História 12 Horas (Imagine Jung Hoseok, J-hope - BTS) - Fundo do Poço

Hoseok On

Lembrança/Sonho do Brasil On

Deitado na cama, tentava limpar minha mente para conseguir dormir. O jet leg é uma coisa louca, faz três dias que cheguei ao Brasil, mas ainda assim me sinto cansado. Pensar que S/n está dormindo no quarto ao lado não facilita em nada, faz tanto tempo que quero tocá-la, senti-la novamente em meus braços. Sinto sua falta.

Prometi ao meu sogro que não tentaria nada com sua filha enquanto estivesse aqui - a pior decisão que já tomei. Ele sabe tudo o que aconteceu entre mim e S/n, mas disse que não gostaria de pensar nisso enquanto eu estivesse na casa dele, por isso dei minha palavra que não tocaria nela.

Os pensamentos vinham, mas eu os tentava afastar o máximo possível, não quero que meu sogro me odeie agora. Senti, então, mãos pequenas deslizando por minhas costas - estou deitado de lado, com as costas viradas para a porta do quarto - já sabia de quem eram essas mãos. Virei meu corpo deitando de barriga para cima, vislumbrando, após isso, o rosto da minha linda e safada namorada com a ajuda da luz que entrava pela janela do quarto.

- oi - disse sorrindo docemente.

- o que faz aqui? - perguntei. Sem falar nada, ela sobe em meu colo e deixa o rosto próximo ao meu, minhas mãos foram, instantaneamente, para sua cintura.

- estava com saudades de você, Hobi - disse lentamente e então beijou o canto de minha boca, algo que faz quando quer me provocar - vim ver se estava tudo bem...

- vida, nós dois sabemos que você veio aqui por outro motivo - comecei, ouvindo o riso sarcástico dela em resposta - você sabe que prometi ao seu pai que não faria nada... - ela me interrompe quando toma meus lábios em um beijo cheio de luxúria e paixão. Minhas mãos, que estavam em sua cintura, foram, sem meu consentimento, para a bunda dela... que saudades da minha menina... - amor... - era difícil pensar tendo ela nos meus braços nessas circunstâncias - eu não vou ceder.

- mesmo? - provoca. Ela continua deitada sobre mim roçando apenas os lábios nos meus. S/n, então, ergue seu tronco, põe as mãos sobre meu peitoral e começa a mover o quadril lentamente para frente e para trás, soltando um leve gemido após isso. Droga!

- porra, garota... - Tento não pensar muito em como eu poderia a foder sem que os pais dela percebam o que estamos fazendo - você não presta - não pensar estava tão difícil com ela me maltratando assim.

- eu sei que quer tanto quanto eu, apenas se deixe levar, Oppa... - esse "Oppa" quebrou minhas pernas, foi tão sexi. Ela nunca me chamou assim antes, dizia que era brega.

- você está enganada, eu não quero nada - menti.

- você pode falar uma coisa, mas já viu que seu corpo não consegue esconder o que está sentindo desde o momento em que subi em seu colo - falou vitoriosa. Ela tinha razão, assim que seu corpo ficou sobre meu, eu senti minha ereção. Estou muito sensível esses dias.

- você não presta - novamente ela se deitou sobre mim.

- me fala... - vagarosamente beijou meu pescoço me fazendo fechar os olhos para sentir tudo isso - diz que não quer me foder agora... - isso era jogo baixo - diz que não quer me ver tentando conter meus gemidos manhosos quando você me penetrar tão forte e fundo que não terei nem forças para ficar de pé... - outro beijo foi deixado em meu pescoço. Isso já estava insuportável - fala vai... Jura que não quer ver eu te pagando um boquete bem gostoso e lambusado - okay, minha namorada foi possuída por um espírito pervertido. Aonde foi parar minha doce e fofa garota?

- amor, não faz isso... - juro que poderia gozar se ela continuasse assim. Cada toque seu me deixava louco.

- apenas quero que fale... - sua mão desce, delicadamente, pela lateral do meu corpo - me fala que não quer isso e eu vou embora agora - sem aviso prévio, ela põe sua destra dentro da minha roupa e toca meu pênis, me fazendo soltar um gemido baixinho. Isso foi meu fim - vai, amor, é só dizer... - fala manhosa. Porra, essa menina é minha perdição.

- eu vou acabar contigo, garota - cedi por fim - vai ver que nunca deve me provocar desse jeito.

- me mostra, Hobi - disse sadicamente - me ensina a não fazer mais isso... - tomei então seus lábios em um beijo sedento e apaixonado...

Lembrança/Sonho do Brasil Off

Acordei chorando essa manhã ao lembrar - talvez sonhar - desse momento que passei com minha menina, foi tão bom. Sinto falta disso, da alegria e ousadia dela. Me sinto tão triste...

Há duas semanas S/n não é mais a mesma pessoa. Ela não tem se alimentado corretamente, não fala com ninguém - nem mesmo comigo -, não escuta ninguém e não quer ver nem a Hwan. Ela apenas fica deitada olhando por entre a janela, chorando sempre. Estou tão preocupado com ela que chega a ser enlouquecedor, não consigo mais dormir ou me concentrar. Estou em um dilema constante que é ficar em casa com Hwan e vir ao hospital ficar com minha esposa. Isso está me matando por dentro.

O braço dela ainda não recuperou o movimento. Os médicos disseram que um ferimento no plexo braquial é muito ruim, mas esperava que ela fosse se recuperar logo. Minha pequena não vai mais à fisioterapia e também não quer mais ter visitas do psiquiatra do hospital. O psiquiatra falou que ela está passando por um episódio depressivo devido a todo o trauma vivido após o tiro. Eu não sei o que fazer para ajudar, me sinto tão inútil em relação a tudo...

Eu tento a animar, tento mostrar os vídeos da nossa filha brincando para ver sua reação, tento conversar... Mas ela nunca quer fazer nada e também não me escuta. Estou começando a cansar disso. Ela não pergunta mais como a Hwan está e nem nada relacionado a nossa pequena.

Os pais de S/n tiveram que voltar ao Brasil devido a um problema com seu visto de viagem, o que deixa apenas eu e Helena responsáveis por ela. E mesmo assim, sinto que não consigo fazer nada, sinto que estou sozinho, sinto que não valho nada. Eu queria minha esposa de novo, bem... Queria que o Park Jimin nunca tivesse nascido...

Não que eu vá desistir de minha esposa, ou que não queira mais fazer nada por ela, eu apenas... Me sinto meio... Cansando.

...

S/n On

- aonde estamos indo? - perguntei após entrarmos no elevador.

- saberá quando chegarmos - olhei para trás, ele estava sorrindo lindamente. Mesmo sorrindo, eu pude notar seu semblante cansado e com dor.

Há algum tempo eu não me sinto mais a mesma pessoa. Após levar o tiro e perder o bebê me sinto tão vazia que é como se estivesse morta. Estou péssima, me sinto péssima. A todo momento tenho medo, tenho o pressentimento que posso perder a única filha que tenho, por essa razão não consigo mais ver nada ou fazer nada que tenha a ver com Hwan. Sinto tanto medo de perdê-la que estou a afastando de mim. Sei que pode parecer confuso, é confuso até para mim.

Não é como se eu não amasse mais minha filha, apenas não consigo sentir vontade de tê-la por perto. Sinto que se a manter por perto posso perdê-la, isso é horrível.

A cada dia vejo que Hobi está mais cansado, está mais triste, está mais acabado. Meu coração dói tanto por vê-lo dessa forma, a culpa me consome tanto que é sufocante. Mesmo não querendo, eu acabo descontando minha frustração sobre ele e sobre Helena. Eles são as pessoas que mais amo no mundo, além da minha filha, e mesmo assim os trato como lixo. Eu não mereço ter eles em minha vida, eu não mereço nada.

Não tenho mais vontade de continuar a praticar os exercícios ou fazer a terapia, quero apenas chorar e me lamentar por minha vida de merda... Mesmo sabendo que isso não adianta, é como se fosse a única coisa que consigo fazer por hora.

Hoseok sempre chora quando sai do meu quarto, eu o flagrei chorando duas vezes e isso me despedaçou em milhões. Não consigo mais "lutar", não consigo mais ser positiva ou animada com nada. Queria tanto voltar a ser o Eu de antes, o Eu antes de Park Jimin e tudo o que se seguiu após o conhecer. Queria ser a melhor amiga do Hoseok novamente, a que trocava mensagens com ele por horas sem se preocupar com nada...

Agora resta apenas minha casca, a Eu sem vida e oca, a Eu destruída, acabada... me dói tanto causar dor à pessoa que mais amo, causar dor ao homem mais incrível de todos. Eu não mereço ter ele para mim.

- por que está me levando ao andar da fisioterapia? - perguntei meio irritada.

- faz muito tempo que você não vem, se não fizer o tratamento corretamente não irá melhorar, meu amor - falou docemente. Viramos no corredor e ele entra na sala em que faço os exercícios, o fisioterapeuta não estava lá ainda.

- não quero fazer isso, irei voltar ao quarto - falei sem vida.

- não, você precisa disso, linda - falou após parar em minha frente - pense em nossa filha. Faça por ela... e... por mim.

- não consigo mais - falei baixo.

- o que disse? - falou meio confuso.

- eu não consigo mais fazer isso, Jung Hoseok, não dá - disse alto - como quer que eu lide com isso positivamente depois de tudo? Eu perdi os movimentos do meu braço e um filho...

- S/n, basta - nos olhos de Hobi havia raiva - já deu. Perdemos outro filho, mas temos uma pequena menina nos esperando em casa e a cada dia ela sente mais sua falta. Hwan é pequena e precisa de nós, precisa de você, precisa que fique ao seu lado - disse alto - então pare de reclamar de tudo e faça a porcaria dos exercícios! - fiquei surpresa ao ouvi-lo, ele raramente se irrita assim.

- não tem o direito de falar assim... Você não entende o que estou passando - ele me olhou incrédulo.

- eu não entendo? - perguntou desacreditado e com tristeza nos olhos - S/n, ele também era meu filho! - disse lentamente - Meu bebê! Acha que não me sinto mal? Acha que não sei como se sente? Acha que não posso imaginar as coisas que pensa? Ele era meu filho também, caramba. Não sabe como tem sido difícil para mim lidar com isso, não sabe como é difícil ficar em sua frente e me segurar para não chorar porque você precisa do meu apoio, não sabe como é doloroso para mim te ver nessa situação, não sabe o quão doloroso é chegar em casa e dizer à Hwan que a mamãe não virá novamente. Não sabe como me sinto vazio e destruído a cada dia. Nós perdemos outro filho, mas dessa vez eu perdi também minha esposa, eu perdi a mulher que amo, eu perdi o amor da minha vida, eu perdi a pessoa que me transformou em um pai... eu perdi você! - olhei para cima, seus olhos tinham um tom vermelho e estavam transbordando. Me senti péssima - não sabe como é difícil lhe ver desse jeito e não conseguir fazer nada, não sabe como me sinto inútil com isso... - Hobi abaixou a cabeça e sentou no espaço vazio ao meu lado.

- se está tão descontente assim, por que não pede o divórcio? - falei, áspera. Hoseok me encarou instantaneamente, seus olhos portavam dor e tristeza, me senti horrível.

- porque eu fiz uma promessa... - falou baixo.

- só por isso?

- "só por isso", sério? - novamente ele parecia irritado e mesmo assim transparecia sua dor - eu jurei que te amaria e cuidaria de você na saúde e na doença. Se esse juramento não valeu nada para você, tudo bem. Mas significa tudo para mim. Quando nos casamos eu me senti o homem mais feliz do mundo por ter conseguido, finalmente, ficar contigo. Quando jurei na frente da autoridade e de todos os convidados que ficaria com você enquanto vivêssemos eu estava falando sério. Se para ti não foi isso, peça o divórcio quando estiver bem, não importa. Porém, enquanto estiver aqui, enquanto estiver doente e precisando da minha ajuda eu não sairei do seu lado porque tu é minha esposa, é a mãe da minha filha e é a mulher que mais amo - ele ainda chorava e a essa altura, eu também - por isso, não importa o que vai fazer depois que sairmos daqui. Agora, eu não te deixei sozinha, nunca poderia ao menos pensar em fazer isso. Eu te amo demais para lhe deixar agora - senti meu peito apertar, ouvi então os soluços causados pelo choro. Eu encarei Hoseok, me virei de frente para si e abracei sua cintura com a mão que possuía movimento - eu.... Eu te amo... Tanto... - soltou um logo e pesaroso suspiro - não diga que quer se separar de mim. Eu não suportaria viver sem você - ele enterra a cabeça na curvatura do meu pescoço.

- me desculpa... Eu sinto muito - ele me segurou fortemente - me perdoa, Hobi... desculpa, por favor - senti seu cheiro inebriante e familiar, então ouvi o estalo do beijo que ele deixou em meu pescoço. Após isso, Hoseok me apertou mais contra si. Pude sentir seu coração, estava um pouco acelerado - perdão... Eu sinto muito - eu acariciava seus fios - me desculpa por ser tão idiota e egoísta. 

- tudo... tudo bem... - funga - Linda, tudo bem - falou melodicamente - tudo bem - falou, novamente me apertando. Apenas ficamos abraçados por um longo tempo.