História 100 days of dating - Segunda Opção

PoV Stacy
      O bebê número 1 era um menino. Fillipe quase teve um infarto quando os balões formaram as palavras "baby boy".
Se ele estava assim no primeiro, provavelmente descobria o último enquanto estivesse respirando com ajuda de aparelhos.
     Era estranho que meu irmão praticamente pulasse de alegria enquanto Catarina não esboçava nem um sorriso e continuava com a cara de nojo. Eu quero socar a cara dela por ser tão desprezível.
      Agora era vez de Bay e Hugo. Eles colocaram as mãos no tampa da caixa e antes deixaram que Constance tirasse uma foto deles e só então abriram a caixa.  
      "Baby girl". Fillipe começou a chorar, como eu disse, as vezes a felicidade faz nossos olhos transbordarem. O casal de padrinhos saiu correndo para abraçar o "papai" do dia. Constance adorou isso, afinal, rendeu fotos lindas.
      Voltamos aos pontos de inicio e demos continuidade às revelações.
      Eu já tinha 100% de certeza que eu seria madrinha de um "mini Fillipe", e realmente fiquei surpresa quando Sophia e Jared levantaram a tampa e o que as letras formaram foi "baby boy".
      Fillipe também ficou, mas era essa a intenção disso tudo. Pelo menos um dos objetivos  de hoje foram alcançados, certo?!
       Todos encararam Ely e eu. Nós ficamos um em cada lado e só paramos de nos encarar quando foi a hora de "ler" a palavra escrita pelos balões: “Baby Girl”.
       
           Em seguida. Chelsea e Nora pegaram as urnas dos nomes  e se dirigiram para frente dos dois primeiros. Cam e Ella sortearam "Millan", Gabie e Hugo "Arya". Jed e Soph "Noah" e  Ely e eu pegamos "Alaska".
         Fillipe pareceu satisfeito com os nomes sorteados, eram realmente ótimos nomes. Confesso que fiquei aliviada por não precisar mudar meus planos de colocar "Josephine" (em homenagem a minha avó, a mulher mais importante da minha vida) em uma das minhas filhas.
        Voltamos a parte interna e as nossas mesas, todos estavam postando seus vídeos nas redes sociais e comigo não foi diferente. Roubei algumas fotos de Camila e as postei com um textinho que havia preparado a alguns dias.
         Tudo estava normal, até que do nada, Hugo e Gabie levantaram de suas cadeiras e permaneceram em pé. Eles estão tão estranhos ultimamente e sinto que tem alguma coisa relacionado a aliança que estão usando. Talvez até saiba, mas ainda esteja digerindo ou precisando daquela confirmação com todas as letras.
— Bem, Hugo e eu queríamos aproveitar que todos estão aqui agora, para dizer algo importante. — começou Bay,fazendo a atenção se voltar totalmente para os dois. Ela parecia tentar ganhar coragem a cada palavra que dizia, todos os ouviam, prestando total atenção em casa coisa que eles diziam ou movimentos que faziam.
— Não é de agora que estamos juntos, e a alguns dias nós casamos. — ninguém disse nada. Pensei um pouco  sobre o quão nervosa ela pode estar, então eu levantei, sorri e disse:
— Seja bem-vinda a família, Bay! — a abracei, sendo seguida por Chelsea e Fillipe. Hugo estava visivelmente aliviado, Bay também estava.
      Meu pai a abraçou também, dizendo que Hugo havia lhe a melhor nora que ele podia ter.
       As gêmeas, irmãs de Saint Louis que agora também é Blanchard, foram conversar com Hugo e falar as mesmas coisas que nos falamos a ela. Apesar de estarem um tanto confusas, estavam felizes pela irmã mais velha estar feliz. E até soa irônico Gabie não aceitar que Chloë esteja e seja feliz com Jack J.
— Então, eu proponho um brinde ao casal! — disse Ella, fazendo os dois corarem.  

   [...]
       Voltei para casa de Shawn e nós realmente não falamos nada durante todo o caminho. Ele estava concentrado no trânsito e eu na paisagem.
        Eu ia puxar assunto, mas sentia uma forte necessidade de senti-lo. Estávamos em seu quarto, prestes a trocar de roupa quando aproximei-me para beija-lo. Ele tem um beijo tão gostoso e que faz eu me sentir tão bem.  Mendes é tudo o que eu quero, não preciso de mais nada quando estou com ele. Eu o amo, mas isso não anula eu estar um pouquinho brava e com muito ciúmes e bastante insegura.
     Os beijos foram rolando e atrapalhados por uma notificação. Que logo se transformou em duas, três, quatro, cinco...
      Ele parou para vê-las, intensificando minhas emoções. O nome salva para o contado e que brilhava em seu celular, que tinha uma foto nossa na tela de bloqueio, era "Ceci".
       Bufei alto, deixando claro a minha indignação. Rolei para o lado, saindo de cima dele e o deixando confuso quando levantei da cama e calcei meus sapatos.
      Peguei meu telefone e a bolsa que estava pronta para qualquer hora que eu precisasse dela.
— Onde você vai? — questionou, quando percebeu que eu estava embora.
— Para a casa do meu pai. — afirmei, abrindo a porta e sendo impedida de sair. Shawn fechou a porta.
— Não acredito que você está com ciúmes da Cecil, Stacy.
— Ah eu estou! E estou com muito ciúmes! — admiti. — Você passou a tarde inteira sem nem falar comigo, deu mais atenção à outra garota do que a sua namora! Queria que eu estivesse como? Super tranquila? — perguntei, mantendo o tom de voz.
— Você, Stacy Blanchard, não tem o direito de duvidar do que eu sinto. Até porque não há motivos para isso. — a cada palavra, um passo na minha direção e de passo em passo minhas costas bateram na parede. — Não precisa de tudo isso e você não precisa ir embora. Por favor, Sweet. Eu amo você.
      "Resista, Stacy!" era o que meu cérebro dizia.
       "Fica, Stacy" foi o que meu coração mandou e bem, o que eu fiz. Eu sou patética, eu sei. Eu fiquei e voltei para debaixo dele e de suas cobertas.
      Nós desligamos os telefone e voltamos de onde havíamos parado:  voltamos aos beijos. Na verdade, foi assim que subimos de volta ao quarto aos tropeços e beijos.
       Não rolou nada demais e eu realmente não sei mais o que fazer para demonstrar que já estou pronto para algo a mais. No final de tudo, Shawn agarrou-se ao meu corpo e dormirmos assim.

    [...]

        Nós saímos para caminhar pela manhã, logo após o café. E tudo estava estranhamente tranquilo.
       Havíamos parado para comprar água e sequer uma pessoa nos reconheceu ou se reconheceu não quis vir falar conosco.
Tiramos fotos nossas  (aquelas que nunca postamos e apenas guardamos para nós) e também da paisagem. O céu estava lindo e a manhã também. Queria pensar que nada podia estragar isso, mas minutos depois percebi que eu estava bem errada.
       Se eu soubesse que Cecil ainda gostava de correr pela manhã eu tinha convencido Shawn a continuar a dormir ou a assistir um filme. Estou sendo chata, incoerente e infantil? Estou, sim. Sei bem disso e apesar de ser bem calma e não me importar muito com essa coisa de ciúmes, acredito que para tudo tem um limite. Não me importaria tanto se fosse qualquer outra amiga de Shawnie, o negócio é que peguei ranço de Cecil e provavelmente o universo está fazendo isso para me testar e ver até onde minha calma vai e infelizmente sinto que ela já está em seu fim.
— Hey! — ela disse, num tom animado  quando parou em nossa frente.
      O cabelo mel estava amarrado e ela trajava roupa de ginástica. Tinha uma garrafa de água em suas mãos e na outra o fone de ouvido que estava bem embolado.
— Hey! — ele respondeu, igualmente animado e o máximo que eu consegui fazer foi lhe mostrar meu melhor sorriso amarelo.
    A verdade foi que a partir daquele maldito "hey" os dois acabaram por esquecer da minha existência. Como se não estivesse ali e realmente não fosse nada relevante.
     Olhei ao redor e quando vi o quiosque, passei a andar na direção dele. Quem sabe quando ela não decidir que está na hora de voltar com sua caminhada ele não lembre que saiu com a namorada?
     Sentei num banco e pedi um suco ao homem que veio me atender. Vi as minhas notificações no telefone  e achei estranho quando li uma mensagem de Lucca que dizia:
        "Tacy, olha para o lado."
        Olhei para os lados e levei um pequeno susto quando me deparei com o irmão de Constance sorrindo para mim.
        Luke estava com uma daquelas camisas de botões, num tom forte e de manda curta. Um vento bateu em seu rosto, fazendo seu cabelo se movimentar.
Parecia ter acabado de levantar.
— Oi! — eu disse, não tão animada quanto eu queria.
— Como vai? — ele perguntou
— Não tão bem quanto eu queria. — deixei escapar
— O que lhe aflige, Blanchard? Tristeza não combina com você. — olhei na direção onde Shawn e Cecil ainda conversavam animadamente
— Praticamente se esqueceram que eu existo. — contei — Mas, não quero falar disso. Acho que vou acabar explodindo.
— Tudo bem, podemos falar do que você quiser!
— Não sabia que você estava no país.
— Cheguei ontem à noite, estava terminando as minhas fotos para aquela campanha com Jared.
— Estou sabendo. Na verdade, todo o mundo da moda está à espera dessas benditas fotos.
— Realmente, nós, italianos, sabemos como produzir conteúdo. — deu de ombros. De uns tempos para cá, vim estudando os  modelos da atualidade e acabei por descobrir que existe uma grande busca por Lucca Fiorucci dentro da indústria da moda. Tudo que ele participava, catálogos, desfiles, editoriais e até mesmo seu chá da tarde com a irmã mais velha, fazia com que as grifes parassem para prestar atenção.  
      E como Lisbeth me disse numa de nossas reuniões "um bom desfile não se resume a boas peças de roupas e tecidos caros. Há muito mais envolvido nisso". O mundo já para por Lancaster, imagina se não parasse por Lancaster e um grande time de modelos? Felizmente, eu já tenho todo o meu Time dos Sonhos escalado e Lucca faz parte dele.
     Ah como é bom pensar que o trabalho faz com que eu não pense no que se passa a poucos metros de mim, envolvendo meu namorado e uma garota com cabelo mel.
— E desfiles? — perguntei, sim, eu tenho uma segunda intensão com essa pergunta.
— Último foi a Fashion Week em Paris, mas não vejo a hora de estar nas passarelas outra vez. É uma sensação tão estranha e, ao mesmo tempo, boa...
— Eu com certeza prefiro o backstage dos desfiles. — meu pedido chegou e foi o time perfeito para eu fazer uma proposta a ele.  — Lucca, o que você acha de estar no meu desfile?
— Você ainda não entendeu que eu posso estar a onde você quiser?! — sorriu
— Estou falando sério, Luke!
— E eu também estou. — afirmou, voltando a tomar o suco que estava em seu copo.
      Continuamos a conversar e periodicamente voltada a olhar  para Shawn. De onde os dois tiram tanto assunto?
       Pelas minhas contas já estava conversando com Lucca a pelo menos uma hora e quinze minutos. E não que ele não seja alguém agradável, o problema é que até agora Shawn nem se quer olhou para os lados para me procurar. Se ele fizesse isso ou ao menos se preocupasse se eu estou lá ou não, eu com certeza estaria menos brava.
— Stacy! — Lucca chamou, fazendo eu voltar a olhá-lo — Você ouviu as últimas coisas que eu disse?
— Eu... Eu não ouvi, Luke. Perdão! — confessei, soltando um suspiro longo — Pode repetir, por favor?
— Claro! — ele respondeu sorridente — Você disse que queria uma sugestão de lugar para o desfile e eu disse que Milão é o melhor lugar. — completou — Faça as pessoas olharem apenas para você e para a minha Itália, Stacy. Não aceite outra coisa que não seja o melhor. Não aceito outra coisa que não seja o melhor de qualquer coisa... ou pessoa. — finalizou
    Eu abri a boca para responder, mas fiquei pensando no duplo sentido que a frase tinha e acabei esquecendo o que ia falar.
      Eu não estou gostando nada do rumo dessa conversa. Senti mãos em meus ombros e é ótimo reconhecer alguém pelo toque.
— Oi, Mendes! — disse Lucca, porém foi totalmente ignorado.
— Vamos? — ele perguntou a mim e eu respondi que tudo bem. Paguei pelas coisas que consumi e despedi-me de Lucca e aproveitei para dizer "obrigada" pelas dicas que havia me dado.
     
      Voltamos a caminhar e não demorou muito para estarmos em sua casa.
Eu decidi nem tocar no assunto e tentar esquecer as minhas paranóias, concentrar-me nas coisas legais que fizemos pelo resto da tarde. Como por exemplo  a nossa tentativa de fazer uma maratona de Harry Potter, apesar de ela não ter dado muito certo já que passamos a maior parte do filme aos beijos.
         Lá para o final da tarde, decidi que era hora de fazer alguma coisa na cozinha. E pedi para que ele fosse comprar algumas coisas que faltavam para a receita e apesar de resmungar um pouco, ele acabou indo.
         O ruim, foi a demora. Não é possível que em mais de duas horas ele não tenha conseguido comprar meia dúzia de coisa. Eu já estava preocupada, fiquei ainda mais quando ele não atendeu às minhas chamadas.
        Eu continuei a adiantar o que dava e meu coração saltou para fora, totalmente aliviado quando ouvi um barulho na porta e sua voz logo em seguida.
— Onde você estava? Porque não me atendeu? Eu fiquei preocupada, garoto!
— Calma, eu estou bem. — afirmou, colocando as comprar em cima da mesa e logo as colocando para fora. — Só fiquei sem bateria.
— Tudo bem, eu supero o meu quase ataque cardíaco. — dei de ombros, indo até ele para ajudá-lo   — Mas porque demorou  tanto? Pensei que o mercado fosse perto e vazio a essa hora. — perguntei, reproduzindo  as palavras que ele me disse  antes de sair.
      Estranhei quando ele não respondeu minha pergunta e tentou desconversar.
— Shawn, porque está fugindo da minha pergunta?
— Não estou fugindo de nada. — Ah, ele estava sim e isso era visível.
— Você sabe que eu sei que você está mentindo, certo?! — ele suspirou alto e não demorou muito a começar a falar.
— Tudo bem... Eu acabei encontrando com Cecil no mercado e nós conversamos por um tempo. — contou. Eu parei o que estava fazendo, subi as escadas, peguei minhas coisas rapidamente  e desci.
      Não acredito que isso tá acontecendo.
— Não acredito que você vai embora só por isso.
— Só por isso? — perguntei — É a terceira vez em menos de dois dias que isso acontece. E eu não to falando de vocês se encontrarem, estou falando sobre você simplesmente esquecer que eu existo por conta dela. Ontem você ignorou a minha presença e pareceu que nós nem somos um casal, hoje de manhã a mesma coisa.  
— Nós não ignoramos sua presença, Stacy. Você que simplesmente sumiu e quando olho para os lados eu vejo a minha garota conversando com aquele garoto que com certeza não quer ser só seu amigo.
— Haha, sabe qual o problema? Você só foi olhar para os lados, procurando pela sua garota, uma hora depois! E isso claramente  não teria acontecido se eu não estivesse avulsa e em escanteio para os dois. — afirmei, eu estou muito brava e com muito ciúmes e tenho meus motivos. Nós não cismamos com a pessoa errada.
— Você está agindo como a criança que eu sei que você não é!
— E você como o idiota que eu sei que você não é! — retruquei — Eu fiquei aqui, preocupada, enquanto você conversava com a sua amiguinha, sem ao menos lembrar da minha existência ou se eu podia estar preocupada. — meus olhos arderam e eu tentei controlar o choro, mas eu não consegui. Eu nunca consigo, não sei porque pensei que conseguiria controlar agora. — Eu te amo, porra! — berrei — E é difícil ver que alguém pode ser mais importante! Não gosto de ser a segunda opção e é assim que eu estou me sentindo agora!
      Deixei minhas coisas caírem no chão, para que eu pudesse afastar minhas lágrimas e não demorou muito para eu sentir seus braços ao redor do meu corpo.
— Meu amor... — ele começou, fazendo eu encostar minhas cabeça em seu
corpo.  — Você nunca vai ser minha segunda opção, Blanchard. E Cecil e nenhuma outra garota vai roubar o lugar você ocupa na minha vida  e a importância que você tem pra mim! — eu continuei a sorrir e a chorar — E apesar de eu não querer que você se sinta assim outra vez, caso acontecer, lembre-se que não é com Cecil ou com qualquer outra garota que eu durmo todas as noites, que não foi ela que eu apresentei aos meus pais e que viajei para ver ou fiquei desesperado porque soube que passou mal. — passou a acariciar meus cabelos, talvez na tentativa de me acalmar e bem, estava funcionando. —  Eu não amo qualquer outra garota, amo Stacy Marie Blanchard, dei flores a ela e a ajudei a cortar o cabelo. — deu uma pausa e meu choro cessou. — Espero que sempre lembre disso que te falei agora e se precisar reforçar eu posso repetir todos os motivos que fizeram eu me apaixonar por você e estar aqui, agora. E caso eu não esteja próximo o bastante e num fuso horário compatível com o teu pode olhar nossas fotos. Todas e qualquer uma delas. — levantei minha cabeça, para poder encara-lo.
— Desculpa. — eu pedi
— Não precisa pedir desculpa. — ele respondeu, sorrindo.  — Sou eu quem precisa, afinal eu quase menti para você e isso não foi certo. — completou, trazendo-me para perto e então o habitual aconteceu: joguei meus braços em seu ombro e em poucos minutos eu já estava com minhas pernas ao redor de seu corpo. E até que meus meses sendo líder de torcida não serviram para alguma coisa.
       E quando eu me dou conta, já estou sentada na bancada da cozinha, quase gemendo. No meio disso, acabei por apertar, com força, a bunda dele. E eu adorei fazer isso.  
        Eu senti quando ele deixou uma marca no meu pescoço e naquele ponto eu estava me controlando para não soltar algo como "pelo amor de Deus, me come".
        Paramos o que estávamos fazendo e eu desci da bancada num pulo quando percebemos a comida queimando.