- Tyler -
— Você o quê? — A garota com que eu havia marcado de sair no ano-novo estava furiosa. Infelizmente a desculpa de ter que levar os filhos que mal sabíamos que existíamos para reconquistar a confiança de nossas exs ainda não tinha pegado entre as mulheres. — Você não presta, Tyler. — Eu sei disso querida. Você não é a primeira e nem vai ser a última mulher a falar isso para mim. Só espero que Jonathan nunca me veja assim, ele precisa saber a respeitar as mulheres, não pode ser igual ao fracassado do pai dele que estragou tudo.
Após desmarcar o meu encontro com a falsa Jéssica Rabbit volto para trás do balcão e a observo partir como se um furacão tivesse indo embora. Carter Parker era um dos funcionários do bar, um pouco mais velho que eu, mas era o meu melhor amigo dali. Após presenciar a cena ele me olhou assustado e veio até a mim.
— O que diabos foi aquilo Meyer!? — questionou ele com diversão na voz.
— Alguém que não aceita não como resposta. — Dei de ombros.
— Por que dispensou uma gostosa como ela? — Carter me encarou e em um segundo já entendeu tudo. — Ah. Meu. Deus. Você é o cara! Eu te venero, Meyer! Se eu fosse a Brooke eu iria fazer picadinho de você na primeira vez que pisou na casa dela sem avisar.
— Ah, muito obrigado pelo seu apoio meu belo amigo! — digo ironicamente enquanto limpava as taças de vinho.
— Você já pensou em o que comprar de presente de natal pro menino? — perguntou Carter sentando em cima do balcão.
— Primeiro: O nome dele é Jonathan e vocês vão começar a se ver mais esse ano já que a Brooke vai estar ocupada com as aulas dela e meus pais me expulsaram de casa depois de bom… Você sabe… Segundo o natal já passou… Terceiro tire essa bunda suja de cima do meu balcão. — Empurrei Carter após minha fala.
— Tenho certeza que aparecer lá com um presente compensaria o desastre que você causou na vés…
— Ok “senhor boas maneiras”. Por que não vem comigo? — Carter grunhiu e se espremeu num canto. — Você não pode ficar naquele sofá todas as festas! Vamos nos divertir um pouco.
— É um bom sofá. — comentou Carter.
— Você vem e pronto.
Eu e Carter fomos ao shopping logo após o turno acabar tentar achar o presente perfeito. Eu não sabia o que dar. Não sabia o que ele já tinha. Não sabia do que ele precisava. Não sabia o número de Brooke. Não sabia de nada.
— Eu sou um péssimo pai. — falei para Cater enquanto tomávamos um sorvete do McDonald’s na praça de alimentação.
— Tem razão. — concordou ele.
— O quê!?
— Primeiro não era nem pra você ter traído a mãe dele!
— É mas… Mas… Mas… Droga!
— Lei da troca e retorno meu amigo! — Comemorou Carter pela vitória.
Enfim era dia 31 de dezembro. Decidi tentar fazer aqueles bonecos de papel que tinham tutorial no youtube e em questão de segundos o apartamento inteiro estava coberto de papel. Droga! A campainha tocou. Merda! Brooke!
— Carter! — gritei para que ele me ajudasse a esconder a bagunça. O que não adiantou, Carter estava dormindo. — Acorda e me ajuda!
Carter se levantou num pulo e começou a catar todos os papéis do chão, enquanto eu andava lentamente até a porta. Quando a abri estava prestes a falar surpresa quando vi o rosto desagradável da melhor amiga da Brooke.
— Maddison. — rosnei.
— Tyler. — A ruiva fez o mesmo. — Ok. Jon, qualquer coisa você pede para me ligar, tá? A titia vem correndo te buscar. Não confio nem um pouco nesses adultos de baixa categoria tomando conta de você. — Golpe baixo ruiva, golpe baixo.
— Não se preocupe titia Mads, não vai acontecer nada. — disse Jonathan com uma voz fofa.
Maddison o abraçou como se fosse esmagá-lo.
— Ok. Tchau titia Mads. — Fechei a porta na cara de Maddison. Há anos espero por essa oportunidade. — Ok pequeno. O que quer fazer primeiro? — pergunto.
Carter aparece na sala com uma lata de cerveja na mão.
— Quero suco. — falou Jonathan apontando para lata.
Carter engasgou com a cerveja e começou a rir.
— Realmente. É seu filho. — disse o homem quase se matando de rir.
— Que tal outro suco? É que esse é de adulto… — Tentei explicar para o meu filho.
— Está bem. — Jon concordou com a cabeça. Realmente Brooke fez um ótimo trabalho.
No fim estávamos todos na sala tomando “suco” e assistindo tv. Uma hora ou outra teria que fazer todos se arrumarem para verem os fogos se não Brooke ficaria uma fera comigo e eu estragaria tudo de novo, mas tudo estava bem. Aquele momento estava perfeito e poderia ficar lá para sempre.
— Jon, onde sua mãe colocou sua roupa? — pergunto para o garoto enrolado na toalha depois de tomar um banho.
— Na minha mochila. — ele fala.
— Na mochila dele. — digo a Carter enquanto me troco.
— Não tem nada aqui. — fala Carter.
— Procura direito que acha.
— É sério
— Daqui! — Cato a mochila de Jon com força e procuro a roupa dele com rapidez. Não pode ser. — Jon qual é o número da sua mãe?
— Você esqueceu a roupa dele. — repeti pela décima vez.
— O quê!? Ainda…
— AH BROOKE FAÇA ME O FAVOR! E ME TRAZ A ROUPA PODE MANDAR A MADDISON MESMO.
Ok. Eu não devia ter gritado com a Brooke no telefone, porque dessa vez tinha um cara na porta do meu apartamento que eu nem conhecia. Me entregando as roupas de Jon. O menino disse ser o tal do “Tio Niankk” que me bateu na festa vestido de papai noel. Prefiro esquecer e apagar da memória.
— Ok. Todo mundo pronto? — perguntei.
— Sim! — disse Jon empolgado vestindo seu terno brilhante. O que diabos Brooke estava pensando?
— Vamos nessa! — Até Cater demonstrou uma falsa empolgação só pra apoiar Jon.
E então saímos na rua para ver os fogos e foi a coisa mais fantástica que já vida na vida. Não os fogos em si, mas a cada explosão colorida no céu o que mais se iluminava não estava lá em cima estava aqui em baixo no rosto do meu filho
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