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História 100 dias em uma caixa - O reencontro


Escrita por: Everton1308

Notas do Autor


Esse capítulo é do ponto de vista de Pedro, se passa antes do encontro dos dois e depois.

Capítulo 9 - O reencontro


Minhas notas na escola começaram a cair, eu não tinha mais autoestima para nada, já se fazia uma semana que Aiden desapareceu, meus pais tentavam me confortar, Estevan se desculpava sempre, achando que era culpa dele, eu não o culpava, e o pessoal da escola começou a falar comigo e tal, mas eu não ligava, não prestava atenção em ninguém. Quando chegava em casa, ficava o dia todo no quarto, pegava as roupas do Ainden e ficava cheirando, abraçando e chorando, minha mãe já lavou elas três vezes na mesma semana, ficava falando que as roupas dele não poderiam estar assim quando ele voltasse.

Fiquei imaginando quem fez isso, será que era esses caras que sequestravam por dinheiro, ou aqueles homofóbicos idiotas que torturavam e depois largavam o corpo em algum riacho, ou traficantes de órgãos. Toda vez que pensava nisso meu corpo tremia, não queria pensar o pior, até que meu celular toca, olho número desconhecido.

- Alô?

- Escuta, a gente está com seu namoradinho de merda aqui, queremos 20 mil ou ele vai perder a cabeça.

Meu coração dispara, o que eu faço, o que eu falo.

- Tudo bem, eu arrumo o dinheiro, onde vocês querem encontrar. - Falei meio assustado.

- O babaca acreditou, estamos te zoando palhaço, gayzinho de merda, tomara que o outro lá tenha mor...

Desliguei o telefone, era só mais um engraçadinho, querendo me zoar, eu não entendo porque eu atendia essa merda de telefone, e durante os dias foram assim, me ligavam falavam coisas horríveis e depois desligavam, eu não aguentava mais, eu quase troquei de chip, mas uma coisa me dizia para não fazer, ainda tinha esperança de Aiden estar vivo e bem, e que talvez ele conseguiria ligar para mim. Estava quase dando um mês que ele se foi, e a última coisa que falei, era que queria ficar sozinho...

" - Por que você não quer que eu te ensine amor? - Ele disse.

- Porque não quero ficar dependente de você nem de ninguém, esses anos todos, você sempre me ajudou a passar de ano, e eu não estou reclamando, só que acho que já está na hora de eu fazer sozinho, aliás quando formos para a faculdade você não vai poder fazer a prova para mim.

- Tudo bem, quer que eu te espere? - Disse ele sorridente.

- Não pode ir para casa, quero ficar sozinho um pouco ok? - Falei meio irritado, e a cara que ele fez me cortou o coração, mas agora estava feito e não tinha como voltar atrás, não agora."

Como eu queria voltar no tempo e falar para ele ficar comigo, mas agora me sinto culpado, se tivesse pedido para ele ficar, nada disso teria acontecido. E mais uma vez o telefone toca, respiro fundo e atendo depois da terceira vez que chamou.

- Alô? - Falei com a voz triste, pois estava mesmo.

- Pedro?

- Sim, quem é? - Falei impaciente.

- Sou eu Aiden.

- Vou acreditar, para de ligar para mim fingindo ser meu namorado. - Quase desliguei.

- Não Pedro é sério sou eu, olha não tenho muito tempo estou morrendo de saudade, fala com a polícia, estou bem, mas por favor eu não aguento mais, estou na fazenda da minha vó, ela me sequestrou por favor venha logo. - Disse ele apressado.

Fiquei sem reação, será que era ele mesmo? O que eu faria se fosse? O que eu faria se não fosse? Pensei em uma coisa.

- Aiden? É você mesmo? Se for, fala uma coisa que só nós dois saberíamos. - Falei.

- Ok, quando a gente tinha 11 anos, você tirou a roupa na minha frente e você riu depois por eu ter ficado excitado, aí você pegou no meu pau e disse que seria nosso segredo e depois eu tirei a roupa e você ficou excitado e começamos a rir um do outro e gozamos juntos pela primeira vez. - Ouvi ele sorrir depois de falar, e eu também, só que foi uma mistura de sorriso e lágrimas, era ele mesmo.

- Aiden meu amor, eu achei que tivesse morrido, se passou tanto tempo, você está na fazenda de sua vó, eu lembro onde é, vou chamar o delegado e vamos te buscar, aguenta aí. Eu te amo. 

- Eu também te amo, tenho que desligar agora, venham rápido. - Ele disse e desligou.

Ainda bem que a fazenda não era longe, mas eu tinha que correr, sai quase voando de casa, meus pais tentaram falar, mas eu só corri. Cheguei quase sem ar na delegacia.

- Preciso falar com o delegado! - Quase que gritei.

- O que está acontecendo aqui? - Disse o delegado chegando - Ah é você Pedro, alguma novidade?

- Sim senhor, o Aiden ligou, e eu sei onde ele está. - Falei.

Dois minutos depois estávamos a caminho da fazenda, tinha umas cinco viaturas, e eu estava com o delegado. Chegamos lá e eles cercaram o lugar, o delegado mandou que eu ficasse perto do carro e seus homens entraram, passaram uns cinco minutos, saíam os policias com os sequestradores presos, um padre e por fim a vó do Aiden, mas onde ele estava, meu coração acelerava cada vez mais, até que um policial bem forte, estava saindo carregando ele, ele disse alguma coisa perto do delegado e soltaram um dos sequestradores, não entendi, e finalmente ele me viu, seus olhos se encheram de lágrimas e os meus também, ele estava sem camisa, e parecia estar exausto e com fome, saí correndo de perto do carro e fui na direção dele, o policial o ajudou a colocá-lo no chão, eu o ajudei a se manter em pé, e o abracei, comecei a chorar, achava que eu não ia ver mais ele, olhamos um para o outro e nos beijamos, foi um de nossos melhores beijos. Nós sempre fomos muito amigos, desde que nos conhecemos, e nunca ficamos tanto tempo sem se ver, aquele foi o melhor momento.

O policial e eu ajudamos Aiden a entrar na viatura, íamos para o hospital, ele estava todo machucado, molhado, ele deitou em meus braços e suspirou agradecido, ele me contou das coisas que aconteceram, e a minha vontade foi de ir matar o padre e a vó dele.

- Estou feliz em te ver. - Ele disse.

- Eu também amor, mas não fala muito, estamos quase chegando. - Beijei a testa dele e o abracei, não muito forte, para não machucar.

Liguei para meus pais e pedi para eles irem para o hospital. Chegamos lá, levaram ele para a emergência e fui para a sala de espera, um tempo depois meus pais chegam e Estevan atrás, eles me abraçam.

- Como ele está? - Perguntou Estevan.

- Está bem, levaram ele para a emergência. - Falei e contei tudo que Aiden tinha me falado.

- Meu deus, que coisa horrível, essa mulher é um monstro. - Minha mãe falou.

Ficamos falando até que o médico entrou e disse que um de nós poderíamos vê-lo, e bom claro que foi eu. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado.


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