História 199 dias com você - Festa do Matthew e mais sonhos

(sobre essa foto:::: fetus <33)

A casa do tal Matthew estava lotada de gente. Garotos e garotas se agarrando, dançando, bebendo. Varias pessoas me olhavam enquanto eu passava, mas ainda não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim.

- Vem, vou te apresentar a algumas pessoas, você precisa se enturmar! - Emily me puxou e eu olhei para Niall. Ele confirmou com a cabeça. Mesmo eu querendo muito me enturmar, não achava que aquela era a hora. Mal tinha chegado, queria conhecer o local, sentar um pouco, e foi exatamente isso o que eu falei para Emily.

- Você está louca? - ela gritou perto do meu ouvido para que eu escutasse. - Se você não for apresentada agora, nunca mais será. Vamos! - ela me guiou até um grupo de pessoas que estavam sentados no sofá da sala. Havia várias garrafas de cerveja e vodca, que me fizeram lembrar do meu primeiro dia aqui na Irlanda.

- Ei, Emily! - uma garota gritou quando viu Emmy se aproximando. Ela era loira com o cabelo cacheado e usava um vestido que devia ser dois números menor do que ela deveria usar.

- Mandie! - Emily falou e a abraçou a loira.

- Você está fantástica! - Mandie disse olhando para Emily e depois para mim.

- Essa é Emma, ela mudou de país há algumas semanas e estuda lá no colégio.

- Olá, Emma - Mandie sorriu e segurou meu pulso. - Vem, vou te apresentar pra alguns gatinhos - ela piscou e eu queria dizer não, mas qual seria a outra oportunidade que eu teria de me enturmar se não essa?!

No caminho, Mandie e Emily trocaram algumas palavras e depois me puxaram para frente, deixando a mostra o grupo que eu tinha visto antes.

- Hey galera! - Mandie gritou e todos viraram para ela. - Essa aqui é Emma Curley - como ela descobriu meu sobrenome? - Ela é nova na Irlanda e no colégio - e, virando para mim. - Seja bem vinda, Em! - todos gritaram e bateram palmas e logo um garoto brotou do meu lado - sim, brotou.

- Bem vinda ao colégio, Emma - ele sorriu. Seus dentes eram perfeitamente brancos e certos, como o de um ator bonito e rico. Agradeci e logo fui parar num acento do sofá com várias pessoas em volta conversando animadamente comigo.

Eu nunca tinha sido o centro das atenções de uma conversa. Na verdade, nunca tinha falado com tanta gente da minha idade ao mesmo tempo. Todos me perguntavam por que eu estava na Irlanda, de onde eu vim, com quem morava, etc. Pela primeira vez, não me senti desconfortável  em contar minha história. Era como se eu contasse a história de outra pessoa, não a minha. Quando finalmente disse que meus pais morreram e aquela tensão ficou no ar, pensei em algo para animar.

- Mas enfim, muito obrigada pelo apoio e pelas boas vindas. Agora vamos dançar pra animar! - gritei animada e eles levantaram agitados caminhando para a pista de dança improvisada.

Segui-os, mas uma mão segurou meu pulso e eu virei para ver quem era. Novamente o garoto com o sorriso bonito.

- Hey - sorri.

- Desculpe, meu nome é Ethan, mas pode me chamar de... Ethan - ele riu e eu o acompanhei.

- O meu é Emma, como já sabe, mas pode me chamar de Em, se quiser - sorri desajeitada. - Nossos nomes não combinam muito com apelidos - ele concordou e andou até o sofá. Olhei para trás e não achei ninguém, então resolvi segui-lo.

- Sinto muito, sobre seus pais.

- Todos sentem - falei sem pensar. - Digo, não que isso seja uma coisa ruim, mas é que às vezes é da boca pra fora. Não que você tenha dito isso da boca pra fora, é só que... - bati minha mão na testa. Ethan riu e senti sua mão tocar na minha que estava pousada no meu colo.

- Está tudo bem. Entendi o que quis dizer - olhei lentamente para sua mão em cima da minha e depois olhei para cima.

- Ethan... Eu não... - tentei procurar palavras para explicar que eu não queria nada com ele, mas não consegui falar, minha boca só ficou abrindo e fechando.

- Você não o quê? - ele perguntou olhando nos meus olhos. Sentia que a qualquer momento eu iria pular em cima dele e beijá-lo. Desviei o olhar e levantei-me.

- Eu preciso ir, preciso encontrar uns amigos - sorri para que ele pensasse que nada tivesse acontecido.

- Fugindo de mim? - ele perguntou com um sorriso contido.

- N-não - gaguejei e dei uma risada nervosa. - Não é isso, eu realmente preciso achar eles. Nos vemos depois?

- Claro - ele sorriu sem mostrar os dentes. Um sorriso sedutor.

Corri pela sala, me espremendo junto de outros corpos que dançavam com copos vermelhos e azuis erguidos na cabeça, prontos para atingirem meu cabelo.

Perto da cozinha, sentado no balcão, achei Louis, Lizza e Niall. Adiantei-me para chegar lá sem tropeçar em nada e sem ser molhada. Cheguei atrás de Niall e fechei seus olhos com minhas mãos.

- Hm... Quem será? - ele falou e eu sorri. - Já estava com saudades dessas mãos - tirei-as e ele virou para mim.

- Como sabia que era eu? - perguntei e ele colocou suas mãos em minha cintura, me aproximando e colocando a boca bem próxima da minha orelha.

- Suas mãos são inconfundíveis - ele beijou meu pescoço e senti todo o meu corpo ceder. Se ele não estivesse me segurando, com certeza eu teria caído. - Você está maravilhosa.

- Obrigada - tentei falar, mas minha voz saiu mais como um sussurro fraco.

Passei as mãos pelo pescoço de Niall e estava prestes a beijá-lo, quando olhei para o lado e vi o sorriso malicioso de Louis para mim. Senti minhas bochechas esquentarem e larguei Niall tão rápido quanto eu o havia agarrado.

- Louis - Niall falou.

- Niall - ele falou prendendo o riso e eu abaixei a cabeça para que ele não visse meu rosto vermelho.

- Por que você não pega um copo de ponche para Lizza? - olhei para Lizza, que me olhava com os olhos brilhando e um sorriso de orelha a orelha.

- Boa ideia, Nialler - ele sorriu para mim e segurou a mão de Lizza, se afastando do balcão.

- Onde estávamos? - ele segurou minha mão e eu logo passei-as pela sua nuca.

Dei um beijo em seu pescoço, depois subi para seu maxilar. Aproveitei a proximidade e minha ousadia para morder o lóbulo de sua orelha esquerda e voltei para o caminho de sua boca. Niall estava de olhos fechados e seu maxilar estava trincado. Sorri ao vê-lo daquele jeito e resolvi brincar mais um pouco. Dei um beijo demorado em sua testa e depois me afastei, virando de costas para ele. Não pude conter meu sorriso.

No instante seguinte senti sua mão em meu pulso e ele me guiou até a parede que dividia a sala de estar com a cozinha. Antes de perceber, ele já havia me empurrado na parede e segurado meus pulsos na altura da minha cabeça.

- Acha mesmo que pode me provocar assim? - sua voz estava rouca e eu consegui sentir seu hálito quente contra minha orelha.

- Achou mesmo que podia me provocar daquele jeito na minha casa? - perguntei, sem saber se olhava para seus olhos ou para sua boca.

- Estamos quites, então - ele falou baixinho. - Eu não sabia se te beijava naquele dia - ele falou, mas eu não entendia direito, só conseguia ver sua boca se mexer. - Fiquei com receio de depois do beijo você me dar um tapa na cara e me... - não aguentei.

Niall ainda estava prendendo meus braços, mas como ele estava próximo, apenas me inclinei um pouco para frente e beijei-o, primeiro apenas um beijo normal, mas depois que ele soltou meus punhos e eu pude levar minhas mãos para seu pescoço e para suas costas, minha língua explorou cada centímetro de sua boca, assim como ele fez comigo. Niall me levantou e eu passei as pernas por sua cintura sem quebrar o beijo. Nesse momento gostaria de agradecer a Emily, que prendeu meu cabelo na frente, ou já estaríamos com fiapos atrapalhando o beijo. E que beijo!

Niall me apoiou melhor na parede e passou as mãos pela minha coxa, primeiro por cima do vestido colado e depois deu um jeito de enfiar a mão dentro dele. Ele começou a beijar e chupar meu pescoço e eu joguei a cabeça para trás, tentando respirar melhor (lê-se evitar gemidos altos). Desci do colo de Niall e girei, encostando-o na parede e ficando na sua frente. Involuntariamente, mordi o lábio inferior enquanto observava seu corpo por cima da camisa. Passei a mão pelo seu peitoral e minha vontade era de jogar sua camisa bem longe, mas me contive e beijei seus lábios novamente. Assim que foi necessário o ar, separamos nossas bocas, mas continuamos com as testas coladas recuperando o fôlego.

- Uau - ele falou. - Emma, você está sóbria? - assenti e perguntei por quê. - Por nada - sorriu e voltou a me beijar.

- O casal precisa de um quarto? - uma voz masculina soou alto o suficiente para eu saber que estavam falando comigo. - virei-me e percebi que era o moreno de olhos claros que havia atrapalhado meu beijo no corredor.

- Não - respondi. - Mas eu acho que você sim.

- Eu? - ele perguntou desentendido.

- Sim, para ficar lá e parar de atrapalhar o beijo dos outros - sorri cínica e olhei para Niall, que tinha um ar divertido no rosto.

- O quê?! - olhei para ele.

- É engraçado te ver com raiva - ele disse isso normalmente e eu o olhei incrédula. Não era para parecer engraçado coisa nenhuma. Ele riu ao ver a cara que fiz, me deu um selinho e depois mordeu meu lábio inferior. - Você fica com um biquinho irresistível quando está com raiva - ele disse e eu tentei ficar "normal", isto é, sem o biquinho.

- Malik - Niall gritou e o moreno, que ainda estava por ali, caminhou em nossa direção com um sorriso no rosto. Encarando-o agora mais de perto, percebi várias tatuagens em seus braços, uma barba por fazer que o deixava sexy e seu cabelo preto, que estava caindo na testa, diferente da ultima vez que eu o vi, com um topete estiloso. - Pode olhar Emma por alguns minutos? - encarei Niall com a pior cara incrédula que eu podia ter.

- Como é que é?!

- O que foi? - ele perguntou.

- Por que ele precisa ficar comigo? - ele só podia estar brincando se achava que eu ia ficar ali com aquele garoto enquanto ele ia pra puta que pariu.

- Para ter certeza de que você não vai sair daqui - ele sorriu e se aproximou de mim. - Eu vi você conversando com o Ethan, e digamos que eu sou ciumento.

- Niall, eu não vou ficar aqui parada com um garoto que eu não conheço - falei e percebi que havia dito muito alto.

- Então vamos dançar - o garoto segurou meu braço e me puxou em direção a sala de estar.

Quando estávamos cercados de pessoas dançando e não tinha como sair dali, o tal Zayn me soltou. Cruzei os braços e fiquei encarando-o.

- O que foi? - ele perguntou apenas mexendo os lábios. Nao lhe respondi, apenas dei uma checada no local para ver se encontrava alguém conhecido, mas não dava para ver nada por conta dos corpos dançantes ao meu redor. Para piorar um pouco minha situação, trocaram a música e colocaram uma lenta. Fechei os olhos. Que ele me arraste para longe dessa pista e não cogite a opção de dançar comigo.

Tarde de mais.

Abri os olhos e ele estava com a mão estendida para mim, com os olhos castanhos brilhando e um pequeno sorriso nos lábios. Segurei sua mão e me aproximei de Zayn, que passou as mãos pela minha cintura com delicadeza e eu coloquei as minhas em seu ombro. Não queria me aproximar tanto.

- Pode ficar tranquila que eu não mordo, ok? - ele falou no meu ouvido.

- Por que está aqui? - perguntei sem perder tempo.

- Fui convidado - revirei os olhos.

- Você entendeu o que eu disse.

- Claro. Estou aqui porque fui convidado - respirei fundo e olhei para Zayn. Ele estava com um sorriso debochado no rosto e ao olhar em seus olhos, tive que lutar comigo mesma para desviar.

- Você sabe por que Niall pediu para você ficar comigo?

- Não.

- Sabe pra onde ele foi?

- Não.

- Sabe por que me chamou para dançar? - ele fez uma cara pensativa e depois me olhou.

- Não.

- Caramba, você sabe de alguma coisa? - perguntei perdendo a paciência.

- Sei que você está linda - ele disse e começou a olhar na região dos meus seios. Revirei os olhos e larguei-o, pronta para fugir daquele local, mas ele agarrou meu pulso e parou na minha frente.

- Calma, Em - ele falou sorrindo.

- Não me chama de Em, agora pode me largar.

- Não vou te soltar até Niall voltar.

- Você nem sabe para onde ele foi, como sabe que vai voltar?

- Você acha mesmo que ele te deixaria comigo por tanto tempo? - ele me perguntou e eu parei um pouco. Realmente, Niall não me deixaria sozinha por tanto tempo com ele. Parei de puxar meu braço e ele se aproximou novamente.

- Se você olhar para os meus peitos de novo eu vou te matar - falei com raiva.

- Entendido - ele falou e puxou minhas próprias mãos para o seu pescoço, e depois colocou as suas em minha cintura.

Ele começou a andar de um lado para o outro e eu o acompanhei. Não durou muito tempo e ele pisou no meu pé. Ri comigo mesma e continuei me movimentando no seu ritmo. Ele errou de novo e por pouco não pisou no mesmo pé.

- Desculpe - ele falou baixinho no meu ouvido. - Eu sou um péssimo dançarino - ele riu e eu o acompanhei.

- Percebi - falei e ele me olhou ofendido, mas sabia que eu não estava errada.

Por um momento, encostei minha cabeça em seu ombro. Aquela dança já estava cansando, e a cada minuto eu me perguntava onde Niall estava.

Quando a música terminou, puxei Zayn para sair da multidão e fomos até a bancada que dividia o sofá da sala.

- Estou com sede.

- Quer uma vodca?

- Nem pensar - falei automaticamente.

- Por que não?

- Não tenho boas recordações com bebida.

- Amanhã é domingo, relaxa - ele falou e logo pegou dois copos e encheu de vodca. Me entregou um, mas eu não segurei. - Qual é, Emma. Um copo. Viramos juntos - ele me olhou. Qualquer um que olhasse para aqueles olhos aceitaria no mesmo instante. E eu não fui diferente.

- No três - ele me olhou e eu concordei, encarando o líquido dentro do copo. Ele contou até três e eu virei o copo. Senti descer queimando pela garganta e fechei os olhos com força. Nunca ia me acostumar com isso. Ele sorriu e encheu outro copo para ele.

- Também quero mais um - disse. Realmente, amanhã era domingo. Por que não relaxar um pouco e aproveitar? Ele me olhou com dúvida e eu assenti.

 

Depois do quarto ou quinto copo, Niall apareceu.

- Niall! - falei super feliz, abraçando seu pescoço.

- Emma... Você bebeu? - ele perguntou.

- Só um pouquinho - falei e fiz um biquinho extremamente ridículo no final da frase.

- Malik! - ele gritou. Zayn estava sentado ao meu lado conversando com o copo. - Zayn Malik! - Niall gritou mais uma vez e dessa vez ele olhou.

- Quem chamou o ser mais gostoso da festa? - ele perguntou e percebi Niall revirar os olhos.

- Vamos - ele me puxou, mas eu segurei seu pulso.

- Niall! Vamos dançar um pouco, por favor. Toma - entreguei-lhe meu copo de vodca.

- Emma eu não vou beber nada com álcool.

- Por favorzinho. Você está tão tenso... - falei apertando seus ombros e depositando um beijo demorado em seu pescoço. - Vamos lá, Niall. Amanhã é domingo - utilizei o mesmo argumento de Zayn. - Vamos nos divertir um pouco - entreguei-lhe novamente o copo e, depois de olhar para o lado, para mim e para o copo, ele finalmente pegou e virou o copo.

Após dois copos, Niall e eu estávamos dançando com Emily e Zayn. A música estava muito alta e eu estava preocupada demais em rebolar até o chão para prestar atenção em que música tocava.

- Acho que você já me provocou demais - Niall falou e me beijou. Separei-me dele e balancei o dedo indicador negativamente para ele.

- Sem muitos beijos - falei em seu ouvido, provocando-o. - Vamos dançar.

Virei de costas para Niall e, para minha surpresa, Zayn estava na frente. Sorri para ele e comecei a dançar. Lembrei-me do que ele disse enquanto dançava a música lenta comigo e segurei suas mãos, chacoalhando-as.

- Vamos lá, Zayn! Você sabe fazer alguns passos - ele negou com a cabeça sorrindo. - Você não está sóbrio, claro que sabe fazer algo.

- Continuo o mesmo gostoso de sempre - ele falou dando de ombros e eu concordei.

- Vamos ver se alguma motivação te ajuda.

Ok, o que eu fiz estava completamente fora do meu alcance. Minha cabeça era puro álcool, e em minha defesa eu utilizo esse argumento para perdoar o que fiz.
Virei-me de costas para Zayn e me aproximei dele. Desci rebolando grudada em seu corpo e depois subi lentamente. Ele segurou minha cintura e eu rebolei mais. Virei-me para Zayn novamente e sorri.

- E agora? - não tive resposta. Quando meu cérebro processou , a língua de Zayn já estava dentro de minha boca. A parte sóbria do meu cérebro disse que isso era errado, e que eu deveria parar, mas a parte bêbada do meu cérebro - que era 85% dele - mandou eu continuar, e assim fiz.

Passei a mão pelo seu colarinho e puxei-o para mais perto. Quando sua mão desceu um pouco mais da minha cintura, um certo alarme soou na minha cabeça e me fez voltar à consciência.

- Lugar errado para colocar a mão - avisei-o e me afastei.

Cheguei no sofá e me joguei lá. Alguém tinha deixado um copo lá e eu não me importei em pegá-lo e tomar todo o líquido que havia dentro. Só depois percebi que possuía alguém sentado na poltrona ao lado do sofá.

- Olá - ele disse e depois reconheci. Era Henry, irmão de Emily.

- Henry! - falei com mais alegria do que deveria parecer. - O que está fazendo aqui sozinho? - minha voz era de uma completa bêbada.

- Hm... Pegando um ar. Você estava com Emily?

- Não, na verdade não a vejo há um longo tempo.

- Niall não está com você, está? - ele perguntou.

- Meu deus! - exclamei levantando rapidamente, mas meu corpo não se aguentou encima do salto e eu caí de novo no sofá. Comecei a rir e Henry me ajudou a levantar. - Temos que achá-lo, ele estava na pista de dança.

- Tudo bem, vamos.

Voltamos para a sala e a única coisa que eu percebia era a música alta vibrando nas minhas cordas vocais. Henry o achou antes que eu conseguisse piscar para tentar enxergar algo.

- Emma, você enlouqueceu?! - Niall reclamou e eu passei os braços pelo seu pescoço e apoiei a cabeça no vão entre seu pescoço e seu ombro.

- Estou com sono - falei simplesmente.

Senti suas mãos em minhas costas e logo depois na parte inferior dos meus joelhos. Ele me carregou pelo caminho e eu me apoiei mais nele.

- Niall... - sussurrei em seu ouvido.

- O quê? - ele respondeu no mesmo tom.

- Por que você é sempre um amorzinho comigo? - ouvi uma risada baixa vindo dele e beijei sua bochecha. Sem esperar uma resposta, continuei. - Obrigada.

Continuamos em silêncio para um local que eu não fazia a mínima ideia de onde era. Ouvi Niall conversar com alguém algumas vezes, mas não sabia quem era e nem o que eles estavam falando. Em algum momento, Niall me sentou em algum lugar, que só depois fui descobrir que era seu carro.

- Pode deitar se quiser - ele disse quando entrou no carro e ligou o mesmo. Fiz o que ele disse e, ao invés de ligar o rádio, Niall começou a cantar The A Team, do Ed Sheeran. Por incrível que pareça, não peguei no sono. Fiquei ouvindo Niall cantar e logo estava sentada no banco acompanhando a cantoria.

- Para onde quer ir? - ele perguntou.

- Não sei. Sinto que se eu chegar do jeito que estou em casa, vou ficar de castigo pelo resto da minha vida.

- Quer andar um pouco? - ri de sua pergunta e balancei a cabeça.

- Eu não consigo nem ficar em pé, imagina caminhar.

- Tudo bem, então para onde quer ir? - ele repetiu a pergunta, tranquilo.

- Sua casa, talvez - falei e logo meu lado sóbrio reagiu a minha pergunta. - Digo, não que eu queira, mas... Eu quis dizer que...

- Emma, não tem problema - ele riu. - Está tudo bem.

Respirei fundo. Niall, como sempre, conseguiu me deixar melhor, mesmo bêbada, sentia um alívio por não precisar ir para casa naquele estado.

Quando chegamos, ele me ajudou a subir as escadas da entrada e eu fiquei impressionada: mesmo tendo bebido um monte, ele ainda estava totalmente consciente, o que me fez perguntar a quantidade de álcool ele precisa ingerir para ficar bêbado de verdade.

Niall me deitou em sua cama e, quando estava saindo, puxei-o novamente, dando um beijo em sua bochecha. Ele ficou me olhando por alguns segundos e depois me soltou.

- Boa noite.

- Hey, espera - Niall virou quando já estava na porta. - Onde você vai ficar?

- No sofá - ele deu de ombros.

- Não, não mesmo - sentei na cama e, devido a rapidez, minha cabeça fez tudo ao meu redor girar. Fechei os olhos com forca e depois os abri. - Você pode ficar aqui, eu não ligo.

- Emma... - ele tentou protestar, mas eu o impedi.

- Nada de Emma, você já me fez um grande favor me trazendo aqui, não vou deixar você dormir no sofá. - Niall coçou a nuca olhando para baixo.

- Você está bêbada, quando acordar não vai gostar nada de...

- Quer calar a boca e vir logo? - o interrompi e fui mais para o canto esquerdo da cama, para que ele deitasse logo. - Boa noite. - falei quando senti o peso de seu corpo na cama.

- Boa noite.

 

...

 

- Emma, cuidado! - apertei o botão várias vezes, atirando em um policial que estava me perseguindo. Assim que matei-o, peguei sua arma e corri em direção ao primeiro carro que encontrei na pista. - Muito bem. - uma mão aproximou-se de minha coxa e eu parei de jogar e prestei atenção ao ser que estava ao meu lado.

- O que você está fazendo aqui?! - afastei-me brutalmente de Harry.

- O quê? Você me chamou para jogar videogame na sua casa.

- Não, eu chamei o Niall! - comecei a entrar em pânico. - Onde está ele? Por que você está aqui?

- Emma, relaxe, vamos terminar o jogo.

Ele pegou novamente o controle e seu personagem moveu-se até o meu. Ele me tirou do carro e, com um único tiro, matou meu boneco. Um aviso começou a piscar com várias cores na TV. "Game Over". Virei-me para Harry, mas ele não estava mais lá. Um arrepio passou pela minha espinha e subiu até minha nuca. Virei-me lentamente e encontrei Harry com uma arma apontada para minha cabeça.

- Você é a próxima, Curley.

- EMMA! - abri os olhos rapidamente. Niall estava em cima de mim com os olhos azuis bem abertos. Abracei-o fortemente e logo comecei a chorar involuntariamente.

- Niall... - tentei falar em meio de soluços. - Eu estou com medo.

- Não precisa - ele falou me encarando bem. - Eu estou aqui, vou te proteger, ta? Vai dar tudo certo - ele sorriu e me deu um beijo demorado na testa.

Depois de um tempo abraçados, nós fomos para o jardim e deitamos na grama, ficamos conversando sobre coisas aleatórias e vendo as nuvens passarem.

- São três da manhã - ele disse. - Acho melhor te levar para casa.

- Não vou conseguir dormir - falei virando meu rosto para ver o de Niall e ele já estava me encarando. Ele deu um sorriso quase imperceptível e segurou minha mão.

- Eu fico falando com você por telefone, que tal?

- Você vai ficar acordado só para falar comigo?

- Eu não iria conseguir dormir sem saber se você está bem ou não - Niall falou encarando nossas mãos entrelaçadas e eu aproveitei para me aproximar mais.

- Você tem que parar de ser assim - falei baixinho.

- Assim como?

- Tão legal comigo, sempre fazendo tudo o que pode para me ajudar. Vou terminar me acostumando.

- Esse é o objetivo - ele me encarou e eu sorri. Levantei-me e o ajudei a fazer o mesmo.

- Vou ligar assim que chegar em casa - ele falou quando me deixou na porta de minha casa. Assenti e puxei-o para um beijo.

- Obrig...

- Shh - ele colocou o dedo indicador em meus lábios. - Nada de agradecimentos - beijou meus lábios novamente e voltou para o carro.

A casa estava totalmente silenciosa e escura. Acendi a luz da sala e subi cuidadosamente a minha inimiga nos dias de sono e, nesse caso, de bebida.

O resto da noite e o começo do dia foram com Niall. Falamos sobre as aulas, sobre o baile que teria, sobre ele e sobre mim. Só desligamos o telefone depois das cinco da manhã, mas não me atrevi a dormir no mesmo minuto. Ainda andei um pouco pelo quarto, desci para beber água - sem encontrar ninguém pelo caminho - e, só quando subi novamente resolvi dormir um pouco, rezando para que nenhum sonho me atormentasse.