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História 180 Days - Chapter 6


Escrita por: TiaClara

Notas do Autor


Vocês são incríveis, eu amo vocês demais <3
Tenham uma boa leitura e até logo.

Capítulo 7 - Chapter 6


Fanfic / Fanfiction 180 Days - Chapter 6

Point of view — Emma Heard

— Você só pode estar de brincadeira comigo, seu desgraçado — Eu continuo tentando o esbofetear, enquanto ele segura minhas mãos e mal se move do lugar que está. Fazendo minha raiva aumentar cada vez mais, por eu ser tão fraca e não causar nem o mínimo dano  nele. Seu rosto está impassível e seus olhos contém uma frieza absurda.

Como sequer ele aceitou isso? Qual benefício ele terá? Porque transformar minha vida em um inferno absoluto?

— Já deu — Ele praticamente grita em meu rosto, soltando meus braços com força logo em seguida.

Ele que vá dar ataque na casa do caralho, pois foi o mesmo que provocou todo meu ataque de histeria.

— Você é louco? Alguma espécie de torturador? Eu estava a um passo de convencer o papai de não prosseguir com essa loucura e você entra como se fosse o rei do mundo na minha casa e diz que aceita estar casado comigo. Por que fez essa merda?

Começo a andar como louca em meu quarto, respirando com muita força e tentando não pegar o abajur sobre meu criado-mudo e parti-lo em dois na cabeça desse caipira sem mãe.

— Não te interessa, bonequinha de plástico! E arrume logo suas tralhas que eu quero ir para casa.

Ele se joga na minha cama colocando as mãos atrás de sua cabeça e fica analisando meu quarto lilás com branco com total desgosto, foda-se a opinião desse desgraçado. Coloco uma mecha do meu cabelo que insiste cair em meu rosto atrás de minha orelha.

— Sai da minha cama, seu nojento — Realmente grito com toda a força que posso. Ele fecha seus olhos mostrando seu total desinteresse por eu estar agindo como louca.

— Somos casados, patricinha. Vai ter que me aturar por longos cento e oitenta dias — Ele boceja com toda calma do mundo, como se estivesse entediado. Pego meu sapato que está no chão e jogo em seu peito com força que tenho no momento. Olho-o com desgosto, pois era para ter pego em sua cara estupidamente idiota.

— Enlouqueceu, porra? — Ele joga meu lindo sapato pela janela, fazendo com que o mesmo caia no jardim.

­— Se eu enlouqueci? Você disse ao meu pai que aceita ficar casado comigo por seis meses. Cento e oitenta dias. Quem enlouqueceu aqui, Justin?

Passo a mão no meu rosto quando as palavras do meu pai soam em minha mente

“Pode arrumar suas coisas, Emma. Apenas levará seu carro e nada mais.”

Por mais que eu tenha tentado argumentar, tudo que ganhei foi o seu virar de costas, ele dizendo que está decidido e que nada o faria mudar sua decisão.

Jogo meu corpo sobre o tapete branco felpudo e enfio o meu rosto sobre meus joelhos, tentando de alguma forma acordar desse pesadelo em que me encontro. Por que mamãe teve que viajar a trabalho logo agora? Tenho certeza que ela jamais permitiria esse absurdo.

Como sequer eu vou falar para o Benjamin que terei que viver por cento e oitenta dias com o homem que no momento ele odeia mais que qualquer coisa? O que eu fiz para merecer tamanho sofrimento? Eu apenas sei que meu namorado faz e vende identidades falsas e mesmo não gostando eu me mantenho calada. Isso por acaso é pecado e agora estou tendo que pagar por ele?

— Emma, eu não estou com paciência para seu ataque de menina mimada, quero mesmo ir para casa.

Mordo meu lábio com força quando esse ser vem tentar me apressar. Eu não vou para casa dessa coisa nem amarrada. Meu pai que me deserde se quiser, estou decidida.

— Vai para a puta que pariu e me deixa em paz — Eu grito sem ao menos o olhar. Este projeto de homem conseguiu me levar ao meu limite ­— Sai do meu quarto agora! Ou melhor: sai da minha casa!

Aponto para porta ao me levantar e o encaro dentro dos olhos com muita raiva presente em meu sangue.

— Foda-se —Ele pega meu celular que está em cima da cama e digita algo rapidamente — Coloquei a merda do meu endereço no seu GPS. Eu te espero em casa, querida esposa!

Sem que eu me contenha, pego meu outro sapato e jogo em direção porta por onde ele acaba de passar, acertando a madeira branca.

Eu não consigo entender o porquê dele ter aceito, ele estava assim como eu, louco para acabar com toda essa loucura. Então, recebe uma ligação e muda de ideia com muita facilidade. A ligação? Será que tem algo a ver? Mas o que poderia ser? Sei que posso estar sendo uma desvairada tentando desvendar a confusão que ele é, mas porque ele quer me levar para sua loucura? Tudo que eu sei é que eu não vou permitir isso. Vou até minha cama e me deito, eu não sei a quantas horas não como ou durmo decentemente e minha cabeça começa a doer, me causando ânsia de vômito.

Ouço batidas em minha porta e a mesma abre-se lentamente, por ela, passa uma Blair com os olhos arregalados e a boca aberta.

— Seu pai me contou — Ela se joga na cama ao meu lado e segura minha mão — O que você vai fazer?

— Eu não vou morar com aquele caipira! — Eu falo certa de minhas palavras, nada vai me fazer ficar com aquele homem — meu pai só pode estar ficando um velho decrépito — Não me sinto mal por falar com tanta falta de respeito.

— Estou do seu lado para tudo, você sabe, não é? — Blair me consola e eu apenas assinto tentando não desabar aqui, pois sei que, se começar, vou gritar e chorar feito um bebê.

— Confesso que estou segurando a risada aqui, só você mesma para cometer tantas loucuras em vinte quatro horas.

Olho para Blair que está até com as bochechas rosadas segurando a risada, eu não a julgo por isso, pois se fosse ela no meu lugar, eu estaria igual. Nós somos amigas a vida inteira e a sinceridade sempre vem em primeiro lugar.

— Eu odeio você —  Falo meio que tentando fugir de minha realidade, o que é impossível, mas eu tento e sorrio sem mostrar os dentes a ela. Então, sua gargalhada explode e ela joga seu corpo na cama começando a rir tanto que não consegue parar, seus olhos, inclusive, lacrimejam.

— Não, você me ama, Benjamin pode ser o amor da sua vida, mas, eu sou sua alma gêmea — Blair aponta para si e se senta, começando a brincar com meu cabelo — Pense pelo lado bom amiga, você vai morar com o gostosão do Bieber e pode tirar uma casquinha.

Eu faço minha melhor cara de merda, um som de nojo sai de minha boca.  Olho-a, mostrando que isso jamais acontecerá.

— Nem morta, Blair. E eu não vou para casa daquele ogro, prefiro ir morar na rua do que dividir um teto com ele, se meu pai quiser, ele pode me expulsar e deserdar, mas na minha vida amorosa ele não vai se meter. Tenho certeza que ele fez isso para atrapalhar meu relacionamento com o Benjamin.

Blair se endireita na cama e me olha horrorizada, como se eu tivesse dito a maior besteira do mundo.

— Você vai enfrentar seu pai por causa de homem? Amiga, amores vão e vem, família não.

Não consigo evitar minha descrença ao ouvir minha melhor amiga falar assim, não estou com raiva, apenas surpresa por ela falar tão seriamente o que não é de seu feitio.

— Não é qualquer homem, é o Benjamin! Eu e ele estamos namorando já tem mais de um ano, como você pode dizer isso assim?

— Mesmo assim, eu só acho que você está se precipitando em confrontar o seu pai, tendo a possibilidade de ele lhe tirar todo seu conforto.

Olho para Blair pelo canto de meu olho, enfim, entendendo o motivo de ela estar tão apreensiva: dinheiro.

Eu não sou como ela, não sou apegada às coisas materiais. Não posso também ser hipócrita e dizer que ter dinheiro não é bom, isso seria mentira, entretanto, eu só não o ponho como prioridade em minha vida como ela faz.

— Sei que deve me achar uma vaca interesseira às vezes. Mas é como eu sempre digo para você: É melhor sofrer por amor em Paris do que em um ônibus lotado.

Blair impõe sua opinião como sempre e eu sempre começo a rir por achá-la tão alto astral e de bem com a vida; mas hoje não, não teria lugar no mundo que me faria sentir melhor. A confusão em que me meti, eu terei que carregar nos ombros por toda vida, não importando onde eu esteja.

— Sofrimento é sofrimento, Blair. Pergunte para qualquer parisiense que esteja sofrendo neste momento, ele responderá que quer estar em qualquer lugar que tenha alegria. Não é o lugar que nos deixa melhor, pelo contrário, nós que fazemos o lugar.

— Toda filósofa hoje — Ela olha para suas unhas stiletto pintadas de um azul quase preto — eu sei que você tem razão, Emma. O que eu quero dizer é que, tendo condições, por mais ruim que esteja o momento, você tem recursos para fugir do lugar que te faz mal.

Eu quero discutir com ela e perguntar com que ânimo a pessoa fará isso. Porém, sei que estou de cabeça quente e não quero acabar descontando nela meu sono e frustração, isso é errado.

— Você tem razão — Lhe dou a razão para encerrar o assunto por ali, somente quando ela amar ela vai entender meu ponto de vista. Pego meu celular quando a voz de Zayn Malik soa por ele, olho o visor e sorrio ao ver o nome “Amor” piscar constantemente, enquanto vibra.

— Eu vou deixar você conversar com seu boy — Blair sai de meu quarto depois de olhar-me pelo canto do olho.

O que deu nela?

Puxo o telefone branco e levo até minha orelha ouvindo a voz grossa do meu homem.

Como foi amor? O sorriso que estava em meus lábios sumiu no mesmo instante ao saber porque ele me ligou.

Meu pai quer que eu more com o Bieber durante cento e oitenta dias para que assim ele nos divorcie. Foi seu modo de me castigar.

Ouço seu suspirar do outro lado da linha e os segundos parecem se tornar horas enquanto o ouço batucar seus dedos em algo.

Você irá concordar com isso? Sua voz está aflita e eu o entendo.

Claro que não, Benjamin. Eu amo você e jamais o magoaria dessa maneira — Então uma ideia me surge e talvez seja a solução para meus problemas que vai surgir quando eu enfrentar meu pai.

Eu vou dizer ao meu pai que não irei morar com Justin, mas estou sujeita a um castigo severo, talvez ele me deserde e me expulse de casa. Segundo ele, eu tenho que crescer. Eu posso morar com você até que eu consiga um estágio e possa me virar sozinha?

Eu solto a bomba de uma vez e espero por sua reação, ele é meu namorado e neste momento eu posso contar somente com ele.

Você está ouvindo a besteira que está saindo de sua boca, Emma. Nós não temos nem vinte e um anos ainda e já quer manter uma vida de casados? E percebe que está apenas se baseando em teorias sobre o que seu pai pode ou não fazer?

Seu tom está ríspido e eu arregalo meus olhos.

Benjamin, mas…

Não tem “mas”, Emma. Você ao menos contou com o fato que meus pais não te conhecem? Eles apenas sabem que eu tenho alguém, nada mais que isso. Como você acha que eu vou colocar uma mulher aqui dentro, assim, do nada?

Eu me sinto como um lixo quando ele termina de falar,  eu não sou qualquer mulher, eu sou a mulher dele. E sobre os pais dele não me conhecerem, todos os pais amam seus filhos e tenho certeza que se Benjamin colocá-los a par da nossa situação eles nos entenderiam.

Benjamin, você está sendo cruel e pensando somente em você.

Seguro meu choro e graças a Deus minha voz sai com firmeza.

Não estou sendo cruel, Emma, estou apenas sendo realista. Eu te amo muito, anjo, mas o que você quer é complicado, somos duas crianças quando se trata de morar juntos. Ainda não estamos prontos para isso.

Por mais que eu esteja magoada, eu consigo entender meu namorado.

Olha eu preciso desligar, à noite nos vemos na faculdade e vamos resolver nossa situação. Beijo.

Ele não me dá tempo de responder e encerra a ligação me deixando apenas com o “tu tu tu” na linha. Retiro o aparelho branco de minha orelha e fico olhando para a tela, vendo nossa foto abraçados no papel de parede. Eu sei que ele vai terminar comigo e só de ter esse pensamento, tudo em mim dói. Principalmente meu coração.

Repouso meu corpo sobre o colchão macio, me enrolando no edredom lilás enquanto as lágrimas descem por meu rosto. Eu prefiro chorar sozinha agora do que mais tarde ficar fraca na frente de todos meus amigos.

O rangido da porta ao ser aberta com leveza não faz com que eu levante a cabeça para ver quem entra, apenas me incentiva a ficar em posição fetal, tentando me esconder.

— Emma — A voz do meu pai adentra os meus ouvidos quando ele se senta na minha cama. Eu deveria estar com raiva dele e o ignorar, no entanto, eu me levanto um pouco para que eu possa agarrar seu corpo forte.

— Por favor, papai, não faz isso comigo, não me mande ficar com o Justin, ficar com que ele significa perder o Benjamin. Eu amo meu namorado, foi sempre o senhor que me ensinou que eu tenho que sempre ter o melhor e Benjamin é o meu melhor.

Ele faz carinho em meus fios castanhos enquanto me escuta.

— Você é um homem inteligente e não pode fazer uma atrocidade como esta.

— Por eu ser inteligente e mais experiente, eu vejo coisas que você não. Você terá que ter paciência para entender e aprender. Me dói deixar você aprender com seus erros e, assim, amadurecer, porém, a vida é assim.

Fico quieta apenas ouvindo o que ele diz enquanto o choro vai desaparecendo.

— Vamos fazer o seguinte, aceite seu castigo de viver com seu marido os cento e oitenta dias que eu disse e, quando esse prazo acabar, eu irei dar a vocês o divórcio e te deixo namorar o Benjamin com a minha bênção.

Levanto minha cabeça no mesmo instante, olhando em seus olhos verdes assim como os meus.

— E prometo para você que, quando esse prazo acabar, eu mesmo darei o empurrão profissional que seu namorado precisa para que vocês comecem a planejar o casamento.

Tenho certeza que, como nos desenhos animados, meus olhos formaram duas estrelinhas.

— Promete?

— Eu prometo.

(...)

Meus olhos mal conseguem acreditar no que eu vejo a minha frente, isso só pode ser uma piada de muito mal gosto. Minhas mãos continuam no volante e meus olhos se revezam entre o local e meu GPS, avisando que cheguei ao meu destino com quarenta e três minutos.

Isso só pode ser brincadeira!

Pego meu celular e vou até o whatsapp, procurando o grupo da faculdade e, então, procuro o caipira entre os membros. Ponho para chamar quando encontro o contato e um arrepio passa por minha espinha quando escuto o som dentro da casa, se é que eu posso chamar esse local de casa. Encerro a ligação e observo o trailer a minha frente, perguntando-me se ele realmente mora aqui.

Eu buzino duas vezes e a porta se abre, revelando um Justin de calça moletom preta e uma camisa de algodão azul escura, com o cabelo totalmente desgrenhado e uma cara amassada, enquanto coça os olhos. Agora tenho a confirmação que ele mora aqui.

Desço do carro com os olhos fixos no trailer prata, eu jamais vi algo assim em toda minha vida. Com o controle, abro o porta mala do meu carro pegando a enorme mala rosa sentindo a grama contra meu salto médio.

— Pensei que não iria vir, bonequinha de plástico.

Respiro fundo, levando minha mente para seis meses depois, quando estarei divorciada e planejando minha festa de noivado com o homem que amo; arrumarei um jeito para que  Benjamin não acabe nosso relacionamento assim.

— Já ouviu falar que depois da tempestade vem o arco íris, caipira?

Ele não se move para me ajudar quando me vê arrastar a enorme mala rosa para a minúscula casa.

Subo o único degrau e posso ver uma sala com um pequeno sofá. Ele arreda para que eu possa entrar. Giro minha cabeça para a esquerda e uma cozinha é vista, ao lado direito tem uma porta pequena, que julgo levar para o quarto.

Onde é que eu vou dormir? Minha mente grita para mim e, por hora, prefiro evitar essa pergunta, pois sinto que não vou gostar da resposta.

— Isso vai ser interessante — Posso sentir o divertimento em sua voz, ao mesmo tempo em que ele me observa encarar sua casa do teto ao chão.

— Nisso eu tenho que concordar, Justin. Eu vou tornar sua vida um inferno durante esses cento e oitenta dias.

Falo bem próxima a ele, olhando dentro dos seus olhos caramelos, vendo-o erguer a sobrancelha grossa em total desafio. Mal ele sabe que eu amo um desafio.


Notas Finais


A fanfic está no wattpad se puderem me dar uma forcinha lá com votos eu iria ficar eternamente grata.
Link:
https://my.w.tt/vluyeEb9cL


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