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Chanyeol não queria levantar, não queria sair de casa só para encontrar KyungSoo e perceber que aquele seria o penúltimo dia dos dois juntos, mas a vontade de ver o mais velho superava aquilo, a satisfação de poder abraçar e beijar o moreno era o suficiente para Chanyeol. Então ele foi até a casa de KyungSoo que já o esperava.
– Está atrasado – KyungSoo disse, mas sem tom de raiva ou sarcasmo, na verdade estava preocupado com o mais novo, que tinha um pouco de olheiras e um olhar meio caído.
– Eu perdi a hora – Chanyeol mentiu, e o moreno percebeu, mas não quis comentar, então só começaram a andar. KyungSoo aproveitou para pegar na mão do mais alto e entrelaçar seus dedos, Chanyeol apertou a mão de KyungSoo e sorriu.
– Ah, lembrei de uma coisa. – O moreno parou e tirou a mochila das costas, abrindo e pegando uma caixinha. – Minha mãe me arrastou para um jantar ontem à noite e eu vi isso em uma loja perto do restaurante, achei que era a sua cara.
Chanyeol sorriu e abriu a caixinha, logo vendo um Aipom, o Pokémon que lembrava um macaco roxo. O platinado riu do presente, era a coisa mais fofa que havia ganhado na vida e não esperava que fosse do moreno.
– Eu adorei – Chanyeol tirou da caixinha a pelúcia e viu que era chaveiro e o colocou pendurado na mochila. – Pronto, ficou fofo.
– Que bom que gostou – KyungSoo podia ver o brilho nos olhos de Chanyeol ao colocar o chaveiro na mochila e não se espantou nem se afastou quando o maior lhe roubou um selinho. – Agora vamos, se não vamos nos atrasar.
Chanyeol acenou com a cabeça e entrelaçou as mãos do moreno nas suas.
– Kyung... – Eles ouviram uma voz vindo de trás deles e se viraram dando de cara com a mãe de KyungSoo. Os dois ficaram estáticos. – O qu- o que vocês estão fazendo?
– Mãe... eu... nós, olha, por favor... – KyungSoo não conseguia montar uma frase com sentido e já sentia seus olhos ficarem marejados.
– Vocês... vão para a escola e de tarde conversaremos – A mãe de KyungSoo foi direta e logo começou a andar no caminho contrário dos dois.
O moreno começou a chorar copiosamente e foi amparado por Chanyeol que o abraçou colocando o rosto do menor contra seu peito. Logo os soluços do menor se fizeram audíveis e aquilo acabou com Chanyeol, que só apertou mais o abraço no menor e lhe falou algumas palavras de conforto. KyungSoo chorou como não lembrava de ter chorado antes, seu peito doía, sua garganta ardia e o pior: ele tinha medo, medo de ser humilhado, de não poder voltar para casa, de ser rejeitado pelos pais, medo de perder sua vida.
Depois de acalmar KyungSoo, ambos foram para escola, o moreno estava péssimo, mas insistiu em ir, não queria que a mãe soubesse que ele cabulara aula. Chegaram atrasados, mas nada grave, foram para suas salas em silêncio.
No intervalo Chanyeol pediu para Baekhyun ficasse com KyungSoo, mesmo que o moreno tivesse pedido para ficar sozinho. Na cabeça do platinado se passavam mil e um planos para os tirar daquela situação, mas nada parecia eficaz, e o pior era que aquilo era tudo sua culpa, sua maldita ideia os levara até aquilo. Ele não iria se perdoar pela cena daquela manhã, fora irresponsável. Sabia que o moreno não tinha tido nada aos pais, e ainda assim o beijou perto da casa dele.
Durante as últimas aulas Chanyeol não se concentrou em nada que não fosse seu problema, e o tempo se virou contra o platinado e o sinal tocou antes que ele pudesse planejar algo. Ele encontrou com KyungSoo no portão e ambos foram até a casa do moreno.
Ao chegar lá, a mãe de KyungSoo estava colocando a mesa do almoço juntamente com o pai do moreno. O que fez o mais velho ficar ainda mais nervoso e se segurar para não chorar. A senhora Do pediu para que todos se sentassem e começou a servir o almoço sobre um silêncio sufocante. Quando todos já estavam terminando de comer o senhor Do se pronunciou:
– Há quanto tempo estão juntos?
– Treze dias – Foi a resposta de KyungSoo.
– E quando pretendia nos contar? – Foi a vez da mãe do moreno falar.
– Não íamos falar nada, porque esse namoro não vai passar de amanhã – Chanyeol mexia em sua comida.
– Como assim? – Ela parecia intrigada.
– Eu pedi seu filho em namoro por catorze dias, só para ser um disfarce para o dia dos namorados, e isso acaba amanhã, não precisam se alarmar, não irei procura-lo depois disso.
– Isso é sério filho? – Os pais de KyungSoo pareciam chocados. E o moreno só conseguiu confirmar.
– Vocês sempre quiseram que eu tivesse uma namorada, mas eu nunca consegui, então o Chanyeol apareceu e nós... nós ficamos juntos…
– E por que você se voluntariou para isso meu jovem? – O senhor Do perguntou.
– Eu acho que KyungSoo-hyung e eu temos uma química, sempre achei.
– Mas se vocês planejam se separar amanhã, não tem nada de mais, é só uma paixonite adolescente, vocês não tem uma “química” realmente, não é mesmo? – A mãe de KyungSoo estava agitada.
– Não... não é só uma paixonite mãe, eu realmente sou gay e estou apaixonado por Chanyeol e ele por mim, nós temos sim uma química juntos. – O moreno suspirou – Há anos eu venho fingido namorar com pessoas que nunca existiram, que eram “tímidas” demais para falar comigo, que me mandavam presentes que na verdade eu mesmo fazia, mas esse ano foi diferente, eu realmente estou namorando alguém, um alguém que se importa comigo ao ponto de fazer lanches para mim todos os dias e me levar e me trazer todos os dias, que me deu presentes e que me ama, mais do que eu já imaginei ser amado.
– Chega! Vocês não sabem o que estão fazendo! Vão acabar com as vidas de vocês desse jeito! Kyung, se você não estava pronto para namorar, era só ter falado conosco, te daríamos tempo... vamos recomeçar. – A mãe de KyungSoo começara a chorar. – Você não pode acabar com uma vida toda planejada só por um namoro.
Chanyeol via os olhos marejados do mais novo, e mesmo que a ideia que tivesse formado em sua cabeça fosse aumentar aquelas lágrimas, ele seguiu em frente.
– Ela está certa KyungSoo, alunos gays têm maior dificuldades com bolsas e são mal vistos pelos professores, eu não quero te prejudicar mais, eu não posso pedir isso de você, me desculpe por tudo isso. – Chanyeol se levantou e fez uma referência. – Me desculpem por tudo isso, prometo que não vou mais atrapalhar mais a vida de vocês.
– CHANYEOL! PARA! NÃO FAZ ISSO, NÃO VAI, POR FAVOR! – KyungSoo chorava e tentava segurar o platinado pela camiseta. – Você disse que me amava e agora isso...
– Eu te amo hyung, e isso dói mais do que você imagina, mas você tem que fazer o que é melhor para você e sua família, não estrague tudo por mim, um amor de treze dias, você nem tem certeza que me ama, e eu não te culpo, não posso acabar com você dessa maneira. Você vai achar algo melhor que eu, sei que vai. – Chanyeol selou a testa do moreno e depois de se desvencilhar de KyungSoo que não queria deixá-lo ir, saiu da casa do mesmo chorando.
Estava acabado, e iria doer, doer muito, mas ele Chanyeol sabia que tinha sido o certo.
Do lado de dentro KyungSoo não conseguia parar de chorar, ele nunca sentira tanta dor como naquele momento. Ele estava deitado em sua cama abraçado no Pikachu, quando seu pai entrou em seu quarto e sentou ao seu lado, passando a mão por seus cabelos.
– Vocês realmente se amam – Ele riu de leve – Nunca vi alguém ter coragem para fazer o que seu namorado fez. Desistir de um amor, só para o outro ser feliz.
– Ele não me ama, senão teria ficado, teria lutado mais.
– Eu acho que está sendo duro com ele. O garoto não viu solução, se sentiu pressionado demais, você acha que faria diferente?
– Eu… eu não sei… acho que nunca parei para pensar nisso.
– Então não o culpe. E desça, sua mãe quer falar com você.
– Eu não quero ir, não depois do que ela disse, ela acabou com tudo.
– Sua mãe estava nervosa, não a culpo, ela nunca imaginou que você fosse gay, na verdade, nem eu imaginava, mas nós te amamos demais e não vai ser sua orientação sexual que vai nos afastar. Agora vá lá.– O pai de KyungSoo selou sua testa e saiu do quarto.
Ao chegar viu que sua mãe estava na cozinha fazendo um bolo, já que o cheiro desse estava por todos os lados.
– Mandou me chamar? – O moreno perguntou receoso.
– Sim. – Ela checava o bolo no forno e depois se virou para o filho. – Sente-se, vamos conversar.
– Mãe… me desculpe por não contar o que estava acontecendo. – As lágrimas voltavam a sondar KyungSoo.
– Kyung… eu que tenho de lhe pedir desculpas, não sei porque fiz aquilo. Eu fiquei tão abalada, nunca imaginei isso de você. Eu nunca tive nada contra casais homossexuais, mas é como dizem, você não sabe como reagir quando é com você, e comigo, infelizmente foi assim. Então me desculpe. E confesso que fiquei magoada também. Você sempre me contou tudo, fomos sempre amigos e você escondeu de mim, o que era para ser um dos seus melhores momentos… – A mulher segurou na mão do filho, ela tinha lágrimas nos olhos.
– Eu estava com medo, medo de ser rejeitado, de vocês não me aceitarem pelo que eu sou… – As lágrimas voltaram a rolar pelo rosto de KyungSoo
– Mas agora o seu medo é de nunca mais o ter de volta não é? – Ela sorriu.
– Sim – KyungSoo começou a soluçar e deitou a cabeça na mesa, deixando a dor lhe tomar novamente.
– Se continuar chorando, Chanyeol não vai voltar para você. – Ela afagou os cabelos do moreno. – Você disse durante o almoço que ele lhe fez várias surpresas, faça o mesmo por ele. Vou te ajudar, afinal preciso reconquistar meu genro, não é mesmo?
– Mãe… eu te amo demais. – KyungSoo havia parado de chorar e sorria minimamente. – Bom Chanyeol, vamos ver se eu sei fazer planos tão bem quanto você...
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