História 10 Motivos Para Continuar a Viver - Jimin - Quinto Motivo: Alma Gêmea

Sonho

"— Vamos partilhar a fruta do destino. — mostrava a mim uma linda maçã.

— Obrigada por ter me escolhido. — demonstrei um pequeno sorriso e o abracei.

É verdade, eu tinha alguém que era muito precioso para mim. Afinal ele era a minha alma gêmea."

Ao me acordar percebi que tinha sonhado algo extremamente importante porém, não me lembrava de nada. Me espreguicei e notei que ainda era 4:45hs, assustada e descrente por não acreditar que ainda era tão cedo, então repentinamente me levantei e puxei as cortinas que cobriam a janela do meu quarto. E notei com meus próprios olhos que ainda não havia amanhecido. Respirei fundo e decidi que ia dá uma volta e esperar amanhecer.

Caminhei até o jardim e sentei-me na grama, o vento frio que ainda existia por causa da noite me incomodava um pouco parecendo até que o vento estava sussurrando palavras indecifráveis. Então em tentativa de me aquecer me abracei. Porém, logo em seguida senti algo aconchegante me envolver me protegendo daquele frio que rodeava-me:

— Você vai pegar um resfriado se continuar assim. — ao me virar vi que era o Jimin que estava ali ele colocava o seu casaco sobre mim.

— Também não conseguiu dormir? — perguntei enquanto ele me fazia companhia se sentando ao meu lado.

— Vamos dizer que sim. — nós ficamos por um tempo calados até que ele inesperadamente falou — Alice... — quase como um sussurro.

— Sim?  — o olhei sendo que ele desviou o olhar parecia que estava si culpando de algo.

— Me desculpe... — parecia sincero enquanto voltava o olhar para mim — Não era para ter te tratado daquela forma, desculpa.

— Não precisa se culpar tanto...  Você não tem culpa por ter me tratado daquela forma. —  acho que esse era o motivo por ele está assim tão triste, tentei mudar o assunto e peguntei —  Aliás, por que você me beijou naquela hora? — o encarava curiosa pela sua resposta.

"Porque eu gosto de você. Eu só quero que você me diga isso, você concederia esse meu desejo?" 

Ele respondeu calmamente enquanto ainda me encarava:

— Desculpe. Acho que fui na onda do momento, só queria te provocar mesmo. Foi mal. — expressava  um pequeno sorriso ao falar aquilo tão calmamente — Por quê? — esperava uma resposta da minha parte.

"Se era para mentir que contasse uma mentira melhor. Bom, acho que também entrarei nesse joguinho Jimin."

— Por curiosidade apenas. — eu respondi.

— Ok. Então vou tirar um cochilo aqui. —  disse enquanto deitava na grama colocando os braços atrás da cabeça servindo como apoio, e em seguida fechou os olhos.

P.O.V. Jimin

"Não deveria ter mentido daquela maneira para Alice, ela não merecia. Por isso disse que ia dormir um pouco, pois não conseguia mais encará-la. Sabe, sempre existiu: um cheiro, um som, um objeto, uma paisagem e um lugar que me trás lembranças tristes que desejo esquecer. O cheiro forte de desinfetante que ezalava naquele pequeno quarto. O som dos equipamentos me incomodava muito fazendo um único barulho pip pip pip. Os objetos são aquelas camas em que eles estavam deitados. A passagem foi aquele nascer do Sol que eu vi na última vez que vi meus pais desde então odeio o nascer do Sol, pois ele me lembra deles. E o lugar se chama Incheon onde eu vivia antigamente. "Quem é você?" Droga. Não quero mais me lembrar disso, por favor, alguém me ajude a sair dessa profunda escuridão."

— Jimin... Jimin...

"Quem estar me chamando? Essa voz longínqua continua a me chamar. Por que ela quer tanto me salvar dessa escuridão? Como poderei ir a luz, estando cercado pelas mais profundas trevas?"

— Jimin! Jimin! Acorde!

Quando abri os olhos lentamente a única coisa que via era a expressão da Alice toda aliviada ao me ver acordar. O seu rosto estava bem próximo do meu, os seus cabelos estavam caídos sobre mim, eu podia ouvir a sua respiração. Os seus olhos estava cheios de lágrimas, isto me incomodava. O meu campo de visão estava sendo ocupado pelo seu rosto, ela era a única coisa que podia ver naquele momento. "Então era você Alice, que me trouxe de volta a luz."

— Por que tem de ser você... — respondi inconscientemente quase como um sussurro enquanto ainda avistava o seu rosto.

— Ahn? Do que você está falando? — não entendi o que ele estava dizendo.

Rapidamente me afastei dela surpreso com a sua proximidade perante a mim. "Não conseguirei me controlar se ela estiver tão perto de mim." Respirei um pouco para me acalmar e falei:

— Por que você estava me chamando tão desesperada? 

— Porque... você  estava muito assustado enquanto dormia. Você disse que não queria se lembrar disso parecia desesperado, eu já estava ficando preocupada. Então decidi te acordar, mas não importava o quanto eu o chamava você não abria os olhos. Estava começando a achar que também tinha perdido você. Então quando você abriu os olhos, isso me deixou muito feliz. Você não tinha me abandonado.

"Não acreditava no que ouvia, ela está realmente preocupada comigo? Uma pessoa como eu? Que ainda nem conseguiu superar os seus medos. Por que... Por que você se preocupa tanto comigo? Ainda não consigo decifrar os seus pensamentos, mas talvez seja algo que descobrirei mais tarde."

— Que horas são? — coloquei uma das mãos na cabeça e esfregava os olhos, afinal ainda me sentia um pouco tonto pois tinha acordado muito rapidamente.

— São 6hs, ainda é sedo mas não podia te deixar aí deitado no chão. — expressava um sorriso enquanto limpava as lágrimas dos seus olhos.

"Acho que posso... Pelo menos por hoje... Me esquecer de tudo que me entristece... E deixar os meus sentimentos fluírem e demostrar o quanto a amo... Alice."

P.O.V Alice

 Ele ficou me encarando por um tempo até que ele se aproximou de mim e me puxou contra o seu corpo e me deu um longo beijo. Sim um beijo ardente e apaixonado, claro que o correspondi. Depois de uns minutos eu perguntei mais um vez a ele ainda o abraçando:

— O que esse beijo significou, hein Jimin? — dessa vez ele não desviou o olhar e falou ainda me abraçando.

— O que você está imaginando,  — "Será que ele vai dizer a resposta que eu tanto quero ouvir?" — eu te amo Alice.

O abracei ainda mais forte disse:

— Eu também te amo Jimin.

"Acho que consegui encontra o novo motivo para viver." 

Depois de declararmos os nossos sentimentos entramos e fomos comer alguma coisa, já era 6:30hs quando fomos tomar o café-da-manhã. Estávamos tão felizes que nem notei que havia esquecido como era amar uma pessoa. Como era ser amada. O seu sorriso era tão brilhante que iluminava todo o seu rosto, nunca vi ele tão feliz quanto hoje. Quando terminamos resolvemos sair já era 8hs, queríamos comemorar este dia maravilhoso. Fomos ao karaokê, depois fomos para o shopping fazer algumas compras parecíamos uma casal apaixonado pois sempre estávamos nos beijando e nos abraçando. Por fim, fomos para o cinema assistir um filme, o nome do filme era: "Uma Segunda Chance" contava a história de um casal que procurava uma segunda chance em sua vida e as encontraram no amor. Essa história parecia muito com a nossa, ao terminar o filme fomos para uma lanchonete descansar um pouco e comer alguma coisa. Nos sentamos de frente a uma janela que dava para ver o movimento da cidade.

Já era 16hs quando entramos lá, fizemos os nossos pedidos até que eu perguntei para ele enquanto olhava para a janela que refletia a cidade, estava apoiando o meu rosto sobre a minha mão:

— Jimin... — quase que um sussurro.

— Sim? — olhava para mim demonstrando um grande sorriso ao falar em uma voz calma e suave.

— Isto é um sonho? — perguntei para ele desacreditando que aquilo seria real.

— Não, isto não é um sonho, isto é real.

— Entendi. — "não sei o porquê mais acho que isso já aconteceu antes, acho que estou me esquecendo de algo extremamente importante, o que será?." — Jimin, já teve a sensação que algo já aconteceu?

— Igual a um dejavu? — dava um gole no suco ao perguntar.

— Sim. Acho que isso já aconteceu. — aumentei o pouco o meu tom de voz animada.

— Quem sabe. Talvez já tivéssemos nos encontrado antes.

— Pode ser. — minha voz voltou a sua normalidade e logo me acalmei.

P.O.V. Jimin

Ficamos lá por uma hora até que decidimos voltar para casa. Podíamos ver o pôr do sol então foi aí que eu percebi uma coisa. "Antigamente eu pensava que existia: um cheiro, um som, um objeto, uma paisagem e um lugar que me fizesse se lembrar de lembranças tristes. Achava que aquelas lembranças nunca desapareceriam, até que hoje pude refazê-las. O cheiro; é o seu doce perfume que lembra as flores do jardim, o som; é a sua calma e gentil voz, o objeto; é esse carro, a paisagem; é esse maravilhoso pôr do sol esse contraste de vermelho e amarelo apagando toda a tristeza que sentimos e o lugar; se chama Seol. Todas essas coisas me lembram uma única pessoa, você Alice."

P.O.V. Alice

Quando chegamos já era  18:45hs, quando entrei em meu quarto logo me joguei na cama, e fiquei pensando no que tinha acontecido hoje. Aquele maravilhoso dia parecia um sonho de tão perfeito que foi. Fiquei pensando sobre isso por um tempo até que resolvi tomar um banho, ao terminá-lo já era 19:40hs. Fui me trocar ao abri o guarda roupa procurei uma roupa confortável porém bonita, queria agradar o Jimin. Me lembrei que no dia seguinte a minha vinda aqui Jimin ordenou que Sophie a governata da casa fosse em minha casa pegar algumas roupas e acessórios para mim.

Enquanto procurava algo para vestir encontrei um cachecol ele estava em bom estado entretanto parecia antigo, porém não entendo o porquê de terem me trazido isso. "Talvez ela trouxe por engano" pensei. Quanto mais observava aquele cachecol mais me incomodava, pois ele me fazia me lembrar de algo extremamente importante, mas não conseguia me lembrar. O cachecol era listrado com as cores azul e preto. 

Subitamente eu lembrei de algo extremamente importante e sussurrava para mim mesma enquanto ainda segurava aquele cachecol:

— Eu lembrei... Existe alguém precioso para mim. Naquele dia, naquele inverno, o meu destino foi selado.

10 anos atrás - de frente a um orfanato

Estava de frente ao ofanato preste a entrar, via todos as crianças ao meu redor chorando. Até que alguém falou:

— Não sabe? Aqui é o local onde todas as crianças desnecessárias vêm parar.

— Eu sou um criança desnecessária? — perguntei a esta criança que estava ao meu lado de uma maneira triste.

— Se você ficar muito tempo aqui, logo se tornará uma entidade invisível, e eventualmente desaparecerá deste mundo. — respondeu o garoto.

— Desaparecer? Eu? — disse já assustada.

 — Sim. Nós ficaremos aqui até todos que conhecemos se esqueçam de nós. É como se fossemos dilacerados em pedacinhos. Vamos nos tornar invisíveis para o mundo.

— Entendo. — já estava conformada com aquele final — Mas eu posso levar isso comigo, certo? — toquei no cachecol que estava em meu pescoço.

"Adeus  eu mesma, que nunca foi alguém importante para ninguém." Estava quase entrando do ofanato até ouvir alguém gritando:

— Pare! Você não deve ir! — parei de caminhar e olhei para trás — Não quero que você vá!

— Quem é? — olhei em todos os lados mais não conseguia ver ninguém.

— Sou eu. Vamos voltar juntos. — ele apareceu e venho em minha direção.

— Para onde? Eu não tenho um lugar para retornar neste momento. — estava um pouco hesitante.

— Venha para a minha casa.

— A sua casa? — não estava o entendendo.

— Sim. Você pode ficar na minha casa até a sua mãe retornar.

— Como será possível? — indaguei — A sua família não permitirá que eu fique na sua casa.

— Não se preocupe, eles não irão perceber. — estendeu a mão — Vamos dividir a fruta do destino.

— Obrigada por me escolher. — falei gentilmente enquanto o abraçava.

Hoje - sexta-feira 20hs

— Agora lembrei, a pessoa que dividiu a fruta do destino comigo foi... O Jimin... O Jimin é a minha... A minha alma gêmea...

P.O.V. Jimin         

Quando entrei no meu quarto, liguei as luzes e fui tomar um banho demorado. Depois do banho me troquei e notei algo que não havia percebido, tinha um urso de pelúcia encima da minha cama. Era bem simples tinha um laço vermelho em sua cabeça e tinha uma cor amendoada puxada para o amarelo. Intrigado me aproximei e o peguei tentando me lembrar de onde havia arrumado ele. Um tempo depois me lembrei:

— Foi um presente de uma garotinha, nas minhas férias quando era pequeno. Mas qual era o nome dela mesmo? — me esforçava mais para tentar me lembrar do seu nome até que... — Lembrei! O nome dela é Alice. Espera, Alice!? 

Fiquei pensando nisso por horas até que notei que já eram 21:30hs, me assustei ao depará que fiquei pensando nisso por um bom tempo. Me levantei e coloquei o urso no mesmo lugar e fui jantar, ao chegar na cozinha perguntei se Alice já havia jantado. Ela disse que já fazia um tempo que ela havia jantado, também perguntei como tinha sido a viagem que ela tinha feito. Ela me acompanhou no jantar, Sophie foi a única que deixei ficar trabalhando aqui depois da morte dos meus pais quando eles morreram eu demitir todos menos ela. Pois as vezes penso que ela seja a minha mãe de tão gentil que é. Contudo o jantar inteiro  fiquei pensando o porquê de Alice não ter me avisado "o que será que aconteceu?" pensei. Quando terminei já era 22hs decidi ver como ela estava, então bati na porta a chamando porém ela não dizia nada "será que ela está dormindo?" está pergunta me venho a mente.

Decidi abri a porta e vê como ela está, ao abri-la percebi que as luzes estavam apagadas e a única luz que havia naquele quarto era a luz da lua. Ela estava dormindo, ela fica tão linda assim parecendo um anjo que tão bela que é. A fiquei admirando por alguns minutos até que notei que o pendrive estava encima da cômoda que existia ao lado da sua cama, e junto dele encontrava-se também o seu notebook. O abri e coloquei o pendrive para ver como estava indo o trabalho, li o que ela havia escrito e decidi também escrever alguma coisa:

Quinto  Motivo: " Há aquelas pessoas que acreditam que em algum lugar deste mundo exista sua alma gêmea, a pessoa destinada unicamente para você. Aquela que entende os seus sentimentos, que não precisa de palavras para compreender como você está se sentindo. Que sempre a encontrará nos momentos que mais necessita, e que ela dirá as palavras que mais deseja ouvir. Não necessariamente um "eu te amo" e sim um "eu te entendo" ela conhece a pessoa que estar debaixo da máscara que você usa para as pessoas não descobrirem a sua dor. Fico me perguntando se a já não conheço? Será que ela sempre esteve ao meu lado, e eu nunca percebi? Talvez ela sempre esteve ao seu lado mas você nunca a notou. A pessoa que sempre te compreendeu sem ao menos uma única palavra... A sua Alma Gêmea."

Respirei um pouco e percebi que já era 22:45hs, fechei o notebook dela e o coloquei no mesmo lugar junto com o pendrive. Me ajoelhei e a fiquei obsevando de perto acariciando o seus cabelos e então a beijei. Depois disso, fui para meu quarto e me deitei na cama.

"Eu entendi agora, eu a escolhi mudei o seu destino com aquelas palavras." 

Quando adormeci eram 23hs.