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História 12 Sóis - Eu sabia que você era problema


Escrita por: Reeichel

Notas do Autor


Consegui terminar esse capítulo antes do que eu imaginava, uhuuul!
Essa é a minha última semana de férias, então agora vou começar a entregar os capítulos no sábado ou domingo. Espero que a faculdade não me atrapalhe ahueahieuaea

Quero agradecer a todos os comentários elogiando a fanfic! Vocês não sabem o quanto isso me deixa feliz e animada! E preparem-se, pq ainda tem muuuuuuuuuita água pra rolar e nem metade dos personagens apareceram ainda aheuaheiauea isso que dá querer fazer uma fic com no mínimo 12 personagens importantes!

Na capa de hoje temos a Min Seo, a coitada que quase morreu no capítulo anterior!

Capítulo 4 - Eu sabia que você era problema


Fanfic / Fanfiction 12 Sóis - Eu sabia que você era problema

Eu sabia que você era problema

- E então? – Jun Ah perguntou.

Depois do encontro com Min Seo, Kris teve que ir até a casa da líder para supostamente entregar as informações que ele tinha coletado.

O problema era o que ele falaria.

Kris pensou no quanto Jun Ah ficaria brava se soubesse que ele atacou um dos campeões. Não somente isso, ele tinha atacado Min Seo, que era a escolhida para se sacrificar em prol da Guerra. Ele simplesmente tinha quase massacrado o símbolo da busca pela paz dos clãs. Jun Ah ia desejar uma morte dolorosa a ele quando soubesse.

Por que tinha que ser logo ela? Nem em um milhão de anos ele sequer suspeitaria que Min Seo fosse o Le Parkour Ninja. Os dois estudavam na mesma sala e ele via o quanto Min Seo era delicada e frágil... Ela era até horrível nas aulas de educação física! Não era possível!

Uma gota de suor caiu de sua testa até a maçã do rosto, fazendo o arranhão que Min Seo lhe dera arder. Kris não sabia o que Min Seo estava planejando com aquilo tudo, mas ela com certeza não estava só se divertindo. Fosse o que fosse ele agora estava mais que do envolvido e precisava controlar a situação, pelo seu próprio bem.

- Ainda estou esperando a sua resposta. – Jun Ah estava ficando impaciente.

- Eu não consegui ver quem era. – Ele gaguejou. Odiava mentir para Jun Ah, mas era como se sua vida dependesse daquilo.

- Você o que?

Kris engoliu em seco. Será que Jun Ah perceberia sua mentira? Ela o encarou com seus olhos grandes e, por um segundo, ele quase falou toda a verdade.

- Ele era bem rápido. – Kris desviou o olhar, tentando soar da forma mais natural possível – Não estou satisfeito com isso, mas é a verdade.

- Eu estou ouvindo direito? – Jun Ah deu uma risada. Nunca tinha visto Kris tão atordoado e envergonhado com alguma coisa – Você está querendo me dizer que você falhou na única coisa que você faz bem e que esse tal de Le Parkour Ninja te fez de idiota. É isso?

- Sim. – Kris murmurou entre os dentes, com muita raiva naquele momento – É isso.

- Você está mentindo pra mim Kris? Você não matou o cara e escondeu o corpo e agora está com vergonha de me dizer, não é? Isso eu entenderia melhor.

- Eu não estou mentindo! – Kris se levantou do sofá e começou a andar em círculos, nervoso. – Você acha que eu estou feliz com a situação? É humilhante pensar nisso, tá legal?

Podia até ser humilhante, mas pelo menos ele teria um tempo a mais para resolver aquele problema.

- Ok, eu acredito. – Jun Ah deu uma baforada de cigarro no ar enquanto observava o garoto – Nossa, deve ser o fim dos tempos mesmo...

- Talvez o Hyung esteja ficando mais fraco – Sehun apareceu na sala, sentando-se ao lado da irmã e rindo do desespero de Kris – Talvez ao invés dele ficar mais forte com a aproximação da Guerra ele esteja ficando mais fraco e covarde.

Kris rosnou para o garoto, mostrando os dentes.

- Sehun – Jun Ah disse, acariciando os cabelos loiros do irmão – Você sabe que não deve provocar o Kris. Se um dia eu tiver que catar seus pedacinhos pela sala por causa das suas provocações, não diga depois que eu não avisei.

- Você quer dizer se eu um dia tiver que catar os pedacinhos de Sehun pela casa, não é Noona? – Chen também entrou na sala, oferecendo petiscos para todos – Como se você limpasse alguma coisa nessa casa! E Kris, custava você ter tirado os sapatos ao entrar? Sei que você é um lobo, mas precisa agir como um animal toda vez que vem aqui?

Todos riram das palavras de Chen, que sempre tinha algum comentário venenoso para distribuir para a família. Kris bufou e despencou no sofá novamente, se sentindo derrotado. Ele teria que passar por aquilo se quisesse sobreviver àquela noite. No dia seguinte ele resolveria aquele incômodo, nem que tivesse que encurralar Min Seo nos corredores da escola.

O pensamento o fez estremecer, mas dessa vez não era o lobo querendo sair.

- Você tem que contribuir com a família, Chen – Sehun falou – Eu e Jun Ah nascemos como campeões do clã, você nasceu pra limpar nossa sujeira.

- Muito engraçado, pirralho – Chen puxou a orelha do irmão mais novo em reprovação – Vou me lembrar disso quando você ficar me pedindo pra fazer Bubble Tea pra você.

Aquela era a família de Jun Ah; ela era a mais velha dos irmãos, depois vinha Chen e por último Sehun, o maknae implicante da família. Sehun era o representante da águia, com o poder de controlar o vento e o ar. Jun Ah por muitas vezes pensava que Gaia deveria ser alguém com um terrível senso de humor ou que talvez tivesse escolhido o irmão errado para ser seu campeão, porque Sehun demonstrava uma leve tendência para um tumulto. Não que ela fosse santa, mas comparada ao irmão Jun Ah podia se passar por sensata e responsável.

- Ah, essa juventude! – Jun Ah se levantou, espreguiçando-se – Será que tenho que resolver tudo nessa vida? Vocês não têm pena de mim? Vou ter que mandar o Tao buscar esse infeliz.

- Agora me diga qual é o papel desse aí na família, Sehun. – Chen sussurrou enquanto Tao descia as escadas, vestindo um roupão de seda que provavelmente pertencia à Jun Ah.

- Tao não é da família – Sehun cochichou pro irmão, rindo – Tao é o bichinho dela.

Kris bufou mais uma vez com a chegada de Tao na sala. Odiava a prepotência e a arrogância do namorado de Jun Ah. Tao também fazia parte do clã Yin e era responsável pelo treinamento dos campeões para a Guerra, o que já tinha resultado em inúmeras brigas dele com Kris, por causa do temperamento dos dois. A situação ficou ainda mais insuportável depois que Jun Ah começou a ter relações com Tao.

- Estava falando de mim? - Tao transferiu um beijo quente nos lábios de Jun Ah – Kris, você está aqui! Conseguiu pegar o tal do Le Parkour Ninja?

- Não – Kris cerrou os punhos. Não esperava que Tao estivesse ali.

- Não?! Nossa, quando Jun Ah disse que você ia encontrá-lo essa noite eu pensei que você com certeza conseguiria... Talvez você precise voltar a treinar mais comigo. Está perdendo o jeito da coisa?

- Não provoque o lobo, Tao – Jun Ah gargalhou. Sabia que Kris detestava-o – Ele veio aqui envergonhado e com o rabo por entre as pernas, não piore a situação.

“Você mesma já está piorando a situação.” Kris pensou, com o orgulho ferido.

- Eu preciso que você faça isso por mim, pandinha – Jun Ah continuou – Prometo que vou te recompensar.

- Será um prazer. – Tao lhe beijou mais uma vez, fazendo os outros na sala revirarem os olhos.

- Acho que vou te recompensar agora mesmo – Jun Ah puxou Tao pelo cordão do roupão para o andar de cima, com um olhar malicioso. – Boa noite a todos. E Kris... Não fique triste, Tao vai resolver isso pra você.

Kris esmagou as batatinhas que Chen lhe oferecera. Tinha chegado ao fundo do poço.

- Você tem sorte de não morar mais aqui – Sehun disse a Kris quando o casal foi embora – Esses dois fazem uns barulhos terríveis. Acho que estou perdendo minha inocência por causa de tanta perversão.

- Desde quando esse cara mora aqui? – Kris perguntou indignado.

- Ele não mora aqui – Chen afirmou, limpando a sujeira que Kris deixara – Só vem pra cá quase todas as noites. Você sabe como Jun Ah é.

- Eu preferia quando era você lá em cima – Sehun disse – por mais incrível que pareça você conseguia ser mais silencioso que ele, Kris. Mas pelo visto ela se cansou de cachorros e resolveu arranjar um panda.

- Você tinha que se lembrar disso, não é? Já faz mais de um ano! – Kris revirou os olhos, sem paciência.

Sehun e Chen riram da reação dele. Antes de Tao, Jun Ah e Kris tiveram um caso que durou algumas semanas, um pouco depois que Kris resolvera se mudar. Jun Ah dizia que estava sentindo falta da presença do lobo em sua casa e que ensinaria outras coisas a ele além de fumar. Kris com certeza se divertiu, mas não repetiria a dose.

Jun Ah tinha hábitos estranhos.

- Acho que você deveria ir embora– Chen riu enquanto dizia – Longe de mim querer te expulsar, mas você não vai querer ouvir esses dois. Vá por mim.

- Não precisa falar duas vezes.

Kris precisava resolver essa história com Min Seo. E o mais rápido possível.

 

***

 

Suaves raios solares atravessavam a janela do quarto de Luhan, avisando-o que mais uma manhã começara. Mas especialmente naquele dia ele não queria levantar da cama.

Ele ainda não entendia como Ji Yeon tinha conseguido achar a sede do Clã Yang. Ninguém da escola sabia onde era – Somente a secretaria do colégio, por causa do cadastro de alunos – e ele nunca havia trazido ninguém de fora para a sede, porque era proibido. Estritamente proibido.

Mas essa não era a pior parte da história.

Luhan se amaldiçoou por estar tão distraído naquela hora, não percebendo a aproximação de Ji Yeon. Só percebeu realmente quando ela já estava caída no chão, desmaiada.

- Ji Yeon! – Luhan se lembrava da cena daquela noite, enquanto permanecia deitado na cama – O que você está fazendo aqui?

Luhan a socorreu e a garota foi recobrando os sentidos aos poucos. Talvez ele conseguisse enganá-la inventando alguma história.

- Luhan – Ela murmurou ainda um pouco atordoada – O que aconteceu?

- Acho que você caiu de novo – Mentiu, tentando ser o mais gentil e calmo possível. Precisava convencê-la de que aquilo era coisa da cabeça dela – Você deveria ir ao médico! Quer que eu te leve?

- Eu... – Ji Yeon se levantou. Não tinha caído somente, ela tinha desmaiado! Por algo inacreditável que ela vira – Espera um pouco...

- Você deve ter batido a cabeça! Vamos, eu vou te levar pro hospital! – Ele a puxou pelo braço, já aflito com a possibilidade de Ji Yeon se recordar.

Ji Yeon se desvencilhou de Luhan, tentando entender o que estava acontecendo. Ela tinha vindo à sede entregar o caderno de Luhan e quando o encontrou ele estava fazendo algo tão extraordinário que a fez desmaiar de susto.

- Você! – Ji Yeon rapidamente se lembrou, apontando seu dedo fino para Luhan. Sua expressão era de medo e ele percebeu que ela tinha se lembrado – Você! Você tem poderes!

- Você está louca! – Luhan gaguejou – Com certeza bateu a cabeça!

- Eu tenho certeza! – Ji Yeon quase gritava; o que deixava Luhan cada vez mais angustiado – Aquele cubo estava levitando! Você tem poderes!

Ji Yeon se encolheu no chão, colocando as mãos na cabeça e tentando entender o ocorrido. Sempre achou que Luhan transmitia uma aura mágica, mas nunca imaginou que ele realmente era mágico!

- Você tem poderes! Você consegue mover as coisas com o seu pensamento! – Ela continuou – Você é um bruxo? Um vampiro? Um ET? Ai meu Deus! Você tem poderes!

- Você quer parar com isso? – Luhan desistiu de parecer calmo e gentil. Estaria mais que morto se alguém do clã descobrisse que uma pessoa normal tinha visto o poder dele. – Eu não fiz nada disso!

O problema em Luhan perder a calma era que ele não conseguia controlar muito bem sua telecinese quando ficava nervoso, fazendo com que vários objetos do jardim levitassem ao redor dos dois. Quanto mais Ji Yeon gritava, mais Luhan perdia as estribeiras e mais coisas se levantavam do chão, o que deixava Ji Yeon mais histérica ainda.

- Você está fazendo isso agora! – Ji Yeon gritou – Meu Deus! Você vai me matar? Eu não queria ter descoberto, eu juro! Eu só queria devolver o seu caderno! Aí a Ajuhmma da secretaria me deu o seu endereço e eu vim! Eu juro Luhan, por favor, não me mate! Sou muito jovem pra morrer, eu ainda nem visitei o mundo todo!

- Quer calar a boca? – Luhan gritou, puxando a garota do chão – Pare de falar! Pare de falar, por favor!

- Luhan? – Uma voz ao longe foi ouvida; Era Chanyeol. Agora sim, Luhan seria literalmente frito pela raiva do líder. Ele até conseguiu imaginar Chanyeol colocando fogo nos dois assim que visse Ji Yeon aos berros – Você ainda está aí?

- Me escuta – Luhan murmurou, tapando a boca de Ji Yeon – Se você realmente não quer morrer, pare de gritar e me siga!

Ji Yeon concordou, seguindo Luhan para fora da sede. Por pouco Chanyeol e Baekhyun não os viram. Luhan correu com Ji Yeon para uma rua pouco movimentada, encostando-a na parede e a encarando seriamente. O que ele faria agora? Ji Yeon tinha descoberto tudo!

- Luhan – Ji Yeon estava assustada com a expressão séria e tensa em seu rosto. Se fosse outra situação ela pensaria que ele iria beijá-la, pois Luhan realmente estava muito perto. Ji Yeon se xingou por ter pensamentos tão imbecis numa hora como aquela - Por favor, não me machuque.

- O que você estava fazendo na sede? – Luhan perguntou, irritado.

- E-eu já te falei! Fui devolver o seu caderno que você deixou na cafeteria! Por favor, Luhan, não me machuque!

O caderno! Luhan praguejou em sua mente. Andava tão ocupado que nem se dera conta que tinha esquecido seu caderno de anotações. Lá estavam anotados todos os seus compromissos – inclusive treinos e reuniões do clã – e quase tudo que lhe passava na cabeça. Luhan se perguntou se Ji Yeon lera alguma coisa.

- Eu não vou te machucar – Ele disse, se afastando e sentando no chão – Só queria entender tudo o que aconteceu. Não era pra você ter visto...

Ji Yeon relaxou um pouco, sentando ao lado de Luhan. Ele parecia desolado e não transmitia nenhum sinal de perigo a ela. Na verdade, ele parecia uma criança assustada que foi pega fazendo o que não devia.

- Eu sinto muito – Ela sussurrou – Eu não estava te espionando... É que eu achei que faria falta a você ficar sem o seu caderno.

- A culpa foi minha. Eu não devia estar tão distraído...

Luhan pensou no que iria acontecer a partir daquele momento. Chanyeol com certeza mandaria alguém para silenciar Ji Yeon quando soubesse. O segredo da família era guardado a sete chaves e agora Luhan tinha estragado tudo se deixando ver pela garota mais escandalosa do colégio. Mas, por mais que quisesse apagar o acontecido, não podia fazer mal à Ji Yeon, pois ela era só uma garota inocente.

- Eu prometo que não vou contar pra ninguém! – Ela disse – Sei que você me acha esquisita e que eu falo demais, mas prometo que não vou contar nem pro meu diário sobre isso!

- Ji Yeon – Ele disse quase num sussurro – você se meteu num problema muito complicado.

- Você é realmente um bruxo? – Ela perguntou um pouco assustada. Tinha lido todos os livros de Harry Potter e por isso acreditava num mundo onde existissem bruxos.

- Eu não sou um bruxo! É uma história muito longa...

Ji Yeon esperou que ele lhe contasse o resto, mas ele só ficou parado a encarando.

- Você quer que eu te conte, não é? – Ele leu os pensamentos dela. Aquela garota era impossível!

- Se não for muito incômodo... É que não é todo dia que eu me deparo com um menino mágico!

- Menino mágico? – Luhan riu por um momento. A situação seria cômica se não fosse trágica – Não sou um menino mágico... Ji Yeon, isso é sério.

Ele levantou e a puxou do chão, segurando delicadamente as mãos dela. Ji Yeon sentiu seu rosto ficar quente e o toque de Luhan a fez estremecer por dentro. Agora mais do que nunca, Luhan se tornara místico aos olhos de Ji Yeon. Talvez ele realmente fosse um príncipe encantado, perdido naquela dimensão mortal e cabia a Ji Yeon salvá-lo do terror! Ji Yeon se perdia em seus loucos pensamentos, como sempre.

- Você se incomodaria se eu te contasse amanhã? – Luhan falou, fazendo com que Ji Yeon voltasse à realidade – Acho que você levou um susto bem grande hoje e eu não quero te assustar ainda mais.

Luhan tentou imaginar a reação de Ji Yeon quando ele lhe contasse tudo. “Eu sou um dos campeões de Gaia e eu e meus amigos logo teremos que batalhar contra o clã inimigo até a morte para recuperar a Árvore da vida! Simples assim!” Com certeza ela morreria de susto. Ou desataria a falar pelos cotovelos, o que também era provável. Luhan precisava de tempo para pensar no que faria.

- Ah, sim. Claro – Ji Yeon não conseguiu esconder seu desapontamento. Aquela história de Príncipe subiu a cabeça dela – Por favor, me perdoe por estar sendo tão intrometida!

- Acho que agora não tem mais volta, não é mesmo? – Luhan suspirou, admitindo a derrota – Quer que eu te leve pra casa?

- Não precisa... Acho que preciso de um tempo pra pensar.

Os dois se despediram e assim a noite terminou.

Pena que aquela história toda estava longe de terminar.

 

***

 

Min Seo não estava numa posição muito diferente de Luhan. Ela ainda se considerava sortuda por ter sobrevivido ao ataque do lobo, mas tinha se colocado num caso mais complicado ainda. Kris tinha descoberto que ela era o Le Parkour Ninja e isso não podia ser bom. Primeiro porque ele era do clã inimigo; Segundo que todos sabiam que ela era proibida de fazer qualquer coisa relacionada à luta; Terceiro que Luhan e Chanyeol surtariam quando descobrissem que ela era o delinqüente da escola.

- Min Seo, dessa vez você está numa enrascada – Ela falou para si mesma, enquanto descia as escadas de sua casa.

Ela sabia o que precisava fazer. Ela tinha que ir falar com ele e praticamente implorar para que Kris não contasse a ninguém do ocorrido. Era loucura confiar em alguém do clã inimigo – principalmente no lobo! – mas era a única saída. Ele próprio devia estar em maus lençóis, por causa da proibição de conflitos entre os clãs antes da Guerra. Mas a idéia de se encontrar novamente com Kris e olhar de novo naqueles olhos apavorantes não era nada interessante.

Min Seo se olhou no espelho; era inacreditável que ela tivesse sofrido todos aqueles machucados na noite anterior. Ela levantou a camisa, observando o local em que Kris a ferira. Não havia nem sinal do corte profundo e o braço quebrado tinha movimento total. Pelo menos aquilo era uma coisa que Min Seo não se preocupava.

- Min Seo! – Sua mãe gritou. Parecia que ela estava a chamando por bastante tempo – O que está fazendo? Você vai se atrasar pra escola!

- Desculpe Omma.

- O que aconteceu com você e seu irmão hoje? Estão doentes?

Min Seo notou que o irmão estava sentado à mesa, encarando a tigela de cereal que permanecia intocada.

- Aconteceu alguma coisa na escola? – Omma perguntou novamente, preocupada – Vocês parecem aflitos...

Os dois responderam rapidamente que não, causando estranheza a cena. Luhan e Min Seo se olharam, se perguntando o que poderia ter acontecido com o outro, cada um com um problema diferente na cabeça.

- Aconteceu alguma coisa com você? – Luhan perguntou, tentando disfarçar seu tormento.

- Não! Não aconteceu nada! – Min Seo não podia contar pra Luhan de jeito nenhum. Por mais que o irmão sempre a apoiasse, ele nunca entenderia os motivos dela para fazer aquilo tudo – Aconteceu alguma coisa com você?

- Não! Claro que não! – Luhan riu nervosamente. – Só tenho muita coisa pra fazer, só isso!

- Ah, eu também! Por favor, Omma, não se preocupe conosco. Temos que ir, Luhan. Senão chegaremos atrasados!

Luhan concordou. Apesar de não querer ir pra escola naquele dia, ele tinha que encarar seus problemas. E Min Seo também. Os dois suspiraram enquanto saiam da casa e até se esqueceram de se despedirem da mãe. Omma os olhou pela janela, preocupada. Sua intuição de mãe sabia que algo tinha acontecido.

Ela pegou um porta-retrato e fitou a foto, com saudade. Nela mostrava a família sorridente – Ela, Suho e as crianças – num dia de sol.

- Suho – Ela sussurrou para a foto, beijando a imagem do marido em seguida – Proteja os seus filhos.

 

***

 

Kris olhava Min Seo de longe, na aula de educação física. Olhava os movimentos graciosos, porém atrapalhados da garota, enquanto esta tentava completar o percurso de ginástica. Se ele não tivesse visto com seus próprios olhos, nunca acreditaria que a princesinha do colégio era uma delinqüente.

- Você quase conseguiu dessa vez, Min Seo! – Xiumin gritou, encorajando a garota que tinha caído de mau jeito no tatame – Acho que da próxima vez você conseguirá fazer tudo!

Kris riu da cena. Min Seo poderia entrar para o clube de teatro do colégio se quisesse, porque com certeza ela interpretava muito bem. Aquele percurso não era nada comparado ao que ela tinha enfrentado na noite anterior.

- Acho que não levo jeito pra coisa, baozi! – Min Seo se levantou, rindo falsamente.

Seus olhos se encontraram com os de Kris, mas ela os desviou rapidamente. “Oh, Meu Deus! Ele sabe que eu estou fingindo!”. Ela o olhou mais uma vez e ele continuava a encarando, com uma expressão divertida no rosto. “E ele está rindo da minha cara!” Min Seo não podia acreditar naquele infortúnio.

- Muito bem! – O professor gritou – Agora vamos começar o exercício com as bolas! Por favor, todos peguem uma e se aproximem!

- Ei – Kris pegou uma bola e jogou nas costas de Min Seo, provocando nela um gritinho esganiçado – Acho que precisamos conversar.

Min Seo sentiu um calafrio na espinha. Será que ele a atacaria no meio da escola? Aquele era um dos seus maiores pesadelos. Mas precisava ter coragem!

- Aqui não! – Ela cochichou, com medo de que Xiumin percebesse que ela estava falando com Kris.

- Depois da aula, debaixo das arquibancadas.

Kris riu ao falar o local do encontro; Lá era aonde os casais iam para ficarem se agarrando. Será que ela tinha o entendido mal? Era só o que faltava: ela pensar que ele estava apaixonado por ela.

- Não entenda errado – Ele disse antes de se afastar – É só um lugar reservado. Temos muito que conversar, não quero que ninguém nos atrapalhe. – Kris apertou os olhos, lançando um olhar gelado para Min Seo. Ela não fugiria novamente.

“Oh, Min Seo! Agora sim, você está encrencada!” ela pensou, observando o lobo se distanciar.

Durante a aula, Min Seo não conseguiu pensar em mais nada que não fosse o seu encontro com Kris. De vez em quando ela ousava olhar para trás, para a carteira dele, e só via um garoto absorto no conteúdo da aula. Talvez ele não fosse tão mau assim e ela pudesse pedir educadamente para ele esquecer o incidente.

Lembrou-se daquela noite, dos olhos vermelhos e raivosos do lobo. Não era possível que alguém de índole boa tivesse aquele brilho no olhar. O medo voltou a tomá-la e ela sentiu a vontade de debulhar-se em lágrimas, mas não podia. Tinha que pelo menos parecer forte na frente dele para que ele aceitasse suas condições. De qualquer jeito, ela precisava continuar com seu treinamento. Min Seo não podia jogar meses de trabalho árduo por causa de um impasse. “Mas é um impasse e tanto!” ela pensou.

Kris também a observava, intrigado com a descoberta da segunda identidade da garota. Os dois nunca tinham trocado sequer uma palavra antes daquele momento, mas Min Seo sempre foi alvo da atenção do lobo. Talvez fosse uma atração natural, já que ambos eram de clãs inimigos, mas por várias vezes Kris se viu admirando a beleza e graciosidade do cervo. Aquilo nunca o incomodara; todos seus colegas e alunos do colégio nutriam uma admiração por ela. Não era a toa que ela era a princesa do colégio.

Tocou o machucado no rosto; o corte ainda estava aberto e lhe dava uma aparência mais intimidadora ainda. Será que ela estava com medo dele? Era bem provável. A única pessoa que não demonstrava medo do lobo era Jun Ah, portanto Kris imaginava que Min Seo estivesse apavorada com a situação. Ele se lembrava dos olhos dela, o olhando com terror no momento em que ele a imobilizou. Normalmente o medo só estimulava os sentimentos de lobo, mas naquela ocasião Kris só conseguiu sentir pena da garota. Não achava que ela poderia estar tramando algo ruim para seu clã.

O sinal indicou o fim das aulas e Kris esperou um tempo antes de ir para o local de encontro. Não queria assustar Min Seo ainda mais e precisava entrar em um acordo com ela.

Min Seo andava lentamente até as arquibancadas, como se aquilo fosse o corredor da morte. Sentia-se cansada e muito angustiada; Só queria que aquilo tudo terminasse.  Agachou-se no chão e esperou seu carrasco, segurando-se para não chorar.

- Min Seo. – Ela ouviu aquela mesma voz grossa que a chamou no primeiro encontro. Engoliu em seco e se levantou, tentando parecer confiante. – Que bom que já está aqui.

- Escuta – Ela desatou a falar – eu não sei o que você pretendia ontem, mas tenho certeza que você não podia fazer aquilo! É contra as regras e você quase me matou!

- Calma! Antes de tudo eu queria pedir desculpas. Acabei me descontrolando com a situação. Eu sinto muito.

Min Seo parou por um momento. Por acaso ele estava sendo... Educado?

- Mas também quero saber o que você pretende com isso tudo! Nunca imaginei que você seria o Le Parkour Ninja. Você sabe o quanto meu clã está irritado com o seu comportamento? Era por isso que eu estava lá, pra descobrir quem era e perguntar o que diabos você pretende virando uma delinqüente juvenil!

- Eu gostaria muito de saber como você planejava me perguntar isso tudo, já que provavelmente eu estaria morta se não tivesse conseguido escapar! O que o seu clã diria se soubesse disso, hein?

- E o que o seu clã diria se soubesse que você é o Le Parkour Ninja? Eu sei muito bem que você é proibida de lutar.

- Tenho certeza que o fato de você querer me matar é bem pior do que eu ser o Le Parkour Ninja!

- Eu não queria te matar! Ninguém morreria por aquele cortezinho idiota e, se me lembro bem, a louca suicida aqui é você, se jogando de prédios! Eu só queria conversar com você!

- Essa é a maneira que você conversa com as pessoas? Fazendo-as sangrar até a morte? Acho que isso é o que se espera de um animal mesmo!

- O que eu posso fazer se o tão temido Le Parkour Ninja é na verdade uma princesa fresca de porcelana? Não esperava que no primeiro ataque você quase partisse ao meio!

Os dois se olharam com muita raiva um do outro. Se eles tinham alguma dúvida de que eram inimigos, todas aquelas provocações só confirmavam o fato. Mas por uma jogada infeliz do destino, eles precisavam cooperar um com o outro.

- Vamos chegar a um acordo? – Kris disse, tentando ser amigável – Nós dois vamos ser punidos se nossos clãs souberem dessa história, então que tal se a gente esquecesse disso tudo? Não acho que você represente uma ameaça ao meu clã. Aliás, não acho que você represente uma ameaça a ninguém. É só você parar com essa história louca de Le Parkour Ninja.

Min Seo sentiu seu sangue ferver. Estava cansada de ser tida como frágil e fraca. Não suportaria mais isso, principalmente vindo da boca de um lobo imundo.

- Certo. – Ela disse por entre os dentes, com os olhos flamejando de raiva – Mas não pense que eu vou parar de fazer o que eu faço! Você não me intimida!

- Não foi o que pareceu ontem à noite. - Kris deu um meio sorriso, provocando Min Seo.

Ela se aproximou de Kris, que a olhava com um ar zombeteiro. Olhou o arranhão que ela causara a ele e, por um impulso, apertou o machucado com o dedo indicador, causando dor e espanto ao garoto.

- O que pensa que está fazendo?! – Ele bravejou, afastando o braço de Min Seo.

- E se você acha que eu não sou uma ameaça – Ela disse, virando as costas e indo embora – Espere pra ver.

- Eles vão continuar te procurando! – Kris gritou, tentando dissuadi-la.

- Que venham então! – Min Seo arriscou olhá-lo mais uma vez. Não iria parar e não deixaria que ninguém se intrometesse no seu caminho, mesmo que isso significasse ter outro encontro com o lobo ou com qualquer outra pessoa do clã Yin.

Kris observou sua inimiga ir embora e só pôde rir da situação. “Que garota teimosa!” ele pensou enquanto passava os dedos pelo seu machucado. Não conseguiu deixar de pensar que ela ficava adorável quando irritada.

Mas logo ele se lembrou que Tao a encontraria e isso fez com que seu sorriso se apagasse. “Isso não pode ser bom...” Ele refletiu.

Por que ele se importava tanto com isso? Tentou se convencer de que o motivo era porque ele não queria que Tao descobrisse que ele tinha a acobertado, mas no fundo ele sentia que era outra coisa. Estava preocupado com ela.

E ele ainda não conseguia parar de pensar o quanto ela realmente era adorável irritada.

 

***

 

Ji Yeon estava um pouco nervosa enquanto esperava por Luhan na cafeteria. Não ousara fechar os olhos nem para dormir, com medo de esquecer o que se passara na noite anterior. Tinha medo de achar que tudo tinha sido um sonho ou mais um devaneio de sua mente, mas tinha certeza de que tudo aquilo foi real.

Por mais que tivesse sentido medo naquela noite, Ji Yeon se sentia privilegiada por ter presenciado tamanho acontecimento. Quantas garotas poderiam dizer que o príncipe da escola era verdadeiramente encantado? E não somente isso, ela fora escolhida pelo destino para ajudar o príncipe em sua jornada e com certeza ele se apaixonaria por ela no final – Isso ela estava deduzindo.

Luhan a observava de longe, cada vez mais odiando a idéia de contar tudo para Ji Yeon. De todas as pessoas no mundo, Ji Yeon era a última que ele gostaria que soubesse de seu segredo. Ela era escandalosa, incontrolável e falava demais, sem contar que tinha a incrível habilidade de deixá-lo irritado e nervoso. Ele se considerava uma pessoa calma e sábia – afinal era o representante da Coruja! – e sempre conseguia resolver seus problemas com sensatez, mas Ji Yeon sempre conseguia desestabilizá-lo de alguma forma, fosse caindo pelo chão ou falando sem parar. Ele simplesmente não sabia como agir perto dela!

Ele desejava que ela magicamente esquecesse o ocorrido, ou que pensasse que tudo foi um sonho. Mas Luhan conseguia ler no olhar dela que Ji Yeon tinha certeza do que viu e já estava arquitetando teorias que explicassem a situação. E Luhan não podia se dar ao luxo de perder o controle novamente.

Luhan sentou-se a mesa, sem emitir qualquer palavra. Ponderava o que iria dizer pra ela naquele momento.

- Ji Yeon – Ele falou tão baixinho que ela teve que se aproximar para ouvir. – Eu preciso que você me prometa que não vai contar isso pra ninguém. É caso de vida ou morte.

- S-sim, eu prometo! – Ji Yeon disse seriamente.

Seus olhos se cruzaram por um instante. Luhan poderia mesmo confiar nela? Os olhinhos de Ji Yeon estavam arregalados e assustados, como se esperassem a confirmação de que ele era um bruxo ou um vampiro. Ji Yeon era tão inocente que Luhan se sentia até um pouco lastimoso em manchar aquela pureza com a trágica história de seu clã. Como ela reagiria quando soubesse que ele provavelmente iria matar alguém? Que ele se tornaria um assassino detestável? Ela o olharia com a mesma admiração e ternura? Ela ainda gostaria dele quando o mesmo tivesse sangue em suas mãos?

- Luhan – Ji Yeon sussurrou docemente. Pela segunda vez em sua vida, ela viu Luhan indefeso e assustado. Quis abraçá-lo e acariciar aqueles cabelos loiros, dizendo que tudo ficaria bem – Confie em mim. Eu prometo que vou tentar te ajudar com todas as minhas forças.

Ela segurou as mãos dele, esquecendo sua vergonha de tocar seu príncipe encantado. Por um instante Luhan se sentiu protegido por aquelas mãos pequenas e quentes e por aquele olhar acolhedor. As palavras “Confie em mim” soaram confortadoras em seus ouvidos. Talvez ele pudesse mesmo confiar nela.

- Filho – Luhan se lembrou das palavras do pai, quando os dois caminhavam pelos jardins da sede num tempo do passado. Suho estava com seu costumeiro sorriso amável – Confie nas pessoas boas. Você nunca conseguirá resolver seus problemas sozinho. A ajuda ás vezes pode vir dos lugares mais estranhos.

A lembrança do pai fez um sorriso surgir na face de Luhan. Se o destino tinha praticamente jogado Ji Yeon naquela história, talvez o certo fosse embarcar naquela idéia louca. Na idéia de que ela poderia ajudá-lo.

- Eu confio em você. – Ele disse, por fim.


Notas Finais


Gente, posso dizer que eu amo a Ji Yeon? Adoro esse jeito doido e fora do ar dela! hahahahaha
E que é estranho o Kris não gostar do Tao! Mas achei que seria interessante criar uma rivalidade entre eles!

No próximo capítulo mostrarei mais dos outros campeões! Me aguardem! hehehehe
Beijocas!


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