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História 02 ( better together - choni ) - Natal


Escrita por: chxnidale

Capítulo 49 - Natal


Fanfic / Fanfiction 02 ( better together - choni ) - Natal

Toni Topaz – Point Of View 

O tempo passou mais rápido do que o esperado, isso não é ruim, não quando vou comemorar pela primeira vez as datas de final de ano com minha namorada.

Cheryl parece ansiosa com o natal combinamos que seria em sua casa. Nas conversas por telefone conseguia identificar a ruiva nervosa por ter que organizar tudo, além de minha família, nossos amigos também passarão a véspera de natal em sua casa. Estava animada e tentando tranquiliza-la de que tudo daria certo. Eu sei de suas inseguranças por nunca ter passado essas datas com tantas pessoas, mas confio em suas habilidades para nossa noite ser incrível.

— Boa noite?!

Abri um pequeno sorriso quando a ruiva apareceu em sua porta para nos receber, seu rosto se iluminou aos poucos e senti o corpo contra o meu em um abraço rápido e beijo na bochecha.

— Venham, está frio!

Nos deu passagem para adentrar cumprimentando meus pais e Samantha enquanto iam passando por ela. Meu olhar correu pela casa muito bem decorada com luzes, estrelas, enfeites de vários tipos... Cheryl se esforçou para nos agradar.

— A casa está linda, querida.

Minha mãe elogiou enquanto carregávamos nossas coisas, vi o sorriso da ruiva se alargar, ela realmente estava receosa com a reação dos meus pais. 

— Obrigada, é meu primeiro natal então...

— Está ótimo. – a interrompi, abraçando seu corpo de lado. — Você arrasou, amor.

Sussurrei, beijando sua bochecha.

— Vamos levar as coisas para o quarto, devem estar cansados.

Cheryl falou, guiando meus pais para seu quarto enquanto lhes explicava onde ficariam. Já havia sido informada que os dois dormiriam no quarto da minha namorada enquanto nós nos ajeitaríamos na sala. Não reclamei, sei que a ruiva tem apenas um quarto com cama e não seria sacrifício nenhum dormir junto dela na sala.

Atirei meu corpo no sofá, acabei por ficar sozinha no cômodo já que Samantha grudou na ruiva e meus pais estavam sendo recepcionados pela mesma. Fiquei cansada do voo, meus olhos se fecharam e suspirei, sentindo o sono chegar aos poucos. 

— Tiny!

Ouvi minha irmã e logo seu corpo estava em cima do meu.

— Sam, estou cansada...

— Até para enfeitarmos a árvore juntas?

Seu tom era melancólico, abri os olhos aos poucos e vi minha namorada parada em pé, o olhar culpado enquanto encolhia os ombros. Levantei meu corpo, coçando os olhos e reparando na árvore de natal sem nenhuma decoração.

— Sua irmã está cansada e se enfeitarmos só nós duas?!

Cheryl sugeriu.

— Não, tudo bem.

Fiquei em pé, esticando o corpo para retirar a preguiça que havia se instalado. Essas ultimas semanas foram um pouco cansativas para mim, depois da luta tive uma semana cheia de compromissos, depois fui liberada até mesmo dos treinos, mas precisava resolver outras coisas.

— Vamos enfeitar a árvore!

Usei meu tom mais animado, vendo Samantha pular em comemoração e correr até a mesma. Os enfeites estavam todos no chão, em volta da árvore apenas esperando para serem usados. Aproveitei a distração de minha irmã com eles e puxei minha namorada para perto, selando nossos lábios.

— Senti saudade.

Murmurei contra sua boca, ela sorriu.

— Senti mais. – tocou meu rosto. — Pensei que viria antes.

Fez um pequeno beiço.

— Eu queria, mas tinha assuntos para tratar... – suspirei. — Enfim, agora só vamos desgrudar no ano que vem.

— Isso soa tão bem...

Entrelaçou os braços em meu pescoço, sorrimos juntas prontas para iniciar um beijo que foi interrompido por minha irmã pedindo ajuda para desenredar os fios de luz. Cheryl rapidamente foi atende-la, focando em enfeitar a árvore.

O meu coração se aqueceu ao ver as duas interagirem enquanto decoravam a árvore, comecei a ajudar também. Nós três nos divertimos, rindo e brincando uma com as outras. Amava ter esses momentos com Cheryl, principalmente esse em que ela parece fazer parte da minha família, como se fosse a minha família. A ruiva gargalhou quando coloquei Samantha em meu pescoço para conseguirmos posicionar a estrela na ponta da árvore e a mesma quase não alcançou, minha irmã resmungava por ter que se esticar devido a minha altura.

Assim que ficou pronta, caímos as três no sofá, cansadas do pequeno agito. Troquei algumas palavras com minha namorada enquanto a mesma tinha Samantha em seu colo, mas não foram muitas... O cansaço havia me pegado.

— Filha.

Ouvi um sussurro, aos poucos fui acordando do pequeno cochilo. Havia um peso em meu ombro, quando olhei para o lado tinha Cheryl com sua cabeça no mesmo enquanto Samantha dormia desajeitadamente em seu colo.

— Estão cansadas, é melhor dormirem...

— Sim, sim.

Interrompi minha mãe que havia me acordado, mexi meu corpo esquecendo que a ruiva estava apoiada em mim e acabei acordando a mesma. Sua cabeça logo se ergueu, arqueando as sobrancelhas e trazendo o olhar para o meu.

— Vou levar a Samantha lá pra cima. 

Minha mãe avisou.

— Não precisa, ela pode dormir aqui com nós. 

Cheryl falou ainda um pouco sonolenta.

— Tem certeza?

— Sim. – me respondeu. — Deixe seus pais terem a cama só para eles hoje. 

Deu de ombros, dando um leve beijo no topo da cabeça de minha irmã. Blossom, você não me engana, está louca para dormir agarrada em Samantha e quer usar a desculpa de meus pais terem uma boa noite de sono. Dona Katy deu de ombros, não se importando em deixa-la com nós.

Minha mãe ainda nos ajudou a arrumar a cama, um colchão de casal que colocamos no chão. Cheryl havia deixado nossas cobertas preparadas, o ar condicionado estava ligado e usamos as almofadas de travesseiros. Trocamos boa noite, em poucos minutos estávamos sozinhas na sala. 

A ruiva colocou minha irmã no canto, Samantha se aconchegou a ela ficando com o rosto grudado em seu peito enquanto usava o braço da minha namorada de travesseiro. Não havia acordado em nenhum momento, mas mesmo assim Cheryl acariciava seus cabelos como se quisesse que a garotinha tivesse um sono ainda mais tranquilo.

— Poderia me dar um pouco desse carinho?

Sussurrei contra seu pescoço, abraçando-a por trás.

— Você ganha sempre, pare de ser egoísta.

Ela riu, encaixando-se em meus braços. Afundei meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheirinho tão de perto que ficava embriagada. Queria aproveitar mais daquele momento, da cena de Cheryl sendo tão cuidadosa com minha irmã, mas estava realmente cansada e a última coisa que me lembro é de ter murmurado que a amava.

_____

O aroma que vinha da cozinha era delicioso, minha mãe não conseguiu ficar de longe e Cheryl se tornou sua ajudante. Na sala junto de meu pai e Samantha já estávamos prontos a espera dos convidados. Faltava apenas minha namorada tomar seu banho e colocar a roupa, a mesma parecia relutar contra.

— Amor, não vai poder receber ninguém.

Argumentei com ela parada a porta da cozinha.

— São nossos amigos, não preciso recebe-los. – deu de ombros. — Eles mesmo se recebem.

Riu ao final, mexendo em uma das panelas ao lado de minha mãe, revirei os olhos e cruzei os braços. Fiquei as observando, as duas estavam em sintonia ao organizarem tantas coisas ao mesmo tempo. Assim que lindos bolinhos de cereja – muito bem recheados, saíram do forno vi os olhos da minha namorada brilharem, havia sido um pedido seu.

— Tudo bem, criança. – minha mãe tocou suas costas. — Vá se arrumar que agora dou conta de tudo.

— A senhora tem certeza? 

— Sim, fique tranquila.

Piscou, sorrindo em conforto. 

Cheryl desamarrou o avental em volta de seu corpo, o deixando em cima de um balcão e depositando um beijo em minha bochecha ao passar para ir em direção ao seu quarto. 

Como em um passe de mágica a campainha tocou, Samantha correu para a porta com seu gorro vermelho na cabeça chegava a ser engraçado. A acompanhei, recebendo Nicholas e Sabrina junto de Salem no colo. O gatinho chamava a atenção ao estar vestido de duende.

— É natal!

Minha irmã falou animada pulando a frente do casal.

— Ainda não, Sam... É quase.

Expliquei vendo os dois rirem da garotinha a minha frente. Os cumprimentei, dando espaço para adentrarem a casa. Sabrina estava com Salem no colo e Nicholas abraçado em seu aparelho vídeo game.

— Trouxe para nos divertirmos até a meia noite.

Sorriu como criança.

— Já disse para ele que Cheryl não vai permitir.

Sabrina cantarolou enquanto colocava o gatinho no chão. Balancei a cabeça em concordância, a ruiva quer um natal tradicional e em família, todos interagindo juntos.

— Provavelmente vai nos matar, mas podemos jogar enquanto está no banho. – falei vendo Nick comemorar. — Mas se ela quebrar seu vídeo game não te darei um novo.

Ele deu de ombros enquanto caminhávamos até a televisão, os dois cumprimentaram meu pai, sentei no sofá com um controle em mãos. Nicholas conectava os fios enquanto Sabrina conversava com Samantha, algo que não consegui prestar atenção no assunto.

— Cheryl está no banho? – a loira perguntou e assenti, focada na tela. — Vou ajuda-la ou não irá descer nunca.

Concordei, inerte demais ao estar concentrada em ganhar uma partida de corrida do seu namorado. Virei uma curva na liderança, faltava pouco para vencer a partida quando meu cérebro pareceu voltar a alguns segundos atrás.

— Sua namorada disse que vai ajudar a minha no banho?

Encarei Nicholas ao perguntar, pronunciando as palavras mais para mim mesma do que propriamente para ele. Minhas sobrancelhas se juntaram em confusão, tentando entender se era isso mesmo que havia ouvido.

— Você sabe que elas são meio íntimas, certo?

O meu adversário no jogo estava tranquilo com o assunto.

— Meio íntimas?

— É. – seu olhar não saia da tela. — Cheryl adora que Sabrina lave seus cabelos e... Toni, você está em último!

Alertou-me.

Meus olhos estalaram, era tanta informação para minha mente que não tinha mais foco em jogo nenhum. Foda-se essa corrida. Sabrina provavelmente está vendo minha namorada nua agora. Joguei o controle no sofá, levantando o corpo com rapidez e correndo para o andar de cima.

Adentrei o quarto e dei de cara com a loira sentada na ponta da cama, celular em mãos e olhar fixo no mesmo. Ofeguei, levemente aliviada de não a encontrar dentro do banheiro.

— A... A Cheryl já saiu do banho? 

Cocei minha nuca claramente desconfortável.

— Já, nem tive que apressa-la. – deu de ombros. — Está se maquiando no banheiro.

Falou sem tirar o olhar do celular. Soltei um suspiro de alívio, algo que passou despercebido pela loira. Graças a Deus! Caminhei para o cômodo, abrindo a porta com cautela e a fechando logo em seguida. Cheryl estava enrolada em uma toalha, pés descalços e passava um pincel fofo em seu rosto. Ela parou por uns segundos para me olhar.

— O que foi, amor? 

Perguntou voltando a atenção ao espelho, fechou um dos utensílios em suas mãos e pegou outro. Era pó, mas bem, não era a mesma coisa de antes? Maquiagem... Nunca consegui me adaptar. Aproximei meu corpo da ruiva, a abraçando por trás e inspirando seu cheiro. Deitei o rosto em suas costas, firmando os braços ao seu redor.

— Tee, você está bem? 

Seus movimentos pararam, levantei o rosto apoiando meu queixo em seu ombro e a encarando pelo espelho. Cheryl estava linda mesmo com a cara um pouco mais branca que o normal e com a sobrancelha quase apagada.

— Estou, só vim te dar um beijo. – meus lábios tocaram seu pescoço. — E te apressar para descermos.

— Engraçado, Sabrina veio fazer o mesmo.

Riu, negando e retornando sua maquiagem.

— Veio te dar um beijo? 

Arqueei as sobrancelhas.

— Não. Me apressar. – corrigiu-me. — Sei que não podem viver sem mim, mas já irei descer, prometo.

— Irei te esperar.

Falei, pressionando mais seu corpo contra o meu. Cheryl não deu bola, ignorando o fato de estar agarrada a si enquanto terminava a maquiagem. O ciúmes era um dos motivos para estar naquela posição, mas também amava ficar tão perto dela. Achei que esse meu sentimento em relação a Sabrina havia sumido, mas saber de certas intimidades delas ainda me deixa um pouco enciumada. 

Poxa, eu também posso lavar seus cabelos!

Antes que Cheryl saísse do banheiro, peguei o vestido que estava sobre a cama e levei para que o colocasse. Sabrina continuava sentada na cama e no celular. Minha namorada usava um tecido solto no corpo e nada chamativo, mas é claro que só podia ser da sua cor ainda mais na noite de hoje.

— Então?!

Deu uma voltinha, já estávamos no quarto e havia calçado seus saltos vermelho do mesmo tom do vestido. Sorri em sua direção, encantada com a maneira que o nude dos seus lábios se destacava mais do que todos seus tons vermelhos.

— Incrível! – Sabrina a elogiou, levantando o corpo. — Agora vamos descer logo.

Apressou a ruiva que revirava os olhos em insatisfação, vendo assim realmente parecem mãe e filha. Cheryl entrelaçou sua mão na minha para descermos, aparentemente não havia chegado mais ninguém.

— Nicholas, pode desligar esse vídeo game agora!

Mal deu boa noite para o amigo, ralhando com o mesmo enquanto terminava de descer as escadas. Nicholas resmungou como uma criança, desligando o aparelho.

— Toni também estava jogando. – argumentou. — Só parou porque ficou sabendo que a Sabrina lava seus cabelos.

— O que? 

Nossas namoradas perguntaram juntas.

Filho da puta!

— Nicholas, eu só... Fui apressar a Cheryl.

Tentei reverter a situação, até mesmo meu pai nos encarava curioso com o rumo que tomaria a conversa. Scratch gargalhou como se eu tivesse dito uma piada, trinquei meu maxilar. Ele me paga por causar tudo isso. A ruiva parou na minha frente, tomando meu rosto em suas mãos.

— Amor, sei que você tem ciúmes e agora entendi o porque do grude.

Riu ao final, cruzei os braços.

— Não estou com ciúmes!

— Toni tem ciúmes de mim? 

Sabrina chamou a atenção de todos, caindo na gargalhada junto do namorado. Cheryl a minha frente segurava a risada, revirei os olhos com os três que provavelmente formariam um complô contra mim.

— Qual a graça? Vocês são ex namoradas.

— Não, já disse que só tive uma namorada e minha relação com Sabrina sempre foi de amizade, Tee. – a mão da ruiva deslizou por meu braço tentando me acalmar. — Conversamos sobre isso.

Suspirei, assentindo.

— Tudo bem.

Era bem melhor quando meu ciúmes estava em segredo, o casal tirou a noite para brincar comigo. Nicholas não via maldade nenhuma na amizade das duas, eu também não vejo, mas podem evitar certas coisas, não? Mantive minha namorada por perto o máximo que pude, mas sempre que podiam os dois achavam um jeito de zoar com minha cara por ter em mente o ciúmes de Sabrina como algo surreal. A partir de agora também comecei a achar.

A casa começou a ficar cheia, me aliviei quando o assunto não era mais meu ciúmes já que Jughead, Betty e Veronica tinham coisas melhores para conversarmos. Cheryl se enfiou na cozinha junto de minha mãe, Samantha só queria saber que hora o papai noel traria os presentes. O tempo passou mais rápido com a falação dos meus amigos, os únicos que bebiam eram meu pai, Betty e Veronica. Não havia mais desejo por bebidas da minha parte, não quando é algo que prejudica minha namorada.

— Sam, olha para cá.

Pedi para a garotinha que estava encantada com a ruiva, Cheryl ria – agora, de batom vermelho e gorro natalino na cabeça. Minha irmã insistia em dizer que a mesma era ajudante do noel enquanto tentava tirar uma foto das duas.

— Que horas chega meus presentes?

Voltou a perguntar arrancando risadas de todos na sala. 

— Amanhã, ok? Prometo.

Cheryl falou tocando em seu nariz, a garotinha suspirou, mas acabou concordando e virando seu rosto em direção a minha câmera. Abri um sorriso, as duas estavam perfeitas com a árvore ao fundo. Dei mais de um click, não querendo perder nenhum segundo daquele momento.

— Ficaram lindas. 

Elogiei, o olhar preso na câmera.

— Falta apenas um minuto!

Minha mãe chegou a sala, limpando as mãos em um guardanapo. Não demorei a sentir Cheryl colando em mim ainda com Samantha grudada em si. Abracei seu corpo de lado, encarando os castanhos que fixaram nos meus.

— Nosso primeiro natal juntas. 

Murmurou, aproximando o rosto do meu.

Ao fundo ouvia a contagem regressiva, mas não me importava muito, não quando estava prestes a beijar minha namorada. Nossos lábios se tocaram em um selar demorado, só nos separamos quando Samantha enfiou suas mãos entre nós. 

— Ei! 

A repreendi, Cheryl ria da situação.

— É natal!

Comemorou, envolvendo nossos pescoços em um abraço duplo. Só então, percebi que minha irmã estava certa já que todos desejavam feliz natal uns aos outros. Quando nos afastamos, vi um sorriso lindo nos lábios da ruiva, demonstrando sua felicidade em estarmos juntas e em família. 

— Feliz natal, amor. 

— Feliz natal, Cherry. 

Trocamos sorrisos e um beijo rápido, Samantha parecia focada em não nos deixar continuar com carícias, agarrando-se a minha namorada como se fosse dela. Lhe mostrei a língua, a mesma deu de ombros não se importando nem um pouco com minha provocação.

Abracei cada um desejando feliz natal. Minha mãe anunciou que o jantar estava pronto, todos pareciam famintos então, sentamos a mesa também decorada. Cheryl estava ao meu lado, minha irmã resolveu ficar em seu colo, suspeitei que esse grude todo seja porque acha que a ruiva tem algo a ver com os presentes que virão.

— Então, qual a boa do ano novo? Preciso de opções.

Nicholas soou animado em meio a conversas aleatórias. 

— Temos planos.

Falei por impulso, sem ao menos lembrar que não havia conversado com minha namorada sobre isso. No mesmo instante senti o seu olhar queimar em mim, a encarei e sua testa estava franzida.

— Temos? 

Suspirei, pegando em sua mão livre. 

— Você quer passar o reveillon comigo nas praias de Miami?

A boca de minha namorada se abriu aos poucos logo formando um sorriso que me fez sorrir junto. Essa viajem era um dos meus assuntos para tratas antes de vir para Seattle, ainda haviam mais alguns pendentes.

— Claro que quero, Tee.

Beijei as costas de sua mão, satisfeita com a aceitação até porque seria um pecado ter que me desfazer de duas passagens. Por mais que meu desejo fosse beijar seus lábios naquele momento, não iria conseguir por Samantha estar comendo junto dela em seu colo.

— Miami? Isso é incrível! Podemos ir junto, amor? Por favor.

Nicholas falou, olhando para Sabrina.

— Estava pensando em ser somente nós duas...

Murmurei, tão baixo que acho que nenhum dos dois ouviu.

— Toni!

Cheryl me repreendeu baixinho, senti seus dedos apertarem meu braço em um beliscão. Resmunguei, passando a mão no local atingido enquanto assistia Nicholas e Sabrina em uma pequena discussão.

— Tudo bem, Miami parece interessante...

A loira concordou com o namorado.

— Ronnie, vamos?

Cheryl perguntou, sorrindo para a melhor amiga.

Amor, pare de convidar todo mundo! Era só nós duas...

— Nem se você implorasse ela iria.

Betty respondeu, seu tom duro e repreensivo enquanto mexia na comida com o garfo. Até mesmo meus pais e Jughead que estavam em outro assunto focaram a atenção nas duas. 

— Infelizmente vou trabalhar, Cheryl. Fica para a próxima.

— Mas você já trabalhou no dia da luta, achei que estaríamos todos juntos na virada do ano.

— Se até sua melhor amiga está estranhando...

Minha melhor amiga falou, ela ainda parecia muito brava com a situação, mas o que veio após foi surpreendente para todos. Veronica que respirava fundo, bateu com as mãos na mesa, virando seu rosto para a esposa que não recuou.

— Acha mesmo que escolhi trabalhar na virada do ano? Não tenho controle sobre isso, Betty. Enquanto salvo vidas, alguns só pensam em se divertir...

— Pois é melhor começar a pensar em salvar seu casamento!

Interrompeu, o tom alto demonstrando sua irritação.

Meu olhar foi a Cheryl, a mesma estava com seus castanhos arregalados em minha direção. Nossas melhores amigas ofegavam, todos as olhavam e estava começando a ver o natal ser totalmente arruinado pela discussão. Minha namorada pareceu ler meus pensamentos, levantando e deixando Samantha junto de minha mãe.

— Que tal conversarmos na sala, uhn? 

Sugeriu. 

As duas levantaram com certa agressividade, passos duros que fiz questão de acompanhar. Não iria deixar Cheryl lidar com essa situação sozinha e minha melhor amiga estava envolvida. Quando cheguei na sala e vi cada uma sentada em um sofá percebi que as coisas estavam piores do que pensávamos. Nenhuma de nós duas tinha informações, até tentei conversar com Betty, não só uma vez, mas a mesma se negava a conversar.

— Podem nos explicar o que está acontecendo?

Cheryl perguntou, estava em pé, me coloquei ao seu lado tendo a visão perfeita de nossas amigas de braços cruzados e caras emburradas, pareciam duas crianças. Não estava reconhecendo o casal que tanto admiro.

— Betty acha que trabalho demais...

— Acho? Tenho certeza, Lodge!

A loira interrompeu já se alterando.

— Entendo, mas ela é médica realmente deve cobrar muito...

— Tanto a ponto de não ter tempo para a esposa? – Betty tinha a resposta na ponta da língua, Cheryl se calou. — Nós mal somos um casal.

— Amor...

— Não, não me venha com “amor”. – cortou a morena. — Você sempre coloca o hospital em primeiro lugar.

— Betty, ela está em residência.

Minha namorada continuou a defender sua melhor amiga.

— Ok, mas isso não justifica. – resolvi falar atraindo o olhar da ruiva. — Qual é? Primeiro foi no aniversário da Sabrina que teve que sair correndo, depois na luta e agora no ano novo?

— Você sabia o que estava acontecendo e não me contou?

O olhar de Cheryl estreitou.

— O que? Não. São apenas coisas que notei após as palavras de Betty, vai dizer que não percebeu também?

— Mas é a profissão dela, Toni. – respondeu-me com o tom um pouco elevado. — Veronica não pode deixar escapar a oportunidade que tem no hospital, sabe quantos dariam para ter a residência lá?

— E até quando isso é importante? Quer dizer, é mais importante do que a pessoa que ama?

— Me diga você que largou tudo para ir realizar o sonho de lutar. 

Suas palavras vieram rápidas, por alguns segundos até pensei em retrucar em alguma justificativa plausível, mas não havia. Eu estava tentando ir contra algo que fiz. Me calei, desviando nossos olhares por não querer continuar nesse assunto. Afinal, para que voltarmos em um ponto tão sensível para nós? Suspirei, encarando nossas amigas.

— Vocês deviam conversar. – aconselhei. — Tentar achar uma solução para esse problema como adultas, não ficarem discutindo na frente de todos.

— Betty, realmente não tenho como viajar no ano novo... – Veronica começou a explicar. — Eles me escalaram, não tive como dizer não e pelo menos estou aqui no natal, certo?

— Só quero que não me cobre por ficar sozinha na virada. – Betty falou sua condição. — Vou para Riverdale ver meus pais.

Veronica suspirou, não estava satisfeita, mas pareceu ceder.

— Tudo bem, amor. 

— Agora um beijo, desculpas para nós e para o pessoal na cozinha.

Cheryl acrescentou fazendo o casal rir. Nós vimos as duas trocarem um selinho em meio a sorrisos, meu olhar foi a ruiva que me encarou de canto por alguns segundos. Como deixamos uma briga de nossas amigas virar problema nosso? Porra. O casal levantou recuperado, vi suas mãos se juntarem e entrelaçarem os dedos.

— Desculpa, não queríamos estragar o natal de vocês...

— Não vão estragar se voltarem para a mesa e continuarem com o clima bom que estava antes.

Interrompi minha melhor amiga que sorriu, caminhando para a cozinha junto da esposa. As esperei saírem do meu campo de visão, virei para minha namorada que tinha os braços cruzados e olhar nos pés. Nós duas sabíamos que deveríamos ter uma pequena conversa. 

— Acho que fui um pouco incoerente.

Murmurei, Cheryl levantou seu olhar.

— Não se preocupe, no calor do momento voltei a um assunto que já está morto e enterrado, me desculpa aliás...

— Amor. 

A interrompi, dando passos para ficar próxima.

— Nós duas erramos... Novamente. – franzi o nariz, rimos. — Está tudo bem, só acho que...

— É melhor não intervirmos mais nas brigas delas.

Continuou exatamente o que estava em minha mente.

— Isso, de nenhum casal na verdade já que Nicholas e Sabrina vão para Miami com nós. 

— Concordo e apoio. 

— Então, vem cá... – minhas mãos tocaram sua cintura, puxei seu corpo para colar o meu. — Samantha não desgrudou de você, mal consegui te beijar...

Sussurrei.

— Está com ciúmes da sua irmã de sete anos? 

— Só quero um beijo.

Dei de ombros, subindo minha mão para seu rosto e tocando seus lábios. Um selar demorado que não demorou a ser aprofundado por mim, entrelaçando nossas línguas enquanto a puxava para perto.

— Merida!

A voz autoritária de Samantha me fez suspirar ao separar de minha namorada, revirando os olhos com a interrupção da garotinha. Não posso nem ter um beijo de natal? Minha irmã agarrou-se a perna de Cheryl.

— Você não comeu tudo.

Relembrou a ruiva que riu assentindo.

— Vamos lá terminar de jantar. 

Entrelaçou sua mão na da pequena caminhando para a cozinha junto dela. Por mais que estivesse irritada por não conseguir um beijo completo, era incrível a sensação de Cheryl aparentar ser uma ótima mãe futuramente. Quer dizer, olha o jeito que Samantha é apaixonada nela, a maneira como coloca minha irmãzinha sempre em primeiro lugar... Ah, Blossom, não tem como ficar mais apaixonada por você.

Fiquei aliviada ao chegar na mesa e todos estarem rindo, significa que o clima tenso havia sumido. A noite a partir dali ficou realmente agradável, os bolinhos de cereja pareceram adoçar a todos. De barrigas cheias voltamos para a sala e acendemos a lareira. Em meio a conversas e risadas, reparei no quanto minha namorada estava feliz. Sentada em meio a Sabrina e Veronica, gargalhava sobre algo que uma das duas havia falado. Não me lembro de alguma vez ter a visto tão feliz, era ótimo ver que a noite estava se encaminhando para um final com gosto de quero mais.

O primeiro a se despedir foi Jughead, seguidamente de nossas melhores amigas. Meus pais quase dormiam no sofá tentando acompanhar nosso ritmo, Samantha cochilava no colo da minha namorada – sim, elas continuavam grudadas. Agradeci mentalmente quando os três subiram, meu pai fez questão de dizer que só iria subir porque minha mãe estava cansada, sabemos que nenhum dos dois aguentava mais de sono.

— Finalmente vai me dar atenção.

Meu tom era melancólico assim que minha namorada sentou em meu colo, enlaçando seus braços em meu pescoço e esticando as pernas no sofá. 

— Já não basta ter ciúmes da Sabrina vai ter da Samantha também?

Ela riu, revirei os olhos.

— Precisa voltar nesse assunto?

Resmunguei.

— Não precisa se preocupar, Toni. – a voz de Sabrina me fez encara-la. — Cheryl só tem olhos para você.

Assegurou-me, balancei a cabeça em positivo concordando com suas palavras. Toquei a coxa da ruiva, acariciando a pele pálida enquanto afundava o rosto em seu pescoço inspirando seu cheiro. Nós ainda conversamos por mais alguns minutos até Sabrina declarar seu cansaço e Nicholas leva-la para casa deixando apenas nós duas. 

Enquanto Cheryl se despedia dos amigos, arrumava nossa cama improvisada. Coloquei o colchão de frente para a lareira com o sofá bem atrás de nós. Estiquei o lençol e as cobertas, posicionando as almofadas para usarmos de travesseiros.

— Tenho um presente.

Falei para minha namorada assim que voltou, a mesma retirava os saltos e se preparava para dormirmos. Fui até uma das bolsas que deixei na sala, procurando por uma embalagem vermelha e não demorei a acha-la. Cheryl estava sentada no sofá, aguardando minha volta.

— Achei que só trocaríamos presentes amanhã.

Juntou as sobrancelhas enquanto abria o pacote em suas mãos. Em poucos segundos, a mesma erguia o tecido a sua frente abrindo um sorriso que iluminou seu rosto. Era conjuntos natalinos, dois na verdade, um para mim e outro para ela. 

— Está brincando? Nunca tive um desses.

Seu sorriso se alargou.

— Mandei fazer para nós, será uma tradição nossa, uhn? 

Sugeri, ela assentiu.

— Amei, você é incrível. – beijou meus lábios. — Quero colocar para tirarmos uma foto.

Concordei com sua animação, nos despindo ali mesmo na sala e vestindo os conjuntos. Nas cores vermelha e preta, haviam vários desenhos por nossos “pijamas” como: Renas, carvalhos, bolinhas e etc... Cheryl parecia criança com a roupa, achando incrível terminarmos nosso natal combinando.

Tiramos fotos, a ruiva ainda foi no banheiro retirar a maquiagem. Deitada no colchão, sentia o calor da lareira ainda acesa me aquecer, mas mesmo assim enfiei-me embaixo das cobertas. Meus olhos se fecharam, mentalizei para esperar minha namorada voltar, mas não consegui apagando antes que acontecesse.

_____

Uma movimentação fez com que abrisse os olhos aos poucos, Cheryl estava em meus braços – de costas para mim, e seu corpo colado ao meu. A ruiva parecia inquieta, mexendo-se no colchão. Apertei as pálpebras por alguns segundos, erguendo-me e encarando seu rosto.

— Amor, está bem? 

— Você dormiu sem me dar boa noite. 

Murmurou em um tom manhoso, soltei uma risada negando.

— Sério? Só quer meu boa noite? 

Perguntei, olhando para nossos pés e percebendo a lareira ainda acesa, devo ter no mínimo cochilado alguns minutos. Cheryl voltou a se movimentar no colchão, senti a mesma esfregar sua bunda bem em minha intimidade me fazendo abrir a boca com sua ousadia. Sua mão procurou a minha por debaixo das cobertas e após pega-la, enfiou por dentro da parte de cima do seu conjunto, espalmando a mesma em seu próprio seio livre de sutiã. Mordi os lábios ao sentir o mamilo rígido e tendo certeza que não era por causa do frio.

— Cherry, não estamos sozinhas na casa. 

Sussurrei, deslizando meu nariz por seu pescoço e chegando até sua nuca onde não me contive em deixar um beijo. Vi sua pele arrepiar com meu toque, soltei o ar tentando sessar a vontade que estava de apertar seu seio.

— Como se já não tivéssemos feito isso antes. – sua mão tocou a minha, pressionando seu seio e suspirando. — Já faz um tempo, sinto sua falta...

Nunca conseguiria negar nada a Cheryl, isso está óbvio, ainda mais sendo sexo. A última vez que transamos foi no dia da luta e já deve fazer três semanas, é claro que estamos subindo pelas paredes.

— Se um dia formos pegas colocarei a culpa toda em você.

Ameacei ouvindo sua risada. 

Naquele momento não havia mais sono nenhum, minha mão apertou seu seio como tanto queria e quase gemi de satisfação, beijando sua nuca novamente. Desci os lábios para seu pescoço, mordendo a pele clara e chupando algumas vezes. Cheryl suspirava em meus braços, friccionando cada vez mais seu corpo contra o meu. Com o indicador e polegar, pressionei o bico de seu seio, a ouvindo soltar o ar com força e apertar minha coxa.

Deslizei a mão para seu outro seio, o estimulando da mesma maneira enquanto chupava o lóbulo de sua orelha mordendo ao final. Meu sexo já pulsava de excitação apenas de toca-la, só piorou quando desci minha mão por sua barriga adentrando a calça e sentindo a umidade por cima da calcinha. Cheryl estava quente, pronta para mim, meus dedos a acariciaram provocando-a e fazendo a mesma tremer.

A ruiva parecia impaciente, colocando sua perna por cima da minha embaixo das cobertas dando-me abertura para conseguir estimula-la. Sorri contra seu pescoço, retirando minha mão e a trazendo de volta dessa vez por dentro de sua calcinha. Nós gememos juntas, o líquido de Cheryl escorria em meus dedos fazendo com que deslizasse com facilidade por entre seus lábios inferiores. Usei de minha mão que estava por debaixo do seu pescoço, dando a mesma para a ruiva morder e conter os sons que já eram altos.

Seu quadril se movia junto com minha mão, os dentes estavam cravados em minha pele e conseguia ver por cima dos seus ombros os olhos castanhos fechados. Estimulei seu ponto sensível, o acariciando com a ponta dos dedos e escorregando para dentro dela, devagar e pressionando os mesmos em sua entrada.

Assim que fui penetra-la ouvi barulhos vindo da escada, meus movimentos pararam, os olhos arregalaram e Cheryl também ficou estática. Tentei retirar meus dedos dela, mas a mesma segurou em meu pulso e afundou o rosto na almofada forçando os dentes contra minha mão novamente.

— Cheryl, mas o...

— Tiny!

Samantha se fez presente na sala, interrompendo-me e parada bem ao lado do nosso colchão. Não conseguia me mover ou raciocinar ao ter a garotinha bem de cara comigo enquanto estou com a mão dentro da calcinha da minha namorada.

— Estava falando com quem?

Franziu a testa.

Cheryl fingia dormir, a filha da puta poderia ser uma atriz ao nem demonstrar sua respiração ofegante de alguns segundos atrás. Deus abençoe as cobertas que estão impossibilitando Samantha de ver certas coisas.

— Com você! – respondi, sentindo a mão de Cheryl se movimentar lentamente embaixo das cobertas. — O que faz acordada? Deveria estar...

A mão da minha namorada empurrou a minha tão devagar que nem fazia movimentação nas cobertas. A ruiva fez com que meus dois dedos a adentrassem, senti seu sexo pressionar os mesmos os deixando completamente encharcados. Mal lembrava o que dizia a minha irmã.

— O papai noel já veio?

— Ahn...

Porra, Cheryl! Pare de se contrair.

— Ainda não... Amanhã, isso! Amanhã ele vem.

Ela estava fazendo de propósito, tremendo em meus dedos enquanto se contraia deixando-os serem esmagados por sua intimidade apertada. Puxei o ar, iniciando um movimento de vai e vem quase parando.

— Posso dormir com vocês?

Samantha chamou minha atenção, arregalei os olhos.

— Não! – respondi rápido demais a assustando. — Quero dizer, hoje não, ok? Está muito frio aqui, deve até estar nevando lá fora. 

— Tudo bem. 

Murchou parecendo desanimada.

— Prometo que amanhã a arvore estará cheia de presentes!

Foi a última coisa que consegui dizer antes de vê-la sumir de meu campo de visão, ainda observei para comprovar que realmente havia voltado para o quarto. Soltei um suspiro longo, ouvindo uma risada da minha namorada.

— Você ficou louca, Cheryl?

Meu tom era de repreensão. 

— Tee, por que não me faz gozar logo?

Sussurrou obrigando minha mão a se mover com a sua, meus dedos entravam e saiam dentro dela que se contorcia em meus braços. Bufei, esquecendo do que acabará de acontecer e enfiando os dedos dentro da ruiva que voltou a morder minha mão. Estoquei mais fundo dentro de Cheryl em um vai e vem rápido e com força. O clima embaixo das cobertas ficou mais quente, deslizava por dentro de seu sexo com facilidade já que estava molhada.

Aumentei a frequência, sentindo Cheryl afastar suas pernas como podia para que alcançasse seus pontos mais sensíveis. Ela tremeu, cravando os dentes em minha mão e chegando ao seu clímax. Ofeguei ao final, retirando meus dedos dela e esticando o corpo no colchão ficando de barriga para cima. Respirei fundo várias vezes ouvindo minha namorada fazer o mesmo, fechei os olhos e só os abri quando senti seu peso sobre meu corpo.

— Estou dizendo... Ainda seremos flagradas. 

Cheryl revirou os olhos. 

— Se formos que privilégio o deles, adoraria ser uma terceira pessoa para ficar vendo nosso sexo... 

O seu tom era baixo, deslizando a mão por meu peito e descendo para minha barriga. Suspirei, imaginando que a visão deve ser dos deuses.

— Por isso precisamos gravar uma transa nossa.

Falei, atraindo o olhar da ruiva. Seus castanhos fixaram nos meus parecendo surpresa com as palavras que pronunciei. Cheryl abriu um sorriso aos poucos, enfiando sua mão por dentro de meu conjunto e tocando minha cintura.

— Vou amar ter registros nossos. 

Sorriu ainda mais, colocando seus lábios sobre os meus e os sugando com força. Invadiu minha boca com sua língua, iniciando um beijo apressado e faminto. Cheryl encaixou um de seus joelhos em meio as minhas pernas e o pressionou, gemi em sua boca dando brecha para que a ruiva envolvesse minha língua com seus lábios e a chupasse. Minha namorada quebrou o beijo, se afastando um pouco e levando a mão para debaixo da sua almofada.

Cheryl sentou em minha barriga, havia um pequeno potinho em sua mão, em câmera lenta, o abriu e retirou uma cápsula lá de dentro. O que você está fazendo, Blossom? Franzi a testa, observando a ruiva colocar o potinho embaixo da almofada novamente e deitar sobre meu corpo.

— O que é isso?

— Seu presente de natal... – beijou meu pescoço. — Você já vai sentir.

Sorriu contra minha pele, sua mão adentrou minha calça e posteriormente a calcinha. Seus dedos escorregaram para dentro de mim, a lubrificação do meu sexo a facilitou e senti o exato momento que introduziu aquela pequena cápsula em minha intimidade. Me contrai por reflexo, Cheryl retirou seus dedos e uma sensação estranha me invadiu, fiquei ainda mais molhada do que já estava.

— Ela deve ter se desmanchado dentro de você. – sussurrou, mordendo minha pele e lambendo. — Agora irá te deixar quente e pulsante, vai sentir como se estivesse a todo momento quase chegando lá.

— Porra, Cherry...

Murmurei, ela estava certa sobre tudo. Meu sexo se aqueceu liberando calor de dentro pra fora, pulsando com força e levando-me a loucura como se fosse gozar a qualquer momento sem ao menos ser tocada. Cheryl sorriu ao perceber minhas reações, colocando seu joelho em meio a minhas pernas novamente e esfregando em minha intimidade, joguei meu quadril fazendo movimentos junto com os seus.

Minha mão segurou os cabelos ruivos, trazendo o seu rosto contra o meu. Era minha vez de estar com pressa e faminta. Mordi seus lábios, enfiando a língua dentro de sua boca gemendo ao senti-la esfregar cada vez mais seu joelho em mim. Cheryl separou nosso beijo, desviando a boca para meu pescoço e o chupando. Não havia mais preocupação com qualquer pessoa que pudesse aparecer, minha namorada acaba de me atiçar de maneira que jamais alguém conseguiu, estava implorando por ela.

Com mãos hábeis, a ruiva levantou meu conjunto deixando meus seios a frente de seu rosto. A boca gelada entrou em contato com minha pele quente, arqueei o corpo arfando com a maneira que sugava o bico de meu seio. Mordia os lábios contendo os gemidos altos que queria deixar escapar, ainda movendo meu quadril em sua perna, mas não era o suficiente... Estava completamente molhada, o meu sexo latejava e aquele calor infernal...

Deus, eu preciso gozar!

— Cherry...

A chamei em meio a um gemido.

Ocupada demais em estimular meus seios mal sei se ouviu, entrelacei os dedos em seus fios ruivos e puxei seu rosto contra o meu novamente. Mordi seu lábio, o escorregando com força por entre meus dentes e encarando os castanhos.

— Me chupa, vai. 

A ruiva fechou os olhos com meu pedido, lambendo os lábios e sem perder tempo descendo para o local que ansiava por atenção. Cheryl arrancou minha calça junto da calcinha, ela tinha pressa e eu mais ainda. Levantei os joelhos, minha namorada abraçou minhas pernas e ficou entre elas, agachando-se a frente do meu sexo.

— Oh, merda...

Era tudo que conseguia dizer ao sentir sua língua deslizar por entre meus lábios inferiores. Com a pontinha da mesma acariciou meu clitóris, não conseguia evitar de tremer em sua boca, pressionando as coxas contra seu rosto em um desespero jamais sentido. Procurei a coberta que não estava mais sobre nossos corpos, não era preciso, nosso calor natural nos aquecia. Peguei a ponta da mesma, mordendo o tecido com força para não deixar os gemidos altos saírem por entre os lábios. 

Cheryl me penetrou com a língua, arqueei as costas impulsionando o quadril contra ela, os movimentos já não eram mais calculados e sim apenas insistindo. A ruiva sabia me foder como ninguém, mas hoje... Porra, hoje ela estava sensacional. Sua boca me chupou, deslizando a língua para minha entrada uma vez ou outra novamente. Com a mão livre segurei em seus cabelos e aproveitei que sua língua estava dentro de mim para pressiona-la o mais fundo que consegui, seu nariz roçou em meu nervo e aquele foi o fim para finalmente conseguir gozar aliviando todo o desespero que aquela maldita cápsula havia me causado.

Respirava pela boca, havia perdido totalmente o controle hoje. Ainda recuperando minhas forças senti Cheryl me chupar, limpando cada gota de meu gozo e subindo para frente de meu rosto. A visão da ruiva lambendo os lábios era um inferno. 

Ah se estivéssemos sozinhas...

— Gostou do seu presente?

Sorriu maliciosa, colando seus lábios nos meus.

— Você é uma filha da puta.

Murmurei contra sua boca, Cheryl riu.

— E você é gostosa pra caralho. – pronunciou o palavrão lentamente, os lábios levemente entre abertos me mostrando sua língua mexendo e tocando o céu da boca. — Foi a primeira vez que vi você me implorar por algo, preciso comprar mais dessas cápsulas...

— Da onde tirou isso? 

Perguntei curiosa.

— Internet. – deu de ombros. — Deixei no banheiro aqui de baixo, quando fui retirar minha maquiagem peguei, mas adivinha? Minha namorada estava dormindo. Puf.

Revirou os olhos.

— Sabia que as vezes você só pensa com a buceta?

— O que? 

Abriu a boca, surpresa com minhas palavras.

— Você me fez te comer enquanto conversava com minha irmãzinha inocente de apenas sete anos!

Justifiquei. 

— Ela não viu nada, viu? 

— Não.

— Pronto, Sam nunca vai ficar sabendo. 

Deu de ombros, jogando seu corpo ao lado do meu e suspirando. Balancei a cabeça negativamente, virando para abraça-la por trás em uma conchinha. Puxei a coberta sobre nossos corpos, sentindo o clima voltar a ficar frio. Antes que pudesse desejar boa noite a minha namorada, seu corpo virou bruscamente em meus braços e os castanhos focaram nos meus.

— Você tem razão.

— Tenho?

— Sim, as vezes realmente só penso com a buceta. 

Concluiu, nós duas acabamos rindo. 

_____

 

— Tiny! Merida!

Caralho...

Amo minha irmãzinha, eu juro, mas por vezes ela consegue ser muito irritante. Principalmente agora pulando em cima de nosso colchão para nos acordar. 

— Deixe elas dormirem, filha.

Ouvi minha mãe repreende-la, continuei de olhos fechados no intuito de permanecer dormindo. Infelizmente não era possível com a garotinha pulando acima de nós.

— O que é isso? Bala? 

Uma movimentação ao meu lado me assustou, abri os olhos e percebi Samantha com o potinho que Cheryl tirou a cápsula ontem. A ruiva teve uma atitude rápida, tirando da minha irmã antes que a mesma abrisse. 

— Não é bala, é remédio. 

Minha namorada explicou. 

Um olhar queimava em mim, quando levantei para encarar minha mãe a vi com os olhos estreitos como se estivesse desconfiada de algo. Ah, por favor dona Katy, você sabe a nora que tem. Cheryl levantou, fazendo Samantha segui-la como um cachorrinho atrás do dono.

— Remédio, uhn? 

Minha mãe riu, balançando as sobrancelhas.

— Pergunte a Cheryl o que é, o pote é dela. 

Dei de ombros vendo a mais velha rir negando. Aproveitei o momento sozinha na sala já que a ruiva foi fazer sua higiene e minha mãe foi para a cozinha, vestindo as calças que tirei ontem. 

A árvore cheia de presentes – colocados por meu pai, deixou Samantha com sorrisos de orelha a orelha. Era bom vê-la tão feliz, acreditando que o Papai Noel realmente esteve ali. Nós passamos a manhã inteira um pouco preguiçosas, não havíamos dormido muito e aqueles conjuntos pareciam ser feitos para ficar o dia inteiro na cama. 

Cheryl parecia fazer todas vontades da minha irmã e uma delas era ir passear, o tempo estava frio, mas havia sol. Lá fora estava tudo branco de neve, era lindo de se ver. A tarde minha namorada me convenceu de levar a garotinha em um parque, seria bom para gastar as energias e sair um pouco de casa. 

Bom, assim que cheguei procurei por um banco, haviam outras pessoas por ali, o sol não chegava a esquentar nossos corpos, mas era um clima agradável. Cheryl e Samantha andaram nos brinquedos da pracinha depois sentaram no chão, montando um boneco de neve. Tirei algumas fotos do momento delas, uma criança desconhecida apareceu, um garotinho da idade da minha irmã e que aparentava ser muito simpático. Minha namorada adotou os dois, se mantendo junto deles para fazer um castelo. Cansada de ficar em pé, voltei ao meu banco, os observando a alguns metros.

Fiquei um bom tempo sozinha até a ruiva se cansar e vir em minha direção, não deixei de tirar uma foto do seu andar. Ela fica ainda melhor de sobretudo vermelho. Recebi um selinho antes da mesma sentar ao meu lado, encostando sua cabeça em meu ombro.

— Ela faz amizade rápido igual você.

Comentou, toquei em sua mão mesmo estando de luva. 

— Os Topaz tem seu charme.

Me gabei ouvindo sua risada. Senti o nariz gelado de Cheryl encostar na pele do meu pescoço, suspirei com o carinho assim que começou ao desliza-lo para baixo e para cima. Havia algo que queria conversar com minha namorada a muito tempo, aliás desde o dia da luta em que falei sobre casamento e a mesma agiu como se nem cogitasse em tal possibilidade.

— Cherry?!

A chamei deitando minha cabeça sobre a sua.

— Uhn? 

Murmurou de volta.

— Você... É...

Gaguejei. Isso nunca havia acontecido antes, ficar tão nervosa ao ponto de nem saber como começar o assunto, mas era preciso. Cheryl percebeu minha enrolação, retirando seu rosto de meu pescoço e puxando meu queixo para encara-la.

— O que foi, Tee? 

Sua expressão era preocupada, suspirei.

— Você já pensou em sermos uma família?

— Uma família?!

Arqueou as sobrancelhas.

— Sim, eu e você com nossa casa, nossas coisas e futuramente... Nossos filhos.

— Filhos? Para atrapalhar nossos beijos e transas?

— Cheryl! – a repreendi, rindo ao final não conseguindo me conter. — Estou falando futuramente, não amanhã ou semana que vem. 

Balançou a cabeça parecendo assimilar minhas palavras, movi meu corpo para encara-la melhor e mordi os lábios, nervosa. O que de mal pode acontecer? Ela dizer que não quer filhos de jeito nenhum ou casar?! Toquei em sua coxa, dando um leve apertão em sinal de conforto e os castanhos vieram até os meus.

— Toni, você tem certeza que quer ter uma família comigo?

Seu tom baixo e inseguro fez meu coração apertar no peito. Ela estava mesmo me perguntando isso? Porra, Cheryl, você não tem noção do quanto eu te amo. Abri um pequeno sorriso, tocando em uma mecha ruiva e a tirando de meu caminho que atrapalhava de admira-la.

— O que mais quero é ter uma família com você, Cheryl. Esse natal só está me confirmando o que já tinha certeza, o meu futuro só vai ser completo se for com você. 

— Mas, Toni, você sabe de todo meu histórico familiar e...

— E não importa, Cherry. – a interrompi negando. — Nós vamos construir a nossa família, as duas juntas e começando do zero. 

— Tem certeza?

Deixei escapar uma risada nasal, rolando os olhos com a insegurança da mulher a minha frente. Segurei seu rosto entre minhas mãos, encarando seus castanhos da maneira mais intensa que conseguia tentando lhe passar a mais pura verdade.

— Toda certeza do mundo, meu amor. – selei nossos lábios. — Eu te amo pra caralho!

Declarei-me, ela riu negando.

— Não vou deixar ensinar palavrão aos nossos filhos, ouviu? 

Abri um sorriso, o meu coração batendo rápido no peito ao ouvi-la falar naturalmente sobre filhos. Não segurei minha vontade e a beijei, sentindo o seu sorriso contra minha boca. 

— Eu amo você.

Murmurou, juntando nossos lábios novamente.

— Merida! 

A voz de Samantha nos interrompeu pela milésima vez, Cheryl rapidamente separou-se de mim para encarar a garotinha que tinha braços cruzados e um bico adorável.

— Ele desmanchou tudo! – seus olhos encheram de lágrimas. — Não sabe brinca comigo...

— Ah, meu amor... – minha namorada se aproximou limpando as lágrimas que caiam. — Vem, nós vamos montar de novo, ok? – entrelaçou a mão na da garotinha. — E pedir para ele não derrubar.

Samantha assentia a tudo que Cheryl falava enquanto caminhavam de volta para o local onde haviam feito o castelo e boneco de neve. Soltei um suspiro de alívio, tinha receio da ruiva nunca pensar em nós futuramente. Agora tenho minhas certezas e planos.


Notas Finais


Eu sei, esse capítulo está enorme, mas o último provavelmente estará ainda maior.

Vou perguntar uma última vez:

Vocês querem terceira temporada?

Ainda estou decidindo, mas avisarei nas notas do último capítulo. Espero que estejam gostando, tentarei responder os comentários e é isso.


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