe dar uma carona. Se resolver aceitar minha proposta, terei muito prazer em levá-la comigo para casa. E, então, o que acha?
— Gostei da sua sugestão, senhor Farber. — A expressão satisfeita dele fez com que ela sorrisse com sinceridade.
— Eu sou Tom para os amigos, pode me chamar assim.
— E eu sou Camila para os meus, é melhor parar de me chamar de senhorita Cabello. — Ela sorriu de novo e apertou a mão que ele lhe estendeu.
Quinze minutos mais tarde Tom estava arrumando a bagagem de Camila no porta-malas de seu carro. Ela havia, afinal, escolhido a alternativa mais sensata: ficar com Tom e a esposa. A hipótese de entrar em contato com Lauren passou por sua cabeça mas Camila nem quis considerá-la. Por mais que a  amasse e que se sentisse tentada a correr para os braços protetores dela, preferiria morrer de fome a casar-se com ela, sabendo que ela não a amava.
Depois de tudo ajeitado. Tom sentou-se ao volante e deu a partida no carro. Camila olhou para ele, hesitante, querendo dizer algo.
— Tom... — começou ela, depois fez uma pausa, tentando ordenar as palavras — pode ser que alguém procure por mim lá no apartamento... você me faria o favor de dizer que não sabe onde eu estou? — Camila não queria que Lauren a encontrasse.
— Você está metida em alguma encrenca, minha filha?
— Não propriamente isso. É que há uma mulher que pode aparecer querendo falar comigo, mas eu não quero vê-la.
— Então pode ficar sossegada que de mim ela nunca vai saber onde você está. — Tom sorriu e piscou um olho.
Dinah, a mulher de Tom, era tão amável e simpática quanto o marido. Assim que Camila começou a se desculpar por estar quebrando o sossego de seu lar, ela a interrompeu, dizendo que nem pensasse nisso e afirmou que ficaria muito contente de ter a companhia de outra mulher, assim teria com quem conversar 
Camila estava exausta depois da viagem apressada que fizera, magoada com a rejeição dos tios, triste por ter perdido Lauren e a amizade de Vera e dos novos amigos que fizera em Mobile. Por isso não conseguia dormir. Sem querer ficava lembrando cada momento que passara com Lauren, revivendo as cenas na memória, e o fato de saber que jamais a veria novamente era mais uma mágoa que dilacerava seu peito, uma dor insuportável.
Chorou tanto que quando afinal adormeceu a fronha do travesseiro estava toda molhada.
No dia seguinte Dinah insistiu que Camila ficasse em casa, achando que ela ainda estava cansada da viagem e um pouco abatida. Era melhor ficar apenas recortando anúncios de emprego nos jornais. A bondosa mulher procurava alegrá-la de todo jeito, conversando, fazendo graça e rindo. Mas Camila apenas sentia as horas se arrastarem lentamente e se perguntava, em silêncio, como é que agüentaria passar o resto da vida sem Lauren. Horas, dias, semanas, meses, anos... era uma eternidade! Como suportaria esse vazio?
Naquela noite, durante todo o jantar, Tom observou furtiva e atentamente Camila, notando as pálpebras um pouco inchadas de chorar, o ar deprimido e triste, e a ausência do sorriso fácil que ele se acostumara a ver no rosto dela. Quando terminaram a sobremesa e estavam começando a tomar o café, ele afinal pigarreou, como quem vai falar. Camila ergueu os olhos castanhos, de olhar ausente, e num ato reflexo fixou-os nele.
— Por acaso estava se referindo a essa tal de Jauregui quando falou naquela mulher, ontem? — perguntou ele, disfarçando o interesse, olhando para a xícara.
— Ela esteve lá no prédio? — perguntou ela, um misto de tristeza e apreensão na voz.
Tom balançou a cabeça.
— Esteve, sim. No início pensei que ela estivesse procurando por Lucy e disse a ela que ela voltara para a casa dos pais. Mas ela logo deixou bem claro que estava procurando você e não ela.
— E daí, o que você disse? — perguntou ela, imaginando como Lauren devia estar furiosa para ter se abalado até Los Angeles só para procurá-la.
— Disse a verdade, mas só uma parte. Disse que você tinha estado lá ontem à tarde, ficou sabendo que sua prima desistira do apartamento, de pois deu um telefonema e foi embora.
— E ela acreditou?
— Acho que sim — Tom sacudiu a cabeça. — Ela disse que você era noiva dele.
Camila ficou pálida e olhou para a marca branca que o sol deixara no dedo em que ela tinha usado o anel.
— Eu era, mas já está tudo terminado, agora.
Camila baixou a cabeça e marido e mulher se entreolharam, trocando uma mensagem que ela não percebeu. Depois começaram a falar sobre outrás coisas corriqueiras, fingindo não perceber o silêncio dela.  Alguns instantes depois Camila balbuciou uma desculpa qualquer, pediu licença e foi para seu quarto. Atirou-se na cama e chorou desesperadamente, sem conseguir aliviar a dor insuportável que afligia seu coração.


Notas Finais


desculpem a demora
eu passo muito tempo me desculpando ahsuahushas
não existe casa de vó com internet né?
a casa da vó de vocês tem internet?ahsuahsuhas


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